UM FELIZ AMANHÃ(26/12/11) Aquele
menino nasceu numa época de promissoras mudanças e transformações
sociais. Na largada de um século no qual a humanidade revolucionou
o seu modo de viver, trazendo inúmeros avanços e conquistas
nunca antes imaginadas. Concomitante a marcha do progresso as tragédias
das cobiças, os holocaustos (deste jeito mesmo, no plural), as
chagas da ignorância e suas dores. A civilização alternando
barbárie, a barbárie disfarçada de civilização
e assim seguimos sem aprender com feridas que insistem em permanecer abertas.
Mas, o assunto aqui é o menino. O mesmo acaba de cruzar faceiro
e moleque por estas linhas. Desceu do bonde e já disparou, em desabalada
carreira, na direção da Rua XV de Novembro. Após
seguirá, passos acelerados, via Voluntários da Pátria.
Nem acena, tomado pela ansiedade febril de ainda hoje e sempre, neste
dia que começou e nunca termina (de um azul do céu resplandecendo
um celeste jamais visto), agregar outros tantos para fundar um clube.
E assim seguir praticando o mobilizador esporte que certa feita, no consagrado
ano de 1903, foi apresentado à pacata sociedade porto-alegrense
por ilustres visitantes que desembarcaram de um vapor oriundo da cidade
do Rio Grande. Na sua chamativa simplicidade, de modo algum sonharia passar
da condição de aplicado observador para a de ministrante
de aulas magistrais. Porém, toda atenção, que ninguém
se distraia nesta leitura para não perdê-lo de vista: angariando
simpatias e adeptos lá está o menino nos campos da Várzea
da Redenção. Perseguindo o balão de couro com reluzente
entusiasmo, com admirável sofreguidão. Corre, transpira,
luta, vence e atravessa a história. Passa pela Baixada, transpõem
o pórtico do Olímpico. Extenuado, satisfeito, nem se deu
conta do quanto percorreu, do quanto somou, da enorme paixão que
despertou geração após geração, ganhando
multidões, fazendo-se admirado e idolatrado por uma numerosa e
vibrante Nação. O menino, o leitor também o vê,
agora está logo ali. Circula pelo Bairro Humaitá. Traja
as mesmas calças compridas, os suspensórios, o boné
e, principalmente, tem os pés revestidos pelas mesmas pesadas (surradas
e embarradas) botinas. Fortes e vigorosas botinas dos que com bravura
construíram um passado, um presente e projetam um futuro cada vez
mais em azul, preto e branco. Aquele menino, de 108 anos, segue jovial
e destemido, desafiando o tempo e com olhar confiante no porvir. Talhado
pelas agruras inerentes aos grandes, nada teme. Afinal, entre dias de
glória e regozijo, houve igualmente períodos de intempérie
e tremenda provação. Nada que não fosse possível
superar apoiado na fidelidade de milhares derrubando toda e qualquer dificuldade.
Aquele menino é coração, é orgulho meridional
e mundial. É inseparável da sua gente. É o que faz
o Rio Grande cantar com amor as façanhas que devem servir de modelo
a toda Terra. Aquele menino vive e viverá. Aquele menino é
Imortal e está prestes há começar um ano novo que
desejamos imensamente tricolor. Muda o calendário, mudam as épocas
e seus protagonistas (e passam todos, dos virtuosos aos desprovidos de
merecer apreço). Contudo, nada muda o sentimento. Um feliz amanhã.
Jorge
Bettiol
NÃO FOI O JUDAS... (29/10/11) Poucos minutos antes da chegada dos soldados romanos e dos guardas do templo, Assis ergueu-se e pediu licença aos demais apóstolos simulando atender um de seus quatro celulares. Sabia que era questão de tempo a chegada dos algozes do Mestre. Durante a Ceia, sempre teatral nos gestos e fala, não gerou desconfiança entre os seguidores e nem mesmo no filho de Deus. O encontro não deixou de ser tenso, pois era plausível que nos bastidores (de forma naturalmente sorrateira) Pilatos, o Sumo Sacerdote Ricardo Teixeira, João (Àve)lange e os executivos da Globo conspiravam. Jamais aceitariam uma Liga de Clubes da Galiléia. Tampouco engoliriam uma nova agremiação que surgia, garimpando talentos nos empoeirados campos de Nazaré a Cafarnaum e distribuindo esperança de redenção, pão, glória e pódio aquela sofrida gente. E a meninada recebia e aprimorava não só os fundamentos daquele jogo, mas sólida e contundente formação ética. O que para os vendilhões do Templo, Roma e os seus aliados era uma verdadeira provocação. O mais promissor talento dos jovens que despontavam, sem dúvida, era Ronaldinho. Sorridente, dentuço, solícito, protótipo do bom moço. Jesus observava esperançoso, cheio de entusiasmo aquele moleque. O qual certamente, envergando uma número 10, venceria as poderosas equipes compostas por legiões romanas, povos bárbaros e fariseus de plantão. Até mesmo leões famintos seriam driblados e desmoralizados diante da impressionante habilidade do fulgurante craque. E Jesus e sua comissão técnica investiram durante anos naquela criança, sendo de Pedro, um dos tantos diretores não remunerados e abnegados, a tarefa de acompanhá-lo passo a passo (desde a base) tentando nortear sua formação. O que se tornou penoso, diante da constatação do quanto o menino era liso, escorregadio, principalmente sem o balão de couro nos pés. O já não precoce Ronaldinho, com sua irretocável imagem de cordeiro (mas, façamos justiça, sem nunca esconder os dentes), não estava no Monte das Oliveiras quando Jesus recebeu a ordem de prisão. Sordidamente havia saído pelos fundos poucas horas antes, se esquivando no terreno rochoso. Já tinha assinado seu pré-contrato com o time dos Centuriões e confraternizava, no exato momento da detenção, com mulheres de vida fácil e um grupo de pagode da guarda pretoriana, juntamente com um punhado de oficiais. Tudo regado a deboche (todos rolavam de rir ao escutar de Ronaldinho o relato do dia em que, junto ao bondoso Mestre, jurou jogar “até de graça, somente por amor”) e muito vinho num acampamento militar próximo. Assis, não. Este, campeão dos campeões nos simulacros, não só permaneceu no local como ainda beijou a face de um Jesus estupefato. Aproveitando o ensejo para ofertar um cartão com os préstimos do escritório de advocacia que o representava e que poderia, quem sabe, maneirar na estipulação dos honorários. Jesus seguiu para o calvário acusado de blasfêmia e Assis, satisfeito, rumou para o Palácio do Imperador Tibério para receber os cumprimentos pelo êxito da missão e também assinar o contrato com o novo patrocinador: um comerciante de pregos da Judéia. E o Judas ? Indaga o leitor. O Judas Iscariotes Moreira (apesar de parente) nada sabia das reais intenções de Roberto Assis Moreira e de seu resvaladiço e roedor irmão caçula. E, vejam só, passou a eternidade na condição de maior traidor da história da humanidade ! Uma brutal e secular injustiça. Judas Iscariotes Moreira apenas se prestou (por trinta moedas de prata e a promessa de emprego no cargo de gerente em uma casa noturna mantida pela família Assis Moreira, em Belém), sob as ordens de Assis e por falsos motivos, a conduzir os carrascos, suas tochas e armas, na subida das colinas na fatídica noite da prisão. Judas nem gostava dos romanos, sem falar que na equipe de Jesus tinha vaga certa sendo um meia-armador. Ludibriado pelas promessas de Assis (que jamais o empregou na citada casa noturna) terminou seus dias trabalhando de flanelinha nas cercanias do Coliseu e, corroído pelo remorso e progressiva cirrose hepática, acabou se enforcando. Dizem que dando um nó no pescoço utilizando uma camisa do time dos Centuriões, autografada por um certo dentuço inescrupuloso e mercenário. Pobre Judas. Jorge
Bettiol
UMA HISTÓRIA REAL DE R10 - HOWARD HUGHES: A FELICIDADE, A VILA E AS PROSTITUTAS 1. UMA HISTÓRIA REAL SOBRE R10. Era 1998. Saul Berdichewski iria concorrer contra Guerreiro no pleito que elegeria o governo 99/2000. Eu, Saul e Sergio Vasquez rumamos para a casa do, então, rapaz. Morador de Ipanema. Ele era, e a família é, vizinha de minha criação adulta neste bairro encantador da cidade. Chegando lá encontramos o irmão, chegando do aeroporto – desembarcando de viagem – e, logo a seguir a mãe e a irmã. A conversa foi informal, a casa modesta, comparada a que hoje habita o ´entorno` do atleta (?), era moradia confortável e mansão, considerando as origens humildes de toda a família, em especial do pai, empregado do clube durante anos – clube que dera, à família, a casa visitada. A irmã recordou quando encontrou S Vasquez na Suíça, ocasião em que Assis para lá foi ´exportado`, no seu período de Grêmio, e Cacalo, que também foi para lá ajustar o negócio. Assis nunca foi um craque, jogador habilidoso e de grande potencial nunca passou disto e nunca aconteceu, efetivamente – em que pese ter tido um grande (único) ano, 1989. Há quem pense, e ele pensa, que é empresário do futebol. Não, nunca foi. Ele sempre foi – a partir de um período – e ainda é, IRMÃO de R10. Nada mais do que isto. Não fosse R10 ele hoje seria um ex-jogador muito provavelmente de classe média. Se tanto. A conversa sobre a continuação de R10 no clube – Cacalo havia feito a proeza de renovar seu contrato por 3 anos – foi evasiva e escorregadia. Saul queria ser Presidente, achava que poderia ganhar, e queria contar com o jogador. Assis, porta voz da família sabia que seria procurado pela parte adversária da eleição, e jogava com isto. Depois de umas duas horas de conversa saímos de lá. Há poucas quadras dali eu fiquei, aonde morava. Desci do carro e disse a Saul: este menino não vai ficar muito tempo no clube, o seu irmão não quer ! Infelizmente eu estava certo. 1.1. AQUI NÃO SE VENDEM CRAQUES . Pouco tempo depois da faixa, colocada pelo então Presidente Guerreiro à entrada do Olímpico, seu assessor direto, Jaime Eduardo autografou um livro sobre a nova lei. Me entregou um de presente e me disse: fiz este livro para o caso Ronaldinho que se avizinha. Eu nunca li o livro, sabia que eram favas contadas. Jaime pagou vale. Guerreiro, então, nem se fala. O Grêmio até hoje paga a conta. A família Assis ? Esta não paga as contas ! O débito com o clube depois que ele disse que jogaria de graça no Grêmio, é impagável 2 A VILA E O CARA. Howard Hughes talvez tenha sido um dos homens mais poderosos e ricos do mundo. Certamente a gasolina que ele gastou em seus aviões consumiu umas 5000 vezes a fortuna da família Assis que, comparada a que ele acumulou não lhe serviria de esmola, ou gorjeta ao seu motorista. Morreu infeliz. Tomara que ninguém da família Assis morra infeliz, embora o patriarca tenha partido tragicamente – e certamente não deixou este mundo feliz. O fato, entretanto, é que nem todo o dinheiro que possuem comprará uma simbologia inatingível a eles hoje: a IDOLATRIA. R10, por estupidez, deixou de se tornar um dos maiores ídolos da história do clube, talvez maior que R7. Tivesse inteligência – porque o dinheiro não lhe falta e a diferença seria pouca se aceitasse aqui jogar, quase a gorjeta do motorista – e retornad, poderia ter se transformado no logotipo da ARENA e passado definitivamente para história de um clube conquistado uma legião de torcedores e fincado estátua numa cidade em que nasceu e iria morar até morrer, se quisesse. Preferiu o que preferiu. Preferiu ser odiado, ter contra si a ira impagável de uma paixão arrebatadora, muito superior à 5000 vezes a fortuna de Hughes. No Fla sempre será mais um, lá já tem Zico, para não ir adiante. A vila é o melhor lugar do mundo para se constituir uma comunidade sadia, trabalhadora e honesta. Na acepção da constituição comunitária. O pior de todos os lugares na adjetivação pejorativa. Ambas não se confundem, a vila social e a vila do adjetivo do ditado. Ronaldinho saiu da vila comunitária, parecia que deixaria o adjetivo. Não, este não se arranca de quem nasce para ser pequeno de grandeza interior. Nasceu no berço pejorativo, nele irá morrer. Seu irmão ? Será sempre seu irmão, seu sobrinho será sempre seu sobrinho e ele sempre será ronaldinho, assim, com ´r`. Esta diferença entre os Grandes e os pequenos ! Por isto Pelé é Pelé mesmo que, volta e meia, um sapato na boca, como disse Romário, lhe caia bem ! Não é todo o dia que nasce um Edson Arantes do Nascimento, um Roberto Carlos, mas ronaldinhos nascem como ervas daninhas.
Saudações tricolores Carlos Josias @cajosias
RECUPERAÇÃO E UTI (10/09/11) Na noite quente e úmida de Salvador o embate de tricolores prometia jogo disputado, apimentado pela necessidade de ambos triunfarem tomando distância regulamentar e segura das últimas posições. O jogo foi no bairro do Tupiaçu, mas a julgar pela presença e apoio dos que integram a maior e melhor torcida de todo Sul parecia mesmo no bairro (glorioso) da Azenha. E o Grêmio não fez mesmo cerimônia, sentindo-se em casa especialmente na primeira etapa. Simplesmente dominou o tricolor da Boa Terra (dono da mais fiel, numerosa e empolgada torcida do Nordeste a favor de um clube nordestino). Tamanha soberania nos 45 iniciais poderia ser perfeitamente traduzida em um elástico placar, mesmo contabilizando a penalidade mal marcada e desperdiçada. Douglas (que tem acumulado boas atuações, indo além da individualidade e inserido nas obrigações coletivas), no seu arremate a La Elano, possivelmente acertou o canteiro de obras da Arena Fonte Nova. Com a licença do leitor, uma pausa para o registro. Neste local, neste mesmo dia, dedicados e insurgentes operários não cumpriram com uma ameaça de greve. Resolveram aceitar generosa oferta do consórcio OAS/Odebrecht em pagar um robusto abono salarial de R$ 180,00 (em duas parcelas de R$ 90,00: uma em outubro de 2011, outra em janeiro de 2012). Contudo, não tiveram contemplado a reivindicação de aumento de R$ 30,00 nas cestas básicas atualmente recebidas. Seria demais. Impressionante como a plebe não consegue entender os sacrifícios que estas pobres empreiteiras estão fazendo pelo país e pela Copa de 2014 ! Que contrastante este arcaico corporativismo obreiro se comparado ao genuíno (e abnegado) espírito patriótico que move estas construtoras !
Jorge
Bettiol
LISTA DA VOTAÇÃO DO CONSELHO DELIBERATIVO DO DIA 01/09/11 CONSELHEIROS QUE VOTARAM PELA REABERTURA DO PROCESSO CONTRA JOSÉ ALBERTO GUERREIRO: Adalberto Preis
CONSELHEIROS QUE VOTARAM A FAVOR DO ARQUIVAMENTO DO PROCESSO: Adalberto Aquino Filho ______________________________________________________ Abstiveram-se de votar: David Stival Os integrantes da Comissão de Assuntos Legais e Estatutários não votaram: Alberto Martins Brentano
SOMOS O GRÊMIO (26/08/11) O prezado amigo leitor está ciente. Desde a última ocasião em que recebemos os vizinhos do aterro para uma disputa, muitos acontecimentos que envolvem o amado tricolor se sucederam. Lamentavelmente, numa desastrada sequência cuja responsabilidade dirigente é notória e nos comprime no limite angustiante da famigerada zona da degola neste (até agora) brasileirão de medíocre campanha. Os fracassos do primeiro semestre ainda não foram suficientes para fazer vergar a vaidade e a politicagem e sobrepor ao palanque e à incompetência um rasgo de lucidez em favor do Grêmio e de sua imensa e apaixonada massa torcedora. Entretanto, em que pese ser premente analisar, revisar e corrigir condutas diretivas que se repetem de longa data (por sucessivas gestões) e alimentam o manancial de dificuldades que tem convulsionado o clube, o que se impõem, o que realmente importa neste mês de agosto que vai se despedir é o desafio do novo (velho) clássico. Nada é mais importante do que concentrar todos os esforços, agregando todos os gremistas, na mobilização pelo triunfo e pelos três pontos. Não é hora para esmiuçar criticas e aprofundar o debate das causas e das conseqüências preocupantes que estão dadas. Haverá, por certo, o instante apropriado para os devidos balanços. O que necessitamos é toda coesão, toda unidade tricolor em prol do objetivo maior que é sair deste sufoco e retomar um caminho de vitórias. Começando, logicamente, por este Grenada no qual os visitantes estão extasiados por completar infame meia década desde que conseguiram justificar o nome de batismo. Compreensível. Afinal, foi uma longa e amargurada espera: arrastada por quase um século. Derrotar
o rival de toda vida, sua festejada fase e lambuzada soberba e, de quebra,
fechar o turno mais distante da incômoda e presente posição
na tabela é impositivo. Trata-se de uma obrigação
impostergável dirigida a esta comissão técnica e
ao bem cuidado, alimentado e remunerado grupo de jogadores gremistas.
Equipe que tem o dever de deixar tudo na cancha, jogando a morrer neste
embate de domingo. É o mínimo que se exige dos que tem a
honra e o compromisso de lutar (privilegiados pelas travas das próprias
chuteiras) por 108 anos de emocionante e consagrada história. Apoio
não faltará. Pois por estas bandas, nunca é demais
recordar e repetir, acreditamos sempre. Por mais adversidades que possam
existir: sempre acreditamos. Portanto, que não esqueçam
por um instante sequer os que vão pisar o gramado do Monumental:
somos o Grêmio ! Somos sangue azul, preto e branco. Somos superação,
raça, alma farrapa, coração gaudério. Somos
o Grêmio, senhores ! Aquele Imortal que move, comove, envolve, arrebata.
Somos aquela multidão vibrante que das arquibancadas, vinda de
todos os lugares (não raro com notável esforço para
adquirir um ingresso, pagar uma mensalidade), faz trepidar o Olímpico
transbordando fidelidade, transpirando crença, ecoando um alento
interminável e inigualável. Somos o Grêmio que derruba
o improvável, que ridiculariza o impossível. O Grêmio
que manda, o Grêmio que cala os adversários e suas plateias
atônitas. O Grêmio do grito de gol a plenos pulmões,
dos braços erguidos e de tantas e memoráveis alegrias. Somos
o Grêmio ! Das avalanches. O Grêmio do sorriso, da lágrima,
da fé e da glória. O Grêmio do meu, do teu, do nosso
sentimento que é um só, de todos nós, e que só
quem é gremista sente e não tem palavra, texto ou tese que
possa explicar. Somos o GRÊMIO ! Jorge
Bettiol
AVANÇO NO CONSELHO DELIBERATIVO DO GRÊMIO - SÓCIO SAI FORTALECIDO (26/05/11)
AMIGOS GREMISTAS Para quem não sabe a cláusula de barreira é um índice percentual que obstaculiza o ingresso no conselho do Grêmio – ou ao cargo de Presidente – caso o grupo candidato não a ultrapasse ao número mínimo estipulado. Uma espécie de portão com cadeado que somente pode ser aberto se tal condição for cumprida. Até ontem o percentual era de 30%, vale dizer, um grupo – ou chapa – em uma eleição que não atingisse esse número mínimo = ficava de fora do CD. O percentual era altíssimo e na ultima eleição duas, das 3 chapas, somados os seus votos, alcançaram 49% do eleitorado mas não entraram no conselho porque individualmente andaram na faixa dos 25% de votos. Resultado disto foi que uma das chapas que atingiu 51% dos votos acabou entrando solitária no CD como se 100% dos assoaciados assim o quizesse. Triste, porque o clube ficou nas mãos de uma só idéia, um só pensamento, uma só chapa. E o que houve ontem no CD do clube ? Uma reunião histórica que diminui este percentual de 30¨% para 20%¨. Considerações sobre a reunião de ontem. 1. O CD novo mantém um vício incurável do qual também padecia o CD antigo. 1.1. A frequência baixa. 1.1.1. Me desculpem mas vou manter a critica que tinha no passado ( fui conselheiro por 17 anos e computei 8 faltas, algumas das quais estava fora da da cidade a trabalho do clube porque era dirigente …): penso ser INJUSTIFICÁVEL tanta ausência. É compreensível que alguns não possam eventualmente comparecer por motivos justificáveis, inaceitável que mais de 100 tenham justificativas aceitáveis. 1.2. Parece que há, no atual – e já flagrei isto muitas vezes – um deslumbramento infantil com a função de conselheiro. Esta função é de entrega não de exibicionismo. 1.2.1. Justiça seja feita. Havia no passado. Há no presente. Não sei como possa ser curada essa enfermidade. Mas tem que ser. Chamem o HOUSE = no 3o diagnóstico ele acerta. 2. A César o que é de César. 2.1. O CD atual fez o que o CD antigo não fez. Em poucos meses de existência o CD atual cumpriu uma promessa que o CD antigo se negou a cumprir durante anos e rasgou o compromisso quando a fez. 2.1.1. Quem quiser negar que houve avanço que negue, mas com todo o respeito: É INEGÁVEL. 2.1.2. Não querer aplaudir a atitude do CD ontem é hipocrisia, ingenuidade, despeito ou na melhor de todas as hipóteses – a que mais creio quanto aos amigos – ERRO. 2.2. Nas penultimas eleições – vou contar de novo – foi panfleteado no pátio do estádio olimpico, se não por todos por quase todos os grupos, o compromisso da redução de cláusula de barreira para 20%. 2.2.1. O meu grupo – G IMORTAL – na ocasião tendo RENATO MOREIRA como presidente de fato – utilizou o panfleto para tal. E fomos eleitos com este compromisso. 2.2.1.1. Não cumprimos. 2.3. Na época da eleição o Dr. Renato, excelente Gremista, sem dúvida, sem consultar o Grupo apresentou um projeto alternativo e liberou os sócios do G Imortal para que cada um votasse como quisesse. 2.3.1. Eu fiquei envergonhado e o desdobramento foi que sai do grupo não sem antes passar por alguns outros episódios. Mais adiante o grupo se dividiu e ai eu retornei. Quando a divisão aconteceu, quanto a isto, ao menos, era tarde. 2.4. Nada fica impune neste mundo, mais dia menos dia se paga. A banca paga e recebe. Sempre que se quiser ser o chicote do mundo é aconselhável que se dê uma olhadinha no próprio rabo. 3. Agora surgiu a tal de cl. de barreira zero. Não vou mais discutir o mérito porque já me detive exaustivamente nele e fui frontalmente contra tal condição. E uitlizei de argumentos fundamentados, não fiquei passeando sobre questões quase que demagógicas ( eu disse ´quase`…. ) como oportunismo, aventureiros etc. Não, discorri sobre a questão efetiva da sua temeridade e da ausência de representatividade que ela traria. Talvez num futuro quem sabe, talvez, mas o clube vai ter que estar muito mais maduro na sua composição social para correr este risco. Não estamos falando de ousadia aqui, estamos falando de temeridade, é diferente. 3.1. Curioso que a tal de barreira zero tenha entre os seus defensores – entre tantos ilustres bem intencionados e amigos, como o caso do Evandro – exatamente o Grande Gremista Renato Moreira que num passado bem recente quebrou a promessa, pisoteou o compromisso e ofertou um projeto dito alternativo que servia de disfarce – me perdoem a sinceridade – para deixar de cumprir o prometido. 3.1.1. Entre tantos atos equivocados, aquele muito pior do que comprometer a reeleição do grupo e de seus componentes, comprometeu o avanço politico do clube, um histórico avanço politico foi obstaculizado equivocadamente. 3.2. Neste sentido a pregação da cl zero foi até hilária. A mim. 4. Agora, ontem, o CD atual RESGATOU o que o antigo havia soterrado. 4.1. Então senhores, vamos ser honestos. Ontem foi mais do que um avanço na politica do clube. Ontem foi um dia de resgatar o erro do passado. 5. Por estas e outras, com o protesto pela falta de presença e pelo injustificável numero de ausências aonde se ve a repetição de uma doença pré-existente. ontem foi um dia de lavar a alma dos Gremistas. E eu senti uma IMENSA inveja de quem protagonizou isto, e amldiçoei o dia que a votação no passado rejeitou esta modernidade. Foi mais do que um avanço, foi um passo de sete léguas de democracia. Não dá para negar isto. Seria sobretudo INJUSTO e chega de injustiças dentro do nosso Grêmio. Penso que ontem tenha sido um pontapé inicial para que possamos nos tornar um clube mais moderno…mais civilizado. Aquele abraço Carlos Josias – @cajosias Texto originalmente publicado no blog Gremismo 11
MESMO NÃO SENDO CAMPEÃO... (21/05/11) O sonho da lembrada Dona Maria (e o desejo da Nação Gremista) foi adiado. Contudo, com outros e outras que da arquibancada celestial vibram com o tricolor dos pampas, certamente seguirá no alento junto conosco. A crônica do fracasso e da derrocada de nossa afirmada convicção, no derradeiro embate do finado Gauchão, não necessita ser totalmente revisitada. O indignado leitor a conhece bem. Todos os detalhes foram esmiuçados ao longo de uma longa e pesada semana para o povo gremista. O que a maior e melhor torcida dos pagos não queria ocorreu: mesmo com toda vantagem e preparação o tricolor sucumbiu diante do rival de toda vida. Após aquele início impositivo onde estufou as redes e criou chances de liquidar a fatura e garantir o caneco, o time gremista sofreu o empate e cedeu terreno. Com honrosas exceções, resolveu assistir ao toque de bola e as tentativas oriundas da pressão do visitante. Que, francamente, não dispensou grande esforço nos 90 minutos para reverter às expectativas. Pelo contrário, até ajudou com seu goleiro comediante que, mais uma vez, falhou bisonhamente (se consagrando na incompetência dos batedores de pênalti tricolores) para tentar nos presentear com o título no tempo regulamentar. E pensar que a mídia amarga insiste em dizer o seguinte: quem sempre falha em clássicos é o Victor ! O fato, meu amigo, é que tudo foi facilitado por uma apatia constrangedora de quem era e é o dono da casa (mais uma vez apresentando patéticas falhas defensivas), cuja promessa de “suar sangue” não foi assimilada e (infelizmente) ficou restrita a expedientes declaratórios. Talvez nunca, desde que retornou as suas origens, Renato Portaluppi teve tanta vontade de calçar as chuteiras e entrar em campo. Pois aquela concentração, organização e determinação apresentadas uma semana antes, acabaram esquecidas em algum lugar em meio ao aterro do Menino Deus. Saudada e promissora postura preliminar que, no final das contas, acabou se convertendo numa escorregadia e displicente vantagem. Embora, no juízo desta coluna, não tenha ocorrido soberba prévia nos bastidores gremistas. Alguns criticam o homem gol por declarações do tipo “preparei este grupo para ser campeão”. Ora, não poderia ser distinto. Especialmente por se tratar da figura carismática e vencedora que é Renato Portaluppi. Sujeito com estrela e que procura passar este espírito vencedor aos que comanda. Se isto é assimilado e se o perfil e a qualidade do plantel estão à altura destas exigências (básicas) para quem tem o privilégio de usar a camisa gremista, aí é outra conversa. Uma camisa que não deve ser vestida, mas sim incorporada, passando a ser a pele do sujeito. Verdade que Portaluppi fez escolhas equivocadas, a principal delas ao trazer e insistir (assim como insistiu com outros que não correspondiam e não correspondem) demais com o twitteiro Carlos Alberto. Porém, a responsabilidade pelas carências gritantes deste grupo são integralmente da direção do clube que, após a precoce desclassificação na Libertadores e a pagação de vale neste ruralito, finalmente, passa a reconhecer e a se movimentar em busca de reforços (que sejam da base, do interior do Estado, do mercado do Prata, mas que venham ...). Não há desculpa para quem tanto apontava falhas (muitas delas efetivamente existentes, necessitando ser corrigidas) nos seus antecessores e deixou o atual comando técnico do Grêmio com a espinhosa tarefa de administrar a escassez e, no dizer da massa gremista, “tirando leite de pedra” por meses a fio. Muito já foi dito, muito já se explicou, mas não há argumento, não há mesmo qualquer desculpa que justifique minimamente este desfecho melancólico de primeiro semestre de competições. Especialmente por ter como ápice uma afrescalhada comemoração rubra (algo que não acontecia há quase três décadas) em pleno Monumental. Inadmissível. Ao término do clássico, ninguém expressou melhor a frustração e tristeza gremista do que o também gremista Renato Portaluppi. Ao ser indagado sobre o que estaria sentindo o torcedor do Grêmio, não conteve a emoção. Por reconhecimento, por ter vergonha na cara, por não se restringir a distribuir acenos às arquibancadas apenas e somente em dias de festa, em dias de fartura e triunfo. Ninguém merecia mais a conquista que se esvaiu do que a vibrante e fiel gente tricolor e seu maior protagonista. Os ídolos não se tocam, não se mancham e sobre a trajetória de Portaluppi reafirmamos sempre que nada e nem ninguém, por mais difícil que seja a circunstância, apagam esta história. Por esta razão foi, quase que solitariamente, aplaudido. Por esta consistente razão, será eternamente ovacionado. Sendo que neste último Grenada algo já estava nitidamente agregado: os aplausos suplantando inclusive o que (inesquecivelmente) fez na condição de jogador. Fazendo jus ao seu empenho e total envolvimento na função do comando do vestiário. Assumindo os erros, sendo ético ao não expor comandados ao oportunismo da amargura midiática (ávida por fustigar crises) preferindo solucionar no ambiente apropriado as diferenças e inconformidades. Os dirigentes deveriam prestar atenção e aprender. Amanhã tem recomeço. Largada contra o time dos galinhões e do desprezível Andrés Sanchez, um dos artífices da implosão do Clube dos Treze. Cumprindo a risca os conchavos com a Rede Globo e a podridão da CBF (os mesmos parceiros de negócios que, em recente vídeo divulgado, chamou de amigos e “gângsters”) chega com status de “nova liderança” da cartolagem. A Globo que ri e segue soberana, ombro a ombro com o roedor Ricardo Teixeira, e totalmente à vontade para debochar de tudo e todos. No auge da polêmica que envolveu os direitos de transmissão, quem lê estas destemperadas linhas há de recordar, a global emissora emitiu nota (também respaldada pela RBS) afirmando romper com a outrora união de clubes por “respeito ao torcedor”. Pausa para as gargalhadas da plateia. Um minuto de silêncio e ... segue o fandango. Grêmio x Corinthians é neste domingo, no Olímpico, 16:00h. , três pontos obrigação e, sabemos, nada pode ser maior. Afinal, mesmo não sendo campeão o sentimento não se termina. Vamos Tricolor !!! Jorge
Bettiol
PARA TE VER CAMPEÃO, PARA TE VER GANHAR (14/05/11) Está muito próximo. O sonho da Dona Maria Portaluppi de ter o consagrado e idolatrado filho jogador com a faixa e o troféu de campeão, desta feita na condição de técnico gremista, poderá se concretizar em poucas horas. No domingo passado, após a incontestável e soberana vitória no aterro da Padre Cacique , o homem gol foi ás lágrimas. Recordou da sua velha mãe, reafirmou a saudade e dedicou a esta figura abençoada e chave na existência de qualquer ser humano o triunfo. Um momento autêntico (a cara do Renato) e fortemente emotivo. Na sequência, uma semana de humildade, concentração e bastante trabalho. Total mobilização. Tudo para que nesta derradeira partida de 180 minutos e alguns acréscimos se mantenha ou se amplie este 3x2 obtido no intransitável lamaçal em obras. Na vizinhança, bom registrar, os dissimulados de plantão fingem que tudo está resolvido. Um estufado, espalhafatoso e malandro dirigente rubro, agora convertido em matemático, dá a entender que liberou seu milionário plantel (2ª folha do país) de toda e qualquer exigência. Antiga e bolorenta tática do, nas sábias palavras da Nonna (atenta, desde a Serra, a tudo que envolve o Grêmio), “leitão que se faz de vesgo para mamar deitado” Pois é. Porém, temos absoluta convicção que este merecido título não escapará dos domínios tricolores. Para tanto, é preciso ainda mais ímpeto e toda entrega por parte dos que representam à maior, melhor e mais fiel torcida meridional. Os clássicos, reza a tradição do Cone Sul, não se jogam, se ganham. E jogar a morrer, quando se trata de Grêmio, é obrigação, regra, verdadeira cláusula pétrea. Alma e coração intrinsecamente postos nas travas das chuteiras. Renato Portaluppi, ídolo autêntico (ao contrário dos que são forjados em sua dimensão, resgatados do ostracismo clubístico nas confortáveis cabines de rádio e televisão), impregnado de gremismo e saudado por seus feitos planetários, prometeu e também exigiu do seu grupo “suar sangue”. Sangue em azul, preto e branco, bem entendido, sangue para encharcar de glória o gramado do Olímpico e dar mais uma imensa alegria a esta inigualável e valorosa gente gremista. Que se cale toda amargura. Seremos campeões. Acreditamos sempre. Dá-lhe GRÊMIO ! O Diego tem cinco anos e aquela aura iluminada que acompanha toda criança. Por estas circunstâncias da vida, o conheci graças a uma amizade surgida no âmbito de trabalho. O guri é só simpatia e quando enxerga algo relacionado ao Grêmio fica numa faceirice contagiante, daquelas de dar gosto. E foi dia destes que, satisfeito, o vi receber e envergar, estampando um sorriso demolidor de uma infância de superação, o presente que ofertamos: uma camisa do tricolor. Portador de necessidades especiais, o Dieguinho, que abraça a vida e abraça ao mundo com aquele olhar de esperança e futuro, já é um campeão ! E com todos os méritos. Pela coragem e por esta ternura arrebatadora que só os pequeninos conseguem transmitir com tanta intensidade. Neste domingo, levado pelas seguras mãos do seu pai, estará presente no Monumental para se somar a multidão que vibrantemente torcerá para mais uma taça ser erguida pelo mais apaixonante clube desta Província. E vai se somar cantando, logicamente. Do jeito dele, utilizando a retumbante sonoridade dos batimentos do coração. Cordas vocais dentro do peito. É o que basta para fazer pulsar magistralmente as arquibancadas. Neste 15/05, na massa tricolor que esgotou todos os ingressos e que deve ser honrada, retribuída nas quatro linhas com toda dedicação, o Imortal Dieguinho estará para te apoiar, para te ver campeão, para te ver ganhar. Vamos Tricolor ! E por falar em crianças, neste domingo pela manhã a prévia do clássico não é de rivalidade e sim de solidariedade. E os vencedores são todos os que abraçam a causa, independente das cores clubísticas. O Instituto da Criança com Diabetes, seus parceiros e toda comunidade envolvida promovem a “13ª Corrida Para Vencer o Diabetes”, um evento que tradicionalmente mobiliza milhares de pessoas. Neste modesto espaço sempre recebeu (assim como iniciativas semelhantes) todo apoio. O diabetes é doença, não raro, silenciosa e traiçoeira. Seu diagnóstico precoce e adoção de rotinas e condutas apropriadas propiciam qualidade no viver. O slogan do ICD é “aqui se aprende a vencer”, o que rigorosamente tem tudo a ver. Jorge
Bettiol
Impossível
não citar. Hoje, todo gremista sabe, é um dia especial.
Está completando o primeiro mês. Desde que Charles Miller
desembarcou novamente no solo tupiniquim retornando da Bannister Court
School (local onde foi aprender a jogar futebol), é o maior mico
destas terras. Com estrondoso alarido midiático na Província,
cuja imprensa amarga e mal enrustida não escondia a euforia (W.C.s
da vida e outros enroladores) o coirmão estreou e, vejam só,
na mesma hora se despediu (vexatoriamente) em Abu Dhabi. E todo frenesi
que programava uma festa ruidosa para dita final virou constrangimento.
Tinha até festivo local preparado para o 18/12, o dia que não
começou, o dia que não aconteceu conforme o roteiro. Com
direito a trio elétrico, sonorização (e parece que
somente neste mês de Janeiro estão se desfazendo das caixas
de som, com anúncios até litorâneos), centenas de
fogos de artifício (onde será que guardaram?), tudo alvirubramente
organizado e pronto. E, lógico, um clima de que contra os africanos
seria um jogo treino, quase um amistoso. Só esqueceram de avisar
os coadjuvantes que se revelaram determinados oponentes. Com seu humilde
time no estilo (Ka)banguzinho, não tomaram conhecimento do alardeado
favoritismo da equipe do Aterro e (com toda justiça) patrolaram
os vermelhinhos. Foi a legítima vingança da Canela
Preta. O leitor conhece bem o emblemático episódio,
narrado com detalhada fartura pelo talentoso e único Lupicínio
Rodrigues. Barrados pelo veto dos brancos azedos do clube rubro (que posa
de bastião da democracia racial desde os seus primórdios,
o que a história sem mistificações desmente com contundência),
negros e mulatos que haviam fundado e integravam o Riograndense foram
obrigados a seguir na chamada Liga da Canela Preta. Aproveitando a deixa
e recordando: o Grêmio, que tem lá seus pecados, lutou e
superou preconceitos. E, hoje público e notório, ao contrário
do que exaustivamente se repetiu ao longo de décadas, não
teve em Tesourinha o primeiro afro-descendente a vestir o manto tricolor
(foi, isto sim, o primeiro jogador negro de destaque na era profissional
do clube). É só ir ao sagrado, glorioso e bem documentado
Memorial Hermínio Bittencourt para se deparar com Antunes (1913/1916)
e outros tantos jogadores que antecederam uma figura que, mesmo consagrada
no rival, trouxe tanto simbolismo ao Grêmio. O mais importante,
sem dúvida, é que o tricolor amado nada esconde quando se
trata de analisar o início da sua trajetória (comum a esmagadora
maioria das agremiações no início do século
passado) que culminou no pujante clube de massas do qual todos nos orgulhamos.
Este assunto (discriminação, polêmicas que envolvem
a dupla), diga-se de passagem, já foi muitas vezes abordado neste
espaço. Mas, voltemos à saborosa fiasqueira nos Emirados
Árabes. O Mazembazo foi (e será para sempre lembrado), antes
de tudo, um inegável e contundente acerto de contas com este passado
que o tradicional adversário finge ignorar ou, simplesmente, prefere
apagar. E procurando não deixar vestígios: deletando registros
indignos no qual foi triste protagonista e contando a própria história
de acordo com as conveniências. Porém, um dia é inevitável:
o passado bate a porta e apresenta o recibo para quitação.
No caso específico, levado primeiro pelas mãos e pés
de Mulota Patou Kabangu, o habilidoso camisa 11 do desconhecido "Todo
Poderoso Mazembe".
Jorge
Bettiol
AS ESTRELAS DA CAMISA SETE (04/12/10) Quando, neste domingo, Manuel dos Santos firmar as travas das pesadas chuteiras de couro no glorioso e celestial gramado do Monumental da Azenha, será aplaudido efusivamente. Entrará surpreso e sorrindo, com a inconfundível simplicidade dos gênios, e seu olhar outrora tantas vezes parecendo perdido se fixará nas arquibancadas pulsando em azul, preto e branco. Responderá tímida e rapidamente aos inúmeros cumprimentos dos que, afoitamente, o cercarão e seguirá mirando a trepidante multidão gremista. Povo (sempre) confiante a espera do esquadrão tricolor. E quando São Victor, a muralha instransponível, adentrar a cancha conduzindo a equipe tricolor escoltada por dezenas de crianças exultantes, o Manuel que entrou para história do futebol respondendo por Mané Garrincha ficará boquiaberto, faceiro de ver tanto sentimento transbordando desde o coração da valorosa gente do Imortal. A felicidade do homem das pernas tortas e jogadas desconcertantes será ainda maior ao perceber, ao seu lado, fardado e mão estendida, o guri de Guaporé, o astronauta de chuteiras, o cara que largou o pão para oferecer o vinho e a glória a Nação Gremista. Nunca se viram e, ironicamente, há tanto tempo se conhecem. Ambos de origem humilde, cobrados, rotulados, amaldiçoados e desregradamente vencedores (para desespero dos críticos) nos seus respectivos clubes. Dois rebeldes que subverteram e inovaram dentro e fora das canchas, demarcando efetivamente um antes e um depois na linha do tempo que tudo divide e hoje, neste inusitado 05/12, agrega. Dois sujeitos que, seja com dribles imprevisíveis e anárquicos, ou imprevisíveis e clássicos (soberanamente objetivos: secos, curtos, quase matemáticos) emprestaram a bola do jogo os seus talentos e a levaram a caminho do gol. Fizeram história: com trajetórias carregadas de puro deboche, fina ironia. Que o digam os inúmeros e desmoralizados marcadores, fileiras de atordoados adversários que sucumbiram nas quatro linhas esparramando-se sobre marcas de cal. A charla segue amistosa, mas o árbitro faz um sinal de que é hora de começar a peleja. Pede a colaboração de todos que circulam pelo campo real e imaginário. Foi condescendente com o mítico encontro das camisas sete no círculo central, neste momento, totalmente envolto em nuvens. Afinal, o apitador sabe, a exemplo do leitor, que o sete, em qualquer circunstância, merece reverência. Pois sete são os dias da semana, da criação, da preferência divina. O Shabat é no sétimo dia. E sete são as maravilhas do mundo antigo, os mares, as colinas de Roma, as notas musicais, os sacramentos, as virtudes e os pecados capitais. Garrincha é sete. Portaluppi (precisa dizer ?) é sete. Loucura é sete, sem cura é sete. Vai ser dado o pontapé inicial, senhoras e senhores. O Olímpico canta, estremece. O estádio flutua. Renato, a estrela gremista, acena e Mané (admirado com tudo que envolve o Grêmio), a estrela solitária, se despede... com sete letras. Chegamos
ao final da temporada e, da mesma forma, ao jogo mais importante do ano:
Grêmio e Botafogo. Dia para (mais do que nunca) casa cheia e apoio
incondicional ao amado tricolor dos pampas. O que almejávamos obtivemos
passando por cima de Atlético Paranaense e Guarani. Por nossos
próprios méritos, após excepcional campanha neste
segundo turno da competição, chegamos ao derradeiro compromisso
dependendo única e exclusivamente das nossas próprias forças
para mantermos a quarta posição e nos habilitarmos à
desejada vaga a Libertadores. Portanto, antes de mais nada, é preciso
superar o alvinegro carioca, pontuando. Preferencialmente triunfando,
obtendo nova vitória e presenteando a fiel e valorosa massa tricolor
que (normal) estará fazendo a sua parte. Aos jogadores gremistas
o apelo e a exigência que mantenham o foco neste embate, não
considerando sequer por um instante os desdobramentos da final da Copa
de Suplentes Sul-Americana. Façamos a nossa parte, não desperdiçando
a oportunidade de chegar entre os primeiros. O que significa, vamos frisar,
não dar margem para vacilos: atuando de maneira determinada, sem
displicências. Total concentração e toda vontade !
Toda garra nesta decisão das decisões, o que impõem
enérgica atuação (pois do lado oponente vencer é
a única opção) da equipe tricolor, uma aguerrida
postura do primeiro ao último minuto. Acreditamos sempre.
Jorge
Bettiol
FURACÃO,
ACARAJÉS E MAJESTADES (19/11/10) Hoje, arestas aparadas após ruídos e chispas, parece que se encaminha o que todo povo gremista deseja: a renovação e a continuidade do competente trabalho do técnico Renato Portaluppi nas bandas da Azenha. A valorização pretendida é, evidentemente, merecida e será (alguém duvida ?) retribuída em todos os sentidos. Já está inclusive paga ao nos tirar de uma zona da degola que, não superada, nos jogaria nas dificuldades financeiras de uma segunda divisão. Renato, por si, se banca, se paga. É mais gente na cancha, é mais gremista colocando a mensalidade em dia, é garantia de novas e massivas adesões ao quadro social (desde que o clube adote procedimentos simples, algo que esta atual gestão não teve a capacidade de fazer), é a continuidade do extraordinário aumento na venda de produtos do clube, é atrativo para novos patrocinadores, é geração de mais receita. É, inclusive, a querida Nonna lá da Serra comprando o dobro da quantidade de pilhas (sempre aquelas: azul com preto, letras brancas, mesmo sendo mais caras do que “as amarelinhas” rejeitadas) que habitualmente adquiria para o seu veterano e companheiro rádio. Fica Portaluppi !!! Este espaço saúda o retorno, com todos os méritos, do valoroso Coritiba a divisão principal do futebol tupiniquim. Da mesma forma que, efusivamente, se congratula com o povo tricolor da Boa Terra pela volta triunfal do E.C. Bahia ao convívio dos grandes. É meu amigo, o “Baêa” dos acarajés, do povão, que tem uma das maiores torcidas do país e manda no Nordeste, voltou e ... esperamos que para ficar. O mesmo clube que, naquele inesquecível fevereiro de 1989 (guiados quem sabe por orixás, mais Evaristo de Macedo e Bobô) colocou os rivais da Padre Cacique pra dançar como bobos e comemorou com muita festa o título de campeão brasileiro de 1988 em pleno aterro. Congratulações, portanto, aos tricolores baianos e ao pessoal do Coxa. Bom regresso ! Nesta semana o ducker.com.br completou cinco anos de serviços prestados a Nação Gremista. Neste período, mesmo sendo levado à frente basicamente pelo esforço e dedicação do seu competente criador, atingiu a impressionante e respeitável marca dos seis milhões de acessos. Um marco extraordinário dadas às naturais dificuldades de se manter, de forma independente, atualizada e qualificada, uma cobertura permanente do que envolve o amado Grêmio e sua apaixonada torcida. Este site nasceu nas arquibancadas, se espalhou por todo Monumental, se espraiou pela Província, viajou pelo Continente, chegou a distâncias não imaginadas. Chegou, sobretudo, e isso é o que mais importa e valorizo, no peito, no coração da massa tricolor. Generosa, exemplar torcida que o adotou como um espaço privilegiado do sistemático registro da sua paixão. Os textos aqui postados, modesta e esporádica contribuição ao carro chefe de fotos e vídeos (muitas vezes materiais de vanguarda especialmente elaborados pelo Richard Ducker), procuram expressar este sentimento único que é ser gremista. Esta nossa vocação para superação permanente, acreditando sempre, mesmo diante das maiores adversidades. Aos que nos prestigiam com sua presença regular, concordando, discordando, sugerindo, criticando, fica postado um sincero agradecimento. Ao citado amigo, especialista das lentes, que recuando no calendário do tempo certa feita me convidou para integrar um dos flancos deste projeto, o meu reconhecimento particular e público. Longa e profícua vida a todos os sites gremistas. Dá-lhe Grêmio! Imortal Tricolor de tantas façanhas que servem de modelo a toda terra e que faz o Rio Grande cantar com amor. Jorge
Bettiol
"VAMOS LUTAR ATÉ O FIM" (29/10/10) A
frase enérgica, de quem não se entrega, embora abatido pelo
resultado, foi do comandante desta retomada do Grêmio no segundo
semestre. O desfecho, por justiça, deveria ser outro em solo carioca.
Sim, pois o pó de arroz pouco fez durante o confronto. Com desfalques,
mesmo bem conduzido pelo eficiente e ranzinza Muricy, criou pouco. O Grêmio
deu liberdades, mas minimamente encaixando acabou levando os locais para
o recuo. Outra vez perdemos chances generosas que poderiam mudar o desenrolar
e o desfecho deste 32º compromisso. Sem bom futebol, e na condição
de líder mal conseguindo levar 15.000 pessoas ao Engenhão,
o fato é que o time carioca soube aproveitar duas ocasiões
privilegiadas por falhas gremistas (notadamente na bobeira do segundo
tento). Entretanto, mais além das debilidades que apresentamos,
forçoso dedicar algumas linhas iradas ao árbitro. Este maldito
apito, senhores, é um instrumento cirúrgico contra o Grêmio.
Seguidamente faz o vil papel de bisturi e nos opera de maneira explícita,
sem constrangimentos. No RJ, mais uma arbitragem ordinária foi
conduzida pelo conhecido afanador Heber Roberto Lopes! Um sujeito com
inescrupuloso currículo e que se destaca por inúmeros erros
capitais contra clubes fora do eixo RJ-SP. Quinta-feira, todos viram a
penalidade mais miserável, escancarada, escandalosa, deste brasileirão.
E, mesmo na cara deste indivíduo, nas fuças deste elemento,
safadamente não foi marcada ! Jonas tomou uma cabeçada e
foi atropelado pelo desatinado Leandro Euzébio, num lance claro
como a luz do dia para assinalar um pênalti. Algo indiscutível,
sendo o próprio infrator passível de expulsão. Que
nada ... Jogada "normal" segundo o pulha. Encerrada a partida,
Jonas corretamente disparou: “não marcou porquê estava
1x0 e poderíamos virar, se estivesse 2x0 para o Fluminense ele
até marcava”. Na sequência, outra cretinice: em cinco
minutos distribuiu quatro cartões amarelos aos jogadores gremistas
,sendo três deles por reclamação. Um estrago em todos
os sentidos, exatamente no instante que dominávamos completamente
as ações e levávamos perigo à meta do Fluminense.
Até quando seremos prejudicados? Ok. Eventualmente algum apitador
erra e pode até prejudicar algum adversário do Imortal.
Contudo, isto é uma exceção. A regra é sermos
vitimados não por equívocos, mas por ações
deliberadas que nos surrupiam resultados e pontos. Cabe a direção
gremista tomar as devidas providências. Nas quatro linhas temos
que melhorar, não vacilar nesta reta decisiva. É verdade.
Porém, chega de sacanagem oriunda dos bastidores! Respeitem o Grêmio!
Por falar em gramado ... Ninguém pode ter mais ambição
e raça que o Grêmio nestas últimas seis rodadas da
temporada. A começar pelo embate que teremos contra o Goiás,
no Centro-Oeste, com a obrigação imediata de recomeçar
a pontuar. É perfeitamente possível ultrapassar os que ainda
estão na dianteira e ingressar no G3! São novas finais.
Acreditamos a morrer! Vamos Tricolor, queremos a Copa!!! Jorge
Bettiol
A PROVA DOS NOVE E OS MINEIROS (15/10/10) Restam exatamente nove rodadas neste campeonato. E, nos próximos três desafiadores compromissos, teremos literalmente a “prova dos nove”. Jogos decisivos, afirmativos, e que somando pontos multiplicarão nossa perspectiva de aproximação com a dianteira do certame. Os adversários são tradicionais, tem boas campanhas e encontram-se, momentaneamente, a nossa frente. Confrontos diretos, de valor dobrado, ou melhor: tudo ao cubo. O futebol tem seus ordenamentos, suas padronizações, seus esquemas táticos com múltiplas possibilidades. E os números, desta forma, assim passeiam: saltam das pranchetas indicando posicionamentos, disciplinando condutas em campo e desfilando sua conformação estampada nas camisas dos times. Mas, o nem um pouco cartesiano leitor sabe bem: o esporte bretão não se reduz a equações e limites matemáticos. Não é uma ciência exata, embora a mesma esteja inserida no seu contexto. O que envolve a esférica e seu rico universo é acima de tudo paixão, muita adrenalina e, quando se trata do amado Tricolor dos Pampas, puro e genuíno sentimento! A vibração e o comprometimento com as vitórias, aliados a compreensão da grandeza do Grêmio e sua rica história, têm levado esta equipe gremista à superação e aos triunfos. Tudo, logicamente, sob o comando firme e decidido do nosso carismático e competente técnico. Renato Portaluppi, o líder da brigada de socorristas tricolores (envolto numa cápsula do tempo) nos resgatou a superfície em menos de 70 dias, após termos sido soterrados pelo terremoto do descrédito na aridez desértica dos maus resultados. Os ameaçadores blocos de granito que tragam e aprisionam os grandes clubes nos subterrâneos da segunda divisão foram rompidos de pronto e jogadores antes extenuados pelo calor dos dias de pressão, isolamento e ar rarefeito, hoje respiram aliviados e voltaram a render. A coesão deste grupo gremista e de seu comando técnico nos fez sair das profundezas e nos faz mirar (com esperança) o topo. Algo escancarado na confiança que cada um tem em si e no todo que integram. Que assim permaneça este plantel: honrando nossas mais caras tradições e retribuindo com toda entrega e garra o apoio incondicional do inigualável torcedor tricolor. Neste passo a passo é que voltaremos a trilhar os caminhos por nós outrora desbravados (e percorridos com glória) neste continente americano (cuja desoladora paisagem dos últimos quatro anos nos mostra uma América quase irreconhecível). Precisa repetir, meu amigo, que acreditamos sempre? Vamos Tricolor! O primeiro oponente da desafiadora trinca, neste domingo, é a segunda força de Minas Gerais (embora o pessoal do América-MG vá se chatear e contestar esta afirmação) e ocupa o primeiro posto no presente Brasileirão. Eternamente comandados pelo espertalhão, politiqueiro profissional e dublê de dirigente Zezé Perrella (chefão da dinastia de mesmo nome) sob a deprimida batuta de Cuca e sua cara de choro, os celestes trarão novamente ao Monumental a bailarina lesionada (e provocadora) Wellington Paulista, o perigoso Gilberto e, inclusive Roger Flores (aliás, bem que poderia não vir e mandar no seu lugar a Deborah Secco). Um time bem organizado, não por acaso ponteiro, mas que haveremos de vencer em nossos domínios. O rival do sudeste é qualificado, tem credenciais muito superiores aos dois últimos adversários que tivemos. Porém, se apresentarmos a mesma determinação que desde o início amassou o Prudente (não dando sorte ao azar, jogando focado, encarando o lanterna como se nas primeiras posições estivesse), a mesma fibra e vontade que buscou um alentador empate diante do Vasco em São Januário, nada nos deterá. Especialmente com um Jonas artilheiro empilhando tentos, sendo destaque (e, concentrado nos objetivos, rechaçando a mídia amarga que insiste em querer pautar “transferência para o exterior” ao final de toda e qualquer partida) e, amém, estando melhor assessorado lá na dianteira. E o melhor de tudo: estaremos em casa, diante da nossa valorosa gente. Então ... aberta a temporada de caça a raposa! Dá-lhe Imortal!!! Por falar nesta prestimosa e fiel massa torcedora, a coluna registra sua decepção e inconformidade por não ser mantida a chamada “promoção” para aquisição dos ingressos neste final de semana. Quem vos escreve, quem lê, outros tantos que conhecemos: vamos igual, na boa e na ruim, do jeito que for. Agora, convenhamos: ao menos para o setor de arquibancada poderia, perfeitamente, ser garantido o preço de R$ 20,00 (o que, reiteramos, está muito bem pago) até o encerramento desta competição. Especialmente pelo torcedor ainda sem vínculo associativo e que, eventualmente, também não se enquadre nos casos de descontos regulares (estudantes, etc.). O Grêmio, de bom período, tem uma estúpida política de valores elevados para as catracas. Afasta torcedores do estádio e, de quebra, ainda onera diretamente a modalidade sócio torcedor. Uma burrice atroz que deixa mais espaço no cimento e menos recursos nos cofres do clube. Algo excludente, mais uma vez comprovado pela excelente afluência de público nas partidas onde vigoraram os descontos. Sem falar na conclusão óbvia: o caráter oportunista de tal medida por parte dos dirigentes que tem esta prerrogativa. Sim, pois se lembram de apelar e prestigiar a massa torcedora somente na necessidade, nos momentos de extrema dificuldade. Situações nas quais a presença numerosa da Nação Gremista (por seu vigor e força) se faz imperiosa para tudo reverter. Passado o sufoco, os Srs. dirigentes fazem o quê ? Viram as costas e vão cuidar de “assuntos estratégicos”, rir um pouco e, quem sabe, bebericar um bom whisky. Com a palavra “coragem” gravada no peito, as camisetas da “17ª Corrida Pela Vida” do Instituto do Câncer Infantil já estão a venda ao preço de R$ 15,00. Estão sendo comercializadas na sede da instituição (Rua Francisco Ferrer, 276) e também nos postos de inscrição para o evento (que vai rolar na manhã do clássico, em 24/10). Tudo o que for arrecadado, cada centavo, reverterá para o ICI-RS e a meninada assistida. Colabora aí, vivente! Jorge
Bettiol
O ASTRONAUTA DE CHUTEIRAS (02/10/10) A
Nonna é uma mulher de idade avançada e hábitos reservados.
Seus momentos de sublimação e contentamento ocorrem à
beira do fogão a lenha, nas missas semanais e no sagrado ritual
de colar o radinho de pilha ao ouvido driblando a surdez. A cada partida
do Grêmio escuta atentamente as jornadas: resmunga pelos carcamanos
do apito, xinga baixinho oponentes, diz “golo” nas celebrações
tricolores e, sobretudo, reza. Com a outra calejada mão aperta
fervorosamente o escapulário. Acomodada na antiga cadeira de balanço,
não deixa de mirar com louvor e sofreguidão a imagem: uma
Nossa Senhora do Caravaggio, envolta naturalmente num manto celeste. O
que, em absoluto, não impede de espichar um olhar ancião
(precedido de inevitável suspiro) para emoldurada foto do inesquecível
esquadrão Campeão Mundial de 1983. Indiferente diante dos
rivais (“imitatori”), tremendamente descrente quanto aos destinos
da humanidade e cética nas promessas de “progresso”
que políticos alardeiam vir com a Copa de 2014, a boa e velha italiana,
contudo, jamais perdeu a fé no amado tricolor. Nunca, por um segundo
sequer, deixou de acreditar neste clube mais do que centenário,
repleto de épicos momentos, episódios de aguerrida superação.
Aprendeu desde cedo que para o Grêmio o possível
se faz agora e o impossível... no momento seguinte, de preferência
nos acréscimos e levando silêncio e amargura aos adversários.
Quando soube que Renato Portaluppi, o astronauta de chuteiras que finalmente
a convenceu ser a Terra um planeta azul (pois, durante 14 anos não
acreditou no relato do pouso lunar divulgado pelos norte-americanos) estava
retornando a casa tricolor, sorriu discretamente. E tratou de, com lentidão,
levantar da cadeira de balanço, arrastando seus tamancos rumo à
cozinha. Mexeu seu "paiolo" com satisfação, caprichando
mais do que o costume no seu corriqueiro cuidado no preparo da imprescindível
polenta. Aquele almoço, antes da segunda quinzena de agosto, teve
um sabor especial. De lá para cá o tempero segue o mesmo,
só cresceu o entusiasmo pela retomada de vitórias. Nem os
tropeços anteriores no Monumental e cobranças a incomodaram
("ma che"...). A única coisa que a tirou do sério
foi o coro dos que duvidaram da capacidade do grande herói de Tóquio
ser, uma vez mais, decisivo para ajudar o nosso amado Grêmio. Significativo
desafio que, na condição de técnico, não titubeou
em aceitar. Aos tementes a vecchia signora continua dando de ombros, espremendo
os lábios e murmurando seu desagrado. Afinal, ela sempre confiou
e sempre confia no Tricolor. E jamais teve algum receio de que a imagem
do ídolo Portaluppi, sua condição de máximo
destaque, fosse maculada. Esta estatura maior não se alcança,
não se toca, não se mancha. É sagrada. A
Nonna sabe, assim como a multidão cuja esmagadora maioria nem era
nascida nos anos oitenta (ou simplesmente engrenava na infância)
e hoje propicia avalanches de autêntica crença gremista,
que nada, mas nada mais apaga esta história. E Renato, junto ao
Grêmio, seguirá vencendo. A
partida foi na "boa terra" (onde quem manda também é
outro tricolor que merece retornar o quanto antes para principal divisão
do futebol brasileiro) e teve a presença e o tradicional apoio
da organizada comunidade gremista que reside em Salvador e toda região.
Alento, vitória de goleada sobre o Vitória e ruidosa comemoração
no encerramento. Com escalação marcada pela hegemonia da
gurizada, improviso em algumas funções e por retornos de
jogadores pouco aproveitados, dominamos amplamente na primeira etapa.
Iniciativa, posse de bola, controle do adversário e uma pelota
faceira que sobrou para Maylson arrematar nos presenteou a vantagem. Na
volta do vestiário, mais modesta, a equipe aceitou a pressão
dos baianos. Esperou muito no seu campo, além de errar a saída
de bola oportunizando freqüentes contragolpes (especialmente pelo
flanco direito dos locais). Nos acréscimos, em dois lances fulminantes,
sacramentamos o placar e mais três valorosos pontos. É o
que importa. Grande triunfo! No meio da semana é o Prudente, no
Monumental. Confronto que, ao contrário do que a tabela indica,
pode exigir bastante. Portanto, total seriedade, foco e gana para seguir
vencendo e subindo na tabela. Vamos por mais, GRÊMIO! Jorge
Bettiol
OBRAS E PONTOS (24/09/10) A
expectativa era de triunfo. O jogo da última quarta-feira, contra
o eterno mais querido do apito, foi mais uma chance desperdiçada
pelo tricolor dos pampas para engrenar de vez, avançando decididamente
rumo a posições mais dignas na tabela de classificação.
Jogando aberto, dando amplos espaços para o adversário chegar,
principalmente pelos flancos, o tricolor escancarou novamente sua reiterada
fragilidade no meio campo e dificuldades defensivas cedendo a igualdade
por duas vezes (na derradeira delas, numa bobagem que deixou Victor no
mano a mano com o veterano sérvio). A velocidade dos cariocas em
sair do seu campo, trocar passes e trazer perigo foi facilitada por um
Grêmio que ao marcar seus tentos recuou demais. Dois gols feitos,
com o artilheiro Jonas servindo, marcando e também desperdiçando
uma tremenda e fatal oportunidade (justamente pelo notório protagonismo
do qual nunca se furta). Outras chances claras por Souza e André
Lima foram perdidas. No caso específico do avante um jogador que
segue devendo bastante para o povo gremista (até pela comparação
com o eficiente Borges). Depois da não desejada repetição
do vacilo doméstico, agora se impõem arrumar as malas na
direção das Minas Gerais e buscar novo triunfo, somando
três pontos na condição de visitante. Na função
de oponente, um clube amigo de longa data. Pela história, estrutura
e torcida que possui o Galo das Alterosas certamente não merece
constar na zona da degola deste brasileirão. Tampouco merecia seguir
agonizando sob o comando de um dos maiores enganadores com grife do futebol
brasileiro: o cada dia mais decadente Wanderley Luxemburgo. Porém,
a evidente ressalva: que a pronta recuperação dos mineiros
só inicie a partir da 26 ª rodada. Antes, que venha uma importante
vitória tricolor na chamada Arena do Jacaré. A cerimônia teve, além do acertado simbolismo pelo 20 de setembro, a intensidade propiciada pela enorme presença gremista. Muitos destes tricolores tomados pela euforia e, da mesma forma, impregnados por uma atmosfera de nostalgia antecipada. Sim, amigo leitor. A largada das obras da ansiada ARENA é mesmo o começo da despedida da querida morada que habitamos: o meu, o seu, o nosso Olímpico Monumental. A partida da Azenha para o Humaitá, rumo ao inevitável encontro com o futuro, começa carregada de esperança por vindouras e reluzentes jornadas. E traz consigo, inevitavelmente, um sentimento arraigado de emoção pelo sagrado gramado, abençoada cancha de tantas conquistas e glórias que fisicamente deixaremos. Mas, enfim. Cumpra-se a marcha do progresso e a deliberação dos que tiveram a prerrogativa das decisões após polêmicas e debates. Que ao final de tudo, siga ganhando o amado tricolor e sua digna gente. Houve um revolucionário dia em que, graças a um corajoso e visionário presidente chamado Saturnino Vanzelotti, o Grêmio sepultou oficialmente preconceitos, concomitante erguia e migrava para uma nova e promissora casa. E numa época em que dirigentes abnegados, que se doavam sem nada querer em troca (nem mesmo afagos em subterrâneas ou escancaradas vaidades) era uma regra, não uma exceção. Da baixada ao Olímpico e, agora, rumo a ARENA. Que seja moderna, vanguarda em todos os sentidos. Quem se opõem ? Porém, que não se configure numa arquitetura excludente a partir do seu gerenciamento. Não precisamos de “luxo”, da apologia da ostentação e nem de discursos de frases prontas que, logo adiante, sirvam de amparo eventual para elitizar acessos. O Grêmio é um clube de massas, uma potência meridional que não para de crescer mesmo nos períodos de tremenda dificuldade. Legião fiel e sempre conquistando novos adeptos. Instituição que congrega uma multiplicidade de indivíduos, pessoas de todas as classes sociais (embora tal obviedade, não raro, seja ignorada na hora de se estipular o preço de uma simples arquibancada e/ou de um plano de associação). Exatamente o que se viu na abertura do canteiro de obras. Exatamente o que esperamos encontrar dentro do novo estádio quando da sua abertura oficial e no decorrer de sua longa e profícua existência. Afinal, é por esta pluralidade e grandeza que somos a maior e melhor torcida do Sul do país. Não por um simples acaso. Não tem como não registrar. Mesmo tratando-se de algo rotineiro. Na acolhedora Floripa reiteradamente nos apresentamos como locais. Tamanha a força, inserção e presença da Nação Gremista na capital e em todo Estado de Santa Catarina. Outra festa exemplar, desta feita na Ressacada, que nos impulsionou para vitória. Show na arquibancada e goleada dentro das quatro linhas. Legítima domingueira e tudo na véspera de um dia pátrio para gauchada de todas as querências. Jorge
Bettiol
SEGUEM FESTEJANDO (15/09/10) Todas as noites ainda se reencontram e celebram. No velho e bom Salão Grau, restaurante de um Hotel que (de forma misteriosa e sobrenatural) permanece intacto na outrora Rua XV de Novembro (agora chamada de José Montaury), grudado onde hoje é à saída da Galeria Chaves. Saem tranquilamente de suas atividades laborais, oriundos do comércio efervescente da área central. Deslocam-se de outros conhecidos pontos: da sapataria, da alfaiataria e da abençoada “república” onde o açoriano Joaquim Ribeiro reside. Homem iluminado, um dos responsáveis por jamais termos usado vermelho em nossos nobres fardamentos. Acredite. Pois foi o açoriano Ribeiro, integrante da primeira e histórica diretoria do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense um dos que se insurgiu contra o atrevimento do paulista Cândido Dias. Aquele mesmo, o privilegiado dono da bola, parece até que bom sujeito. Mas que veio com a conversa mole de homenagear o Estado dele, agregando ao preto e ao branco a comprometedora cor rubra. Não deu outra: a sugestão foi rejeitada e o amigo do Sudeste afastou-se do grupo, demitiu-se da função de “guarda-esportes” (na ocasião, tarefa modesta: restrita a guardar justamente a emblemática esférica), não sem antes magnanimamente nos doar a bola com a qual seguimos fazendo história, despertando paixão e sentimento, arrastando e ganhando multidões. Mais de um século se passou e lá estão os fundadores, orgulhosos desta trajetória, verdadeiros arquitetos de um edificante destino construído por gerações e gerações de gremistas. Sim, pois a grandeza deste clube extraordinário (que tanto amamos) é a herança e o somatório de todos nós, dos que nos antecederam e também o acréscimo de outros milhares que virão. Nestes 107 corajosos anos de tantas alegrias, inerente sofrimento, imensa crença, fé na imortalidade, luta e superação, nos tornamos a potência e a referência que somos. Tendo uma imensa avalanche a nos impulsionar para um presente melhor e um futuro que se mira repleto de novas e emocionantes conquistas. O reencontro, pelas bandas da José Montaury, segue a pleno. Bebe-se cerveja e vinho, misturam-se sotaques de imigrantes (aos quais, no passar dos anos, se juntaram homens e mulheres de todas as etnias) e a felicidade segue estampada na face de cada um dos participantes. Não tem hora, dia, ano, década ou mesmo século para terminar. Ainda é inverno na capital dos pampas. A geada insiste em castigar os pagos, a chuva deu uma trégua e o minuano sopra cortante. O assovio do vento invade as sóbrias janelas do Hotel e se propaga no interior do Salão Grau. Entre palmas, vivas e brindes. Parabéns, GRÊMIO. Hoje,
só futebol. Afinal, promete ser uma noite trepidante respaldada
com o tradicional apoio da Nação Gremista. O time, sob o
comando de Renato Portaluppi, está se recuperando de forma empolgante.
No sábado, enfrentamos 12 adversários (um deles, trajado
mal disfarçadamente de árbitro) com 10 aguerridos jogadores.
Tendo um goleiro heróico mais uma vez se sobressaindo, desta feita
diante de um freguês de caderno do Imortal Tricolor. Após
o importante triunfo, é hora de enfrentar e superar o Palmeiras
comandado pelo estimado e igualmente ídolo gremista, o grande Luis
Felipe Scolari. Alguém duvida da ovação emocionada
que receberá ? Claro que não. Contudo, bom recordar que
o mesmo não está comparecendo para ser a vela do bolo e
que o Grêmio precisa encarar com toda concentração,
empenho e garra esta partida. A retomada do espírito que caracteriza
o clube e a matemática (onze pontos nos últimos quinze disputados)
nos apresenta boa expectativa e não por acaso Portaluppi fala (para
desconforto e deboche de parte dos amargos midiáticos de sempre)
em Libertadores. Que assim seja. Passo a passo, jogo a jogo e levando
o tricolor de volta ao topo, lugar que merece sempre ocupar. Jorge
Bettiol
BUSCAR O BEM DO GRÊMIO (10/09/2010) O
Grêmio estará renovando 50% do seu contestado Conselho Deliberativo
neste sábado. Momento importante que exige profunda reflexão,
consciência e atitude do associado tricolor. E, além disso,
impõem uma boa varredora na memória e o devido resgate de
acontecimentos mais recentes ou até mesmo mais distantes. Aliás,
eis uma premissa: compare os discursos e compromissos assumidos (alardeados
e/ou impressos) dos grupos políticos e figuras públicas
do clube com o que realmente foi realizado ao longo do tempo. Recorde
daquelas manifestações mais recatadas ou mesmo inflamadas,
não raro repletas de chavões e recheadas por infindáveis
promessas. Procure discernir dentre os postulantes quais tem efetivamente
compromisso com a instituição e quais os que se restringem
a buscar projeção pessoal, ganhos políticos, e sabe-se
lá que outros interesses. Compare o histórico de condutas
das lideranças das chapas, de seus principais nomes, dos que articulam
as composições. Sim, amigo leitor e eleitor, estabeleça
como critério referencial o discurso e a efetiva prática
dos nobres (e já conhecidos, experientes) candidatos e de seus
respectivos coletivos. O pleito está próximo e a tua responsabilidade
é muito grande ao delegar a outros gremistas a prerrogativa de
se tornarem o legislativo tricolor. Analise com atenção
e, soberanamente, decida entre as chapas concorrentes. Particularmente,
não tenho e nunca tive facção clubística,
embora entenda como natural e até mesmo salutar a constituição
de grupos. Fazendo uma necessária ressalva: desde que desprovidos
da repugnante lógica eleitoreira, aquela que se movimenta apenas
e somente na disputa do que é visto como aparato e tem nos consumido
em intermináveis rusgas fraticidas. De qualquer forma, obviamente,
tenho posição. E é nesta simples e fundamental condição
de eleitor que novamente (apesar do tremendo aborrecimento com os rumos
que tem tomado estas disputas) vou participar de um sufrágio, a
exemplo de centenas de outros gremistas. Numa votação podemos
errar, acertar, mas preferível ser por ação, jamais
por omissão. O que me dá alento é um fato novo neste
ainda incipiente processo para democratizar (efetivamente) o Tricolor:
gente que, mesmo sem ser conhecida do grande público e da massa
torcedora pede a oportunidade de contribuir mais decisivamente nos rumos
do nosso amado clube e rompe com uma polarização histórica.
Anônimos torcedores (assim como nós) que se dispõem
a dar sua colaboração, com ideias e trabalho, para que se
resgate e siga o Grêmio eternamente grande e forte. Gremistas que
pagam mensalidades, compram ingressos, compram produtos, trazem amigos
e familiares ao Monumental para apoiar em qualquer circunstância
e, hoje, estão pleiteando a chance de fazer ainda mais pelo tricolor.
São os que, indagados por terceiros sobre o que já fizeram,
responderam categoricamente: "nos dêem a chance de fazer".
Merecem. Tem todo o direito, pois o amado Grêmio tem que incorporar,
enraizar em suas instâncias de debate e deliberação,
a sua valorosa gente. Um Conselho Deliberativo, cada vez mais, com a cara,
o jeito e a emoção do inigualável torcedor gremista
é garantia de mais pujança. E um rasgo de esperança
desta instância se consolidar e funcionar (na sua totalidade) como
um canal profundamente representativo, transparente, atuante e digno da
confiança e respaldo (pelo voto) sistemático dos sócios
gremistas. Para finalizar: alguém dirá que bons nomes podem
ser encontrados nas três nominatas. Correto. Então, que cada
um vote de acordo com suas convicções, buscando única
e exclusivamente o bem do GRÊMIO. Eis o desafio. Jorge
Bettiol
ASSIMILEM ISTO: SOMOS O GRÊMIO! (30/07/10) No
domingo visitaremos, uma vez mais, a região banhada do Menino Deus.
Os adversários e a mídia oportunista, tradicionalmente amarga,
expressam uma euforia incontida. Comandados pelo agora alçado a
condição de ídolo, Celso Juarez Roth, os vizinhos
acumulam sucessos, avançam nos objetivos e passam por um notório
momento de estabilidade. E, normal, não perdem a chance: movidos
por um ressentimento dilacerante e centenário, tripudiam o clube
mais Copeiro da Província. Aonde se vai, se ouve e se vê
um brado de favoritismo rubro, arroubos de uma dita superioridade e sorrisos
irônicos. Tamanha empáfia que o clima de assanhamento na
Padre Cacique indica abertamente a escalação de um time
recheado de suplentes. Pode até ser, mesmo que nas derradeiras
horas (em mais uma macaquice estilo manobra diversionista) reforcem sua
representação. O fato é que, independente
destas circunstâncias, cabe ao nosso plantel a impositiva tarefa
de fazer os oponentes engolirem sua pífia arrogância. Os
que vestem a nossa camisa e carregam consigo o peso da trajetória
e laureada tradição do amado tricolor tem (mais do que nunca)
a obrigação de arrancar daquele inominável barral
um triunfo ! Retornar ao Monumental no início da noite de domingo
acompanhado de três necessários pontos é a meta que
deve ser alcançada, custe o que custar. Com atitude, superação,
compromisso coletivo/tático, toda atenção, e (fundamental)
ganas por vencer ! Não se admite menos do que uma vitória
e para tanto se impõem deixar tudo naquele lodo, jogando a vida,
com vibração, alma e coração azul, preto e
branco ! Nós sempre acreditamos. Os últimos dois confrontos seguem nos custando uma onerosa e desgastante parada na zona de rebaixamento da competição nacional. Verdade que na partida contra os cariocas (apoiada por quase 5.000 abnegados e fiéis torcedores), um dilúvio de proporções bíblicas impediu que a pelota rolasse minimamente no gramado em direção a meta vascaína (por coincidência um clube “anfíbio”, batizado no futebol e nas regatas). E aí não teve jeito: foi chutão, muitos lançamentos, ligação direta. Mas rolou também dividida, carrinhos duplos (jorrando água pelas laterais do encharcado campo), imposição e a sensação que as inúmeras e justas cobranças esboçaram um começo de reação num todo que seguia envolto na mais indignante apatia. Progresso, quem sabe ? Ficamos mesmo no empate e, na sequência, desperdiçamos uma grande oportunidade de quebrar tabu e escalpelar uma amedrontada raposa diante de sua amorfa e risível torcida. Usando variação de esquema, jogando com Maylson e Hugo de alas improvisados, relativa contenção na meia cancha e objetividade no comando de ataque neutralizamos os oponentes e seu técnico deprimido e chorão. Lamentavelmente nossa zaga, outra vez, apresentou-se desorganizada, perdida em tarefas elementares e óbvias (e isso esperamos que tenha sido corrigido durante a semana para este Grenada) e, lógico, comprometeu. Dois gols sofridos de bola parada, feitos por um jogador de estatura mediana são inadmissíveis. No último teve liberdade, inclusive, de se agachar para pateticamente escorar. Uma penalidade sonegada (mas que não pode ser defesa e justificativa pelo resultado final, como largamente foi utilizada pela comissão técnica e dirigentes) e uma indesculpável chance desperdiçada por um Douglas que foi lento, displicente (lance que decretaria o 3x1 e definiria o resultado), colaboraram para não desejada igualdade. Outros assuntos palpitantes do tricolor ficam para um próximo registro. Pois, agora, é véspera de mais um denso e desafiador Grenada e só isso importa. As cobranças a insossos dirigentes, a reivindicação por ações efetivas e mudanças já foi veementemente apresentada. A hora é de concentração total, de ter vontade, de apresentar pegada. Instante desta equipe (derradeira chance) que momentaneamente representa o Grêmio ser, de uma vez por todas e acima de tudo, o próprio Grêmio. Alguns jogadores do tricolor tem publicamente declarado que é “importante respeitar quem for escalado do lado de lá”, etc e tal. Ok. Este tipo de discurso é quase um clichê, faz parte do espetáculo. Mas que não esqueçam, sinceramente e antes de tudo, de respeitar a Nação Gremista. De retribuir a torcida que copara o aterro. De honrar a nossa assombrosa e invejada história de estrondo de gols, títulos e partidas memoráveis, pódios, pranto, riso, paixão, loucura e glória. Assimilem isto: somos o Grêmio!!! Vamos!!! Jorge
Bettiol
Grêmio sem eira, nem beira. Sai Meira! (19/07/10) O discurso é de “seguir trabalhando” e não baixar a cabeça. Ok. Mas a verdade é que, mesmo com a inegável dedicação de Silas ao trabalho, o desempenho da equipe decaiu de forma abismal e justo na ocasião em que se esperava um maior equilíbrio, organização e rendimento. O questionamento não é se há ou não trabalho. Mas sim dos fundamentos do que está sendo realizado há bastante tempo e uma análise objetiva, óbvia, a luz dos resultados. E, lamentavelmente, nosso técnico está resolutamente perdido, sem norte. Sem conseguir dar alguma explicação (pois justificativa não se pode aceitar) minimamente razoável sobre derrotas ridículas a exemplo da ocorrida no interior de São Paulo. Ao final deste jogo, saiu-se com esta ao ser indagado das razões de mais um tombo: “precisa (o técnico) assistir ao jogo para dar os detalhes da derrota”. É até compreensível, embora não digerível: o que falar quando o algoz é um adversário frágil, com um jogador a menos e num campo neutro? O que sustentar quando observando seu próprio plantel enxerga jogadores que (embora escalados) não se apresentam efetivamente nas quatro linhas, que caminham no gramado e parecem distantes, enquanto um Victor, um Adílson e mais dois ou três bufam, arrebentam os pulmões para honrar a camisa? O que externar quando sua voz de comando não encontra eco, nem a sua e nem a de um diretor de futebol que parece ter uma batata encravada na boca quando entoa o mesmo enfadonho e repetitivo discurso? Que comentários tecer perante a impotência do Grêmio em reagir, em superar, em vencer? Não era o instante em que deveríamos ter algum padrão, uma regularidade mínima consolidada? A paciência do torcedor se esgotou, até a do mais abnegado e convicto dos gremistas. Fartou dos seguidos escores de insucessos, da reação hierárquica restrita ao verbo (tímida demais, diga-se de passagem) e da prática conformista que emana das entranhas dirigentes no vestiário. Se ouviu que “num momento ruim até a confiança de um grupo se perde”. Ora, só nos planteis sem atletas com personalidade, sem um algo mais (alma, vergonha na cara) para isso ocorrer. É justo nas dificuldades que irrompem as lideranças, aquelas que invocam responsabilidades para literalmente matar no peito. Chamando a si o devido ônus do revés. E o Grêmio, ao longo da sua mais do que centenária existência, teve inúmeros atletas deste porte: com a nossa cara, o nosso jeito. O que se vê? Ninguém assumindo integralmente nada, um grupo sem unidade e que, no máximo, quase sussurrando, se dispõem a “dividir a culpa” pelo que ocorre no Tricolor. Indignante e inaceitável, pois quem representa o GRÊMIO (dentro e fora dos gramados) tem que brigar por pódios, por títulos, por Libertadores, por Mundial! Chega de frouxidão, basta de conversa fiada. Atitude já e, lógico, acompanhada por todos os câmbios que se fazem necessários! Vamos Tricolor!!! Foi um longo e futebolístico intervalo propiciado pela finada Copa do Mundo. Período apropriado para as necessárias correções, reformulações, recondicionamentos, dispensas e contratações. Afinal, o Tricolor já apresentava, além dos resultados absolutamente insatisfatórios, preocupantes sinais indicando desmobilização desde o início da campanha neste brasileirão. Na véspera do recesso, o leitor recorda, fracassamos no último compromisso diante dos alegres bambis. Saindo na frente (e tendo inclusive chances de matar a partida num jogo que foi franco, aberto até demais), acumulamos vacilos e propiciamos uma virada de três gols, tendo direito a uma penalidade desperdiçada por Rogério Ceni. A retomada dos jogos foi toda em caráter de amistosos. Começando pela fronteira, onde num clima úmido, festivo e tranquilo no cimento (porém com direito a uma boa peleja dentro da cancha), superamos o glorioso e hermano tricolor uruguayo. E com boa presença do gaudério povo gremista da região que se dispôs a enfrentar uma implacável intempérie que castigou Rivera e o Atílio Paiva. Encontro que propiciou fortalecer os laços entre os dois clubes (embora, lamentavelmente, a direção do Grêmio não tenha aproveitado para tentar viabilizar algum bom negócio com os vizinhos do Prata) e celebrar a boa, longa e histórica (com registros desde as Libertadores dos anos ´80) relação amistosa entre as torcidas. E deu a lógica: a folha salarial de inacreditáveis 4 milhões ( ou que esteja rondando isso) de reais superou uma aguerrida equipe do Nacional com três meses (em média) de salários atrasados. Depois rumamos a Floripa, cidade com extraordinário contingente de valorosos e fiéis gremistas. Torneio na Ressacada, localidade que foi alçada a condição de uma Meca, de uma Medina na visão obtusa e fundamentalista de nosso departamento de futebol. E nesse território sagrado para incorporarmos reforços que chegam sem força e sem fé alguma no manto tricolor, conseguimos uma hilariante última colocação. Vencendo única e exclusivamente a um desarticulado Vasco da Gama, que ironicamente levou a chamada “copa da hora”. E as horas seguiram passando meu amigo, os ponteiros dos relógios avançando sobre um Grêmio que apresentou jogadores (com fortunas salariais pagas em dia) insolentes nas suas declarações, desinteressados nas suas mais elementares tarefas, sem brios, sem profissionalismo (alguém foi punido?). Cobrados (principalmente externamente) foram ao Jaconi para correr atrás de um time da série “C” e, meno male, empatar na finaleira. Com um golaço do sempre eficiente Mário Fernandes que, exposto de forma desnecessária (seria melhor ver este mesmo gol em disputa de três pontos) e temerária durante toda esta parada mundialista, agravou sobremaneira sua situação. Tendo (justamente no momento de voltarmos ao certame competitivo) sido afastado para uma cirurgia no ombro. Se tudo der certo, retornará a tempo de ... disputar as oito últimas rodadas do brasileirão. Por este breve, ilustrativo e já conhecido resumo quem acompanha estas linhas conclui (sem esforço algum): uma condução estúpida e que (pela própria natureza da estupidez) insiste nos erros está nos levando para um brete, cuja ante-sala é a presente e incômoda zona do rebaixamento. Somos
gremistas. Acreditamos sempre, apoiamos até o fim e, mesmo depois
do mais traumático dos desfechos, seguimos alentando (a história
assim atesta). Não abandonamos o amado Tricolor, estamos nas boas
e principalmente nos maus momentos. Na quarta-feira a massa gremista vai
empurrar o time para vitória e, por certo, triunfaremos diante
da cruz de malta. E mesmo que o melhor ocorra, avançando na tabela
e afrouxando o nó da corda que roça no pescoço, urge
que ocorram mudanças. Ganhar dos vascaínos não pode
servir de alívio momentâneo para, logo em seguida, acumularmos
outros pífios tropeços. Não é caso de analgésico
e sim de cirurgia. E o bisturi, embora o presidente Duda Kroeff siga complacente
sem tomar uma atitude enérgica, deve cortar fundo justamente no
departamento de futebol. Seria melhor que o Sr. Luis Onofre Meira (que
parece intocável para ser sumariamente afastado) tivesse o bom
senso e a decência de pedir demissão (fica o nosso convicto
apelo, além de registrar o clamor público por sua saída)
e levar junto o comando técnico que também esbarra em escancarados
limites. Não basta a saída de Silas (repetimos: sujeito
trabalhador, de caráter, mas hoje tendendo a ser esmagado num verdadeiro
impasse), pois este preocupante todo reflete, evidentemente, as opções
diretivas. É mais do que necessário pensar no GRÊMIO
e só no GRÊMIO e isso serve tanto para os que participam
quanto para os que não participam desta gestão. Assim, não
teremos desculpas esfarrapadas (e também tristes omissões)
num discurso de “falta de nomes” para assumir os importantes
encargos do futebol gremista. Se o que de fato deve prevalecer são
os interesses da instituição (para nós, simples torcedores
de arquibancada, não há nenhuma dúvida), que assim
procedam todos os inúmeros e tradicionais grupos que se organizam
para disputas políticas e as ditas personalidades gremistas (algumas
“muito ocupadas”, mas sempre disponíveis para desfrutar
espaços na mídia). É hora de por a cara a tapa pelo
GRÊMIO. Em tempo: foi divulgado (isso o que foi possível acessar) o faturamento da FIFA com a Copa Africana: Blatter e Cia. levaram (sorridentes) para os Alpes Suíços a bagatela de 3,2 bilhões de dólares! Para Nelson Mandela e seus compatriotas ficou o legado da inegável simpatia da população local, milhares de vuvuzelas em liquidação, obras faraônicas sem serventia (literalmente “elefantes brancos”), a perpetuação do caos na saúde pública (cerca de 20% dos habitantes padecendo com a chaga da AIDS) e muitas, mas muitas dívidas para o país. Na Holanda, as negociatas e pressões da FIFA por ocasião da candidatura Laranja (em parceria com a Bélgica) para 2018 estão sofrendo várias denúncias. Exigências esdrúxulas e comerciais (que, convenhamos, servem apenas para rechear ainda mais os bolsos desta camarilha do futebol planetário) estão sendo vistas como afrontosas a soberania holandesa. Por aqui, tais imposições destes bandoleiros de Zurique são vistas como aceitáveis, mimos que já viraram política oficial, sendo que as barbaridades que ainda não foram “legalizadas” seguem a caminho por obra e graça da nossa ilustre classe (?) parlamentar e governamental. E por falar em ganhar dinheiro ... quanto será que faturou a CBF? Ou se tu preferir, vivente: em quanto será que aumentou o patrimônio do chefão e todo poderoso Ricardo Teixeira? Resposta que não temos, nem mesmo o alucinado e vidente polvo Paul poderia precisar. Antes mesmo de começar a disputa na Àfrica do Sul a CBF embolsou (na cara dura, vergonhosamente) o equivalente a quase 4 milhões de reais de dois miseráveis países do continente: Zimbabwe e Tanzânia. Mas esta arrecadação, lógico, foi só um trocado para pagar o café que a delegação iria consumir longe de casa e deve ter ajudado a engrossar um ranchinho para levar uns quilos a mais de arroz e feijão para dispensa do selecionado canarinho. Deve até ter nota fiscal. P.S. Bom mesmo foi o rancho da combativa e imortal Celeste (por aqui nascemos celestes): 150 kg da melhor erva-mate ! Combustível que turbinou uma extraordinária trajetória na Copa, ensejando uma calorosa e inesquecível recepção aos seus jogadores neste pequeno grande país que se chama Uruguay. A coluna é dedicada ao povo da banda Oriental. Jorge
Bettiol
O CONTUMAZ APEQUENAMENTO DE UM GIGANTE (gremiocopero.com - 02/07/10) O Grêmio foi goleado pelo rebaixado Coritiba, qual a novidade, Silas? As bonecas estavam desgastadas, parece. Seguimos. Amanhã a gestão Kroeff celebrará um ano da caída ante o Cruzeiro em pleno Olímpico. Amanhã a gestão Kroeff celebrará um ano da vergonhosa surra à cavalo proporcionada pela outrora nobre e respeitada Brigada Militar contra gremistas dentro do pátio do Olímpico. A lei em farda precisa atuar, mas para defender a LEI, senhores. Sou defensor de que a polícia MOA a pau o cidadão que for, se esse estiver descumprindo leis ou não acatar ordens legais, mas o que se viu e ouviu no Olímpico naquela noite não se aplica ao caso. Eram sócios, eram torcedores com INGRESSOS NA MÃO tentando tão somente exercer um direito assegurado. No entanto, serviram eles de sparring pra cavalo. O truculento 2 de julho de 2009 não será esquecido, assim como não será esquecido o atrapalhado manejo da situação Roth e a lamentável espera pelo desastrado Autuori, treinador que conseguiu a enorme façanha de vencer UM jogo longe do Monumental em todo o campeonato brasileiro e que só foi mantido no cargo para justificar tamanha espera. No final das contas o próprio loiro pediu o boné a cambio de alguns milhões de petro-dólares, abandonando assim o famigerado “projeto” que diziam eles todos, haver. Ahm entendo… O truculento 2 de julho de 2009 não será esquecido porque marcou o fim do que nem bem havia começado, escancarando a falta de critérios, falta de domínio de vestiário, falta de clareza nas idéias de futebol sobre como querem ver o Grêmio jogando, pois ignoram solenemente a consagrada escola tricolor de jogar futebol. O fiasco do atual técnico a frente do comando é um expemplo claro desse desapego à história. Que paralelo pode-se traçar entre Roth, Autuori e Silas? Que estilo de futebol une essas três figuras? NENHUM. E dessas três figuras sabem qual foi a de melhor desempenho a frente do comando? Rospide. O interino que deveria ter sido mantido, o interino que conhece a casa, o interino que arma como deve-se armar e que obteve resultados dignos do tamanho do clube. O momento dele passou? Naquela libertadores sim. Assim como teria sido a chance pra Portaluppi, o Santo. O homem que uniria verdadeiramente massa, jogadores e dirigentes em torno de um só objetivo. Mas não, também por ele faltou coragem. Milhões e milhões não compram tradição, nem amor à camiseta, no máximo, angariam tentativas que já sabemos frustradas. O truculento e triste 2 de julho de 2009 não será esquecido, sobretudo, porque de lá pra cá nada mudou. Souza, entre outros jogadores, nos prometeu – sem cumprir – a classificação pra Libertadores de 2010. O técnico que está, assim como todos outros depois do Mano Meneses, não serve. O estilo de jogo do Grêmio nem de longe faz sombra ao do Grêmio vencedor, combativo, comedor de carne vermelha. Há muito, mas muito tempo mesmo insisto e peço mais Grêmio ao Grêmio, temos como slogan que nosso gremismo é ortodoxo, pois apegado à tradição. Valorizo sem concessões a taça no armário, seja como for. O Grêmio não precisa jogar “bonito”, pra nós bonita é a glória, é a conquista, é o nosso futebol “feio” e aguerrido derrotando o deles. Foi assim, com sangue nos olhos, que nos elevamos a condição de gigantes. Jamais o toque toque, o tique tique, ou o blablabla do discurso derrotado do “vencedor moral”, dessa miséria indigente do que apregoa que perdemos jogando melhor. Isso não serve, pois isso não existe! Somos vencedores na bola, na garra, no suor, no sangue, na faixa que cruza nosso peito. Precisamos buscar na história o rumo perdido. Nas lições de Foguinho aplicadas em tantos times vencedores depois dele. Treinadores gaúchos, desconhecidos, torcedores. Sei que Felipão seria muito caro, mais caro que a sanidade permite mas, ao menos, foi tentado? Porque não recomeçar em 2011 com Marcelo Rospide? Queremos a vaga propiciada pelo título da Sulamericana. Queremos o tri da grande Copa. Queremos voltar aos títulos relevantes depois de dez anos de lamentável fila. Queremos, pra começo de conversa, ganhar fora de casa, não tomar 3 gols dentro dela em ida de mata-mata e conseguir voltar a segurar um mísero resultado. Pra começo de conversa! O dia 2 de julho de 2009 não será esquecido. Desperta, Grêmio Leonardo
Fleck
PRECISA IR MAIS ALÉM! (30/05/10) A realidade nos impõe o campeonato brasileiro. E urge engrenar. Aliás, é bom que este grupo que não conseguiu vencer o desafio da Copa do Brasil esteja plenamente ciente da obrigação imediata de seguir reagindo e ganhando nesta competição. Não tem mais atenuante ou desculpa para não iniciarmos a pontuar progressivamente, saindo das incômodas posições destas rodadas preliminares. A goleada sobre o Avaí serviu para novamente focar qual é o compromisso, qual é o objetivo do momento. O time se portou bem (verdade que praticamente sem resistência dos visitantes): com bom posicionamento, posse de bola, chegada rápida na frente (e Maylson marcando e dando assistências) e barbantes sacudidos ao natural. No Maracanã, frente ao mais querido do apito, deixamos de vencer fora de casa pela primeira vez nesta competição. Dois lances capitais, envolvendo Jonas e o citado Maylson , poderiam nos dar melhor desfecho. Mesmo valorizando o empate, é inegável que o Flamengo é um time fragilizado, cuja velocidade é talvez seu solitário e único trunfo. E o Grêmio não soube barrar as chegadas impetuosas da urubuzada, oferecendo verdadeiras avenidas pelos flancos. A facilidade com que avançaram denota o quanto seguimos pecando nas laterais e o quanto seguem falantes e inertes os que têm a prerrogativa de solucionar tal pendência. Antes, nem mesmo a oportunidade de um Palmeiras em profunda crise, descaracterizado e acuado por protestos dos seus torcedores, ensejou ao Grêmio retornar do Parque Antarctica com três pontos na bagagem. Acumulando erros, frouxo no meio campo e vazando na defesa, sem marcação e com erros primários (tendo jogadores beirando a displicência absoluta), o tricolor não conseguiu se organizar nas quatro linhas. Até empatou, mas não segurou e perdeu para um adversário que pouco futebol apresentou. A péssima arbitragem (uma penalidade não assinalada e um gol alviverde em impedimento) não exime a fraca atuação que culminou naquela derrota. O sinal de alerta foi acionado e, menos mal que na última quarta-feira, a sequência de insucessos foi quebrada. Que siga o tricolor dando respostas positivas a sua imensa e fiel massa torcedora. Nada de marasmo ou conformidade. Inadmissível que não se retome e se mantenha o espírito de combatividade, à necessária ambição pelos triunfos. No seguimento, receberemos o Galo no Monumental e para fechar este primeiro instante de brasileirão iremos a São Paulo enfrentar os alegres bambis liderados por Richarlyson, na sétima rodada. Vamos Grêmio, buscar novas vitórias ! Que fique registrado. Aquele menino ainda segue com as imagens e sons, ainda sente a transpiração e percebe o movimento trepidante das arquibancadas. Levado pelo pai, levado pela multidão, levado por aquelas façanhas que servem de modelo a toda terra, levado pelo Grêmio. Este clube copeiro que apaixona, que fiel a sua biografia não se dá por vencido, que não desiste da vitória, dos pódios. Querido e arrebatador Grêmio. No seu inesquecível encontro com o Monumental, o guri foi erguido em triunfo a cada gol marcado. Feliz, foi testemunha e entusiasmado partícipe de uma virada histórica. Aquilo que escutava, das jornadas épicas, raçudas e redentoras, assistiu de forma privilegiada: ao vivo e em três cores. O 4x3 do verdadeiro futebol (é o que acreditamos, que se danem os descrentes e os delicados) sobre a estética do (dito) espetáculo não será esquecido e, de antemão, está integrado na galeria das jornadas memoráveis protagonizadas pelo Imortal Tricolor. Quem acreditaria (não sendo gremista) que o 2x0 com vinte minutos de partida, somado ao drama de uma penalidade desperdiçada, seria revertido de forma avassaladora (quatro gols em 18 minutos), impactante, deixando atônitas e desoladas as bailarinas santistas ? Quem diria que, após deslizarem a primeira etapa com passos do “lago dos cisnes”, seriam obrigadas a dançar o “quebra nozes” na ponta das sapatilhas e no ritmo da sinfônica de Borges e Jonas ? É, meu amigo, aqui eles tremeram, desmoronaram, sucumbiram. Aqui quem manda é o Grêmio ! E não tem pra ninguém. No jogo da minúscula Vila Belmiro, cuja torcida de quadra de tênis não coloca pressão alguma (e vamos combinar: o São José de Porto Alegre tem um estádio melhor e uma torcida imensamente participativa na comparação), nos saímos muito bem no primeiro tempo de partida. Com iniciativa, bloqueando, pressionando e deixando as sardinhas bailarinas nervosas. Restando ao seu treinador de aquário (cuja orientação principal nos primeiros 45 minutos foi pedir, insistentemente, calma para suas comandadas) preocupação e aflição explícita diante da supremacia gremista. E Neymar ? Confirmado. O chorão passou o tempo todo se atirando na grama. O problema é que, já nesta largada do embate, apresentávamos um combativo Adílson extremamente sobrecarregado na marcação aos adversários. E Douglas dava sinais que teria uma jornada extremamente infeliz (mesmo não sendo sua característica a marcação): errando passes, frouxo nas poucas e tímidas divididas, falhando na bola parada. Hugo ainda tinha fôlego, mas estava a caminho de não se encontrar em campo. A igualdade no placar talvez não fosse para o intervalo se Borges, o matador de plantão, tivesse a felicidade de guardar dentro das redes aquele seu fulminante arremate. Ou, se o árbitro e seus assistentes tivessem vergonha na cara para marcar, no lance dentro da área onde aconteceu o puxão (camisa rasgada) a penalidade sobre Jonas, o goleador sempre a postos. Outra curiosidade deste ilícito cometido sobre o atacante gremista (sem sanção) é o seguinte: hoje em dia, especialmente em jogos decisivos, o amigo leitor sabe que tem uma infinidade de câmeras registrando os lances. Não passa nada, até espirro fica documentado. Mas, esta infração, este tiro livre direto, ninguém sabe, ninguém viu. O fato é que o empatezinho classificatório, o regulamento grudado nas axilas, durou pouco nos 45 finais: um galináceo que compõem a equipe praiana desferiu um chute certeiro, indefensável, talvez só mesmo evitável (no seu cruel destino) para os ácidos críticos midiáticos do arqueiro tricolor (cuja campanha é sistemática para vê-lo longe da Azenha). E aí o que indicava problemas sérios, infelizmente se confirmou. Silas afirmou, no retorno do vestiário, que se aguentássemos o ímpeto dançarino até os 15 do segundo a classificação estaria bem encaminhada. O gol deles foi cedo, e a equipe acusou o golpe da vantagem revertida. Houve desorganização e afobação gremista. Veio o segundo delas no contragolpe e, lógico, fomos para o tudo ou nada. Tudo pelo desconto com o Rafael Marques e o nada, nada de seguir adiante na Copa do Brasil, pelo escanteio pessimamente batido que originou o terceiro e definitivo tento das dançarinas e selou a nossa sorte. O placar final, após 180 minutos (independente de saldo qualificado), foi de 6x5 para merengada da baixada santista. Passaram, sim. Mas com os calções numa das mãos e o rolo de papel higiênico na outra. Encerrado o match foram para os microfones arrotar. O mais falante foi o moleque (no significado chulo desta palavra) que recentemente confessou raspar as sobrancelhas: pediu “respeito” a ele e suas colegas do Santos. Possivelmente o “respeito” com o qual faltou a uma guria de 18 anos que o acusou de estupro (uma das razões para estar afastado do M. City) e o fez conhecer as leis inglesas, além de ensejar o desembolso de uma fiança. Ou quem sabe o mesmo “respeito” que o motivou a liderar o boicote a uma instituição que abriga crianças e adultos com paralisia cerebral. Um sujeito assim é mesmo miserável. Tão abonadamente miserável que fez coro (ao lado das outras alvinegras praianas) ter buscado motivação para o segundo confronto junto a uma narração de rádio. Surgindo referências até mesmo para um vídeo elaborado e postado pelo gremista Marcos Herrera (a quem fica o elogio público pelo excelente material produzido), pois o seu contrato de trabalho, a fortuna de um milhão de reais mensais (entre tudo que arrecada) parece não ser suficiente para mobilizá-lo. Eis aí o expoente, a grande esperança do “futebol arte” e “compromissado” que embarca com o amargurado Dunga para África do Sul. Que seja, efetivamente, curta a estadia. Por falar em miseráveis ... Milton Neves. O conhecido pulha. Nenhuma novidade. Um elemento desprezível, aproveitador e, sabemos, notório mau caráter. Após um período de provocações mais esporádicas e brandas, aproveitou a recente derrocada gremista para disparar ataques grosseiros, de baixo nível (rasteiro como ele) contra o amado tricolor. Atacou a instituição Grêmio, sua gente e, inclusive o próprio Estado do RS, conforme atestam os registros da sua verborréia vociferante devidamente twittada. Excitado com a classificação obtida pelas dançarinas requebrantes, decidiu insultar a toda Nação Gremista. Provou, de novo, o quanto é irresponsável (pois conduz, mesmo com ridícula audiência, um programa em rede nacional) e que de jornalista não tem e nunca teve nada. Não por acaso é execrado junto aos profissionais sérios e até mesmo entre os que chafurdam na mesmíssima lama. Indivíduo largamente conhecido como aproveitador, afinal enriqueceu a custa das picaretagens no futebol. Além de antiético, gosta de posar de valente. Embora se utilize de uma distância regulamentar para denegrir em segurança. E quando circula pela Província, não anda sozinho. Pois solitário, sua valentia se recusa a lhe fazer companhia. O Grêmio deveria declarar este elemento "persona non grata" no estádio Olímpico Monumental. Até por uma questão de asseio. Por favor. Não é querer menosprezar o Avaí e sua torcida. Mas, definitivamente, o clube catarinense não pode servir de parâmetro e de matriz permanente dos reforços gremistas. Silas certamente não é empresário e muito menos leva alguma vantagem econômica nisso (seria uma leviandade tal assertiva), o critério (?) tem sido trazer “jogadores de confiança”, com quem trabalhou na sua incipiente carreira. O que, já dissemos aqui, está transformando o plantel numa verdadeira República da Ressacada. Está ficando chato e, pior, sem retorno. Eventualmente se pode acertar com algum destes ? Evidente que sim, porém a maioria dos que já estão por aqui nada ou muito pouco acrescentou. Será que a direção do Grêmio, o comando de futebol, não consegue se mexer e vislumbrar outras alternativas ? Qual a dificuldade (por exemplo) de enxergar, mapear o mercado do Prata, onde bons e não tão onerosos jogadores (com as características e funções que demandamos) certamente estariam ávidos por atuar nestas bandas ? O período de buscas, fazer propostas e negociações é agora, com este longo recesso que se avizinha. E vai exigir muito mais trabalho do que seguir simplesmente contratando o que está indicado e disponível por Florianópolis e adjacências. O Grêmio é de um tamanho infinito, merece e precisa ir mais além. Forza Grêmio!!! Jorge
Bettiol
PEDALAR O PEIXE! (12/05/10) O Fluminense não tinha ilusões e sabia do gigantesco obstáculo que seria superar o Grêmio em Porto Alegre. Desembarcaram conscientes que, por aqui, não teriam facilidades e uma derrota honrosa seria um bom prêmio para ser acondicionado nas bagagens de volta. Pois não teve erro e a supremacia sulista, nos 180 minutos, acabou honestamente reconhecida pelo pessoal das Laranjeiras. Fato que o primeiro gol custou, foi demorado, pois o Muricy Ramalho na mesma proporção que abomina setores da mídia (no que tem nosso apreço) tem uma obsessão (mais que) doentia em querer nos complicar a vida. Quem sabe até para um dia vir trabalhar por estes lados. Bueno, foi preciso literalmente chamar o Hugo (após uma jogada magistral de Neuton que desequilibrou pelo lado esquerdo) e sua canhota demolidora para estufar os cordéis cariocas. Na sequência cruzamento de Rochenback, escorada do garoto Neuton (de novo citado nesse texto, êta carinha que vai fazer falta nessa semifinal) e Jonas concluindo para alegria dos mais de 25.000 que compareceram ainda com a ressaca da conquista do título regional. Silas disse que pretendia classificar sem perder e competentemente cumpriu com a promessa. Classificação que nos coloca frente a frente com as sardinhas bailarinas da baixada santista, cantadas em prosa e verso pela imprensa do eixo RJ-SP. Entre uma campanha publicitária e outra, deslizam faceiras com suas sapatilhas pelos gramados do país para delírio dos amantes do “futebol arte”. Saúda-se, inclusive, a dita “molecagem”. Algo que não tem ficado restrito as quatro linhas do campo, vide o desrespeito sistemático aos adversários, um vergonhoso boicote a uma instituição de caridade (depois amenizado por uma boa jogada de marketing) e a pose de imbatíveis que gostam de apresentar. Contudo, é de praxe, o Santos enfia a sua marejada arrogância pela própria boca quando nos visita. Por aqui, encontram oponentes que primeiro calçam chuteiras. Cultuam a marcação forte, implacável, a dividida, o carrinho como expediente legítimo para barrar os incautos. Que o Grêmio seja, portanto, acima de tudo o próprio Grêmio ao receber o virtuosismo da baixada paulista: não deixando os amerengados de firulas com a pelota e mostrando, desde a largada, quem manda nestes pagos ! E que não se deixe seduzir pelo canto de sereia dos amargos midiáticos locais proponentes de um Grêmio comportado e fidalgo, jogando romanticamente e despreocupado com as principais peças da engrenagem santista. Cuidar meticulosamente, não dar espaços e, com posse de bola, partir para cima com o poder ofensivo que também possuímos ! Pois aqui, quem pedala (sem ginga, mas derrubando) é o tricolor ! Vamos Grêmio, pedalar o peixe !!! Grêmio versus Santos não pode ser resumido simplesmente a uma “final antecipada” (e não podemos esquecer os goianos e baianos que seguem nesta parada) desta competição. É muito mais: trata-se de uma oposição perfeita entre duas escolas, duas culturas bem distintas de futebol. Palavras que servem mais a um que a outro, ou (na maioria das vezes) exclusivamente, os caracterizam. De nossa parte: coletivo, superação, imposição, coração, garra e disciplina num embate com a individualidade, a celebridade, o talento, habilidade e improviso. É Pelé com sua coroa de um lado e, na outra vertente, o culto aos plebeus, a redentora loucura e genialidade dos Maradonas e Portaluppis. É uma acanhada Vila Belmiro de lá, diante de um Monumental que ruge e trepida do lado de cá. É “a cara do futebol brasileiro” diante da careta cisplatina, rosto lanhado pelas batalhas do Prata. É bandeirante contra farrapo. É Cirque du Soleil versus domingueira de CTG. É “encantamento e magia” (leia-se frescura) contra o bom, velho e eficiente pragmatismo, é o Grêmio contra tudo e contra todos. E nós, nem precisava registrar prezado leitor (mas, nunca é demais dizer), sempre acreditando ! E o Grêmio saiu campeão, lógico que vamos citar. Com todos os méritos e fazendo justiça ao interesse, empenho e campanha, durante todo Gauchão. Retomar a hegemonia na Província tem muitos desdobramentos e significados. O jogo não foi à melhor apresentação do tricolor, muito pelo contrário. Displicente e espectador da movimentação e do ímpeto rubro (que acabou não levando força máxima, reconhecendo de antemão nosso favoristismo e que não ganhariam de jeito nenhum o caneco), o mais copeiro deixou um ar de preocupação pairando sobre a massa gremista ao término da primeira etapa. Verdade que, após o gol achado, os visitantes tiveram mais assanhamento que situações criadas e o Grêmio, quando chegou, foi afobado, mal nas conclusões. Na segunda etapa, outra conversa de vestiário recheada de cobranças e orientações corrigiu parcialmente às insuficiências. Não o necessário para um empate, ou mesmo uma virada (que seria um grande e merecido presente ao torcedor, além do título), porém o bastante para garantir o pódio. Rodrigo mandando na zaga, Adílson travando, interceptando no meio campo e um aguerrido Hugo combatendo e levando a pelota com perigo para o lado oposto, comandaram a reação e às ações. No final, quem sabe enciumado com a atenção excessiva do zagueiro Bolívar (aquele no qual cola o rostinho em poltrona de aviões) aos atacantes gremistas (que literalmente não jogam no mesmo time dos adversários), Taison agrediu o artilheiro Jonas. Mais tarde,via mídia, se desculpou com o avante tricolor. E ficamos por aqui, pois depois o que rolou foi regozijo pelo campeonato conquistado ! Com direito a caixão alvirrubro, bumbo emprestado, cantoria, meia volta olímpica (pois na euforia, os jogadores do Grêmio esqueceram de completar a volta toda) e um estádio inteiro celebrando ! E teve o Neuton, meu amigo. Guri raçudo, de fibra, simbolizando toda identificação do povo tricolor com a sua amada terra. Aliás, quem canta o Hino Farroupilha mesmo (a toda hora, não precisando ser obrigado por lei) com autoridade e raiz somos nós, a despeito do mal estar que possa causar (e causa) na amargura midiática, na tremenda ciumeira que gera no entorno. Bom, retornando: coube ao nosso bravo lateral-esquerdo, por livre manifestação, empunhar e desfilar orgulhoso (defronte a melhor e maior torcida do Sul), a bandeira tricolor do Rio Grande ! E que coisa buenacha (vamos combinar) deixar o centenário rival na rabeira e, de quebra, na condição de assistente privilegiado da festança alheia. E que fandango (macanudo barbaridade), tomou conta do Monumental, da capital dos gaúchos e de toda Província de São Pedro ! Parabéns a todos nós, parabéns as arquibancadas, parabéns ao clube mais gaudério, parabéns ao amado tricolor dos pampas ! A expectativa é de casa cheia na partida de quarta-feira. O fiel e valoroso torcedor gremista, acostumado a enfrentar adversidades climáticas, ingressos caros (estupidamente majorados: uma arquibancada custando R$ 50,00), cambistas e o aval do término da novela global para início dos confrontos do meio de semana, vai abarrotar de emoção e fazer trepidar novamente o seu estádio, o glorioso Monumental ! No Grenada, excetuando-se algumas poucas miseráveis almas da vizinhança que pagaram entradas para assistir ao vivo (e em três cores) o que é uma torcida de vanguarda festejando, foram quase 45.000 gremistas presentes ! Agora, aguarda-se um público igual ou superior para iniciar o assado de tainha que nos conduzirá para almejada final da Copa do Brasil. A movimentação é intensa na região metropolitana, destacando-se igualmente a grande mobilização da extraordinária galera do interior. Portanto, fica desde já o alerta para que a direção gremista trate condignamente a enorme Nação Tricolor e receba de maneira decente, organizada, esta multidão de entusiasmo que vai copar as bandas da Azenha ! Nenhum sócio do clube, nenhum torcedor com ingresso pode ficar de fora (pois espaço é o que não falta no grandioso Olímpico) e a responsabilidade em bem acolher é dos que administram, é dos dirigentes. Episódios lamentáveis e vexatórios como os que ocorreram na Copa Libertadores de 2009, contra o Cruzeiro, são inadmissíveis e não podem se repetir. A torcida gremista vai estar na sua cancha, no seu território, e não deve haver nada mais importante para o Grêmio do que a sua gente. Valorosa, diga-se de passagem, distinta gente que não raro paga com dificuldades uma mensalidade e/ou compra um ingresso para estar firme ao lado do tricolor. Gente que, sabemos bem, já faz muito tempo que vem apoiar. Que diz de coração que seguirá alentando para o Grêmio sair campeão. E é por esta massa Grêmio querido que, de qualquer maneira, nós temos que ganhar !!! Em tempo: Dunga nos fez um grande favor com suas escolhas tacanhas. Ao levar os seus três goleiros (que somados não valem sequer meio Victor) para África do Sul, ouviu nosso clamor e deu ao Grêmio a oportunidade de contar com seu diferenciado arqueiro em todos os jogos decisivos que se aproximam. A coluna manifesta o seu muito obrigado ao técnico “canarinho” (excelente motivador em comerciais de cerveja), e deseja (com o perdão do estimado Paulo Paixão), unicamente, uma boa viagem e uma breve estadia no continente africano. E dá-lhe Victor, tua hora vai chegar ! Vamos celeste ! No domingo (16/05), o compromisso pela manhã é o da solidariedade: vai acontecer mais uma edição da tradicional corrida para vencer o Diabetes promovida pelo ICD. Doença que castiga a criançada em grandes e devastadoras proporções. No último clássico já rolou a divulgação na pista atlética do Olímpico convocando a gremistada. Para quem não lembra: a largada será às 10h no Parcão. Á tarde receberemos o Corinthians e o Mano Menezes pela segunda rodada do brasileirão (onde largamos com o empatezinho em Goiânia, num Serra Dourada tomado pelo costumeiro apoio tricolor) e rumo a primeira vitória na competição. Jorge
Bettiol
Mobilização, bravura e atitude ! (30/04/10) Foi uma vitória acachapante no Grenada, incontestável. Uma superioridade indiscutível, resultado de uma equipe que soube se impor e desejou ganhar (atendendo nossos anseios), honrando as mais caras e gloriosas tradições gremistas. Na visita ao lodaçal da Padre Cacique, o placar só não foi mais elástico por detalhes nas conclusões. Ainda na primeira etapa, por um capricho medido a centímetros no arremate de Borges e, logo em seguida, pela opção de Jonas em não concluir diretamente e cortando para dentro (fazendo dois adversários desconcertados deslizarem quase de encontro a placas de publicidade) antes de chutar. Victor praticamente não foi exigido. Quando necessário, surgiu com brilhantismo e a segurança tradicional. Verdade que, num raro momento de afobação, errou o tempo de saída para alcançar a bola numa cobrança de escanteio. O resultado foi um bate-rebate sendo a esférica salva na linha (e, ao menos aqui, Edílson justificou o bom salário), e uma mísera situação de gol computada para o rival. Obviamente nada que sustente uma pretensa supremacia dos locais ou até mesmo equilíbrio nas ações (como tentou alardear parte da risível, isenta e amargurada imprensa esportiva do RS) nos 45 iniciais. Mandamos desde o trilar do apito que inaugurou o confronto: com vontade, iniciativa, posse de bola, chegada, boa marcação. Algo que se confirmou perfeitamente na segunda etapa com dois cabeceios fulminantes (xerife Rodrigo e o matador, que nunca deixa de se redimir, Borges) que estufaram os cordéis do veterano, decadente e jubilado arqueiro local. E saiu barato, repetimos. Pois criamos outras situações que foram desperdiçadas, sem falar no travessão amigo que insistiu em salvar os oponentes de um histórico vexame. Tivemos uma atuação coletiva convincente, mais do que individualidades se sobressaindo. Porém, citaremos para representar o esforço e dedicação de todo plantel um surpreendente e valente Neuton. Acrescentando uma justa menção a um Hugo ligado, participativo, a um Adílson que com espírito guerreiro teve estupenda participação quando ingressou no banhado. Outros tantos poderiam ser listados, tamanho o positivo nivelamento no espírito de entrega e comprometimento da equipe. No seu conjunto, no seu todo, o Grêmio teve organização e pegada, foi inegavelmente merecedor do triunfo. Uma vitória tão desejada e incentivada, quanto festejada por seu exemplar torcedor. O troféu já se mira, senhores, mas ainda haverá nova batalha para que se possa tocá-lo e erguê-lo diante da massa, da multidão gremista (ingressos esgotados, bom lembrar) que vai ocupar o Monumental neste domingo. É preciso entrar em campo como se não houvesse nenhuma vantagem pelo primeiro resultado obtido na parte sistematicamente alagada do Menino Deus. Pelo contrário: devemos pisar no sagrado, solo do trepidante Olímpico, como se tivéssemos que reverter à pior das adversidades ! Dando a vida, rangendo os dentes, levantando grama e passando por cima de toda e qualquer figura trajada nas cores daquela fruta da família das rosáceas ! Não se pode dar margem para nenhuma pretensão dos arrogantes e mal dissimulados (que, a exemplo do primeiro clássico, farão uma cortina de fumaça antes de ingressar com força máxima) vizinhos. Exigimos dez, cem, mil vezes mais empenho dos nossos jogadores. Que se despreze, inclusive, os recentes resultados paralelos (nossa imposição e sucesso no Maracanã e a cacetada e choradeira de Florêncio Solas), pois o principal confronto da aldeia se desenvolve e se define numa dimensão totalmente particular, absolutamente restrita. Confiança sim, euforia não e muito trabalho, resoluta dedicação nesta decisão. Queremos ostentar este título, pois ao longo desta competição tivemos todos os méritos e nossa briosa Nação Gremista é igualmente digna e merecedora da faixa no peito e da alegria de exibir esta conquista. A maior e melhor torcida dos pagos, nem é preciso dizer, vai entrar em campo e jogar junto ! Joguem conosco, ganhem novamente, por mais uma glória. Por esta camisa, por este povo que tem o azul, o preto e o branco dentro do peito, e por esta emoção que só o Grêmio é capaz de gerar ! Vamos tricolor ! Não podemos deixar de registrar. Em mais uma passagem pelo aterro a torcida que alenta e cala os adversários teve que suportar e passar por inúmeras dificuldades para levar seu apoio ao mais Copeiro. Claro que tem a diversão, do tipo ver do outro lado um regionalismo que sabemos não enraizado, por isso mesmo tardio e amorfo. Mas, retornando ao registro: dos acessos até as pífias localidades destinadas aos tricolores, o estádio (?) do coirmão é mesmo uma vergonha. Carcomido, esfarelado, com rachaduras, apodrecido pelo desleixo e pelas intempéries. O que dizer da saída ? O que falar do alagamento tomando maiores proporções e invadindo o cercado de tapumes, aumentando o barral característico, a imundície, e logo no caminho do triunfante povo gremista ? É meu amigo, estas são as dependências do “complexo do aterro” padrão FIFA. E a tradicional “cobertura”, héin ? É outro destaque sensacional (veja fotos neste site) no citado padrão Joseph Blatter ! Bueno, o que importa é que saímos encharcados, mas com a nossa alma lavada. E com a alma lavada pelo banho de bola, por mais um banho de torcida propiciado aos locais. Retiramos-nos (e até pedimos para que os assistentes do coirmão não se fossem, não entendemos a pressa ...) com felicidade, rouquidão e a certeza de que voltaremos e, lógico, nada terá mudado. Ok. Sem problema, afinal somos gremistas. E o certo, bem certinho prezado leitor, é que nós estaremos com o Grêmio onde o Grêmio estiver. E para o que der e vier. Ah, estava esquecendo, apenas uma sugestão: tratem de, por honestidade, escrever “bem-vindo ao lodo” e não “bem vindo ao inferno” nas faixas. Pois o inferno é só a primeira parte da “Divina Comédia” de Dante que, todos sabem, acabou bem, acabou no paraíso (com mais uma vitória do Grêmio). Na Copa do Brasil encaminhamos, muito bem, a classificação. Temos tudo para seguir em frente e chegar à semifinal. Foi à terceira partida fora de casa, a segunda vitória robusta e consecutiva. Num embate onde disputamos metade da peleja com um jogador a menos, não ficamos acuados, não recuamos e na eficiente parceria de Borges e Jonas, mais os gols de Douglas (feitos em homenagem ao dublê de comentarista Nando Gross, o que gostaria muito de ver o Fred no Olímpico “como uma atração a mais, uma pena esta ausência”...), viramos, ampliamos e seguramos o marcador. A turma das Laranjeiras e seu estreante (porém experiente) técnico sentiram a força desta equipe que não se intimidou com o Maracanã, com o primeiro gol sofrido em jogada de impedimento, com a injusta expulsão, com a mãozinha amiga no segundo gol dos cariocas e assim por diante. Aliás: mais uma arbitragem cretina e que mereceu do hipócrita “comentarista de arbitragem” da rádio gaúcha severas reprimendas por não ter marcado um suposto pênalti para o Fluminense e não haver expulsado Edílson pela mesma jogada. Assim como este mesmo desprezível sujeito considerou que a antecipação do zagueiro Rodrigo, sem violência, no meio do campo, seria caso de um segundo amarelo e portanto corretíssima a expulsão. Em contrapartida, na análise do desempenho do argentino criminoso e reclamão que levou um modesto cartão amarelo (do fraco Gaciba) no Grenada, adivinhem se a postura não foi de complacência ? Neste jogo no Rio de Janeiro (onde a gremistada de fé, em grande número, deu outra aula gratuita de como torcer), o repórter Sérgio Guimarães viu e alertou uma irregularidade inclusive no segundo gol dos locais. Foi quase atropelado pelo referido, o do “cursinho de arbitragem”, que nada enxergou. Sendo sua avaliação final sobre o apito desprovida de qualquer crítica a este lance ! Estas safadezas são repetitivas e nojentas. Que turminha boa essa da amargura midiática ... A pedidos. E abrindo uma exceção pela repetição, encerraremos este texto com o mesmo fecho da coluna anterior. Por serem circunstâncias idênticas, desafios imediatos e definidores. Pela necessidade de mantermos a mobilização, bravura, e atitude. E por, sobretudo, mantermos esta crença inabalável no Imortal, querido e mais do que centenário, Tricolor. Não há sentimento tão distinto como o nosso, tão fustigante aos adversários, tão arrebatador. “Nós, os gremistas, seres cuja racionalidade está irmanada e impregnada com o peso, o significado e a mística desta camisa envolta em uma história gloriosa, sempre acreditamos! Reiteradamente, teimosamente acreditamos nesta infinita capacidade de jogarmos juntos, de empurrarmos de forma trepidante (com alma, plenos pulmões e coração) o tricolor para superar toda e qualquer adversidade, todo e qualquer obstáculo dito intransponível. Uma avalanche de emoção e convicção pelo Grêmio que derruba e leva consigo todo ceticismo, toda corneta de plantão, toda amargura midiática que nos cerca, toda falta de brios que seguidamente transparece nos que deveriam nos representar com identidade e firmeza. A propósito: aos dirigentes, atletas e comissão técnica o convite sistemático aliado à imposição de compartilhar e viver, desde os gabinetes até a cancha, este sentimento único das arquibancadas. E por sermos o Grêmio senhores, nos tornamos, a cada jornada, mais distintos. Nem melhores e nem piores, apenas tricolores dos pampas e declaradamente, orgulhosamente, imortais para despeito dos nossos múltiplos adversários. Vamos Grêmio, tu és copeiro e temos que ganhar” !!! Jorge
Bettiol
DESAFIOS, IDENTIDADE E FIRMEZA - 20/04/10 A chance de liquidar de vez com o Gauchão arrebatando o segundo turno, foi deixada precocemente. Naquela fatídica noite de contemplação e ineficácia contra a esforçada equipe do Pelotas no Monumental. Numa jornada de pouca inspiração, o Grêmio deixou de lado parte de seus avanços e transformou sua necessária confiança na temida e algoz euforia. Antes do embate teve justa (talvez não oportuna) homenagem na pista atlética aos cem jogos de Jonas que, por acaso, ficou sem marcar. Victor, antes e ao adentrar em campo, foi literalmente bombardeado por um festival de perguntas cretinas visando escancaradamente desconcentrar o querido arqueiro. “O que é melhor para o seu futuro e o da sua família: receber em euros ou reais ?”, indagaram (inclusive repetindo este questionamento na coletiva final) expoentes da reportagem ética e isenta (Rech, Boaz, José Alberto Andrade e outras sumidades) que desfilam pelos gramados do RS. Os mesmos que, na sua maioria, não escondem o desejo frenético de ver o melhor goleiro sul-americano (e um dos grandes do mundo) bem longe da Azenha e da idolatria da massa gremista. De preferência negociado por algum valor aviltante, por eles saudado como o “negócio possível e necessário”. Além disso, vínhamos de um bom resultado sobre o Juventude que mesmo combalido resolveu dar trabalho, enquanto o tradicional rival agonizava na aldeia. Reinava um clima naturalmente festivo. Ambiente que, logo em seguida, se revelaria comprometedor. Após o gol marcado, o tricolor teve profunda displicência, duas penalidades contra si e uma favorável sonegada pela fraca arbitragem. Não merecendo, portanto, desfecho melhor. A derrota fez soar o alarme do quanto é imprescindível manter o foco, a mobilização permanente e ter, sobretudo, atenção e atitude a todo instante. O encaminhamento destes dois clássicos nos conduz para derradeira definição de quem leva o caneco regional. E o Grêmio, não esqueçam os dirigentes (começando pela presidência), necessita arrancar com vitória no aterro! Por isso deve ter esta ambição externada pela diretoria, absorvida como meta no interior do vestiário, sendo encorpada pelo comando técnico e plantel. Não podemos nos acomodar, numa timidez constrangedora, imaginando um empate como razoável e benéfico para posterior epílogo. É público que o fator local para os gremistas é algo avassalador. Todos sabemos que no caldeirão trepidante do Olímpico a regra é colocar os rivais na fervura até esfumaçarem. E a torcida tricolor logicamente fará a sua parte, sendo mais uma vez diferencial e destaque. Todavia, que todos assumam suas responsabilidades: desafio após desafio, honrando esta instituição multicampeã e mais do que centenária. Tivemos progressos, reconhecemos os avanços desta equipe, mas chegou o instante de termos e apresentarmos algo mais! Está mais do que na hora do Grêmio “com sangue nos olhos” (nas palavras de Silas) se fazer efetivamente presente. Demarcando o gramado (mais para banhado, no caso da Padre Cacique) com as garras das chuteiras, com uma disposição inigualável, com uma vontade de pódio e celebração sem paralelos. Nenhum adversário rubro pode querer e lutar mais do que o amado tricolor. É o ponto de partida elementar destas decisões na Província. Na ambicionada Copa do Brasil, o Avaí está prometendo uma “guerra” para receber o tricolor. Um exagero que faz parte da conhecida estratégia de “esquentar a partida”, buscando maior motivação para seu próprio plantel e torcedores. Considerando-se que não ocorreu nenhum incidente em Porto Alegre (pelo contrário, sendo os catarinenses bem recebidos dentro e fora de campo), é preciso que se cobre responsabilidade dos dirigentes avaianos. Não houve nenhum desrespeito nas manifestações de Silas e o erro da arbitragem, no tão comentado escanteio marcado, não justifica o insucesso (muito menos uma ridícula chamada de matéria da Globo que alegou “gol irregular”) dos visitantes. O placar de 3x1, construído primordialmente (com Jonas voltando a estufar os cordéis e Borges demonstrando que falta de ritmo não significa desaprender do ofício) no abafa que ofertamos nos primeiros minutos das partidas realizadas no Olímpico, não pode deixar o Grêmio relaxado. Nem sossegado e muito menos encolhido. Precisamos ir além da tradicional blitz inicial: bloquear bem os avanços, manter a posse da esférica e, fundamental, ter uma agudez permanente. Se nos entrincheirarmos em nossa área, somente esperando o adversário para tentar retomar a pelota e contra golpear correremos sérios riscos. O recuo (bom lembrar), recheado com erros de marcação, quase custou mais caro na segunda etapa do primeiro confronto. Um time equilibrado e, sobretudo, atento e aguerrido pode perfeitamente trazer esta classificação do Estado vizinho. E, convenhamos, com toda consideração aos oponentes: jogar em Floripa é estar em casa. Tamanha a grandiosidade, o entusiasmo e habitual presença da Nação Gremista que habita esta região e o entorno geográfico. E o que dizer do deslocamento maciço que ocorrerá partindo das cidades gaúchas? Vai faltar espaço na Ressacada, mas alento, por certo, vai ter de sobra. Dá-lhe Tricolor!!! O resultado (12 x 8) dá para dizer que foi apertado. A baixaria despudorada para aliciamentos foi amplamente divulgada. Barganhas políticas, liberação de empréstimos, ameaças de revelações de sujeiradas envolvendo resultado de jogos e outros expedientes podres. Ricardo Teixeira, o inominável mandatário do futebol tupiniquim, é um sujeito guloso. Mesmo bem alimentado por mais de duas décadas de negociatas à frente (e nos bastidores) da CBF, segue com um apetite sem precedentes. Se alimenta dos cifrões e movido pela gula da futura Copa e outros interesses econômicos imediatos, entendeu que era o momento de tirar da sua frente Fábio Koff. O escolhido foi Kleber Leite, possuidor de um currículo aberto de falcatruas e que sequer obteve o apoio do seu próprio clube no pleito. Igual, bateu na trave. E que siga de lição para maioria dos principais clubes do futebol nacional que, por omissão (e, não raro, conivência) nestes anos todos, acabaram deixando tanto poder nas mãos de um inescrupuloso. Será que, finalmente, progrediremos no rumo de uma Liga de Clubes (ideia original, no nascedouro do clube dos treze)? Quando é que vai ter fim esse esquema parasitário de Federações, de uma Confederação que (no caso concreto) só serve para enriquecer uma cartolagem assumidamente oportunista ? Koff, em recente entrevista, teve a dignidade de fazer uma autocrítica (o que atesta sua capacidade de liderança) dos pecados. Falou sobre a não evolução dos princípios e projetos que levaram os clubes a se unir no final dos anos oitenta. Discorreu sobre as dificuldades, as pressões. Compreensível, presidente. Imaginamos que, de fato, são intrincados os caminhos onde há tanto mando e disputa: a começar pela endinheirada fortaleza (politicamente inexpugnável) da FIFA, um quarto poder que inegavelmente é a mídia, múltiplos patrocinadores, etc. Entretanto, é preciso começar a mudar esta realidade. O seu novo mandato (e no clube dos treze esperamos que, em breve, também haja uma salutar renovação), talvez, seja a última oportunidade de virar este jogo. Será? Prá concluir nas quatro linhas: serão menos de 96 horas entre dois jogos decisivos e norteadores. Sem dúvida os mais importantes, até agora, ao nos depararmos com este calendário de 2010 marcado pela esperança e pela crença de triunfos e troféus. Nós, os gremistas, seres cuja racionalidade está irmanada e impregnada com o peso, o significado e a mística desta camisa envolta em uma história gloriosa, sempre acreditamos! Reiteradamente, teimosamente acreditamos nesta infinita capacidade de jogarmos juntos, de empurrarmos de forma trepidante (com alma, plenos pulmões e coração) o tricolor para superar toda e qualquer adversidade, todo e qualquer obstáculo dito intransponível. Uma avalanche de emoção e convicção pelo Grêmio que derruba e leva consigo todo ceticismo, toda corneta de plantão, toda amargura midiática que nos cerca, toda falta de brios que seguidamente transparece nos que deveriam nos representar com identidade e firmeza. A propósito: aos dirigentes, atletas e comissão técnica o convite sistemático aliado à imposição de compartilhar e viver, desde os gabinetes até a cancha, este sentimento único das arquibancadas. E por sermos o Grêmio senhores, nos tornamos, a cada jornada, mais distintos. Nem melhores e nem piores, apenas tricolores dos pampas e declaradamente, orgulhosamente, imortais para despeito dos nossos múltiplos adversários. Vamos Grêmio, tu és copeiro e temos que ganhar!!!
Jorge
Bettiol
SOMOS O GRÊMIO CONTRA TODOS - 29/03/10 O jogo da prova, o embate balizador, o confronto de porte desta temporada e avalista de que o Grêmio seguirá decidido e implacável rumo aos pódios ainda está para acontecer. Por enquanto, a sequência positiva de triunfos é conquistada sem maiores sobressaltos e serve, sem dúvida, para dar tranquilidade e firmar convicções sobre o trabalho. Foram frágeis os adversários ? Ok. Pior, evidentemente, seria acumular insucessos e passar vexame a exemplo do que tem sido a realidade do tradicional rival. Entretanto, parece que somente uma grande vitória, sobre uma grande camisa, conseguirá afastar definitivamente a sombra da desconfiança que ainda acompanha boa parte dos torcedores. Natural que seja assim. Afinal, o querido Tricolor sempre teve como marca registrada nas suas inúmeras conquistas o enfrentamento e superação de grandes desafios, de encorpados opositores. Vencer outro Grenadinha, o Votoraty, o Ypiranga, mais uma vez a boa equipe do Nóia e o quase rebaixado Esportivo, foram passos modestos, mas importantes e necessários na caminhada dos títulos que almejamos. Não se pode desprezar esta trajetória afirmativa, ilustrada com as melhores estatísticas não somente de 2010, mas também dentro de um contexto histórico. Adquirimos segurança, estamos afirmando um padrão de jogo, versatilidade e a evolução da equipe é notória. Porém, segue o alerta, lembrando o que pronunciou Silas: “não se pode transformar confiança em euforia”. Ou seja, deve-se manter o grupo (que está coeso) consciente da necessidade objetiva de se progredir mais, tremendamente mais para que não tenhamos surpresas e possamos erguer os troféus desejados. Por estas bandas, é da nossa gênese, seguimos apoiando e acreditando no Imortal Tricolor, independente de circunstância favorável ou desfavorável. Contudo, exigimos destes que no momento representam nossa laureada camisa que não esmoreçam ! Que sigam focados, com ambição e dedicação exemplares. Máximo empenho para seguir retribuindo (com entrega e aguerridas jornadas) a tanto alento, a tanto sentimento. Nós, os gremistas, mais do que qualquer outra torcida, merecemos esta distinção.
Jorge
Bettiol
A PLACAR E AS LISTRAS - 08/03/10 Na semana passada uma tarde de límpido céu azul aguardava o Grêmio e sua exemplar massa torcedora. Todos os caminhos levaram ao Monumental. Estádio cheio de glórias, de uma histórica sequência invicta e que se torna trepidante com a presença da estimada gente tricolor. E lá se foi o fiel, ansioso e vibrante povo gremista na busca de mais uma alegria e novo troféu para disputar espaço no abarrotado e valioso memorial. Cerca de 35.000 compareceram para empurrar o mais copeiro contra uma aguerrida equipe do Vale dos Sinos que deu trabalho. Foi uma peleia truncada, com muitas faltas, jogo encardido, com o adversário bem postado defensivamente, mas tendo a ousadia que bem caracteriza o técnico Gilmar Iser. Não por acaso rondaram nossa área, meteram pressão. São Victor, quando exigido, manteve a escrita de boas atuações e (nenhuma novidade) garantiu o resultado. O chute de Rodrigo Mendes que desviou em Maurício tinha destino certo dentro da rede. Tinha. Pois quem tem um arqueiro como este torna as certezas dos adversários mera possibilidade, as reduz a especulação. A bomba de Ferdinando (superando o goleiro anilado e vaias), ainda na primeira etapa, acabou sendo derradeira para o triunfo e nos brindou com meia taça do Gauchão, volta olímpica, deboche e festa. E no pódio, ao lado de um presidente da FGF mal disfarçado em traje azul e branco, Fernando “Balancê” Carvalho cumpriu sua promessa e retribuiu a gentileza de Fábio Koff praticada no ano anterior. Com constrangimento, é verdade. Quem sabe até com velada admiração pela efusiva comemoração protagonizada pela briosa Nação Tricolor, assistida de forma privilegiada. Literalmente de camarote. Após o citado domingo de celebração, segue com justificada persistência a inquietação da torcida. Preocupação por melhor futebol, organização e (principalmente) atitude dentro das canchas. As duas apresentações seguintes contra dois sacos de pancada deste ruralito foram perturbadoras. Nos Eucaliptos, após um início arrasador que indicava um placar elástico, o Grêmio sofreu o desconto e penou até marcar o terceiro tento (com Jonas de contrato, finalmente, renovado) no final da partida. Contra o balcão de negócios e time de fachada dos Assis Moreira, tivemos uma noite arrastada e cansativa que acabou por aborrecer profundamente grande parte dos mais de 13.000 gremistas presentes. Ao marcar seu gol aos 8 minutos, o tricolor parece ter esquecido que não se tratava de outro jogo treino e que o público espera e merece todo empenho dos que envergam nossas cores. Novamente Victor foi destaque contra um adversário que (a matemática não desmente) está de malas prontas para segundona gaúcha (de onde, esperamos, não volte tão cedo). Lesões, falta de entrosamento entre veteranos, gurizada e novos contratados, repetição do esquema de jogo, tudo isso já não está bastando para justificar a razão para todo e qualquer time (por mais modesto que seja) ficar a vontade em nosso campo, tocar a bola, avançar e criar situações. A meia cancha do Grêmio (quem está atuando) não marca a contento, não desarma para contragolpes, não apresenta eficiência. O estouro no sistema defensivo, também precário, é inevitável. Nestes dois meses de trabalho, Silas poderia ter outro rendimento, mesmo que os resultados (a pau e corda) estejam se sucedendo afirmativamente. Contratamos ex-jogadores de São Paulo, Corinthians, mas também possuímos uma verdadeira “República da Ressacada” (Ferdinando, Edilson,William, Ozéia ...) ” instalada no atual elenco. Jogadores com passagem pelo Avaí podem, obviamente, dar certo no tricolor (assim como, contrário senso, outros de clubes tradicionais e com currículo podem fracassar). Contudo, aqui o grau de exigência é outro: vai muito além do aspecto de ser atleta conhecido e da confiança do técnico que nos comanda. Não pode ser um critério absoluto, balizador. Estamos no Grêmio, o grau de exigência deve ser muito superior e cabe a direção estipular esta delimitação. Faz muito tempo, mas a coleção da revista Placar de quem assina esta coluna era respeitável. Pilhas da publicação disputavam lugar no bagunçado quarto. Era o tempo do formato tablóide, do papel “menos nobre” e de edições semanais ansiosamente aguardadas. O Juca Kfouri era o diretor de redação. Na relação dos oriundos/lotados na sucursal RS lembro os nomes que por lá passaram: Divino Fonseca, João Batista Scalco (torcedor do coirmão, figuraça e mestre nos registros fotográficos), o gremista Emanuel Mattos, entre outros. A cobertura, mesmo com a tradicional ênfase no futebol paulista e carioca, tinha efetivamente um caráter nacional. De todas às regiões tupiniquins se tinha notícia: de modos que desde amistosos, passando por torneios, até os campeonatos regionais eram devidamente destacados. Tudo logicamente na devida proporção para os padrões da época, mas sem dúvida denotando um viés democrático da publicação. Sem falar nos escudos que vinham impressos de clubes e seleções do mundo inteiro para “fardarmos” os times de botão. Muita tesoura e cola foi utilizada para formar os numerosos esquadrões de puxadores e levar pânico aos adversários nos tabuleiros de madeira. O tempo passou, os embates no futebol de botão se eternizaram na memória e a coleção foi sendo deixada de lado. Acabou desfeita (hoje restam três exemplares: campeão brasileiro de 81, Libertadores e Mundial de 83), mesmo antes do começo das grandes transformações da revista. Até mesmo a compra esporádica foi escasseando. Vieram novas fases, novos formatos e enfoques, outros profissionais. Hoje o diretor de redação da referida publicação é o gaúcho Sérgio Xavier, desafortunadamente um gremista. Ao procurar responder de forma “contundente” a uma polêmica pontual que (a meu juízo) tomou uma proporção exagerada, mudou de assunto e voltou a efetuar aqueles ataques grosseiros, desmedidos e profundamente desonestos sobre racismo na torcida do Grêmio. A velha ladainha dos cânticos (repetida à exaustão pela amargura midiática local e que, de tempos em tempos, retorna explícita ou disfarçadamente) que ensejou a seguinte frase do infeliz articulista: “... um pequeno racistinha está sendo formado na Azenha. Boa parte do estádio manda ver nos xingamentos à "macacada".” Disse até mais, numa incrível capacidade de dizer asneiras em poucas palavras. Assunto batido para nós gremistas, enfadonho, infelizmente recorrente. O fato é que de redações resplandecentes de peles alvas, seguem hostilizando o conjunto da Nação Gremista. Insistem em cretinamente distorcer o caráter destas manifestações e fazem de conta que os negros gremistas não dedicam aos brancos rubros tais cantorias. Certo está o histórico rival que, após longa data assistindo seus adeptos exaltando a figura do macaco (inclusive com um folclórico cidadão sempre utilizando uma máscara nos jogos realizados no aterro) em bandeiras, camisas e faixas, o institucionalizou como um expressivo símbolo do clube da Padre Cacique, com direito a exploração comercial (CLIQUE AQUI e entenda)). Tudo isso é de amplo conhecimento público, é visível, está escancarado. Só que incrivelmente, hipocritamente, não é repercutido na cobertura esportiva “politicamente correta”. Por qual razão ? A propósito: sugestão de pauta para o Sérgio Xavier (pois aqui na aldeia, adivinhe, ignoraram solenemente): entrevistar o jogador Baiano que, ao ser companheiro de Roberto Abbondanzieri adquiriu autoridade para testemunhar sobre o que é sofrer vergonhosa discriminação racial num ambiente futebolístico. Vamos aguardar a matéria, embora sem muita esperança. A Placar de qualidade e bons serviços (em 1982, por exemplo, foi decisiva para detonar a chamada “máfia da loteria”), deu lugar a uma publicação com poucos escrúpulos. Não por acaso taxada de praticar um “jornalismo cafajeste” (episódio Casagrande e outros) por setores da própria imprensa. Um retrocesso sem fim. Houve muita expectativa. Especialmente pelo acerto, pelo sucesso dos fardamentos utilizados na Libertadores 2009 (com uma receptividade extraordinária) e pelas lições que deveriam ter sido assimiladas após o contestado lançamento da coleção para as demais competições da temporada passada. O responsável pelo marketing gremista, Cezar Pacheco, alardeou e prometeu “uma camisa tricolor seguindo um modelo tradicional”. Nós acreditamos. Assim como os mais de dois mil gremistas que resolveram fazer a compra antecipada, mesmo sem conhecer o modelo que seria apresentado. Não consigo assimilar o que tem de tradicional aquela listra preta, larga e solitária na dianteira, expandindo o azul para os lados. Nas costas, a mesma listra é interrompida para dar lugar à numeração. O novo patrocinador colocou duas vezes sua publicidade, inclusive sobre o distintivo da camisa (não bastaria somente sobre o logo da fornecedora de material esportivo, ou quem sabe estampando as numerações ?) Ok. Tem gente que vai gostar e lógico (produto do Grêmio) vai ter demanda. Mas, a discussão é de fundo: trata-se da identidade, de um dos símbolos da instituição. Não é possível que a camisa principal, o manto sagrado gremista, seja descaracterizada ano após ano. Por qual motivo é tão difícil seguir um padrão histórico, discreto, listras proporcionais pretas e azuis, sem invenções e devaneios estilísticos ? Com a palavra o marketing do clube e o Conselho de Administração que, segundo publicado, aprovou este novo desenho. Em tempo: a camisa branca não teve invenção e ficou sóbria. Uma terceira opção parece que virá e (meno male) terá a chance de aprovação pela torcida que poderá votar pelo site do clube. Escutar o torcedor é, sem dúvida, a melhor opção. Em alguns casos, dada a incompetência e/ou falta de referências, a própria salvação. O texto é dedicado as valorosas mulheres gremistas, mas igualmente homenageia Salim Nigri. Um sujeito que enxergou longe durante toda sua existência, mesmo com a ironia da deficiência visual. Cego ? Não, amigo leitor. Foi um homem visionário, iluminado. Leva parte da rica e viva história gremista que, por generosidade e sorte, fez questão de compartilhar. Deve ter embarcado naquele trem que continua subindo a Serra para assistir a estreia do Tesourinha (cheia de significados). Só que desta feita vai desembarcar na estação que leva até a vibrante arquibancada celestial tricolor. O Camelinho e o Bombardão já estão por lá e aguardavam ansiosamente a ilustre chegada. Valeu Salim ! Dá-lhe GRÊMIO !! Jorge
Bettiol
ATÉ QUANDO 1 Até
quando a direção gremista continuará brincando com
o uniforme tricolor ? Entendo que cada um de nós tenha a sua camiseta
tricolor preferencial, mas nesses últimos anos eles passaram da
conta. A do ano passado foi um vexame, para mim, nos auges dos trinta,
foi a camiseta do Grêmio mais feia que eu vi, sem comparações.
Seguindo esse vexame, vem esse ano e começam a vender a camisa
as escuras, com desconto. Como todo o bom gremista saí de casa,
fui a Grêmio Mania no Olímpico para comprar. Chegando lá,
a assombração da camisa tricolor de 2009 com a gola de marinheiro
me fez pensar: "Se o marketing do Grêmio foi capaz de lançar
uma camisa como essa, quem não me garante que não vão
fazer de novo". Desisti, com a intenção de, se a camisa
desse ano me agradar, compro ela depois, pago mais caro, mas o dinheiro
vai para o Grêmio mesmo. ATÉ QUANDO 2 Até quando o Grêmio não terá um meio campo capaz de fazer o time jogar e dar segurança a nossa defesa? Até o nosso presidente que não costuma dar opiniões sobre o futebol viu e expressou isso? Acho que o Silas não se deu conta que está treinando um clube de outra grandeza. Não para de elogiar os times do gauchão, com todos o respeito, mas são clubes muito pequenos. Não digo o que alguns dizem que temos que golear a todos, mas temos que ganhar com categoria, deixar claro para eles quem somos e qual é o lugar deles. Não fizemos isso ainda em nenhum jogo. Falta também ao Silas um pouco mais de peito para colocarão banco o Ferdinando e o Fabio Rochembach. Ele já vem atrapalhando o time desde o brasileiro do ano passado. Temos que colocar a gurizada das categoria de base a jogar. No momento que ajeitarmos o meio campo a defesa e o ataque entrarão no ritmo. Não me venham dizer que o Votorati o nosso próximo adversário também tem categoria. Temos que eliminar eles lá em São Paulo para que possamos dar o tempo que o Silas tanto reclama que não têm para acertar o time. Fernando
Madalosso de Bittencourt
GRENÓIA, SILÊNCIO E PÃO - 24/02/10 Fizemos dez tentos. Teve bucha do Mithyuê, petardos do Fábio Rochenback e do Hugo (sem grife), chute cruzado e golaço do combativo Mário Fernandez. Rolou também gol de zagueiro (Rafael Marques), gol de lateral (Fábio Santos) e, só para não perder o hábito, nossos avantes Jonas e o matador Borges também estufaram as redes. Alentador que no retrospecto de eficiência do ataque possamos citar vários jogadores, o que demonstra a disposição (e vai se conformando numa opção definitiva do técnico Silas) ofensiva da equipe. Segue o alerta para urgentemente corrigirmos as falhas de marcação e a peneira do sistema defensivo. Contra São José, Veranópolis e os rubrinhos da gloriosa e tricolor Santa Maria, sofremos quatro gols (sendo um deles uma infelicidade da Muralha Victor, perfeitamente desculpável para quem tem um crédito do tamanho do Monumental). Dada a precariedade destes adversários, se impõem providências justamente para os desafios de maior envergadura que pretendemos ter neste semestre e durante toda temporada. Bueno, o importante é que com a sequencia de vitórias no ruralito chegamos à final do primeiro turno e estamos com a condição privilegiada de erguer (diante do povo tricolor) a Taça “Ô Balance”. Provavelmente acolhendo nas bandas da Azenha o subordinado de Fábio Koff (no Clube dos Treze), propagandista de mantas e vidente Fernando Carvalho. Uma honra. Antes de pensar em festa, teremos uma singela tarefa: vencer a boa equipe do Novo Hamburgo. É fato que nessa história de Hamburgo possuímos boas lembranças e histórico positivo. Entretanto a bronca (infelizmente) não é continental, é regional e o significado fica absolutamente restrito ao querido rincão rio-grandense. Não tem porto nesta parada, somente curtume. O modesto e aguerrido time do Vale dos Sinos (comprovadamente superior, na atualidade, a alguns times equatorianos) chegou com todos os méritos a esta decisão de turno e por certo vai dar muito trabalho ao amado Tricolor. Seu técnico, Gilmar Iser, é um batalhador e tem tradição de fazer boas jornadas em suas passagens interioranas. Joga agressivamente, dá o devido valor à posse de bola. Não por acaso superaram o tradicional rival em pleno aterro, dando o troco de uma derrota no Estádio do Vale que, inegável, teve a marca do apito. Uma penalidade escandalosa (apenas não vista pelos comentaristas de arbitragem “formados” em cursinhos e os fariseus de plantão) não assinalada e que sob o pretexto de “simulação” resultou na expulsão do jogador anilado. Agora mesmo, no pênalti corretamente marcado no último domingo, outra sumidade dos comentários (o amargo dos desmaios) nada viu de faltaso no lance. Mas, o leitor sabe bem: esta é a mídia esportiva isenta da aldeia e que se ofende teatralmente quando é criticada. Enfim, nenhuma novidade. Depois da goleada no Grenadinha, não teremos a oportunidade de efetuar a desforra no que seria mais um Grenada em nossas vidas. Ok. Que venha o Grenóia, senhores! O clássico das equipes gaúchas efetivamente acostumadas às viradas! Portanto, total concentração, empenho e, logicamente, respeito ao oponente. Tudo isso aliado a uma determinação por se impor, ganhar e dar novo motivo de celebração a melhor e maior torcida do Rio Grande. Vamos Tricolor! As médias de público (no todo) deste Gauchão são lamentáveis e refletem com perfeição um somatório de aspectos desestimulantes. Preços de ingressos elevados, baixa qualidade técnica e competitiva da maioria esmagadora dos clubes envolvidos, datas e horários cretinos, e outros fatores que poderíamos destacar numa penosa relação. O recorde negativo, até o momento (dificilmente será quebrado), é de ridículos dois pagantes e renda de R$ 15,00 numa partida entre Ulbra e os rubrinhos de Santa Maria. Nos últimos três jogos no Olímpico (incluindo um ocorrido no escaldante feriadão de carnaval) tivemos uma média (público total) aproximada de 7.330 torcedores. Muito aquém, mesmo descontando os senões, da costumeira e fiel presença gremista. O maior público da competição, até agora, foi o reunido no clássico disputado em Erechim. Pois agora, se avizinha uma disputa com natureza de finaleira (e que nos coloca, de fato, como finalistas do certame gaudério se triunfarmos), são menores as desconfianças e a cidade está voltando a sua movimentada rotina. Elementos que, por certo, atrairão uma ótima presença no trepidante estádio Olímpico! Bem que poderia ter alguma promoção para facilitar ainda mais o comparecimento da massa tricolor (é final de mês, tem parte da galera com as contas do verão estourando em março, etc e tal). Só que, convenhamos, é pedir e aguardar demais do marketing gremista. Não é verdade? Igual, vamos lá! Façamos a nossa parte! Todos ao Monumental !!! Forza Grêmio !!! A recente manifestação de protesto por parte da torcida palmeirense reclamando da sua diretoria, ressuscitou o episódio que envolveu o então jogador Antônio Carlos (atuando no Juventude em 2006) e o volante gremista Jeovânio. Uma das faixas dizia “fora racista”, em alusão ao desprezível episódio discriminatório da época flagrado por lentes televisivas. Não é a primeira vez que o atual treinador do Palmeiras colhe os frutos de sua atitude preconceituosa: no encerramento de 2009, cogitado para assumir o Vasco da Gama (clube precursor nacionalmente em ter não só atletas, mas também dirigentes negros) despertou a ira da torcida cruzmaltina que fez campanha contra sua contratação. Pois agora, depois do alarido com elementos de farsa burlesca que envolveu Máxi Lopez, protagonizado por uma esperta raposa velha chamada Zezé Perrella, chama atenção o silêncio que reina soberano pela Província. Estamos falando da recente contratação do coirmão. Além do seu currículo de títulos, o decadente arqueiro bostero traz na bagagem a pesada acusação de comandar dentro do vestiário xeneize um boicote e insultos raciais diários ao lateral direito Baiano (ex Santos, Palmeiras e que atuou no Bosta Juniors em 2005). Quem sustenta tal acusação é o próprio Baiano que, mesmo sem ter problemas com os torcedores argentinos, não aguentou a pressão dos seus “companheiros” e resolveu rescindir o contrato com o clube. Por aqui (RS) temos um setor da mídia esportiva que está sempre atento a estas questões (que são efetivamente nojentas). Porém, jornalistas capazes de identificar e destacar episódios ocorridos até mesmo na distante República da Moldávia, permanecem emblematicamente calados. Por qual motivo não comentam este triste e repugnante episódio que envolveu o veterano goleiro? Será que a imprensa regional vai ter vergonha na cara e fazer alguma espécie de citação? O leitor já imaginou se um sujeito destes desembarca em Porto Alegre para vestir a camisa do Grêmio? O que não estariam dizendo? Adivinhe ... Diz o sábio provérbio que “mãe sempre sabe o que faz” ! Acrescentaria: na maioria das vezes nem sabe o bem coletivo que pode trazer nos seus feitos. A Dona Maria Portaluppi foi uma mulher abençoada e predestinada. Abençoada e predestinada a exemplo da Maria de Nazaré. Nos dois casos, tivemos ventres que embalaram rebentos revolucionários, guias e profetas de Nações. Um tornou-se carpinteiro, o outro tornou-se padeiro. Do primeiro, sabe-se que além de chicotadas, distribuiu alguns chutes desengonçados nos vendilhões do templo (que, acredite, seguem ativos em pleno século XXI). O Império Romano o impediu de, quem sabe um dia, descobrir e praticar o esporte bretão. Já o segundo, graças justamente aos descendentes destes romanos sanguinários, foi criado à polenta para ter bastante energia. Força suficiente para sovar a massa com as mãos e, num futuro tricolor e não distante disparar certeiramente as pelotas com os pés. Esta Dona Maria Portaluppi, que agora brilha nos céus do Ocidente e do Oriente, cumpriu com sua missão. Salve as mães de todos os profetas! Jorge
Bettiol
O
PROMISSOR INÍCIO DE ANO TRICOLOR - 23/02/10 Ao que parece o ano de 2010 começa mais animador para a maior torcida do sul do país. Mesmo com os tropeços no primeiro clássico e uma certa dificuldade do treinador em posicionar a equipe (principalmente a zaga), parece que as coisas começam a caminhar melhor na busca do tão almejado título de maior expressão. Quem, como eu, acompanhou, no ano passado, todos os jogos do Grêmio na cancha sentiu que havia uma forte desagregação política no clube. Não saímos bem da última eleição, e o que se viu, na sequência, foi uma direção fraca nos seus propósitos. Foram notados rapidamente fracassos na montagem do time e na manutenção/contratação dos técnicos, e ainda se viu uma divisão na torcida muito alardeada pela mídia amarga (com a formação do Portão-18, Velha Escola – dissidente da Geral). Passado o ano e feitas certamente muitas reflexões das partes mais diretamente envolvidas, notaram-se claramente algumas mudanças estruturais em 2010. Se não temos um time ideal (e muito menos um técnico ideal), penso que a ideia de um Grêmio de força, de correria, de ‘pegada’, está mais presente na cabeça dos dirigentes e da comissão técnica (que conta com o experiente Paulo Paixão) – o que muito agrada ao torcedor, que seguramente acredita que temos essa secular identidade. Ademais, se houve uma mudança de mentalidade da direção, que agiu mais rápido para contratar, e também pensou na eficiência das manobras de remontagem do elenco, não podemos deixar de enfatizar que parece existir um clima de maior tranqüilidade política para a direção trabalhar, uma espécie de voto de confiança. Por fim, entendo como fundamental para o andamento normal das coisas o rearranjo na barra gremista, com o retorno do Portão 18 às suas origens no Portão 10, voltando a Geral a ser una. Perdoem-me os mais entendidos no assunto, não tenho informações privilegiadas de como ocorreu o retorno, mas enalteço a humildade e gremismo daqueles que cederam a certas exigências (certos, no entanto, de que muitas de suas reinvindicações já estavam sendo processadas) e voltaram a cantar atrás do gol da cascatinha. Sou daqueles que acompanho o Grêmio sempre na social, mas deposito sim imenso respeito pela torcida que canta o jogo inteiro e é, evidentemente, responsável, em grande parte, pela série invicta que estamos mantendo. Divididas, as ‘hinchadas’, acabam por reduzir a sua importância – o que era sentido no estádio por todos, inclusive pelos jogadores que se manifestaram a respeito (como Tcheco e Vitor). Em breves linhas, queria deixar uma mensagem otimista de que há sim um Grêmio novo que se projeta em 2010, com menos disputa política, mais consciente de sua história de futebol-força e firmemente unido nas arquibancadas. Espero ansiosamente que sejam todos esses fatores suficiente para levantarmos as taças ! E que todos reflitam a respeito dessas importantes mudanças e auxiliem, dentro de suas energias, para que o bom ambiente perdure por todo esse ano. Fernando
Rubin
O CALOR E A DEMAGOGIA - 11/02/10
O período é de férias para parte da população. Mas a bola, esférica que nos mobiliza, gira nossos pensamentos futebolísticos e alimenta nossa paixão clubística, esta não aceita intervalos e segue pelos gramados. Viramos o mês com o dissabor de uma nova derrota em clássico. Partida que poderia consagrar tranquilamente um modesto empate, devido ao nivelamento das duas equipes. Num Colosso da Lagoa abarrotado no lado destinado ao vibrante povo gremista e com espaços abertos na arquibancada rival, o tricolor transpirou, equilibrou na meia cancha, teve iniciativas e produção semelhante aos do aterro da Padre Cacique. Esquemas táticos cautelosos e idênticos começaram a se diferenciar no resultado quando da inexplicável (para nós torcedores) substituição de Jonas aos 15 min. da etapa final. Seguiram-se o infortúnio de um arremate preciso dos oponentes (numa bola, na origem, perdida por Hugo: somando frouxidão e displicência), as trapalhadas nas substituições seguintes e a paulada no travessão que estremeceu Erechim (assim como os fogos na iluminada madrugada de Passo Fundo) borrou os rubros e fez Fossati (que na véspera, alertado, resolveu fazer soar um discurso de humildade) engolir o cigarro. É, lástima que a rede não foi estufada e a gremistada saíu frustrada. Ok. Perdemos. Nos indignamos profundamente (algo que não se percebe no acomodado corpo dirigente) e, mesmo feridos, seguimos em frente. Somos o Grêmio, favor não esquecer. O jogo seguinte foi à repercussão nefasta e acabada do fracasso no Grenada. Praticado na fornalha do verão porto-alegrense sob o sol impiedoso de uma tarde em pleno dia útil (ideal para os que seguem laborando na cidade, deve ter pensado um dos gênios que elaborou este calendário), se viu um desalento completo ! Dois gols, duas paradas técnicas, um amargo desmaiando nas cabines do Monumental e uma presença de público naturalmente reduzida. Sem vencedores, mas mantida a invencibilidade (certo, o que mais ?) ! Paciência logicamente torrada, fritada. E as vaias, amigo do alento, ecoaram de todos os lados. Este que vos escreve, mesmo a distância, pediu clemência aos céus. Clamou por time que honre esta camisa vencedora e aproveitou para pedir chuvas torrenciais. Não necessariamente nesta ordem. Bueno, na visita a Canoas a temperatura foi amena e o adversário frágil e acadêmico. Não resistiu. Foi em ritmo de treino que surgiu a goleada, ao natural, com destaque para boa estreia de Douglas (qualificando a bola parada e tmb. a retenção e distribuição da pelota) e uma categórica presença artilheira de Borges, o matador. O que mais comentar neste breve resumão retrospectivo ? Ontem. Jogo no Mato Grosso, terra desafiadora, desbravada por bombachudos. Rincão gigantesco que cresceu e cresce com o trabalho da gauchada, com muito suor e, ninguém é de ferro, domingueiras embaladas pelo clássico e tradicional fandango. Cumprimos com nossa obrigação, porém com preocupantes debilidades (que persistem) diante de um adversário praticamente amador. Frente à correria, voluntarismo e até um princípio de guerrilha da equipe do Araguaia, definitivamente, não conseguimos nos impor. Nossa técnica e condicionamento físico pretensamente superiores ficaram longe de Rondonópolis, nos salvando um arqueiro espetacular e um avante destemido e de botinas azeitadas. Do contrário, teríamos uma adversidade constrangedora no placar e uma largada lamentável, justamente na desejada Copa do Brasil. O fato é que estes desempenhos sofríveis exigem ação imediata da diretoria (afinal, quando teremos nossos reforços defensivos?) e discernimento do comando técnico em assimilar (de uma vez por todas) as características deste plantel, definir um esquema de jogo, ter sequência, etc. E isso são definições atrasadas para quem aspira conquistas e troféus, algo que não deveria (e não pode) comprometer mais uma temporada. O relógio é indiferente, sabemos. Segue com os ponteiros avançando ao sabor das rodadas. Reage, Grêmio ! Por falar em relógio. A recente polêmica que tratou dos horários das partidas (fruto de medida judicial impetrada pelo Sindicato dos Atletas Profissionais) escancarou, novamente, a hipocrisia que permeia as relações dentro do futebol. Conhecidos comunicadores fanfarrões foram os primeiros a se insurgir contra tal medida, saindo em cínica e pelega defesa da empresa de jornalismo ao qual estão vinculados (no caso, a RBS). Para estes puxa-sacos de plantão não há que prevalecer o bom senso e o respeito a integridade de atletas (e aqui falamos justamente dos que atuam em equipes de menor porte, com dependência quase exclusiva das verbas de televisionamento) e, mesmo esquecido, do público. Aos primeiros que se submetam para garantir o "prato de comida", e no que diz respeito aos torcedores ... ora, que se danem ! Quanta petulância em questionar as grades de programação e os patrocinadores ! Será que esta plebe toda ainda não se acostumou com os infindáveis horários cretinos, dias inadequados e toda sorte de senões ? Quer rir ? Entrar no clima carnavalesco das piadas de salão (no caso, piadas de redação) ? O que dizer da nota em caráter de editorial, publicada sob o título "opinião RBS" acerca de todo esse assunto ? No mínimo, uma hipocrisia. " A decisão intempestiva (ação do sindicato dos jogadores) ... inviabilizou a transmissão por TV para todo Estado do confronto entre Universidade e Grêmio". Risível. Desde quando se preocupam com os direitos e/ou a satisfação dos torcedores e mesmo dos telespectadores ? Por acaso foi por alguma medida judicial que não transmitiram para todo RS o Grenada de Erechim ? Evidente que não, amigo leitor. Por razões econômicas e dentro da lógica de extrair o máximo de lucro (de preferência a todo momento), a RBS disponibilizou apenas o sistema pay-per-view e estamos conversados. Qualquer que fosse a emissora detentora dos direitos de transmissão (Band, Record, outras), por certo haveriam imposições e adequações. Entretanto, é forçoso aproveitar e falar o seguinte: a RBS/Globo parecem insuperáveis nos seus desmandos e descaso ao longo dos anos. Com sua maçante, eterna "novela das oito" (pré-requisito das partidas noturnas) e seu interminável e insuportável "domingão do Faustão", mais sua autoritária (e paga) "exclusividade" nos eventos esportivos, determinam o que e quando vai ser exibido. Chato, repetitivo. O que dá para concluir desta estória toda ? Se adversidades climáticas são eventualmente contornáveis, o que não dá mesmo para agüentar é a demagogia e a ditadura que insistem em impregnar os meios de comunicação. Isso cansa mais do que qualquer calorão e, acredite , nos enoja sobremaneira.
Jorge
Bettiol
TABACO E PREPOTÊNCIA - 28/01/10 Foi
uma maratona pampeira de quatro jogos em 10 dias e o Grêmio se caracterizando,
nesta largada, por sair atrás nos resultados. Contudo, exceção
feita à partida contra o Veranópolis, protagonizamos viradas
e triunfamos. O empate no Monumental (onde junto com a impaciência
a corneta ressurgiu forte, puxando vaias), aliás, serviu de alerta
para que Silas corrija e organize um sistema de jogo que crie alternativas
e consiga romper as amarras de marcações firmes sobre nosso
setor de articulação (especialmente Souza) e o comando de
ataque. Obviamente isso vai passar pela meia cancha que, até esse
instante, tem deixado a desejar (mesmo não faltando opções
neste grupo). Eis aí outra preocupação: a contenção
dos adversários que, nestas primeiras rodadas (em que pese à
fragilidade das equipes do interior), tem chegado com facilidade e, não
por acaso, estufaram seis vezes nossas redes. É um exagero, mesmo
com os atenuantes de início de temporada, adaptação
dos jogadores ao modo de pensar, agir e exigir do comando técnico
e outras ponderações razoáveis. Nossos volantes (e
tem que ser assim, no plural) tem tido dificuldades em barrar oponentes
que tenham um toque de bola rápido, que saiam jogando em velocidade.
Some-se a uma zaga desprotegida e insegura a desarrumação
e fica garantido o risco e a possibilidade de estragos. As debilidades
das laterais (Fábio Santos e Joílson, todos sabem, tem deixado
tremendamente a desejar e Lúcio ainda segue em busca do seu melhor
futebol), e a consequente ausência de uma jogada qualificada pelos
flancos, somam drasticamente neste quadro de carências que persistem.
O fato objetivo, meus amigos, é a competição em curso,
o plantel que (por enquanto) aí está e a imposição
de apresentarmos um time aguerrido, mas igualmente bem postado na cancha,
atuando com solidez. E isso é tarefa imediata para os próximos
enfrentamentos (a começar por este domingo). No que tange a reforços,
desembarcou Douglas e se especula (com a despedida de Réver) como
certa a vinda de um novo zagueiro. O nome seria Jadson Viera, gaúcho
de Santana do Livramento e que começou e seguiu carreira pela República
Oriental, chegando somente em 2007 na Argentina (Lanus). O cara responde
pelo apelido de "el patron", o que dá uma noção
do seu estilo de jogo. E o Grêmio anda precisando de um xerifão,
não é verdade? Um defensor clássico: destes que range
os dentes antes de estourar as travas da chuteira na pelota, arrancando
nacos do gramado e levando junto à saliência dos adversários.
E se não for esse, que venha alguém com tal perfil para
espantar o que vier pela frente. A La Pucha, tchê! Dá-lhe
Grêmio! A coluna segue em forma de abraço ao gremista Fernando Bittencourt, que um dia saiu da capital do Planalto Médio para conhecer o mundo. Nessas idas e vindas, radicado na capital dos Pampas, idealizou o bem sucedido primeiro Podcast produzido exclusivamente por gremistas e para gremistas. Quem (que curte este espaço) não lembra do pioneiro e saudoso Rebote Tricolor? Pois, é. No último sábado, depois de muita batalha, o estudante de engenharia ergueu o seu diploma de engenheiro. E já pensa em atravessar outros oceanos e ancorar em outros portos. Vai lá, navegador ! Na
próxima semana, o pessoal que colabora com este site está
prometendo uma grande cobertura do Grenada. É acessar e conferir.
Jorge
Bettiol
PEGADA, SANGUE E FELICIDADE - 20/01/10 No retorno à principal competição da Província de São Pedro, o Tricolor não nos frustrou. É fato que largou de forma decepcionante nos primeiros 45 minutos. Perdido na marcação, sem aproximação e afoito, o Grêmio levou para o vestiário uma inesperada desvantagem. Não que o adversário jogasse grande futebol, mas soube aproveitar suas poucas chances diante de um visitante vacilante que, em alguns momentos, parecia perdido na sua ansiada estreia. No intervalo, a santa mão e o verbo de Silas, somados ao brado retumbante (que antes mesmo da bola rolar já se ouvia) e competência do preparador e motivador Paulo Paixão fizeram o mais copeiro amassar o adversário. Imposição física e técnica que resultou em pressão e oportunidades. A entrada de Jonas foi com a disposição costumeira, a mesma garantidora de 24 gols na temporada passada. Seu protagonismo deu outra dinâmica ao ataque gremista. Borges, que reclamava do isolamento, acabou por ter uma parceria aguda que foi decisiva para reversão do indigesto placar. Maylson sacramentou o 3x2 numa cabal demonstração (inclusive para os vizinhos) de que aperfeiçou bastante suas conclusões desde o último memorável jogo no Maracanã. O aguerrimento do plantel, que não se abateu com o revés momentâneo (e nem com o calor escaldante que castigou a Boca do Lobo), foi outro destaque alentador nesta equipe que promete dar alegrias neste semestre. Um grupo com espírito e atitude vencedora é tudo que desejamos para este Gauchão e Copa do Brasil. Lógico que é muito cedo. O amigo leitor sabe que estas impressões preliminares necessitarão confirmação (rodada após rodada) até firmarem-se como definitivas. Até lá, correções serão feitas, reforços serão integrados e, por certo, não faltará apoio! Da nossa parte, redundância das redundâncias, acreditamos sempre na força do Grêmio. Quer um resumão? Começamos com uma virada que deve ser a síntese de uma virada maior no rumo dos títulos e das taças neste 2010. Estamos precisando e merecendo. Vamos Tricolor! Gostei das recentes entrevistas do Silas falando sobre sua expectativa e objetivos no Grêmio. O cara é rodado, foi boleiro, possui respeitável currículo de vitórias e, mesmo com carreira incipiente na casamata, demonstra saber bem o que espera a Nação Tricolor de um comandante técnico. Sua declaração de “manter a pegada” (algo inseparável da nossa natureza, componente intrínseco da cultura gremista), igualmente exigindo “sangue no olho” dos jogadores, é a garantia de não despencarmos para um futebol acadêmico e vistoso, daqueles que flerta com a faceirice. Um toque de bola qualificado, com a pelota deslizando com precisão de chuteira para chuteira e rente ao gramado facilita (com a devida objetividade, sem firulas) abertura de espaços, articulação e criação de jogadas. Mas, essa bola que com a posse rola fácil tem que ser apropriada e conduzida (quando o sujeito tem a honra e a responsabilidade de vestir a gloriosa camisa tricolor dos pampas) com vigor e disposição inigualáveis. Disputada como um prato de comida em tempos de guerra, escassez e pranto. Afinal, “se somos assim”, ilustra bem o trapo, “não é por acaso”. Ainda sobre o Silas. A lembrança que tenho marcante deste que nos conduzirá não é sua exitosa passagem pelo São Paulo. Recordo, isso sim, da façanha que ajudou a construir como atleta do San Lorenzo de Almagro (justo no ano que nos sagramos Bicampeões da América), onde foi destacada figura na conquista do clausura de 1995. Por um singelo detalhe: o chamado Ciclón amargava 21 anos sem conquistar um título argentino. Chegando um ano antes, compôs uma equipe que tinha como xerife da zaga o histórico Oscar Ruggeri (formado no Boca, com passagem por vários clubes e selecionado) e que ainda hoje segue na memória dos “cuervos”. Silas conseguiu, portanto, vencer com todos os méritos e tornou-se um ídolo em terras argentinas. O que para um jogador oriundo do futebol brasileiro, convenhamos, não é tarefa das mais simples. Por onde passa, o tricolor mobiliza, emociona e arrebata multidões, seja na Serra, seja no Sul do Estado. A massa gremista (maior, mais fiel e vibrante torcida) segue a risca a máxima “eu te sigo a toda parte” e trata de estar sempre presente. No jogo contra a equipe “azul e ouro”, em Pelotas, os gremistas ocuparam totalmente às dependências destinadas. A nota lamentável é que centenas de outros (estima-se em cerca de 2.000 torcedores) ficaram de fora do espetáculo pela ação predatória de cambistas e pela desorganização dos mandantes. Muitos que possuíam ingressos foram barrados pela BM e pelos funcionários do estádio. De qualquer maneira, a festa gremista congregou gente de Pelotas, Rio Grande, São José do Norte, São Lourenço do Sul, Jaguarão, Arroio Grande, Capão do Leão, Canguçu e inúmeros outros municípios marcados por nossas três gloriosas cores ! Tudo Copado! Dá-lhe Grêmio !!! A nota cômica do jogo em Pelotas foi uma faixa estendida por torcedores da equipe local (devidamente trajados com seu uniforme quindim, possivelmente em homenagem a Fenadoce) com os dizeres “torcida de sofá” e uma seta apontando para o espaço gremista. Obviamente apontaram para direção errada. Após o gol de empate do tricolor, os bocejantes “aureo cerúleos” voltaram mais cedo para casa a tempo de, bem acomodados no sofá doméstico, tomarem seu suco de frutas e assistirem ao terceiro e definitivo gol da virada. Perderam uma baita celebração ao vivo e, diga-se de passagem, o fecho do batismo da nova arquibancada. Por falar em arquibancada. Prossegue a falta de bom senso e visão. Será que o Grêmio vai querer ostentar o valor mais elevado entre todos os demais valores cobrados por uma arquibancada neste regional? Para esta partida contra o Caxias o preço foi fixado em R$ 30,00! Este valor será, em média, o cobrado pelas equipes do interior quando receberem os dois clubes da capital. De praxe e compreensível (embora também pesado para os que vivem nos municípios interioranos) que procurem uma arrecadação maior (desde que não extorsiva) com a presença da dupla Grenada. O que não dá para entender e aceitar é esta mesquinharia e tacanhez de cobrar o que se cobra no Olímpico para receber os clubes do interior. No aterro, uma arquibancada foi fixada em R$ 20,00 para mesma circunstância e, no interior, jogos que não envolvam o Grêmio e os rubros, terão arquibancadas na média de R$ 10,00. Em todos os casos citados, ainda incidirá o desconto de 50% para idosos e estudantes cadastrados. No finado brasileirão disputamos a liderança no quesito entradas mais caras o que, não temos dúvidas, afugenta sobremaneira vasto e importante segmento de torcedores. O que as seguidas direções do Grêmio parecem ter dificuldade em assimilar é o seguinte: a ida ao estádio, ver o clube do coração, participar do espetáculo apresentado pela massa torcedora, conhecer e se envolver com todo este ambiente peculiar é um primeiro e importante passo. E justamente rumo a uma relação mais estreita, orgânica, e que pode culminar na associação ao clube. Defendemos, de longa data, uma política de preços de ingressos/planos de associação, condizente com a realidade da maioria do povo gremista. Algo calcado num elementar princípio de razoabilidade e proporcionalidade. Quem pode pagar mais (vamos reiterar), ótimo. À pluralidade que congrega o Tricolor deve gerar distintas ofertas e opções. Agora, por favor, está mais do que na hora de aliviar as catracas. O Grêmio ganhará em todos os sentidos e estará sendo justo com o seu exemplar e abnegado torcedor. A propósito: Grenada de Erechim com preços definidos e divulgados pelo Sr. Francisco Novelletto. O clássico “presenteado” aos torcedores do interior, SC e até do PR custará à bagatela de R$ 60,00 e R$ 150,00 (sob alegação da cota fixa de R$ 400.000,00 aos clubes). Por uma destas exemplares condutas éticas que regem nosso futebol, os ingressos podem ser adquiridos com exclusividade na rede de lojas pertencente ao presidente da FGF (ah, não podemos esquecer: tem uma alternativa via site da entidade). Haviam me comentado. Entretanto, só assisti ao vídeo deprimente (finalmente apareceu um registro) esses dias. É um tipo sem graça, cheio de clichês e que gosta de passar um ar de “eu sou o cara”. Responde pela alcunha de “Rafinha Bastos” e seguidamente faz piadas de mau gosto (e surradas) sobre a masculinidade dos gaúchos para agradar ao público do Sudeste, além de posar de fiscal da moralidade pública. Diz à lenda que nasceu nestas bandas, o que faz deste tipo triste um renegado. O que ocorreu é o seguinte: na última rodada do brasileirão (numa gravação do programa CQC da Band efetuada no atoleiro da Padre Cacique) talvez exercitando sua chamada “arte do insulto” (nome com o qual apresenta seu sofrível “stand-up”), pisoteou a camisa do Grêmio defronte os torcedores rivais. Considerando-se o papel de comunicador de um imbecil destes, o amplo espaço de mídia que possui e os tempos de cólera e insanidade que vivemos, o mínimo que se pode dizer é que tal ação é revestida de total irresponsabilidade. E, o que não surpreende: tal disparate passa sem a condenação veemente e explícita do universo jornalístico. A coluna e o sentimento vão para Manuela que já chegou tricolor para o regozijo e felicidade da família, especialmente a irmã Mariana ! “A infância é o prefácio da vida”. Frase curta, simples e definitiva. Viva o Grêmio e Viva a criançada! Jorge
Bettiol
RETROSPECTIVA - 29/12/09 Fim de papo. Os impacientes ponteiros dos relógios assinalam mais uma passagem. Aberta nova porta em direção ao futuro, resultando em generosa possibilidade de mudanças. Uma convenção que consagra um acúmulo de movimentos e que nos faz programar o amanhã com renovadas esperanças. Tudo relacionado com nossa humana concepção de mundo e os mecanismos que constituímos para minimamente nos situarmos. Ok. É de praxe e, não raro (dependendo das referências), maçante. Mas, inegável, é um componente importante nesta ritualística da contagem e registro do tempo. Nesse sentido, a coluna não fugirá desta regra de resgatar, mesmo de maneira econômica, os episódios mais relevantes neste epílogo da temporada. Adiante, então, com a tradicional retrospectiva ! Foi um ano repleto de vitórias e conquistas. O pódio, a honra, a glória e o descontrole acompanharam o tricolor durante as competições mais expressivas. Porto Alegre e o RS voltaram a ser palco privilegiado das memoráveis comemorações protagonizadas pela maior e melhor torcida da Província de São Pedro ! Estava na hora, pois o jejum resultante da secura de títulos deixou o povo gremista incomodado, ansioso e com (ainda) mais fome por faixas e troféus. Nossa alegria pela retomada da arraigada cultura vencedora (resultante, sobretudo, do futebol competitivo e da permanente superação que apresentamos), é indescritível e são insuficientes as palavras para podermos expressar tanto contentamento. Na largada, após uma recepção apoteótica e inigualável na gremista, alucinada (porém ordeira), Bento Gonçalves, tivemos algumas nuvens carregadas de interrogações insistindo em pairar sobre a pré-temporada. Meno male que logo se dissiparam com o início do sempre prestigiado ruralito. Numa campanha arrasadora, passamos sem dificuldades por dignos oponentes interioranos. No primeiro Grenada do ano, além da supremacia nas quatro linhas (falaram demais e acabaram se fossati), outra aula foi ministrada gratuitamente nas arquibancadas do Colosso da Lagoa. Revezando preces e trabalhos táticos, o técnico (nas horas vagas pastor) Silas dobrou nossas infantis resistências e apresentou sua desejada competência: seguiu destruindo desconfianças e adversários. Conduziu com maestria um elenco determinado até a final. No primeiro jogo, um inesperado equilíbrio. Talvez por um excesso de confiança que, mesmo evitado, transbordou. Empate camarada na Serra. No jogo de volta, com dois golaços de Douglas Costa, um de Borges e outro de Victor (numa certeira cobrança de falta), goleamos a boa equipe do Julinho Camargo. O Caxias fez o que pode, mas a volta olímpica foi dos proprietários do Olímpico. A torcida comemorou com a distribuição de cafezinhos e muito chopp ! Na festa de encerramento do Gauchão, os seis primeiros colocados receberam prêmios. O que explicou a impossibilidade de comparecimento do coirmão, desclassificado precocemente pelo Veranópolis em pleno aterro. Na ocasião, se disse que o cheiro de maça contrastou com o mofo exalado pelos morangos. Que baita salada de frutas. E a Copa do Brasil, héin ? Que festa, quanta felicidade em comemorar este Penta e justamente enfrentando e superando o ranzinza do Muricy ! E defronte uma corneta ensurdecedora no Parque Antarctica lotado ! Uma vitória e um empate com, digamos, soberania. Tanto em Porto Alegre, como em São Paulo. Na véspera das finaleiras o clima esquentou de vez com as desastradas manifestações do Belluzzo: o velho choro de que o Grêmio é “um time historicamente violento”. Nossa resposta foi dada na primeira partida: arrancando tocos do gramado desde os minutos iniciais, chegamos ao primeiro e único tento que nos deu a ambicionada vantagem. O gol de Souza, em desconcertante arremate da intermediária (que deixou Marcos estagnado e pasmado entre as traves), foi o decisivo e precioso trunfo para o segundo encontro. Ainda na capital dos pampas: surpreendente a invasão de campo do ex-volante e eterno ídolo Dinho (a direção do Grêmio segue sem explicar de onde o mesmo surgiu para a contenda) que saiu na pancada com os reservas palmeirenses. Foi à segunda avalanche da noite, desta feita sem rede estufada. E cretina (embora esperada) a rápida e desproporcional intervenção do STJD que nos brindou com multa absurda e uma interdição do Monumental até a data de inauguração do novo estádio. De volta à capital bandeirante que um dia elegeu Clodovil. No honrado empate zerado que nos brindou com mais um campeonato, outra cena de ringue interrompeu o “match”. No intervalo, nosso zagueiro Maurício trocou sopapos com Diego Souza e a expulsão foi à primeira de uma série. Um a menos deles, três a menos do nosso lado. Apito final com oito envergando o manto sagrado e mais um DVD merecedor da galeria dos inacreditáveis a caminho. No retorno, descontrole total desde o Salgado Filho e uma cidade inteira reverenciando a heróica equipe tricolor ! No brasileirão, apesar de alguns protestos, levamos o certame em ritmo de treinamento visando a Libertadores 2011. Não fosse assim, provavelmente teríamos chegado entre os primeiros. Igual, foi merecido o título do Avaí, obtido na última rodada e com dois pontos à frente do tradicional rival. O misto do Grêmio foi esforçado e valente na Ressacada. Saiu na frente com gol de Roberson, mas restando dez minutos para encerrar a peleja, tomou a virada que consagrou os catarinenses comandados pelo banido Adriano Gabiru. Novamente a frustração tomou conta do banhado do Menino Deus que celebrava a goleada contra o Guarani de Campinas e acompanhava atentamente o embate de Floripa. No sábado que antecedeu a rodada decisiva, Fernando Carvalho (auxiliar executivo de Fábio Koff e, nas horas vagas, vidente) convocou a imprensa para resmungar e denunciar outro complô contra os rubros. Não deixou de estender uma manta azul e branca com os dizeres “Leão Campeão Brasileiro”. Ao ser indagado sobre o que achava da frase pronunciada a exaustão pelos gremistas “o segundo colocado é o primeiro dos últimos”, estendeu outra manta ainda maior com os seguintes dizeres: “Grêmio Tricampeão da América” e bradou que outra conspiração estava em curso ! Quando alguém gritou “paranóico” encerrou, indignado, à coletiva. As mantas premonitórias, abandonadas pelo desatino, foram recolhidas por setoristas e estamparam a capa de inúmeros jornais. No mais, a desclassificação dos vizinhos na primeira fase da principal competição do Continente foi muito bem-vinda. Os resultados negativos diante de Deportivo Quito e Cerro do Uruguay liquidaram com as pretensões pífias do milionário e arrogante plantel da Padre Cacique. Na Copa de Suplentes Sul-Americana, o campeão (seguindo a tradição de projetar, mesmo que minimamente, clubes medianos ou totalmente desconhecidos) foi o destemido Oriente Petrolero da Bolívia que (além da altitude como grande aliada) soube apresentar bom futebol diante da equipe do Union San Felipe do Chile. A escolinha do Grêmio teve ótimo desempenho, somente sendo eliminada nas quartas-de-final (em cobranças de penalidades) pelo Atlético Huila da Colômbia. O Mundial da África do Sul ficou nas mãos dos europeus (apesar de nossa torcida ferrenha pelo Uruguay). A seleção brasileira, dirigida por Joel Santana (que assumiu as pressas após o desentendimento entre Dunga e Ricardo Teixeira - que insistiu em convocar o gordo Nazário) foi eliminada por uma França que venceu Júlio César com um flagrante gol de mão de Thierry Henry. Na semifinal, o time do alle le bleus venceu a Argentina por 2x0, com ... dois gols de mão de Thierry Henry. Maradona enfartou e segue internado em Cuba para tratamento. Já o francês, devido as suas dores de consciência, abandonou definitivamente o futebol. Entretanto, fechou um contrato milionário na NBA, devendo brevemente estrear nos Lakers de Los Angeles. O dublê de craque e ator de comerciais de desodorante Ronaldinho Gaúcho foi eleito, quem diria, o pior jogador da Copa. Seu irmão Assis, respondeu ao desprezo de Berlusconi (e a vontade da torcida do Milan de vê-lo bem longe) e da totalidade dos clubes brasileiros com desdém: “propostas jamais faltarão e o time do Porto Alegre certamente tem interesse em contar com Ronaldo na disputa da segundona gaúcha.” É, amigo leitor. Este 2010 foi um ano e tanto. Ficará para sempre gravado nas retinas dos tricolores. Não podemos esquecer de felicitar o tricampeonato da gurizada do Sub-20 e frisar o quanto tem sido valioso e compensador o investimento nas categorias de base. Desculpem, só não vou abordar (neste momento) a extraordinária vitória da chapa Danrlei-Mazaropi para presidência do nosso amado clube. Deixo para o primeiro texto de 2011 tamanha a repercussão deste episódio. Antecipo o quanto foi espantosa à margem de diferença na votação. Afinal, os laureados atletas gremistas superaram uma ampla articulação, que incluiu todos os grupos políticos do Grêmio, denominada “G12”. Contudo, prometem fazer uma gestão de coalizão incorporando várias figuras (públicas e até mesmo anônimas) com destacado gremismo nas suas áreas de atuação. O programa de campanha será seguido à risca e assimilado pelos que forem agregados: focado simultaneamente no torcedor e na grandeza da instituição. Outro destaque foi à significativa renovação no Conselho Deliberativo e o reforço da bancada que preza uma prática absolutamente responsável e coadunada com os legítimos interesses da massa torcedora gremista. Vai deixar saudades este 2010, não temos dúvidas ! Que ano memorável ! P.S. A coluna é dedicada ao Alvaci Silva de Almeida, ou simplesmente o “Banha”. Personagem querido e marcante da vitoriosa história gremista. Imagem de infância e adolescência de inúmeros gremistas os piques velozes e solícitos do Banha campo adentro. Fiel escudeiro não de um Dom Quixote, mas de atletas guerreiros trajados em azul, preto e branco. Seguirá na memória afetiva do nosso gremismo e emoldurando, robustamente, os pôsteres deste clube copeiro a quem tantos profissionais dedicaram suas vidas. Vai lá, Banha ! Segue atendendo neste gramado celestial e muito obrigado por tudo ! Jorge
Bettiol
TU ÉS MEU AMIGO - 16/12/09 Foi
estressante, não dá para omitir. Mas, terminou exatamente
como deveria terminar. Os tricolores aliviados e tirando onda e os torcedores
do coirmão frustrados e pagando vale. E pagando um vale histórico,
diga-se de passagem. Devidamente registrado em fotos e vídeos para
o regozijo presente e a posteridade. Farto material, amigo leitor, que
seguirá ensejando risadas e ironias por seguidas gerações
de gremistas. Verdade que o jogo contra os cariocas foi envolto por uma
pesada atmosfera de pressões, contradições e sentimentos
dos mais diversos. A tensão foi nossa companhia, privilegiada e
incômoda, no domingo da mais surrealista das rodadas de todos os
brasileirões. A gurizada gremista escalada (após a correta
decisão – resultante das fortes cobranças do povo
tricolor - de não dar prioridade ao que não tinha importância
para o Grêmio) deu um sufoco na badalada, mas amedrontada equipe
da Gávea. Fizeram frente e complicaram sobremaneira, a ponto do
estoque de papel higiênico dos banheiros do Maracanã se encerrar
antes dos 25 minutos da etapa inicial. Os 85.000 urubus perderam penas,
fizeram promessas e emudeceram diante do brioso e jovem grupo que representou
o mais copeiro. Galera comandada pelo destemido Marcelo Rospide que, sem
nenhuma surpresa, desfilou pelo gramado do “maior do mundo”
com a tradicional segurança e desenvoltura. Tamanha foi à
imposição que tudo poderia ter ocorrido. A ponto da Nação
Gremista, de fato, se angustiar diante da ridícula possibilidade
de presentearmos os campeões da copa suruba com um título
relevante e uma comemoração represada há 30 longos
e amargurados anos. O que, convenhamos, seria tragicômico. De nossa
parte, saudamos com satisfação a marca de três décadas
de jejum alcançada e desejamos (sinceramente) que se prorrogue
por muitos e muitos anos. Jorge
Bettiol
A VIDA É UMA RODA GIGANTE - PARTE 2- 05/12/09
Ao
que o fariseu respondeu: “não tenho coerência, não
tenho honra e nem vergonha na cara! Sou mais um desprezível que
trabalha por interesses escusos na imprensa esportiva deste Estado!
Sabeis que o todo poderoso, o transcendente, não escuta minhas
preces! O que fazer?” Quando
orardes, pausou o tricolor, acrescentais: Grêmio, meu senhor e
soberano, perdoa minhas ofensas, pois não sou digno de nenhuma
compaixão (nem mesmo do Paulo Paixão), de nenhuma solidariedade,
mas fazei um gol, e segurai o resultado que serei salvo! O
fariseu não titubeou e usando a capa do Diário Gaúcho
e o encarte de colunistas isentos da Zero Hora como capacho improvisado
se ajoelhou no glorioso e sólido cimento. Repetindo palavra por
palavra o que havia dito o gremista. Mas
eis que os céus de súbito nublaram, e o vento espantou
os quero-queros e trouxe corvos e mau agouro. E o gremista indignado
protestou: Aí de Vós, Fariseu, pois não há
sinceridade em tuas palavras e a tempestade se encarregará de
levar embora tua falsidade! Pedes-me a taça, mas tua ambição
desmedida e teu cinismo não valem mais do que um cacho de bananas! O
Fariseu foi ao desespero. Implorou em nome de toda vizinhança.
Pediu pelos cretinos de sempre da mídia regional e pelos novos
amargos da mídia esportiva nacional. Citou pessoas sérias
como os dirigentes do São Paulo, equilibradas como o presidente
do Palmeiras e absolutamente honestas a exemplo do Ricardo Teixeira
e dos integrantes do STJD para reforçar suas súplicas.
“Grêmio, por favor, livrai-me de todo mal”! Uma
pequena multidão havia se formado ao redor (afinal, o que fazia
ali aquele Fariseu, justo no sagrado templo do tricolor dos pampas?).
Foi quando uma humilde e desavisada mulher gremista gritou: Bem-aventurado
o Fariseu! Bem-aventurado, pois expulsou sua avareza e, agora, abraça
a humildade e a camisa mais vencedora desta Província! O
gremista desprezou a impertinência e interviu novamente, desta
feita com energia: Ai
de vós, fariseu! Porque gostais de ludibriar aos que te rodeiam
e junto a teus amigos jornalistas de araque falsificas e manipulas com
a detestável ajuda de todos os demônios! Ai
de vós! Porque anunciaste em 2008, por um dos teus dirigentes,
que ofertarias a derrota para os bambis e te agradaria nos prejudicar! Aí
de vós! Porque entregaste o jogo para o Goiás em 2007
para rebaixar um desafeto. Aí
de vós! Porque o Paysandu te presenteou com uma derrota amiga
para conseguires te livrar da segundona na nebulosa última rodada
em 2002! Aí
de vós! Porque segues afrontando aos que são lúcidos
e íntegros com tuas ignomínias e omites os duelos onde
a retidão te faltou! Seria indulgente com tuas faltas não
fosse esta tua cara de pau! No
entorno do Fariseu a cólera começou a tomar forma na multidão.
Mulheres e crianças gritavam “Herege, Herege” e o
ameaçavam com avalanches e pedras das montanhas da Galiléia! Num
derradeiro esforço, o Fariseu apelou ao gremista: “divino
coirmão, esquecei e desculpai minhas faltas, não sou digno
da tua caridade, mas me ajudai... afinal, eu sou Gaúcho e devemos
unir o RS!!!” Terminou
a frase e o gremista, mal contendo a fúria pela mais nova heresia
pronunciada, o expurgou severamente: o verdadeiro caráter da
caridade é a humildade e a modéstia que tu, pífio
e dito campeão de tudo, não possui. Não te absolvirei
por teu recalque e mentiras nem nos próximos 100 anos, desgraçado!
Refugia-te na tua empresa de comunicação e após
no teu aterro e leva contigo a tua cruz, pois teu calvário é
minha glória e toda lei e todos os profetas estão contidos
nesses dois mandamentos: o que importa é o Grêmio e mais
nada e mais nada importa, a não ser o Grêmio! Arreda-te
daqui e leva junto a tua imundície. O
Fariseu, desolado, retirou-se apressadamente. Não sem antes ouvir,
desde o gramado, o berro do filósofo Souza: “a vida é
uma roda gigante, pois a escarrada de hoje é a mesma cusparada
que me deste antes”. Chora,
vizinho, chora.
Jorge
Bettiol A
VIDA É UMA RODA GIGANTE - PARTE 1 - 01/12/09 Muita
bola rolou desde os últimos registros feitos por esta humilde coluna.
A começar pela vigorosa imposição que tivemos no
Mineirão, calando a boca (definitivamente) da turma do Zezé
Perrela e de sua torcida de cobranças de escanteio. Numa atuação
ao velho e bom estilo do Imortal Tricolor, arrancamos um empate que parecia
improvável. Na seqüência, ainda com esperança
e disposição de lutar pelo principal objetivo da temporada,
derrotamos Muricy Ramalho e seus comandados numa partida que ficou marcada
pela inusitada cena que motivou a expulsão de dois palmeirenses.
Brigamos, vencemos. Jogando por nós mesmos, única e exclusivamente.
O Grêmio, neste curto período sob orientação
do competente Marcelo Rospide, voltou a se reconhecer, resgatando sua
essência de equipe aguerrida e copeira. Infelizmente de maneira
tardia para o que desejávamos para este final de ano e para o 2010
vindouro. Não fosse a conhecida e lamentada retrospectiva como
visitante (em contraste brutal com esta extraordinária campanha
de invencibilidade como mandante, até então inédita
nesta era de pontos corridos) estaríamos entre os ponteiros deste
cambaleante brasileirão. Competição que, neste momento,
apresenta um irônico desfecho. O período de balanços,
diante do antecipado final de nossa participação (vide a
impossibilidade de ambicionarmos melhor sorte) está em aberto.
Exigindo profunda reflexão e, mais do que tudo, atitude contundente
e mudança de rumos por parte do corpo dirigente. A começar
pelo comando técnico. Não podemos repetir os mesmos erros,
irritantes e tremendamente onerosos. Basta de insistir em “perfis”
e “conceitos” distantes da nossa história e cultura
futebolísticas. Quem digita, quem lê estas linhas, todo e
qualquer gremista com bom senso sabe que a melhor e mais segura opção
já está na casamata: é da casa, tem uma extensa folha
de bons serviços prestados ao clube. É pessoa íntegra,
agregadora, destemida, tem capacidade de sobra (provada no próprio
exercício da interinidade) para os desafios que nos aguardam neste
futuro que não espera e já bate a porta. Marcelo Rospide,
criado e enraizado nos campos da Azenha, é a nova e promissora
oferta de uma instituição que um dia oportunizou e promoveu
(para falar deste período mais recente) um Luiz |Felipe Scolari,
um Adenor Bacchi, um Mano Menezes. Portanto, o cara é a pedida
gaudéria da vez. Por tudo que conhece, por tudo que já fez.
A carreira é de cancha reta e o cavalo encilhado não passa
duas vezes. O
capitão de tantas jornadas se despediu. De forma tranquila, emocionada.
Na tarde de céu anilado e calor escaldante, pisou pela última
vez no sagrado gramado do Monumental trajando o glorioso manto tricolor.
Os 16.000 gremistas que lá estavam o aplaudiram com profundo carinho.
Um reconhecimento que valoriza a sua transparência, o seu caráter
e o profundo vínculo estabelecido com o clube e a massa torcedora.
Tcheco sabe e se cobra pela ausência de troféus de maior
envergadura. Fala com inteligência, sinceridade e paixão
sobre tudo que viveu no Grêmio (inclusive no que tange as frustrações).
Bom sujeito esse Tcheco, inegável sua contribuição
(mesmo com as cobranças que sempre o acompanharam, justas, ou não).
Um ciclo se encerrou, é verdade. Porém, seguirá este
respeito mútuo e desejamos toda sorte ao cidadão e atleta
Anderson Simas Luciano, ou simplesmente Tcheco. O Tcheco da cuia e do
mate, o Tcheco do Grêmio. A
cruzada vai ser sórdida, recém está iniciando, mas
promete muita baixaria e pressão para os próximos dias.
Na amargura midiática e na malandragem dos dirigentes rubros, desde
domingo à noite, se desenha um clamor e uma cobrança para
que o Grêmio presenteie o seu centenário e recalcado rival
com o título de campeão do certame tupiniquim 2009. Inoperantes
para depender única e exclusivamente de si próprios (pois
levaram uma sonora goleada do Flamengo no Rio de Janeiro, não passando,
posteriormente, de um empate na alagada região da Padre Cacique)
e amargando três décadas sem conquistar tal taça,
os vermelhos pedem nas ruas (não todos, sejamos francos) que façamos
uma gentileza. Aliás, nunca antes ofertada por nenhum dos lados
nesta eterna disputa provinciana de cunho universal. Diga-se de passagem:
se os vizinhos têm a chance de prejudicar o Grêmio, assim
procedem e sem nenhum pudor. O encontro de comadres com os bambis, que
revoltou o plantel gremista e a Nação Tricolor em 2008,
é o episódio mais acabado e próximo (embora os fariseus
de plantão tentem desqualificar como parâmetro de comparação)
! Ao mesmo tempo em que ficam mendigando nosso empenho, fazem ameaças
veladas ou explícitas revelando sua calhordice notória.
Na Rádio Bandeirantes de Porto Alegre (na manhã de segunda-feira),
um repórter sem nenhum escrúpulo procurou e leu possíveis
punições ao Grêmio caso adote “conduta antidesportiva”.
Ao longo do dia, em outros tantos veículos, outros “profissionais”
se deliciaram ao imaginar quais atitudes seriam tomadas por CBF, STJD
(tribunal da piada), Globo (poderiam ter citado o COI, o COB, quem sabe
até o Vaticano excomungue os gremistas) para uma vingança
implacável contra o Tricolor Gaúcho no caso de se consumar
o título dos rubro-negros. Quanta hipocrisia, senhoras e senhores,
quanta hipocrisia.
Não temos
dúvida que dignidade é o diferencial dos grandes clubes.
Foi o que afirmamos nesta coluna, semanas atrás. E o Grêmio,
que tem camisa e história, não deixará de ter tal
qualidade no Maracanã lotado nesta rodada decisiva. Duvidamos que
alguém receba orientação (internamente) para “entregar”,
perder de forma deliberada. Mas, por favor. Elementar que não nos
mobilizaremos, pois não há razão para tal. Nada mais
almejamos neste campeonato, pois nossas pretensões estão
encerradas. Natural, nesse sentido, projetarmos a próxima pré-temporada
(inclusive dispensando alguns atletas por diferentes circunstâncias).
Diga-se de passagem, são muitas as particularidades gremistas que
seguem em aberto. A definição do próximo técnico
(comentamos), questão central, estratégica, é uma
delas. Ou seja: o foco, a prioridade, o compromisso (e não poderia
ser diferente) do Grêmio é exclusivamente com o próprio
Grêmio. Não temos obrigação com terceiros,
muito menos com o tradicional adversário. Não temos dívidas
a saldar (como declarou o presidente do Goiás ao escancarar que,
em 2007, o coirmão entregou o jogo final para que o Corinthians
fosse rebaixado e não os alviverdes) e nem favores a prestar. Jogamos
por nós e somente por nós. Assim recebemos o Flamengo no
primeiro turno, destronando o Imperador e sua corte num inesquecível
4x1 com direito a show do grande goleiro Victor. Portanto, não
encham o saco do povo gremista. Não torrem a nossa paciência
com exigências pífias, descabidas e desprovidas minimamente
de autoridade. Nada mais temos a ambicionar e o que nos circunda é
a rivalidade mais exacerbada deste país. Isso é uma obviedade.
Quem pretender aparentar algo não compatível com esta realidade
faltará com a verdade. Então, prezados vizinhos: tratem
de se contentar com a iminente tríplice coroa dos vice-campeonatos
que os aguarda, não esquecendo jamais das sábias palavras
do filósofo Souza: “a vida é uma roda gigante”.
Sabe muito esse Souza, impressionante. Em
tempo: devido à repercussão de todo esse assunto e a polêmica
que promete prosseguir, a coluna retornará (excepcionalmente) ainda
esta semana com a segunda parte. Saudações Tricolores! Jorge
Bettiol SOPRAM
OS VENTOS - 11/11/09 Resumo.
Foi o quarto empate em casa neste brasileirão e de consequências
extremamente comprometedoras. E só atestar pela semana arrastada
e recheada de indefinições e interrogações
que vivenciamos desde o jogo frente aos bambis. É chato (e também
irritante) olhar a tabela e perceber o seguinte: bastariam dois ou três
destes jogos igualados no Olímpico com resultado distinto. Míseras
duas ou três vitórias a mais em casa, otimizando uma campanha
doméstica sabidamente satisfatória (porém insuficiente
no todo), e estaríamos na disputa pelas primeiras posições.
Tamanho o enguiço neste campeonato e o número de equipes
medíocres que demoraram e até prosseguem sem engrenar. Sobre
as partidas fora, a torcida perdeu a paciência de assistir aos mesmos
desfechos, aos mesmos fracassos. Até este singelo espaço
está exaurido de comentar e analisar os insucessos da condição
de visitante. Então. No último confronto travado no solidário
Monumental vencer era, mais do que nunca, impositivo. Não aconteceu.
O Grêmio teve a tradicional iniciativa (empurrado pelos torcedores)
e não tardou em abrir o placar. Um gol para redimir e aliviar Rafael
Marques. Alívio que logo se transformou em nova decepção
no desastrado desvio, impiedoso desvio que tirou São Victor do
lance e sacramentou o escore. O tricolor dos Pampas, sob a pressão
de quem não poderia mais vacilar, insistiu: dominou, amassou. E
mesmo com uma convidativa vantagem numérica nos minutos finais,
não apresentou competência para estufar os barbantes. Encerrada
a partida, nos microfones seguiram-se enfadonhos lamurios. Aqueles discursos
conformistas, evasivos, que comumente tem partido da dirigência,
comissão técnica (que no fechamento deste texto já
estará se despedindo) e expoentes do plantel. E quando (cobrados
por todos nós) respondem mesmo timidamente, que brigarão
até o final, que a temporada não encerrou, simplesmente
não convencem. Afinal, as atitudes (ou melhor: a falta delas) apontaram
e apontam no sentido contrário. Somente para nós, apaixonados
torcedores, a campanha deste ano ainda não está encerrada.
O calendário da desmobilização (voluntariamente decretado
por uma desistência quase oficiosa) na esfera dos que decidem, não
tinha o direito de nos sonegar dias, semanas e partidas importantes. Algumas
delas clássicos consagrados e de emocionante histórico.
Pelejas que poderiam apontar, se fosse outra a trajetória, a América
como destino preferencial no 2010. A frustração e indignação
da massa gremista, portanto, tem total legitimidade. O que não
se abala, nestas horas, é o nosso gremismo. A crença na
pujança e na imortalidade do amado tricolor. Isso, nenhuma adversidade
nos tira. Inicia-se, por tudo que está sendo observado, um período
de transição no mais copeiro. Igual, uma reivindicação
elementar está mantida: vençam os próximos adversários.
Vençam o Cruzeiro (independente de um comando interino), tenham
dignidade e honrem nossa camisa nas Minas Gerais. E que os ventos das
mudanças necessárias soprem forte pelos lados da Azenha.
Vamos Tricolor ! Da
série “imprensa esportiva do RS, não existe nada igual”.
Fim do intervalo no jogo de Barueri. Os campeões da Copa Suruba
seguiam em desvantagem no placar. O time local retorna ao campo e um repórter
da Rádio Gaúcha pergunta o seguinte para o jogador Thiago
Humberto: “E aí Thiago, tu já te imaginas
vestindo a camisa vermelha?” O “player” dos
paulistas fica sem jeito, constrangido, mas responde o que se espera:
“Não, eu ainda tenho que cumprir o meu contrato com o (Grêmio)
Barueri”.Estimado tricolor: partindo dos dirigentes malandros da
Padre Cacique não é incomum tal tipo de tentativa de condicionamento
(é só pesquisar). Contudo, esta do repórter se prestar
a ser um porta-voz escancarado é inédita. Ainda não
tinha visto e, muito menos, escutado algo igual. Ainda bem que
a nossa mídia esportiva é totalmente imparcial na sua sentimental
cobertura. E
o que dizer do surrado “dois pesos e duas medidas?” O guarda-metas
do co-irmão (no melhor estilo da folclórica “Escola
Clemer de Goleiros”) soltou penas para todos os lados neste mesmo
jogo de Barueri. Uma cena patética. Sua adjetivação,
entretanto, foi suave, complacente. Houve uma “falha” e ponto.
Assim foi abordado, economicamente, pela maioria da amargura jornalística.
Agora, “escandaloso” e digno da mais ferina lábia dos
fariseus nas redações foi o infortúnio do Victor
no Grenada. Este não teve absolvição. Goleiro do
Grêmio e ainda por cima ídolo ? Pedrada nele. O
retorno. Após o naufrágio e o abandono da nau pelas ratazanas
criadas por um certo Eurico Miranda, a reformulada e revigorada caravela
vascaína retornou ao sonhado porto da divisão principal.
Merecidamente. Coube ao presidente artilheiro a difícil tarefa
de ser o condutor, o almirante nos agitados mares da segundona. Parabéns
Roberto Dinamite e sua equipe, parabéns ao corajoso e competente
profissional Rodrigo Caetano. E congratulações, sobretudo,
a Nação da Cruz de Malta ! A exemplo dos gremistas, dos
atleticanos e palmeirenses, citando alguns bravos que superaram tal tormenta,
os vascaínos deram verdadeiro show nas arquibancadas (e nas dificuldades).
Desejamos que siga a bem aventurança neste clube que, desde São
Januário, nos legou um extraordinário Mazaropi e, anos depois,
um surpreendente Jardel. Coincidência ou não, ambos colaborando
decisivamente para nossos dois valorizados títulos da América.
Importante:
anota aí amigo leitor. O Instituto do Câncer Infantil/RS
promoverá neste domingo, 16/11, a partir das 9:00h. no Parcão,
a “16ª Corrida Pela Vida”. Este evento integra o calendário
da cidade e traduz o engajamento de toda comunidade em favor das crianças
acometidas por esta doença. De nossa parte, solidariedade total.
Jorge
Bettiol A
CALCULADORA E A INDIFERENÇA - 03/11/09 O
fiasco poderia ter sido bem maior. O Santo André, com uma equipe
recheada de veteranos e patinando na zona de rebaixamento, venceu com
facilidade um Grêmio fraquejante e medíocre. Imposição
e bravura são palavras desconhecidas ou sem sentido para este plantel
despersonalizado, incapaz de vencer desafios e, o que dizer, reverter
adversidades. Numa competição que segue marcada por vacilos
generalizados e que empurram definições cruciais para suas
últimas cinco rodadas, o tricolor decepciona, irrita e frustra
a torcida mais apaixonada deste rincão meridional. Aliás,
no Bruno José Daniel não faltou presença, apoio e
cantoria. O que não apareceu, mais uma vez, foi espírito
de luta e futebol. Após duas generosas oportunidades displicentemente
desperdiçadas na primeira etapa, levamos para o intervalo a desvantagem.
No retorno, um gol contra ridículo, destes que simboliza com exatidão
o marasmo que acaba impregnando esta equipe longe do Monumental. Triste
e desalentadora rotina. E, desta feita, saiu barato. O resultado negativo
poderia ter sido bem mais elástico. Os jubilados paulistas fizeram
o que bem entenderam: pressionaram, tiveram vários arremates, bolas
na trave. Tudo isso enquanto Paulo Autuori (com as mãos postadas
na cintura e queixo inclinado, exalando seu indefectível ar de
lord inglês) observava britanicamente o novo desastre gremista.
Ao final do jogo, a reprise exaustiva dos discursos diretivos que constatam
obviedades e apontam, mais do que tudo, a própria impotência.
O torcedor gremista está cansado desta mesmice, desta inércia
abominável que insiste em querer desperdiçar uma preciosa
vaga na ambicionada Libertadores de 2010. Sim, insistimos. Por sermos
do Grêmio, por sermos distintos. Enquanto houver chance, mesmo que
remota, vamos cobrar este desejado objetivo. Até mesmo quando os
que deveriam dar exemplo e cobrar uma atitude se omitem ou se escondem
num conformismo incompatível com a tradição do Grêmio.
O
atual time gremista joga única e exclusivamente sobre a guarida
e a pressão do seu torcedor. Esta afirmação categórica,
e de fácil aferição pela trajetória na competição
dentro do Monumental, foi novamente comprovada diante dos catarinenses.
Com disposição e objetividade (mais Douglas Costa em noite
de velocista) soubemos impor o ritmo necessário para dominar às
ações e, em que pese um jogador a menos durante mais de
meio período, chegamos à vitória. E nesta
quarta-feira, senhores (após o insucesso no interior paulistano
comentado na abertura deste humilde texto), retornaremos a nossa segura
casa para receber o descontraído São Paulo. Pois não
aceitaremos nada menos que vergonha na cara, respeito à camisa
e ao fiel torcedor e o somatório de mais três pontos ! Ganhar
dos bambis e as próximas quatro partidas é o mínimo
que este grupo deve fazer para amortizar parcialmente sua enorme dívida
com a massa gremista. Mesmo que no momento sejam desacreditados
(parte deste plantel) pelos próprios dirigentes sonolentos que
os trouxeram. E, fundamental: dignidade também é um diferencial
dos grandes clubes. Melhor ainda quando esta dignidade nos leva a erguer
troféus. Igual, bom lembrar: não somos parecidos com nossos
vizinhos (embora alguns destes queiram se inspirar no mais copeiro e na
sua torcida). Quem esqueceu de 2008 ? Aquele papelão das moranguinhas
“poupando titulares” justamente contra as gazelas do Morumbi
no que pareceu um jogo de comadres (tudo visando ao prejuízo gremista
na luta pelo título). Que vergonha. Bueno, estamos nos lixando
para os rivais do aterro e nos preocupamos somente, única e exclusivamente
com o Grêmio. Adiante. Forza Grêmio ! O
chamado Programa de Aceleração do Crescimento para Copa
do Mundo de 2014 preve, apenas como “pontapé inicial”,
recursos num montante de R$ 3 bilhões para contemplar as 12 cidades
brasileiras selecionadas para o evento. O valor total do investimento
público ainda não está definido, mas promete ser
generoso. O PAC do governo federal estabelecerá parcerias com prefeituras,
governos estaduais e setor privado. Compreensível, portanto, o
assanhamento das empreiteiras e políticos profissionais com o gigantesco
volume de obras e os graúdos valores a caminho. A julgar pela promiscuidade
que, via de regra, permeia tais relações o sinal de alerta
já está acionado. Órgãos de fiscalização
e defesa da ordem jurídica, assim como de zelo dos interesses da
sociedade, devem estar atentos e agir preventivamente. A corrupção
que faz sangrar as finanças públicas é o método
preferencial de enriquecimento destes verdadeiros quadrilheiros. E tais
tipos apodrecidos, prezado leitor e contribuinte, não se constrangem
de circular pelo ambiente do futebol. Inclusive exalando seu insuportável
mau cheiro. Importante:
as safadezas para se locupletar pelo PAC estão escancaradas nas
versões para habitação e saneamento, pelo Brasil
afora. A população de Alvorada, em recente episódio,
que o diga. O município pobre, com amplas áreas sem asfalto,
problemas no transporte coletivo e segurança precária foi
alvo de mais um esquema de fraude, desvios e comissões. Através
da descoberta e relato deste episódio, foi possível acessar
um roteiro perverso elaborado por agentes públicos inescrupulosos
e representantes de empreiteiras formadoras de cartéis. Com expedientes
que vão desde propinas, passando por superfaturamento ou compra
de materiais de construção sem qualidade alguma, estes falcatruas
forram os bolsos. Desde localidades modestas, exemplo da citada, chegando
aos grandes centros urbanos. Resumo: os chamados PACs da habitação
e do saneamento, até agora, só aceleraram (consideravelmente)
o aumento no número de dígitos nas contas de corruptos e
corruptores. O que esperar, honestamente, deste PAC da Copa do Mundo ?
Adivinhe. Para
fechar (literalmente). Se Luiz Onofre Meira, do alto de seu relevante
posto de comando, entende que “nada mais temos a fazer neste brasileirão”
que se demita imediatamente. Como mobilizar um coletivo se, na própria
hierarquia, a desmobilização está sendo decretada
? Aproveitando a brecha: poderia sair uma vasta lista de jogadores sem
brios, sem ambição pelas glórias. Indivíduos
mais preocupados com as festas de final de ano, com a temporada de férias,
ou até pretendendo possíveis transferências. A estes
mercenários uma distância regulamentar imediata da Azenha
seria extremamente bem-vinda. Aos demais o mínimo: que sejam, ao
menos, profissionais e respeitem o povo tricolor. Ah, e quem poderia assumir
o departamento de futebol a esta altura do campeonato ? Quem sabe o Tristão
Garcia assessorado por suas projeções e uma matemática
de chance de 4% para um G4 ? Ok. Futebol não é uma ciência
(embora na modernidade adote métodos científicos no seu
suporte e desenvolvimento), muito menos exata. Impõem para suas
definições bem mais do que cálculos. Sobretudo, uma
boa dose de alma e coração. E isso anda escasseando no querido
tricolor. Que indiferença, que melancolia assola o nosso amado
e vitorioso clube. A ponto da fria e precisa calculadora do Tristão
ser a única que, ousadamente, insiste em abraçar a esperança.
Jorge
Bettiol O
BEM AVENTURADO E A GARÇA - 27/10/09 Não
dá para aceitar. No quinto Grenada do ano, mais um insucesso tricolor.
Tudo bem que esfregaremos na cara deles (pela eternidade) que no inesquecível
aniversário de batismo o triunfo foi nosso e numa virada digna
das melhores tradições do mais copeiro. Certo, mas queremos
vencer sempre aos vizinhos (nem precisava digitar) e não interessa
o torneio, a cancha, se é dia, se é noite, pois lá
estaremos: com o Grêmio onde o Grêmio estiver. Bueno, no caso
específico, além de toda dimensão histórica
intrinsecamente presente, tínhamos um tira-teima por definições,
por escancarar qual afinal seriam nossas pretensões na temporada.
Pelo que vimos em campo, lamentavelmente, as melhores e mais generosas
aspirações parecem ficar circunscritas a fiel massa torcedora.
Cumpriu-se a rotina amorfa, aquela que tanto nos incomoda e soma um insucesso
após outro distante do Monumental. Foi uma partida equilibrada
nas limitações, mais preventiva do que ofensiva (inclusive
pela postura dos locais) e por esta simples razão pobre nas chegadas
para ambos os lados. O Grêmio encurtou espaços, marcou, é
verdade. Porém, não soube sair. Teve posse, mas sem criação,
sem ligação. Na dianteira um avante perdido e completamente
isolado. Diante de duas linhas formadas por um ex-campeão do mundo
e que nem se considera treinador, o estrategista Paulo Autuori e seu plantel
foram incapazes de superar tal obstáculo tático. Na quase
total impossibilidade de infiltração, acompanhamos sistemáticos
recuos e um exasperador toque para os lados. E quando (escassamente) conseguimos
conduzir a pelota para o lado rubro, principalmente pela determinação
e agudez de um Mário Fernandez e por armações de
um Souza, fracassamos clamorosamente nas conclusões. Na imagem
de um Herrera atrapalhado, resmungão, a repetição
da inoperância e uma decepção que se avoluma e arrasta.
Outras figuras apagadas (ilustração perfeita da falta de
personalidade deste grupo) não merecem sequer citação
nesta jornada que nos deixa, além de indignados, estagnados. Enquanto
isso, o rival se ilude. Que se danem. O fato é que nossos problemas
aumentaram consideravelmente com aquele mirrado chute que culminou na
infelicidade do nosso santo padroeiro da meta (até um goleiro canonizado
pode cometer pecados e, sinceramente, penso que nem é o caso).
Enfim. Um detalhe que ao tirar do clássico o marasmo da
igualdade, nos arremessa a um estágio de tolerância zero
nas rodadas restantes no que tange a novas omissões dos dirigentes
(basta de constatar obviedades e não reagir, chega deste conformismo
de receber com naturalidade irritante nossa ausência de êxitos),
comissão técnica e maioria dos jogadores. É ganhar
ou ganhar. Vontade e imposição é obrigação,
amigo leitor. A começar nesta quarta-feira contra os catarinenses
e, logo a seguir, no interior paulista. Segue a competição,
segue a luta e, mais do que nunca, a crença no Imortal e na força
da Nação Gremista. Vamos Tricolor ! Estou
convencido. Se o sujeito não serviu para absolutamente nada nesta
vida, é um notório inútil, um fanfarrão completo,
pode ainda ter um emprego e um salário (a RBS abre as portas).
É só fazer um curso (estou até achando que é
por correspondência) de apito e se transformar num “comentarista
de arbitragem”. Depois é só dar certa entonação
a voz, um ar grave na expressão facial e afirmar com toda calhordice
e de maneira estapafúrdia que não houve a escandalosa penalidade
sobre o Réver. E fica por isso mesmo, enquanto as redações
esportivas da Província se esbaldam de vermelho e branco. Que farra. Momento
lúdico do clássico. A chiquitita de vozinha fina comemorando
o seu tento, enlouquecida, imitando uma garça (quem sabe em homenagem
a bonita amizade de Taison e Bolívar ?). A ventania e o ar fresco
da beira do Guaíba emolduraram a cena. Perguntinha:
qual foi o destino dado às camisas rubras que alguns jogadores
do Grêmio trocaram com os moranguinhos, após a derrota no
último Grenada ? Poderiam, ao invés disso, ter se dirigido
a torcida gremista. Coisa rápida. Só para se desculpar por
não terem honrado suficientemente a que vestiam. Jorge
Bettiol O
CLÁSSICO, OS IMPLICANTES - 20/10/09 O
torcedor gremista tem tido toda boa vontade com Paulo Autuori. Desde sua
chegada suas virtudes e títulos são reconhecidos e saudados.
Mesmo com esta fraca campanha fora de casa (dezessete jogos, apenas uma
mísera vitória), poucos treinadores receberam tanto desconto
e paciência das arquibancadas. Primeiramente, um resumo da ópera.
Naquele domingo contra o Sport começou, justificadamente, a ruir
parte deste compreensivo apoio. Uma galera considerável, unindo-se
aos corneteiros de plantão, não conteve seu descontentamento
diante de um fracasso doméstico extremamente oneroso. Aquele que
nos remeteu aos desafios de porte, tanto na Arena, quanto no Pacaembu,
nos deixando como solitária opção e necessário
desfecho triunfar para seguir aspirando ao Continente em 2010. Pois, fomos
para os referidos embates e o estimado leitor conhece bem a história
deste pontinho em seis disputados. O que exigiria (até como compensação
por insuficiências técnicas e problemas coletivos que se
repetem) uma entrega extraordinária acabou contemplado com algo
inaceitável: omissões e desinteresse. Especialmente contra
o Atlético nos ofertaram sonolência, ao invés de futebol.
Diante de um dono da casa (no campo, não na arquibancada) mais
preocupado em não sair derrotado, fomos absolutamente inoperantes.
A repetição de uma equipe sem brios, sem gana, e que não
se impõem longe da sua apaixonada e fiel massa torcedora. Na sequência,
visitamos um Corinthians que (mais do que tudo e mesmo inflamado por Mano
Menezes) cumpria tabela, vindo de seguidos insucessos. Após uma
largada com iniciativa e que resultaram em três boas chances, afundamos
no marasmo. O que se viu foi um passeio dos locais, com destaque para
o atacante festeiro de quase 200 kilos. Ignorado (quem sabe) por sua péssima
condição física e retornando de lesão, passou
o jogo sem a devida atenção dos marcadores gremistas. E
o gordo (que recentemente ergueu troféu no aterro) ainda conseguiu
correr. E, pasmem, deixou para trás nossos vigorosos defensores,
sendo fundamental para o resultado negativo que trouxemos na bagagem.
Bueno, voltamos ao Monumental para receber o Coritiba. Com o reforço
extraordinário da “grande muralha da Azenha”. Bendita
seja a sua presença em todos os jogos e certames ! Pois numa partida
complicadíssima, escaldada por um sol impiedoso de horário
de verão, quem brilhou foi o cara para satisfação
dos pouco mais de 15.000 presentes ! Ainda bem, pois do contrário
teríamos (com certeza) pontuação comprometida no
âmbito doméstico e mais contrariedade no universo torcedor.
Verdade que o goleiro do Coxa teve sua tarde de São Victor, mas
foi do nosso lado que a barreira humana composta de um homem só
decidiu. Destaques para Réver (em dia de apóstolo do Santo)
na retaguarda e Mário Fernandez nas retomadas e chegadas. E, lógico,
méritos lá na dianteira. Ao Ciclon colombiano e seu canhotaço
que estufou a rede largando a primeira avalanche do dia. Ao argentino
incansável, eternamente combatente da causa tricolor (e que falta
fará, senhores, graças a um cartão imerecido), e
ao alagoano que parecia desligado, longe, até despertar, enfiando
um chute mascado e derradeiro. Ganhamos. Voltando
ao nosso treinador. Tem seu estilo e tal, mas na sua chegada fez questão
de frisar que a equipe a ser montada teria “a cara do Grêmio”.
Acreditamos. Nesse sentindo, está em débito cumulativo com
a massa tricolor. E nos preocupa, pois o que se vê é um Grêmio
se distanciando (cada vez mais) das suas características, ficando
a léguas de si mesmo. Marcação forte, tirar os espaços
dos adversários é algo que anda escasseando a julgar pela
facilidade com que os oponentes se aproximam e ingressam em nossa área
(a propósito: se o Victor recebesse por produtividade, seria o
maior salário no grupo). Tem outro aspecto: de que adianta pedir
uma “atenção maior” a jogadores diferenciados
(tecnicamente) de outros times, sem um esquema que não descarte
um acompanhamento ferrenho, uma marcação individualizada
? Autuori desconsidera esta possibilidade por entender que se perde na
mobilidade de manobras coletivas. Será ? É um conceito que
se apresenta temerário, vide as facilidades (já citadas)
ofertadas a um Ronaldo Gordo Nazário e, especialmente, ao habilidoso
Marcelinho Paraíba. Este último, fez o que bem entendeu
no domingo. Teve toda liberdade para chegar, criar e concluir. E sabemos
que no futebol, que exige acima de tudo aguerrimento e espírito
coletivo, um jogador que no lado oposto desequilibra pode definir uma
contenda, uma classificação, um campeonato. Não dá
para admitir que na proteção tática seja menosprezado.
Contra o rival o mínimo que se espera é uma meia cancha
reforçada e atenta na suas tarefas de contenção.
Um olhar e uma ação efetiva sobre os que se sobressaem.
Nada de frouxidão, nada de uma esquematização romântica
que assiste aos adversários tocarem a bola e os deixe chegar a
nossa meta. Na amargura midiática, desde ontem, soluçam
apelos em favor de uma formatação de equipe que contemple
a faceirice. Não é uma partida para apostas e sim
para consolidarmos o mínimo de afirmações que possuímos.
Com a palavra e toda responsabilidade decisória, Paulo Autuori.
O
campeonato não terminou, sabemos bem. Mesmo na sua reta final segue
em aberto nas suas definições por vacilos generalizados
dos competidores. Portanto, segue a luta pela Libertadores. O que nos
obriga a enfrentar estas próximas oito partidas (uma após
a outra), com o espírito altivo e lutando com todas as forças
pela superação, pelos três pontos ! O respeito a esta
camisa multicampeã (e a nossa exemplar torcida), de tantas conquistas,
assim impõem: atitude em todos os momentos, de todos, sem exceção
! Inaceitável qualquer discurso dissimulador nos que envergam o
manto tricolor, do tipo que dá por findada a presente temporada
e já nos remete a competições futuras. Se alguém
entende assim, que nem entre em campo no clássico. Estamos no Grêmio,
favor não esquecer. É mais do que hora de apresentarmos
uma enérgica reação. Nada melhor do que este GRENADA
para respondermos a que viemos neste 2009. Com organização,
ambição e bravura, temos toda condição de
superarmos o milionário plantel do co-irmão e sua corriqueira
empáfia. De nossa parte, a crença no Imortal segue intacta,
sem abalos. E este, por certo, é o sentimento da esmagadora maioria
da maior e melhor torcida desta Província. Vamos Grêmio !
Por mais uma alegria ! Chegaram
muitas manifestações (e o povo gremista tem protestado em
múltiplos canais). Todas justificadamente indignadas com o projeto
apresentado pelo nobre deputado Beto Albuquerque de “aliviar”
os calotes da vizinhança. Aproveitando de maneira explícita
esta onda do “vamos levar vantagem em tudo” que promete inundar
o país com a famigerada Copa do Mundo de 2014, o parlamentar propõem
trocar remendos rubros por dívidas polpudas com o erário.
Uma bagatela ao redor de 109 milhões de reais
e que, por certo, não fará falta aos contribuintes. A
coluna tem uma posição singela, mas principista: dinheiro
público não deve ser revertido (da forma que seja) para
empreendimentos de cunho e usufruto privado. Seja para reformar estádios,
seja para construí-los. E nisso, não interessa de onde e
de quem parta a iniciativa. Fazer investimento e demagogia com o bolso
dos outros é fácil, divertido e lucrativo. Mais
cedo do que imaginávamos. Na olímpica cidade maravilhosa,
cheia de encantos mil e conflagrada por uma guerra civil não declarada,
o intrigado Ministério Público Federal quer saber de que
modo foram gastos os 48 milhões de reais (olha
aí tricolor, mais dinheiro público) utilizados para apresentar
a candidatura brasileira ao Comitê Olímpico Internacional
(COI). A grana foi gasta pelo brazuca COB a partir de “critérios
próprios” e envolve empresas de consultoria, prestadores
de serviços, salários de funcionários e todas as
despesas (incluso viagens de personalidades) do patriótico projeto
vencedor apresentado na Escandinávia. O alienado colaborador deste
site (que digita estas linhas) fica imaginando quantos equipamentos poderiam
ser construídos nas escolas públicas do Rio de Janeiro com
este valor. Na orgulhosa cidade sede desta competição
de 2016, 45% destes estabelecimentos de ensino não possuem sequer
uma quadra para práticas esportivas. E quem liga para
isso ? Só mesmo os implicantes e parte daquela população
carioca que mira os céus temerosa pelo próximo helicóptero
a ser abatido. Vá que caia sob as suas cabeças ?
Jorge
Bettiol EL
GRÊMIO, LA NEGRA - 06/10/09 O
leitor tem toda consciência: nessa fase da competição
não tem mais jogo sem sair fumaça! Afinal, é justamente
o momento onde (além dos ponteiros que procuram se distanciar)
os retardatários começam a se debater pela sobrevivência.
Cada partida adquire seu caráter definidor e com ares dramáticos.
Por isso mesmo, não precisávamos de bola de cristal para
prever um Sport (que, ainda bem, acabou não contando com um dos
ídolos gremistas) disputando acirradamente todos os espaços
e se atirando com volúpia buscando impedir qualquer resultado negativo.
O Grêmio começou muito bem: avanço pelo flanco, pé
esquerdo na medida no cruzamento de Maxi Lopez e uma finalização
espetacular de Jonas (o famoso exterminador de corneteiros). Aliás,
destaque para combatividade dos dois avantes que apareceram por todos
os lados no gramado. Parecia que a vitória (quiçá
com goleada) se concretizaria sem maiores dificuldades. Ledo engano. Numa
tarde infeliz dos volantes e do sistema defensivo (péssima também
por nosso arqueiro substituto bater pano) que voltou a falhar, cedemos.
E mesmo com a iniciativa de passar a frente a cada novo frustrante empate
pernambucano, estagnamos no 3x3 que cobra preço alto em nossas
pretensões. Uma vacilada na condição de mandante
que nos remete ao compromisso de triunfar em Curitiba e, igualmente, em
São Paulo. Desafios de tremenda envergadura. Impulsionadores (ou
criadores de barreiras) no que ainda pretendemos percorrer no encalço
dos que se encontram no aspirado G4. Embates mais do que decisivos, sem
direito a insucessos. É o momento do algo mais, da superação
tricolor. Nesse sentido, não se admite arremesso de toalhas. “Desistir”
é palavra estranha no vocabulário do Imortal e isso deve
ser repetido à exaustão no vestiário. Falta de empenho,
ausência de ambição, nos que profissionalmente representam
esta instituição gloriosa é pecado capital. Inaceitável.
Somos historicamente capazes de reversão de expectativas. Contudo
se impõem a tradicional entrega gremista: que cada um ofereça
o seu melhor, desde os gabinetes dos dirigentes, passando pela comissão
técnica e chegando as chuteiras redentoras do plantel. Um Grêmio
visceral, nem mais, nem menos. Com a cara e o espírito do seu extraordinário
torcedor. Jorge
Bettiol
A ÚLTIMA LENDA? VICTOR: 100 JOGOS - 03/10/09 A
última Lenda? Fábio
Mundstock
RANGER OS DENTES - 29/09/09 Jogar
contra o Goiás é sempre garantia de disputa intrincada.
Especialmente se o reencontro for no Serra Dourada. Não por acaso,
somente em 2008 voltamos a vencer naquele estádio (e com direito
a goleada), após 12 longos anos de secura. Na sequência,
em pleno Olímpico (13/09/08), nos devolveram a derrota. Coincidência
ou não, o último insucesso que tivemos em nossa casa desde
a temporada passada. É, prezado leitor, de fato os esmeraldinos
tem tradição de engrossar o caldo quando se defrontam com
equipes gaúchas. No domingo passado não fugiram a regra.
Porém, em que pese o bom momento dos locais (com méritos
despontando na tabela de classificação), forçoso
dizer que tivemos toda possibilidade de triunfar. Saímos na frente,
após uma tabela perfeita entre o Jonas artilheiro e servente (aquele
que tem feito soar os trompetes, abafando cornetas e o resmungo de secadores)
e a categoria de um Souza. O jogo estava aberto e na feição.
Chances de ampliar não faltaram e tudo levava a crer na afirmação
da campanha com o ingresso (finalmente) no desejado G4. Num inaceitável
consentimento, levamos o gol de empate de um ex-jogador. Na segunda etapa,
o tricolor desapareceu. Voltou ao gramado parecendo disposto a consagrar
a igualdade e aquele pontinho de visitante. Bola para o lado, bola recuada,
bola para o lado. Sono. Deixou o adversário dominar as ações
e se encolheu comodamente. Um encolhimento que parecia torcer pelo relógio
do árbitro encerrar a disputa. E aí pagamos caro. Os verdes
ainda tiveram tempo para um gaúcho (outra ironia) efetuar a virada
localista e nos fazer voltar à estagnação classificatória.
E a massa gremista ? Desapontada. Afinal, que time é esse ? Cadê
a "disposição de jogar no limite", segundo a manifestação
de nosso treinador e que havíamos registrado (com satisfação)
? Por qual razão não conseguimos estabelecer um patamar
mínimo de imposição, uma constante de atitude, longe
do Monumental ? Segue, no juízo desta modesta coluna, faltando
personalidade e liderança neste plantel. Jogadores que se insurjam
contra as adversidades. No grito, na chegada antecipada e forte, nas divididas,
no ranger dos dentes em busca da vitória. Tipos que, desde o gramado,
se mostrem indignados com as adversidades e batalhem até o final
afastando o marasmo e o conformismo. Isso é o Grêmio, todos
sabemos. E por ser o amado tricolor é que seguimos acreditando
e se opondo aos que, neste momento, balançam no ritmo das (ok,
compreensíveis) interrogações. Nestas rodadas que
restam, é a redundância do ganhar ou ganhar. Começando
por mais uma lição de casa contra o Sport e, logo em seguida,
rumando para enfrentar o Atlético Paranaense. Esta mobilização
para chegarmos aos objetivos deve recomeçar, desde já, pelos
dirigentes e pela comissão técnica: apresentando e cobrando
o espírito de luta que deve imperar nessa dúzia de encontros
finais que teremos. O torcedor gremista, exemplar e apaixonado,
não deixará de fazer a sua importante e decisiva parte.
O que não é nenhuma novidade. Vamos Tricolor, não
tá morto quem peleia !!! Quem
é Léo Lima ? A resposta é a sua própria irresponsável
trajetória. Por onde passou faltou com o devido respeito junto
ás camisas que vestiu. Um exemplo acabado (literalmente) de como
não ser um bom profissional, um bom caráter. A patética
cena deste infeliz pedindo silêncio á torcida que nunca cala
só reforça o quanto o mesmo é, além de fracassado,
desqualificado. E por falar nisso ... Outro show tricolor em pagos distantes,
desta feita em Goiânia ! Espetacular presença e alento do
fanático povo gremista ! Parabéns a todos os valorosos que
lá estiveram (em especial a vasta colônia gaúcha do
Cerrado e dos Estados vizinhos) ! Dá-lhe Grêmio ! O
jogador das tiaras e melenas ensaboadas (recentemente descartado pelos
vizinhos num episódio de tentativa de repatriação),
desta feita, não arranjou uma expulsão para sair de fininho
ainda no começo da partida. Diga-se de passagem, pouco fez no jogo
contra o nosso Grêmio. Restringiu-se a desfilar seus novos produtos
capilares. Agora, vamos combinar: ídolo mesmo, meu amigo, bem distante
destas duvidosas concepções escarlates é um tal de
Sandro Goiano. Esse é dos bons ! Provavelmente, após afastamentos
por lesão, deverá retornar aos gramados. E justamente neste
domingo, no Monumental, na condição de oponente momentâneo.
Grande e querida figura. Detalhe: não ostenta um fio de cabelo.
A propósito: quem imagina um Sport fácil de ser batido,
engana-se. Ao menos no que depender deste guerreiro. Portanto, muita atenção
e disposição para conseguirmos estes três fundamentais
pontos e retribuirmos o insucesso do primeiro turno. Yom
Kipur. Pois justo no mais importante e sagrado dos feriados judaicos o
William Thiego e a zaga do tricolor nos colocaram a prova para perdoarmos
as recentes displicências. Que não se repitam tais desatenções
e que o Chazan entoe o hino do Grêmio por três vezes seguidas
! E nesse texto de singelas lembranças e homenagens, nossa saudação
a expressiva coletividade israelita e gremista pela chegada deste 5770.
Este clube extraordinário, que congrega em suas fileiras árabes
e judeus e gente de todas as origens e credos, é de todos nós
! Shaná Tová ! Este
site, graças à dedicação do seu criador (que
acabou agregando criaturas, como a que digita estas linhas) e o prestígio
inestimável da Nação Gremista, está alcançando
(antes mesmo de completar quatro anos de profícua existência),
à significativa e histórica marca dos cinco milhões
de acessos. Mais além (e muito mais importante) do que a quantificação
expressiva de visitantes está o que não pode ser mensurado:
o apoio, o respeito e a consideração dos que nos acompanham.
Isso, sem dúvida, é o valor maior que se agrega ao trabalho
aqui realizado. Realmente gratificante. Portanto, a todos que acessam
estas páginas, deixamos registrado o nosso agradecimento e a alegria
de compartilharmos, desde as arquibancadas, este sentimento vibrante e
único pelo Grêmio. Saideira:
Exército Gremista cada vez mais agigantado nas suas fileiras. Os
seis dígitos em breve serão ostentados, logo depois do teu
“alistamento”. Participa. E, sempre prudente recordar: não
cadastramos animais de estimação. Jorge
Bettiol Clique
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