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A REPERCUSSÃO (18/12/08)

Votaram a favor. Mas, prudentemente ainda não assinaram. Foi prorrogado para sexta-feira, num encontro entre a atual direção, a que tomará posse e o jurídico do clube. Foi tamanha a quantidade de dúvidas e pendências que desabaram sobre a reunião do Conselho Deliberativo que ficou inviável firmar o contrato GRÊMIO/OAS naquele momento. Além disso, sugestões foram apresentadas. O que muitos denominaram um longo encontro (mais de cinco horas) é pouco se considerarmos às mais de duas décadas da vida gremista em regime de votação. Não era qualquer decisão: o nosso futuro tricolor sendo decidido. Houve expectativa e apreensão. Principalmente pelo fato inconteste da maioria do legislativo gremista (assim como a quase totalidade da Nação Gremista) não ter manifestado conhecimento dos termos da minuta que seria apreciada. Vamos repetir: grande parte dos próprios Conselheiros não leram, não tinham a menor condição de explicá-la e, muito menos, fazer a sua sustentação. Alguns alegaram que "delegaram" aos componentes das várias comissões esta tarefa e que confiavam no que seria apresentado por estes responsáveis. Não há dúvida que nas relatorias, oito no seu total, gremistas capacitados (alguns, quem sabe, com notório saber das matérias a eles dispensadas) trariam suas análises norteadoras. Igual, tinham a prerrogativa (eu diria obrigação) estes Conselheiros para buscar a minuta junto aos órgãos dirigentes para dela se apropriar com mais tempo e também opinar com mais confiança junto às comissões. Saudações aos que assim procederam. É o que se espera dos que têm uma procuração dos sócios: a tácita exigência de uma postura ativa e não passiva diante dos acontecimentos no clube. E vejam a envergadura, a dimensão deste acordo jurídico sobre a ARENA. Incrivelmente, após meses e meses deste importante assunto, as estruturas diretivas do Grêmio não foram capazes de elaborar um agendamento que contemplasse um período razoável para um veredicto do C.D. Algo simples: além de um período para as comissões elaborarem suas conclusões, com antecedência remeter a todos os Conselheiros tais pareceres. Um novo prazo (e não necessitaria ser extenso e sim razoável) para que de posse destes subsídios pudessem estudar os materiais, ter uma posição refletida, serena e firme. Inclusive tendo a oportunidade de conversar com os associados. Na seqüência, uma reunião só para debate, com propostas de adendos e supressões, no Conselho. Por fim um encontro, logo em seguida, com caráter de deliberação nesta mesma instância. Quem sabe 30, 45 dias para toda esta etapa descrita de finalização. Qual o problema, a dificuldade para elaborar, pensar e definir com tranqüilidade e segurança algo que nos acompanhará por mais de vinte anos? Por qual razão não foi constituído um calendário antecipado e prudente. Mas, voltando ao que foi e esquecendo o que poderia ter sido. Retornando aos relatórios. As leituras se estenderam até quase meia-noite, segundo depoimentos. Qual discussão aprofundada, com o intuito de fechamento e resguardo dos interesses do Grêmio e do seu torcedor, é possível numa exigüidade destas? Soube-se que uma idéia de suspender o encontro foi apresentada próximo da madrugada, propondo retomá-lo (de onde tivesse parado) em uma semana. Não houve consenso. Foi aí que o presidente Duda Kroeff preferiu (com apoio do plenário) um encaminhamento insólito devido ao impasse: aprovar sem assinar. Nesse sentido, tudo foi postergado por mais 72 horas. Uma confirmação cabal da insuficiência de elementos e de uma compreensível insegurança para formalização do encaminhamento. Nem tudo constava "perfeito e acabado" como alguns imaginaram. Agora, está sendo conduzido da seguinte forma: será incorporado "o que for possível" (a respeito dos questionamentos e sugestões que surgiram no C.D.) ao contrato. Só saberemos o conceito e o conteúdo do que é "possível" agregar, após esta sexta-feira derradeira. Fica, desde já, a reivindicação de que o clube dê publicidade e disponibilidade para os seus sócios, a sua torcida, sobre o que for ajustado definitivamente entre o GRÊMIO e a OAS. Total transparência não pode ser uma frase de efeito, de ocasião, mas uma prática permanente no Grêmio.

O sério e exaustivo trabalho desenvolvido pela Associação dos Gremistas Patrimoniais (o qual foi disponibilizado por uma convocatória pública a todo e qualquer interessado – e lá não vimos ninguém dos diretamente envolvidos na vulnerável minuta GRÊMIO/OAS se apresentar para contestar em contrário) foi um forte subsídio e o estopim para esta mobilização que mexeu com a torcida gremista. O que nos causou profunda indignação e divulgamos para os que acessam este site, tendo como base este estudo, acabou comprovado. Na proposta original deste contrato, nenhuma cláusula expressa garantia os direitos dos milhares de associados do tricolor. Sustentaram algumas celebridades gremistas (dias atrás) "que nem deveria, pois o problema é do Grêmio e não da OAS". Poderiam deixar tal comentário para um dirigente da empreiteira baiana. Ou quem sabe calados, num exercício de contrição, estabelecessem uma autocrítica por nestes meses todos de trâmites do projeto ARENA não terem proposto um discussão ampla e franca no âmbito do clube sobre os reais e efetivos direitos dos sócios num futuro estádio. Deixando tudo absolutamente claro, explicitado e, depois, garantido nos instrumentos legais. Assim não chegaríamos neste dezembro com tantas perguntas e poucas respostas materializadas. Priorizando desde o primeiro instante, de fato, aquele que no slogan publicitário é chamado com justeza de "o torcedor que faz a diferença" talvez diminuísse o volume (não o mérito) das indagações. Mas, parece que avançamos: de várias declarações preliminares do tipo "os direitos poderão ser garantidos se o Conselho quiser" ou "se o Grêmio quiser poderão ser garantidos os direitos", tudo para um momento seguinte, subseqüente, passamos a escutar: "podem ficar tranqüilos: todos os direitos dos sócios estão garantidos (Odone e Antonini)". Ok. Fazemos questão de registrar por ter sido um pleito aqui exigido nessa estória toda. E, mais adiante (se necessário) iremos lembrar e cobrar. Estejam certos. Este olhar fiscalizador das arquibancadas, que engajou dezenas de gremistas, vai continuar.

No debate promovido pela Rádio Guaíba na noite de segunda-feira (15/12), o representante da AGP (o advogado Antônio Carlos Azambuja) afirmou categoricamente que "estamos a 24 horas da votação do contrato e os direitos dos sócios gremistas não estão garantidos no futuro estádio". Não foi possível pelos debatedores presentes (e havia uma pluralidade de grupos) refutar tal colocação pela evidência de tratar-se de uma triste realidade. Nesta ocasião, um colunista do Correio do Povo, antes do término do debate fez uma chamada intitulada "a força da pressão", onde citava que naquele mesmo instante (devido à insurgência de sócios gremistas de várias modalidades em busca dos seus direitos) uma reunião para alterações na minuta estaria em andamento. No dia seguinte (16/12), no jornal referido, publicaria o seguinte: "atenção sócios do Grêmio. A comissão de assuntos legais e estatutários debateria, ontem, uma nova redação para minuta do contrato entre o clube e a OAS". Os detalhes do conteúdo desta nova redação (e se foi exatamente sobre isso) não sabemos, mas que ocorreram movimentações, fruto da enorme repercussão do assunto "sócios", não há dúvida. Notório também que cláusulas que protegiam a OAS dos detentores de direitos no Olímpico apontavam lesão a direitos do quadro associativo. E foram alertadas e destacadas em vários Blogs e sites gremistas graças ao empenho destes integrantes da AGP.

Neste site somos todos sócios contribuintes. Sabemos do esforço dos milhares de torcedores em pagar suas mensalidades para acompanhar o amado tricolor. Outros tantos para adquirir um ingresso. Em nosso entendimento de nada adianta um estádio moderno e com vários outros atributos se o conjunto dos torcedores gremistas , mais adiante, for excluído de freqüentá-lo por questões econômicas. Não queremos ninguém rifado por concepções elitistas. Com a exceção dos filhinhos de papai com a mesada em dia e que se contentam com poltronas reclináveis, sacos de amendoim higienizados e whisky importado para consumo nos dias de jogo, a esmagadora maioria da massa gremista compartilha deste nosso mesmo sentimento. A estes em particular, que fazem a grandiosidade do povo tricolor, agradecemos as manifestações. Assim como também somos gratos aos que, defensores de uma posição na qual a minuta não deveria ser objeto de uma resposta tão contundente da nossa parte, procuraram argumentar em sentido contrário (mesmo que tenhamos mantido os posicionamentos, em ambos os lados). O resumo é: queremos fazer a nossa festa, levar a nossa vibração, numa cancha que seja do Grêmio de fato e de direito. Propriedade dos gremistas e com pleno e total direito de usufruto. E que a mesma pulse no ritmo da Geral nos levando a novas conquistas, nos levando a novos pódios.

Este espaço não se subordina e nem se vincula aos grupos políticos do clube. Entende, inclusive, que uma lógica de disputa de espaço preponderou sobre o que deveria ser a preocupação central de todos os coletivos: a minuta do tão comentado contrato. Engalfinharam-se por nomes para famigerada "Grêmio Empreendimentos", enquanto o conteúdo do acordo com a OAS (até ocorrer o grito e o protesto da torcida) passava praticamente lotado. Que se preocupassem em listar suas nominatas mais adiante, pois a nós preocupava e preocupa a essência deste negócio jurídico: preservar o patrimônio do Grêmio e os interesses do seu inigualável torcedor. A democracia gremista é ainda incipiente, mas já sinaliza lições e um aprendizado para todos nós que lutamos por um Grêmio cada vez mais vitorioso dentro e fora de campo.

* Contratações estão chegando. Assunto para breve.

Jorge Bettiol
ducker.com.br

 

 

 

 

 

 

UM CONTRATO LESIVO E INACEITÁVEL (13/12/08)

Na última quinta-feira à noite, atendendo uma convocatória pública, compareci a um encontro promovido pela Associação dos Gremistas Patrimoniais (presidida pelos Srs. Carlos Martini e Gilberto Kroeff). No referido evento, que reuniu cerca de sessenta pessoas, foi apresentado um trabalho minucioso elaborado pelos integrantes deste grupo. Uma detalhada explanação foi feita pelo Sr. Antônio Carlos Azambuja, um jurista, tendo em vista que o Conselho Deliberativo do Grêmio tem pautado para esta terça-feira (16/12) a votação da minuta de contrato entre a OAS e o GRÊMIO. O que tomei conhecimento e tenho o dever de compartilhar e analisar (fundamentando uma opinião) é lamentável e causa profunda indignação. Como supúnhamos, devido à postura tangencial de quem deveria responder com objetividade e clareza as indagações dos torcedores, tal minuta/documento é extremamente lesivo aos interesses da instituição Grêmio e do seu quadro associativo. Na visão de quem escreve estas linhas e de tantos outros gremistas que tiveram acesso àquilo que não está recebendo a publicidade que deveria (?) , o próprio conceito de "clube" está em questão. Caso o Conselho gremista aprove a calamidade que está pactuada pela atual direção e a tal empreiteira teremos um verdadeiro processo de exclusão. E os defenestrados seremos nós, sócios de todas as modalidades. Os prejudicados são tanto os patrimoniais (cerca de 4.000), como os contribuintes (e aí somos milhares e milhares). Até mesmo os proprietários de cadeiras no Olímpico serão penalizados. Não se trata, ao menos neste instante, de procurar saber quem é a favor ou contra a polêmica ARENA (embora seja elementar que o pano de fundo desta situação absurda e lesiva que pode se configurar advém justamente do encaminhamento deste negócio jurídico). Mas, sim, de impedir a votação de algo oneroso e escancaradamente danoso à comunidade gremista. Durante vinte anos estará protegida a OAS frente qualquer pretensão dos associados gremistas de freqüentar o que (apenas formalmente) será o nosso futuro campo e sede. Aos torcedores a eliminação de direitos, aos investidores total liberdade para aumentar seus lucros e controlar as chaves dos acessos. Em troca de tanta submissão, receberemos 65% das receitas do estádio, um terreno escriturado e milhares de sócios não podendo exercer seu direito de patrimônio e/ou de gozo, usufruto das dependências da "nova casa" do tricolor. Uma esmola chamada "franquia" vai dispor R$ 250.000,00 por mês para "ingresso de associados", crédito a ser utilizado pelo Grêmio "sempre que achar conveniente". A matemática excludente não mente: considerando-se uma média de quatro jogos e custo aproximado de R$ 50,00 por pessoa, teremos contemplados 1250 sócios aproximadamente. Um pouco mais, um pouco menos. Uma vergonha !

E os demais ? Quem vai poder assistir aos jogos ? Os que forem mais rápidos e puderem pagar. E pagar bem , lógico. O amigo que lê este texto e faz questão de ir à cancha (e como nós gremistas gostamos de assim proceder, especialmente na Geral) dar o seu apoio e alento ao tricolor é sério candidato a engrossar as mesas de bar que transmitem os pay-per-view ou simplesmente colar um radinho na orelha. E estamos falando de uma massa torcedora que tem sido protagonista em todas às competições, sempre ponteira nos quesitos de público e arrecadação. Consagrada à barbaridade que é objeto deste alerta, repetimos: durante duas décadas (e partindo do pressuposto que, mesmo com a crise financeira mundial, nenhuma empresa ou banco envolvido no negócio venha a quebrar durante este longo período) este é o destino que será selado (os sócios e a torcida impedidos de acompanhar de perto o clube do coração) se os Conselheiros do Grêmio perderem o juízo, a compostura, e avalizarem este disparate. Não é possível que não tenham aprendido com o vergonhoso e policialesco caso da ISL. Não se espera outra atitude do Sr. Raul Régis de Freitas Lima, presidente do Conselho, e da totalidade ou maioria desta instância: retirar da pauta tal contrato, ou votar pela rejeição sumária. É obrigação do legislativo gremista ser soberano, defender o torcedor (razão de ser e de existir do Grêmio) e remeter tal assunto para um aprofundado e democrático debate. E que seja feito com tranqüilidade, de maneira pública, absolutamente aberta, sem nada a ser escamoteado. Que os gremistas saibam os detalhes do conteúdo, sua repercussão e possam efetivamente ter garantias e segurança. Afinal, por qual razão tanta pressa ? Ah, a Copa do Mundo (um ou dois jogos hipotéticos, a serem realizados daqui a seis anos) ! Por favor. É risível. Que se dane tal evento ! O que é mais importante para esta turma dirigente vaidosa e que se sujeita a obediência dos empresários da OAS ? Parece óbvio e, evidentemente, repudiamos tal conduta.

O futuro do Grêmio, a preservação do seu marco constitutivo, da sua identidade, o resguardo do seu patrimônio (e aí se destacando a sua fabulosa torcida) e uma história extraordinária de 105 anos devem ser preservados acima de tudo ! Por isso dizemos NÃO a este contrato e te convidamos a acionar os que têm poder de decisão neste mesmo sentido. Envie a solicitação de retirada ou rejeição para o e-mail do Conselho Deliberativo (conselho@gremio.net) e procure os Conselheiros do clube para fazer esta mesma solicitação. Estejam certos, estes Srs. votantes, que estaremos atentos a esta deliberação. Daremos ampla publicidade às posições que lá dentro (distante das arquibancadas), forem adotadas.


O GRÊMIO PERTENCE AO SEU TORCEDOR !

 

Jorge Bettiol
ducker.com.br

 

 

 

 

 

 

 

DIGNIDADE (09/12/08)

 

Fizemos a nossa parte e com toda dignidade. Chegamos aos 72 na tabela e a um honroso vice-campeonato. Lógico que nos agradaria muito terminar na liderança e ousamos dizer ao treinador gremista que ainda consideramos ter créditos a receber. Portanto, não passaremos recibo de quitação neste momento. Tivemos vacilos que nos custaram caro, mesmo reconhecendo virtudes e acertos no trabalhador Celso Juarez Roth. Só que no momento do balanço, além de se destacar méritos, também devem surgir os questionamentos. Uma leitura possível e positiva é que levamos a disputa de pontos corridos, pela primeira vez, ser definida na sua última rodada, nos seus últimos instantes. Brigamos até o fim. O que logicamente desgostou os amargos midiáticos de sempre e os céticos de plantão. Bueno, em frente. Antes da entrada em campo, nossos jogadores falaram da torcida gremista: presente e apoiando desde o primeiro instante neste campeonato. E ao pisarem no abençoado gramado do estádio, já na recepção, mirando a fidelidade e a vibração das arquibancadas, foram tomados pela emoção que seria a tônica do embate final. O Galo mineiro (que tem sua tradição), vitaminado pelo incentivo paulista, deu trabalho. Nenhuma surpresa, pois sabíamos que não seria um jogo fácil. Do nosso lado, certa ansiedade e uma dificuldade de controlar as ações. O time estava lento, burocrático. Na primeira etapa, os atleticanos dominaram o meio de campo e tiveram os flancos abertos. Não por acaso chegaram a nossa meta (literalmente). Situação complicada também pelo fato dos bambis marcarem muito cedo, o que gerou uma apreensão estagnante em parte da torcida. Algo efêmero, pois referenciados na cantoria da Geral, todos os setores do Olímpico voltaram a dar o seu alento, o seu apoio incondicional. Estava decidido, deliberado por mais de 46.000 corações e vozes que absolutamente nada, nenhuma adversidade (na inesquecível tarde de 07/12) faria o povo gremista esmorecer. Jamais se render é da nossa gênese. Mesmo com todo ceticismo fundamentado, mesmo com todas às tendências acachapantes e armações de bastidores. Somos gremistas, meu amigo. E nós acreditamos sempre! No retorno, tivemos uma segunda etapa de afirmação. O gremista Mattioni, cheio de vontade e com raça, nos levou a jogada que culminaria na penalidade convertida por Tcheco. Mais adiante, Soares demonstrou oportunismo e eficiência. Nova avalanche e um pulsar que foi crescendo e se espraiando com mais intensidade e força. E quando, ironicamente, em Brasília (a capital nacional das maracutaias) se encerrou mais um capítulo das falcatruas que assolam e denigrem o futebol brasileiro (decretando que o campeão não estaria em Porto Alegre), um momento extraordinário aconteceu. Destes que são definitivos e memoráveis. Quem participou nunca mais vai esquecer e nem vai se cansar de contar. Aqueles milhares de azuis, pretos e brancos se ergueram. Todos espontaneamente, numa sintonia ligada pela alma tricolor. Mãos apontadas para o celeste do céu que se juntaram explodindo num forte e sonoro aplauso. O som deste reconhecimento e deste amor pelo Grêmio irrompeu de maneira arrebatadora pelo Monumental. Impregnou a todos e não cessou mesmo após o apito que selou findado nosso último compromisso da temporada. A massa não parou de cantar e de ovacionar. Saudou aos jogadores, a comissão técnica, aos dirigentes e, de certo modo, a si mesma. Os gremistas saudavam-se uns aos outros numa alegria incontida por pertencerem e constituírem (geração após geração) esta imensa e apaixonada Nação Tricolor dos Pampas. Por que esta torcida do Grêmio, aguerrida e única, é sem limites na sua devoção. Aprendam amargurados, não celebramos nossa imponência apenas nos títulos e nos troféus. Comemoramos e ostentamos o nosso orgulho e a nossa generosidade também nos momentos de provação. Reconhecemos os que se esforçam, os que lutam e nos somamos a estes. Por isso somos distintos (e isso gera uma ciumeira danada, um incômodo tremendo na província e país afora) e somos referência, um exemplo de como torcer. A torcida gremista, só ela, protagoniza estes espetáculos raros (não esqueçamos daquela Copa do Brasil perdida em `95 - vingada em 2001 – e um Olímpico inteiro cantando o hino do tricolor no prenúncio do que seria o Bi Campeonato da América, logo adiante) e marcantes. Inéditos. Inesquecíveis. Nas boas e nas ruins. E a letra de uma das canções tricolores diz tudo: "mesmo não sendo campeão, o sentimento não se termina". Parabéns ao Grêmio e a esta briosa torcida por tudo que superamos e alcançamos ! O Tri, agora, será o da Libertadores da América. Vamos chegar. Nós merecemos esta conquista.

Na trepidante emoção que envolveu a todos os gremistas no último domingo, destacamos algumas reações dos jogadores. Souza, jogador rodado e experiente disse nunca ter visto algo igual à torcida do Grêmio: "fico arrepiado só de falar". O Jean, zagueiro que também conhece e viveu diferentes clubes, entrou engasgado ao ver a galera no estádio. No final, defronte a Geral, chorava copiosamente e retribuía o carinho da torcida aplaudindo os torcedores. O resumo do que sentiu o grupo pode ser expresso na manifestação comovida do ídolo Victor : "A gente vibra, fica feliz. A torcida gritando meu nome, apoiando o time todo o tempo. Torcedor como esse não se vê em lugar nenhum do mundo. É um torcedor diferenciado, inigualável". Na imprensa de fora do Estado havia certa perplexidade pelo que era presenciado: "a torcida do Grêmio é mesmo impressionante: eles estão comemorando mais do que se fossem campeões", disse um repórter paulista. Até mesmo na aldeia, conhecido colunista (com assento na mídia nacional) registrou nesta frase o acontecimento: "Eu particularmente, ainda não tinha visto um fato dessa grandeza em um estádio de futebol". Justas manifestações. Irrefutáveis. Fomos a segunda melhor média de público da competição (mais de 33.000 por jogo) e no entusiasmo lideramos com folga. É uma realidade. Impossível de ser omitida.

Quando se trata de dupla GRENADA, a desgraça de um também faz a felicidade do outro. Nada mais natural quando se trata de RS. Mas, no caso objetivo, estranhamos a euforia do rival. Senão vejamos: os da Padre Cacique ganharam um ruralito, uma copa de suplentes americana (e com golzinho mal anulado do educado time de La Plata) e um torneio de verão (no qual os europeus buscam dinheiro e fazem coletivos) num país onde o esporte que arrebata multidões é a corrida de camelos. Tudo tão significativo e relevante que os dirigentes rubros continuam rondando a sede da Conmebol para encontrar uma porta dos fundos que dê acesso a principal competição do continente. Conclui-se o insofismável. O principal e propagado objetivo do monárquico e milionário co-irmão não foi atingido. Fracassaram. Coube ao Grêmio chegar a tal meta e por mérito próprio, dentro do campo. Neste 2008 os vizinhos foram campeões de tudo que não leva a nada (destacando-se, igualmente, a excepcional sexta colocação no brasileirão). Já no próximo ano disputarão a cobiçada Copa Suruga ( ou Subaru, Sukita, algo do gênero). Que momento.

Na interminável gestão do "honestíssimo" Ricardo Teixeira é o quarto escândalo de arbitragem de proporções e que se torna público. O episódio Tardelli possivelmente será abafado (ou manipulado para uma versão digerível) e não teremos a verdade dos bastidores revelada. Nos envelopes da cortesia graceja a corrupção disfarçada de mimo. Apenas um sinal verde, quem sabe, para um futuro polpudo agrado em conta bancária. Pode até ser que o citado arbitro entrou de gaiato na estória e seu nome tenha sido indevidamente usado por integrantes de algum esquemão. O fato é que a CBF se omitiu vergonhosamente e passou o problema para o confiável STJD (que de espalhafatoso passará a movimentar-se em sigilo). Na segunda-feira, após prometer esclarecer o mistério que ainda exala odor putrefato, preferiu a "entidade máxima" se dedicar a sua festa de "melhores do ano". Mas, o pior é a conivência da cartolagem tupiniquim e da imprensa adesista pelo país afora. Na última eleição, por exemplo, o Sr. Teixeira obteve apoio unânime de todas as Federações Estaduais e também dos clubes. Mesmo que seja público e notório que tal cidadão está mais preocupado em engordar o seu vasto patrimônio, literalmente se danando o resto. Ética e moralização, sabemos bem, são vocábulos estranhos a este sujeito e seus pares. E a mídia, tão exigente e atenta quando se trata da delinqüência de torcedores, mete o rabo entre as pernas e aceita passivamente os grandes delinqüentes que freqüentam os camarotes vips do futebol brasileiro. No máximo uma tênue crítica pontual, nos restante total cumplicidade pela omissão. Agora, um rápido exercício. Imaginemos que a situação fosse invertida: o Grêmio ganhando o campeonato num enfrentamento com o Goiás e nas mesmas circunstâncias. Será que ouviríamos só referências elogiosas ("competência, capacidade de reação") no Sudeste ? O eixo RJ-SP, tão complacente com todos os erros capitais de arbitragem a favor da Bambilândia nesta reta final, seria tolerante conosco ? A resposta é elementar. Inegável que não deixamos de ganhar a competição exclusivamente por equívocos e/ou arranjos de arbitragem. Mas é impossível não referirmos toda esta sujeirada ao analisarmos o epílogo desta temporada.

Jorge Bettiol
ducker.com.br

 

 

 

 

 

CONFIANÇA E SOLIDARIEDADE (01/12/08)

O Ipatinga, jogando em casa, estava com fama de carrasco da gauchada. O verbo ficou no passado. Os mineiros tiveram fôlego para marcar no início da partida e nada mais. Verdade que Victor fez duas importantes defesas, uma em cada etapa. No mais, o domínio gremista foi amplo e se traduziu na merecida e necessária virada elástica. A boa notícia foi que Marcel, antes de voltar a se lesionar, resolveu iniciar a quitação de débitos com o torcedor gremista. Meteu duas vezes nos "barbantes" (como diria um locutor de Minas) e foi fundamental para materializar a reação. Outro que surpreendeu positivamente foi Jean, não só pelo gol, mas por estar confirmando ter personalidade. O plantel assimilou bem à meta e o desafio da rodada. Entraram em campo com vontade e presentearam o aniversariante Roth e a Nação Gremista com uma vaga a Libertadores (via campo de jogo). Os tropeços de Flamengo, Palmeiras e Cruzeiro apenas anteciparam o que se sabia inevitável: em 2009 estaremos disputando a principal e mais desejada competição do continente. O mérito desta conquista é todo do grupo gremista (aí incluindo a comissão técnica, o pessoal do vestiário) e da espetacular torcida tricolor ao alcançarmos uma posição que muitos pretendiam. Com uma folha salarial modesta perante vários elencos milionários (e aí incluída a vizinhança), conseguimos chegar ! E, o vivente sabe, conhecemos bem tal disputa: será nossa 12ª participação, com quatro finais e dois títulos. Como diz o slogan: "Libertadores é a nossa cara" !

Contudo, voltemos ao brasileirão: o campeonato não acabou. O que afirmávamos categoricamente se confirmou: permanecemos com chances de levantar a taça. Os bambis reuniram 67.000 calados espectadores (que tiveram apenas dois meteóricos momentos de comemoração: no seu gol de casquinha e na entrada triunfal do Richarlyson em campo) e tinham toda festa preparada ! Um local (na capital paulista) estava reservado e fechado para receber os "hexacampeões", camisetas comemorativas foram distribuídas e até um pódio foi preparado no Morumbi. Esqueceram de vencer o Fluminense e, agora, terão que enfrentar o Goiás do gremista Paulo Baier. Se a equipe goiana jogar o que jogou recentemente no Olímpico e, especialmente , o futebol apresentado no Maracanã, Muricy e seus comandados serão derrotados. Uma lástima que já armaram com bastante antecedência e surrupiaram o mando de campo dos esmeraldinos. Nada que possa, contudo, impedir um triunfo do Goiás. De antemão fica a convocação à torcida gremista do DF e arredores (mesmo sabendo que estão aventando preços exorbitantes para as entradas, o que deve barrar muita gente) para comparecer ao local do jogo.

E nós ? Ao Grêmio cabe única e exclusivamente concentrar-se no Galo e jogar a morrer contra os mineiros neste decisivo 07/12. Além da camisa e do respeito que merece, o oponente também vai entrar estimulado em campo por incentivos extras (e que o Grêmio não deixe de propiciar o mesmo aos goianos). Só que no Monumental, não vai ter para ninguém. Nossos atletas tem que lutar incessantemente, do primeiro ao último minuto, por esta nova vitória que nos levará aos 72 pontos. Retribuir todo o apoio da massa gremista, que em muitos momentos carregou este time com seu entusiasmo e alento, e vencer de maneira aguerrida, categórica. Não deve nos interessar o que estará se passando nos arredores de Brasília enquanto não cumprirmos com o nosso objetivo e a nossa obrigação. Ao final das partidas, superando o Atlético Mineiro, teremos o desfecho deste trepidante campeonato. Lógico que seguimos, como sempre foi e será, acreditando. Façamos uma grande corrente de confiança nesta rodada final. Venha ao Olímpico a não pare de cantar, de aplaudir, de incentivar. Não deve importar o placar do jogo paralelo. Independente do que estiver acontecendo, temos que empurrar nosso time na busca do derradeiro triunfo. Façamos a nossa parte (dentro e fora do gramado), pois isso é essencial para que o grito de campeão possa ecoar nas bandas do glorioso bairro da Azenha. Venha cedo, lote a nossa casa. Que tenhamos uma grande celebração por tudo que já ganhamos nesta temporada e pelo que podemos, ainda, obter. Vamos Grêmio, com confiança, fé e bola na rede ! Mais esta alegria o teu povo te pede !

O arbitro Heber Roberto Lopes não sai mais da mídia. Com sua cabeça raspada e consciência pesada tem tido assento permanente no programa de quinta categoria (já rebaixado no conceito de grande parte das torcidas brasileiras) conduzido pelo apresentador mais cretino e charlatão do Brasil. Após expulsar injustamente um jogador gremista contra o Vitória, Heber poupou um são-paulino que agrediu um tricolor carioca e ainda sonegou uma penalidade que seria decisiva (Rodrigo sobre Washington) ! Após tudo isso foi rir em rede nacional junto ao maior mau caráter (posição compartilhada por inúmeros colegas de profissão) do jornalismo (?) esportivo nacional. Milton Neves não pode ser chamado de "apresentador paraguaio" ou "marqueteiro paraguaio" pois seria uma ofensa a digna população daquele país. Trata-se de mais um venal, elemento capcioso e, por isso mesmo, desprezível. Nos últimos dias, tem atacado rasteiramente o Grêmio e a sua torcida. É um safado que tem medo de andar sozinho. Não só no RS, pois pede segurança para circular em determinados locais. Não vale nada. É tão incompetente profissionalmente que conseguiu a proeza de ser "demitido" de um empreendimento com o esperto e engomado Roberto Justos antes mesmo de concretizar o negócio. Milton Neves é metido a sabichão, mas, o fato é que nem mesmo para um simples "aprendiz" ele serve

O registro é pelo singelo fato deste Sr. (alçado a condição de dirigente) não conseguir esquecer seu principal e campeoníssimo rival. É verdade que já recebeu uma boa resposta pública do André Krieger, mas gostaríamos de fazer um modesto acréscimo. Fico imaginando que tudo é conseqüência do trauma proveniente de mais de duas décadas de pressão e sofrimento. Até consigo vislumbrar o balzaquiano Pifório, talvez com menos gordura abdominal e alguma massa cinzenta. Consumindo avidamente calorias e assistindo o Grêmio ser o primeiro clube verdadeiramente latino americano e planetário do Sul do Brasil. Nós empilhando títulos e taças e o hoje adiposo presidente rubro se consumindo de inveja e precipitando sua devastadora queda de cabelos. Não deve ter sido fácil. Afinal, foram 23 extenuantes e amargurados anos para poder ensejar a abertura de um Memorial (e, bom lembrar, 97 para justificar o nome de batismo) na região do aterro. O tempo passou e o pífio provocador faz de conta que não percebeu. As competições mudaram, os competidores também. O nosso continente é um exemplo disso. O constrangimento dos Libertadores da América começou com um Once Caldas, passou por outros menos cotados e chegou a uma LDU. Outros torneios acessórios e pouco representativos surgiram (a propósito: esta esvaziada e pouco significativa copa da montadora coreana parece ter seu destino traçado: será modificada pelo seu fracasso de público e de repercussão. Sem falar no ridículo retorno financeiro a ambiciosa Conmebol do Sr. Nicolas Leoz e na forte cobrança dos patrocinadores). Até mesmo parte do futebol argentino mudou e parece mergulhar numa crise de identidade. Hoje, algumas equipes daquele país abusam dos passes de calcanhar, tem no "chuveirinho" jogadas preferenciais e, surpreendentemente, jogam na bola. Não chegam junto, sequer batem boca com os adversários. Nem mesmo um simples princípio de tumulto protagonizam como mandantes. Uma elegância e suavidade a toda prova. Planteis outrora aguerridos foram reduzidos a jogadores veteranos e sem energia (não sabia que não respeitavam o estatuto do idoso em terras platenses), cambaleantes, asmáticos. Alguns com faixas coloridas prendendo cabelos escovados e cintilantes num estilo quase afeminado. Até mesmo os estádios e seus freqüentadores estão se transformando. Quem poderia imaginar que um moderno e seguro "Engenhão" seria construído a 50 km de Buenos Aires ? E que nas arquibancadas as câmaras de TV flagrassem senhoras, comportadas donas de casa, tapando com as mãos os olhos e cobertas de vergonha pela ruindade do time local ? Sem brigas dentro e fora de campo. Nem mesmo um copo plástico arremessado ao gramado. Inegável que os ponteiros dos relógios mudaram até mesmo o antigo campo minado da cidade de La Plata. "El Pincha" foi uma equipe poderosa na virada dos anos sessenta para os setenta e que incomodou até os primeiros anos da década de oitenta. Depois disso, amargurou também exatos 23 anos de penúria. Só conseguiu ganhar novamente um campeonato argentino no malfadado e estranho ano (para o futebol do Cone Sul) de 2006.

Quando o Grêmio enfrentou o Estudiantes, 25 saudosos anos atrás, enfrentou uma guerra. Literalmente. Além de uma cultura futebolística distinta (com autênticos times castelhanos), outra conjuntura. Os argentinos disputavam com os ingleses a posse das Malvinas. Uma aeronave britânica, no rumo das ilhas conflagradas, posou e abasteceu no RS. Foi o estopim para uma hostilidade sem precedentes a um clube extrangeiro. Nunca houve e nem haverá nada semelhante. A tragédia rondou o tricolor e seus corajosos torcedores que lá estiveram. Uma época de ditadura militar no Cone Sul, sem políticas de colaboração, acordos bilaterais (fora à chamada "caça aos subversivos") e Mercosul. Da chegada a La Plata até o retorno, ameaça de morte foi o mais brando que ocorreu. E no acanhado alçapão de então (nada semelhante ao que hoje existe lá) hinchas furiosos rangiam os dentes, sacudiam telas e queriam a vitória e a vingança. A soberania ferida dos hermanos exigia o sacrifício do adversário. Pedradas, garrafadas, rojões e fartura de agressões. Tudo com a conivência e até mesmo estímulo das autoridades locais. Foi preciso que a diplomacia brasileira (no caso subalterna aos militares daqui) fosse acionada. Uma partida dramática para nunca mais ser esquecida e que faz parte de uma trajetória que culminou no primeiro título de Libertadores para os gaúchos. Não há comparação possível entre o enfrentamento ocorrido naqueles anos e a contemporaneidade açucarada. Não há similitude entre a batalha que enfrentamos e o turismo praticado pela vizinhança. A história não pode ser adulterada, principalmente se a tentativa for de um ressentido.

Santa Catarina é o Estado mais próximo do RS em diversos aspectos. Sua população, aliás, conta com verdadeiros rincões gaúchos. A torcida do Grêmio, nesta região do país, é enorme. Seja na capital Floripa, no Sul do Estado e mesmo no Vale do Itajaí. Numa situação como essa, evidentemente, a cor da camisa é irrelevante. A tragédia que assola algumas localidades e flagela os catarinenses está mobilizando o país. É, portanto, também nossa a tarefa do exercício da solidariedade. O Grêmio estará toda esta semana arrecadando doações junto a loja GrêmioMania no Olímpico. Na partida contra o Atlético Mineiro, haverá um posto no quadro social e será efetivado recolhimento nos portões do estádio. Na capa deste site, desde a semana passada, é possível acessar os endereços da Defesa Civil Catarinense e da Defesa Civil Gaúcha para efetivar a colaboração. Vamos ajudar. Os amigos catarinenses agradecem.

 

Jorge Bettiol
ducker.com.br

 

 

 

 

 

NÃO À RESIGNAÇÃO (25/11/08)

Pior do que a atuação, só mesmo o resultado. Principalmente pela circunstância de ser definido na etapa complementar. Antes disso, a partida foi toda tricolor. Da iniciativa ao domínio efetivo da pelota. Comandamos as ações e partimos para pressão. Os baianos estavam atônitos e conseguiam contragolpes de forma afobada. Nosso gol era questão de tempo e, numa bola alceada do lado direito, a fortuna nos presenteou com outro tento contra. Depois disso, tivemos toda liberdade para ampliar o resultado favorável. Foram oportunidades incrivelmente desperdiçadas e a um custo elevado. O combativo André Luís (também protagonista quando inauguramos o placar) e Rafael Carioca que o digam. Poderíamos ir para o intervalo com uma vantagem dilatada. Poderíamos. No retorno, logo na saideira, o empate indesejado. Na seqüência a expulsão do Amaral derivada de uma falta que sequer merecia um cartão amarelo. Tão despropositada tal punição que nem mesmo os amargos de plantão puderam sustentar. Deste momento em diante e, especialmente, após a virada dos comandados por um técnico profissional e também bicampeão da América, o Grêmio desmoronou em campo. De uma atitude de franca disposição para uma resignação irritante. O time se desarrumou e, com a adversidade, não conseguiu se impor. Pelo contrário: foi amassado pelo medíocre Vitória (até então, com sete rodadas sem vencer) que, aproveitando-se da passividade tricolor e de duas avenidas nos flancos, aumentou o escore com facilidade. O quarto gol tem uma imagem emblemática da solidão do grande Victor perante a ação contemplativa do sistema defensivo já desmanchado. Falar da nossa sistemática incompetência ofensiva é lugar comum. O que nos aborrece é sua arrastada incapacidade de se resolver. Neste final de semana de insucesso tivemos um Perea fora da delegação, o Reinaldo lesionado e um Marcel que parecia nitidamente espectador da decisão que se desenrolava no gramado. E o Chengue Morales ficou no banco, dando lugar ao seu apagado compatriota numa daquelas determinações que o Roth explica, mas não convence. Não era o que buscávamos, mas foi o que colhemos devido a uma segunda etapa totalmente desastrosa. Passado o episódio Salvador, cumpre lembrar que o campeonato não está encerrado. Restam duas rodadas e, mesmo com a tendência amplamente favorável às velozes gazelas são-paulinas, matematicamente temos a disputa aberta. Portanto, é dever dos dirigentes (os que ainda permanecem no vestiário, já que o presidente não está acompanhando a delegação), da comissão técnica e dos jogadores prosseguirem na luta e buscar estes seis pontos. Encerrar a competição com dignidade, com triunfos e chegar à casa dos 72 pontos. Só então valorar a tabela de classificação. A torcida do Grêmio não desiste nunca, acredita sempre e por esta cultura somos este clube de feitos notáveis. Não aceitamos resignação e muito menos desistências. O peso desta camisa não admite os que fraquejam. Vencer o rebaixado Ipatinga (carrasco dos vizinhos jogando como local) e o tradicional Atlético Mineiro é o desafio e uma evidente obrigação. Vamos Grêmio !

O Barradão foi mais um estádio a receber e testemunhar a exemplar capacidade de mobilização do povo gremista. Um grande contingente ignorou as distâncias e somou-se aos fanáticos tricolores da região (saudações ao Lorenzo e aos borrachos de Floripa). Outra extraordinária demonstração de carinho e confiança neste clube que arrasta multidões. Nesta temporada, novamente, seremos vanguarda nos quesitos de público (somente superados pelos cariocas apoiadores do mais querido do apito) e bilheteria em termos nacionais. A fidelidade dos gremistas é inquestionável e se dá nos bons e maus momentos. Parabéns a orgulhosa Nação Tricolor do Sul, referência no modo de torcer e primeiro lugar nas arquibancadas pelo apoio incondicional e alento incessante.

Comenta-se a declaração do arbitro Héber Roberto Lopes, muito afeito a holofotes. É, no mínimo, estranha. Deveria se calar, evidente. Quem sabe até pedir umas férias para comissão de arbitragem pela atitude autoritária cometida num domingo de sol na Bahia e que trouxe certa nebulosidade para o Sul. Agora, francamente: não precisávamos estar em campo para concluirmos que o desfecho da partida seria trágico para o Grêmio. Faltou futebol, amigos, faltou poder de indignação e reação. O Grêmio Copeiro, tradicional nesta nossa história de superação e glórias, passaria por cima do apito, da inferioridade numérica, do que fosse.

Vai ser uma baita final. Neste caso, até não podemos questionar a imprensa esportiva ressentida do RS. Os espaços são inevitáveis. Mesmo que durante boa parte do certame os competidores tenham utilizado equipes de suplentes e os estádios tenham ficado as moscas. Difícil negar o caráter de torneio compensatório, de baixa densidade valorativa. O fato é que os clubes finalistas, não tendo chance em competição mais importante, cumprem com seu papel de propagandear ao máximo estes dois jogos. Nesta ilusão laureada, não há favorito. Por isso, arrisco dizer que tanto o Cerâmica de Gravataí quanto o Pelotas tem as mesmas condições de levantar o caneco. Agora, vamos combinar: há um certo exagero. A julgar pelo ufanismo do vendedor de Cd´s, também conselheiro do rival e presidente da FGF (nas horas vagas). O referido chegou a viajar para Assuncion. Noticia-se que participou da reunião de cúpula da Conmebol. Concluo que só pode ter ido até lá para pleitear uma vaga a Libertadores para o campeão da Copa Lupi Martins. Alguma outra possibilidade ?

Jorge Bettiol
ducker.com.br

 

 

 

 

EM DEFESA DO GRÊMIO

O repudiável episódio envolvendo torcedores gremistas e que para infortúnio da Grande Nação Tricolor está sendo noticiado nacionalmente segue com interrogações. Talvez só mesmo seus infelizes protagonistas possam esclarecer os detalhes e os bastidores (a esta altura perante a polícia e o judiciário) que culminaram nesta rixa resolvida à bala . É público e notório que ocorrem desentendimentos entre facções de torcedores no Olímpico. Não é de hoje, aliás. Seja por simples rivalidade ou por interesses escusos, três antigas organizadas do Grêmio viviam as turras. Freqüentemente entravam em confronto. Hoje, com novas composições e surgimento de outros grupos, prosseguem os embates. Só que com mais ferocidade e completo desatino. Um parêntese: chama atenção, neste momento delicado, à postura do Sr. Paulo Odone. Nos processos eleitorais recentes do Grêmio, o presidente deputado fez questão de procurar lideranças de torcedores para buscar apoio: fez reuniões, posou em fotos e utilizou tais adesões fartamente. Inclusive em apedidos nos jornais. Agora, oportunisticamente, furta-se de um pronunciamento sobre tudo que está acontecendo e que envolve o nome da instituição. Prefere o conforto da omissão. Sobre o episódio: alegou-se, por parte de um dos segmentos da contenda, que o motivo teria sido uma bandeira com a imagem do ex-jogador e orgulho gremista Everaldo. Será este o fundamento de toda irracionalidade que ocorreu? A propósito, será que não vão tentar atacar também a bandeira oficial do clube (clique aqui) que, há 38 anos, ostenta uma estrela de ouro em justa homenagem e este mesmo Everaldo? Qual outro clube de futebol no mundo fez honraria semelhante? Toda esta estória está muito nebulosa e esperamos, sinceramente, que toda verdade apareça. Desconhecemos que possam existir nos domínios gremistas (até pelo fato objetivo de não ter nenhum terreno fértil para tal mentalidade retrógrada e repugnante prosperar) retardados motivados por sandices de cunho racial. Evidente que multidões tornam mais fácil o exercício do anonimato pelos covardes. Mesmo assim (e partindo da presunção que exista um grupelho que aglutine estes boçais), se possuem todo este ímpeto de intimidar os que não concordam com sua ideologia de vaso sanitário, por qual razão não se apresentam perante a massa gremista que congrega e freqüenta a Geral? Afinal, sabemos que neste local estão centenas de negros (e também gente de todo tipo, meu irmão) e ali são expostos trapos com imagens de jogadores negros! Sem absolutamente nenhum problema, óbvio! Por qual razão, então, atravessariam o Olímpico (dirigindo-se a goleira da Carlos Barbosa) para reclamar de uma bandeira e fazer ameaças? Aliás, a bandeira com o rosto de Lupicínio é estendida naquele lado do estádio e há bom período! Agora, voltemos ao portão 10. Nesta última partida contra o Coritiba, por exemplo, alentamos o Grêmio debaixo de um enorme trapo estampado com o ídolo e garoto Anderson (clique aqui), um dos heróis da batalha dos aflitos. E este pano meu amigo, assim como outros é estendido com altivez e reverência pelo povo gremista que reconhece seus ídolos, suas legendas. Independente de serem atletas brancos, negros, charruas, castelhanos. Pelo simples fato, incontestável, do Grêmio ser composto por uma legião de torcedores de todas às origens, etnias, credos, convicções políticas. Não é a toa que ultrapassou o rival e, antes mesmo da virada deste novo século, já possuía a maior torcida do RS (diga-se de passagem, em todos os segmentos sociais). É um clube profundamente enraizado nas periferias, nas camadas humildes e trabalhadoras da população e com forte e majoritária presença na juventude. Tem uma história bonita de enfrentamento e superação de barreiras raciais que remonta quase seis décadas. Do início dos anos oitenta até o presente, por uma trajetória repleta de triunfos inesquecíveis, não parou de ganhar simpatizantes e de angariar mais torcedores. Na quantidade (resultado justamente da sua pluralidade) e na qualidade dos seus fanáticos apoiadores, prossegue o Grêmio no rumo de novas conquistas. Para nós, que lutamos por um Grêmio cada vez mais democrático e que seja a cara da sua grandiosa massa torcedora, estes últimos acontecimentos prestam um enorme desserviço ao clube. Entretanto, não podemos admitir que seja maculada a imagem do Imortal Tricolor e do seu exemplar torcedor! Estamos fartos e enojados desta tentativa de rotular todo o universo gremista como discriminatório. O racismo é uma chaga do conjunto da sociedade e desgraçadamente acompanha os povos do planeta (sem exceções). Pode ser explícito, ou velado, pode ser praticado tanto por brancos, como por negros, por árabes, judeus, cristãos. Pode ser ato isolado ou coletivo, pode ser contido ou explicitado por qualquer cor de camisa. Inclusive as clubísticas. O que não pode é ser aceito e por isso precisa ser combatido. Mas, sem hipocrisias e rótulos. O clube e a torcida do Grêmio não merecem alcunha de nenhuma espécie e não aceitamos, mais uma vez, a campanha sórdida que veículos da imprensa e comunicadores venais aproveitam para realizar. Os fariseus de pele clara, rodeados de colegas brancos nas suas redações, não cansam de destilar seu ódio. Rechaçamos esta amargura. Mas, até entendemos tamanho desespero: nada (nem ninguém) vai abalar a auto-estima desta valorosa Nação Gremista. E, muito menos, calar o sentimento pelo amado tricolor. A mais vibrante torcida do país prosseguirá com a sua força e presença.

Vamos GRÊMIO!!!

Jorge Bettiol
ducker.com.br

 

 

 

DISPUTA ABERTA (17/11/08)

"A sorte ajuda a quem trabalha". A frase foi pronunciada pelo Tcheco ao final da partida contra o Coxa. Uma máxima concretizada pelo esforço gremista e pela infelicidade de dois jogadores paranaenses. Infortúnio deles, mas merecida sorte nossa. Afinal, foi justo o triunfo. Não era necessária vidência para antever uma partida difícil, portanto, superação era uma palavra de ordem. Na boca do túnel nossos jogadores já demonstravam a presença do espírito de luta que seria apresentado no gramado. E o Grêmio entrou decidido e partiu para o abafa já nos primeiros instantes. Embalada pela extraordinária força e confiança das arquibancadas, a equipe criou oportunidades e deu trabalho aos defensores e ao arqueiro alviverde. E chegou. Naquela jogada tradicional do capitão. Conduz a bola com habilidade, abrindo espaço e buscando a brecha para o arremate. No desvio, bola na rede e avalanche no Monumental ! O autor intelectual e também executor da jogada corre para torcida. Mão esquerda firmada sobre o escudo do clube num gesto de apego, reverência. Emoção na face. Grande Tcheco ! É assim que se honra uma braçadeira e uma Nação vibrante ! Na seqüência, o bom time do Coritiba equilibrou a posse da pelota. Mesmo assim, foi o tricolor quem ditou o ritmo. Boa marcação, boas saídas. Na frente, Marcel e Reinaldo batalharam e tiveram o reconhecimento da massa. Com as substituições, André Luís e o Chengue Morales entraram com energia. O uruguaio, sempre disposto a subir no ringue, foi decisivo para atrapalhar o defensor na jogada de nosso segundo e necessário gol. Festa e mais alento ! Três pontos e segue a caça aos bambis. No próximo domingo tem jogo apimentado no Barradão e vamos precisar de toda entrega, de toda alma ! Coração no couro das chuteiras ! A vitória sobre o Vitória é, mais do que uma frase pronta, de vital importância para nossa pretensão de título. A disputa está aberta e, nós (eu, o leitor, e a maior e melhor torcida do Sul), evidentemente, seguimos acreditando.

A mobilização para estas três trepidantes rodadas vai ser absoluta. Portanto, lugar de gremista que reside em Minas, na Bahia e na vizinhança nordestina é, sem dúvida, a cidade de Salvador ! Por certo, o Consulado da capital baiana deve estar se agilizando para levarmos um grande apoio ao tricolor no campo adversário. Do Sul e do Sudeste devem partir excursões para que tenhamos uma grande presença gremista nesta nova decisão. Garantia de que, neste eterno "com o Grêmio onde o Grêmio estiver", se escutará (em alto e bom som), lá no Barradão, a canção que diz: "eu te sigo a toda parte, cada vez te quero mais!" Vamos Grêmio, pois o teu povo te acompanha !!!

O futebol tem suas ironias. O Vasco da Gama foi durante décadas dirigido pelo truculento Eurico Miranda. Figura polêmica. Ao mesmo tempo em que era uma unanimidade repulsiva para o conjunto dos torcedores brasileiros, vivia aclamado e idolatrado pelos vascaínos. Não por todos, sejamos honestos. O fato é que entre lambanças e falcatruas defendia ardorosamente (concomitante com suas ambições), os interesses da cruz de malta. Obteve conquistas e também promoveu fiascos. Entretanto, nunca o Vasco esteve tão próximo do abismo. E justo agora, sob o comando de um grande sujeito. Roberto Dinamite foi um extraordinário goleador e está na categoria dos cidadãos de bem. Mas, convenhamos. Nada justifica sair de São Januário e jogar no Maracanã contra as bibas paulistanas. Só agora, na reta final da competição, foi constatado que "falta segurança" no estádio vascaíno ? Por favor. Resumindo: tomara que o Portaluppi tenha competência neste complicado momento e safe o Vasco da bronca da segundona (o que resultará, literalmente por tabela, numa força ao Grêmio). E que o jogo seja na chamada "barreira de São Cristovão" (abraço ao gremista Feitosa, que conhece o território). Desejamos sorte ao time que teve como um dos seus torcedores ilustres o folclórico Jamelão (que no RS torcia pelo Grêmio, sempre fazendo questão de posar orgulhosamente com a nossa camisa) parceiro do genial e sempre lembrado Lupicínio Rodrigues.

O que dizer dos incidentes após esta última partida ? Por incrível que pareça foram gremistas enfrentando gremistas em uma batalha campal nas proximidades do Olímpico. O saldo de dois baleados saiu barato (caro para os feridos - um deles correndo risco de vida - seus familiares) pela dimensão do tumulto. O que falta acontecer ? Primeiro, o alvo está nos adversários. Depois, nos integrantes de outras facções da torcida gremista. O que virá ? Vão trocar tiros também para resolver as desavenças no interior dos respectivos grupos ? Quem sabe possam se contentar quando uma bala perdida tirar a vida de algum anônimo torcedor, alguma criança (seja tricolor ou não) ? É preciso que os próprios gremistas dêem um basta nisso e cessem as hostilidades. Até porque os maiores prejudicados são o próprio clube e a imensa Nação Tricolor. Portanto, tais episódios só podem merecer nossa oposição. Até pelo fato de dar munição justamente para amargura midiática. A mesma imprensa venal que adora rotular a melhor torcida do Brasil como um amontoado de meliantes. O tiro ou os tiros que saem pela culatra (é preciso que no desequilíbrio se ache um rasgo de lucidez), ressoam no ferrenho etiquetamento que sofre o povo gremista. E isso não é justo. Enquanto não acabar esta onda de insanidade, seremos obrigados a ouvir os fariseus das redações generalizando e berrando: "Punição para os bandidos !" Triste.

De algo que nos chateia para algo que nos alegra. O site Ducker.com.br está completando três anos de atividade. O parceiro de luta e irmão de fé Ducker é o cara que criou esta ferramenta tricolor. A ele, da parte deste modesto colaborador, todo o reconhecimento, todos os méritos. Mas, o grande responsável por esta extraordinária repercussão da página e do seu conteúdo (sabemos bem) é o amigo gremista que nos acessa neste momento. É graças à extraordinária e inigualável Nação Tricolor que ultrapassamos a fantástica marca dos três milhões e oitocentos mil acessos ! Um feito que merece ser destacado e celebrado. Resultado de uma proposta simples e honesta (somos um canal direto - sem intermediários - da arquibancada para este universo virtual e também material que compõem a grandiosidade do Grêmio), construímos uma referência. Nosso compromisso é com esta instituição, mais do que centenária. Com sua gloriosa camisa e sua multidão de aficionados em azul, preto e branco. Este site não confunde subjetividade com objetividade. Neste sentido, não tem vínculos ou subordinação a dirigentes e/ou facções políticas do clube, ou mesmo a grupos de torcedores. Tem total independência e, talvez aí, resida uma das explicações da sua notória consistência. Contudo, quem o constrói tem posição. E a posição central e estratégica é a defesa do Grêmio e do seu abnegado torcedor. A estes em especial, fica registrado o nosso muito obrigado.

Jorge Bettiol
ducker.com.br

 

 

 

 

 

 

LUTAR PELOS 12 PONTOS (11/11/08)

 

Foi uma vitória do jeito que necessitávamos. Destas de orgulhar o torcedor e fazer a cantoria da Nação Gremista (presente ao Parque Antarctica) ecoar por toda zona leste paulistana. Teve superação, vontade e determinação. O Grêmio que entrou em campo desfalcado, teve o reforço da atitude dos que vestiram a camisa. E foi contagiante, pois todos se empenharam com muita garra na busca do objetivo. Nada menos do que os três pontos é o que precisávamos e o plantel assimilou com primazia este objetivo. E não se tratava de qualquer confronto. Do outro lado, um oponente direto e jogando na sua casa. Uma partida comentada por torcedores e pela imprensa do país com uma antecedência poucas vezes vista na história recente dos brasileirões. Ninguém duvidada do caráter decisivo do embate e foi nestes termos que tal desafio se desenrolou. E no seu desfecho, venceu quem mereceu. Nem o novo comentarista da Globo, Wanderley Luxemburgo, se opôs a esta evidência. Só o placar (por nossa reiterada falta de precisão nas conclusões e por um Marcos agora criticado, mas que também teve sua eficiência) não refletiu o volume de oportunidades que criamos. Rafael Carioca e William Magrão combateram de forma exemplar e o sistema defensivo improvisado - na figura de Jean o elogio aos demais - foi de uma solidez a toda prova. Souza falou menos e resolveu jogar mais, tendo um desempenho contagiante na função exercida. Mas, citaremos como figura desta emblemática partida para nossas pretensões, a figura do capitão. Tcheco que sempre teve nosso respaldo (assim como o grupo todo) foi contundentemente cobrado por esta coluna nas duas últimas semanas. Posição que estendemos ao conjunto dos profissionais que representam à equipe (a nosso juízo, uma cobrança absolutamente necessária pelo descompromisso que se espraiava). Mas, voltemos ao camisa dez. Dissemos a ele que estava fazendo falta a vibração, a entrega efetiva de quem tem a responsabilidade de usar a braçadeira do clube mais copeiro do Sul do Brasil. Queríamos uma outra postura e que a mesma pudesse empolgar os demais atletas. Antes desta redentora partida de domingo, Tcheco teve a humildade de reconhecer que estava, junto com o plantel, em dívida com a torcida. Falou abertamente sobre sua momentânea "falta de confiança" (episódio das cobranças de falta, por nós abordado) e de que daria a volta por cima com trabalho e dedicação. E assim procedeu. Teve palavra e brios. Teve combatividade em campo. O seu gol insólito não é obra do acaso. Acreditem. Aquela bola desconcertante e que acabou certeira nas redes é resultado de uma reviravolta pessoal e que, por certo, colaborou para digna e desejada remobilização do grupo gremista. São estas lideranças, que se dispõem a superar os próprios limites, as fundamentais para chegarmos ao caneco. Restam quatro rodadas, amigo leitor. Mais do que nunca, o foco tem que ser totalmente centrado nestes compromissos vindouros. A meta é uma só: lutarmos por mais 12 pontos, independente do que fizerem os bambis. Portanto, é vencer e vencer. Vai ser naquela proposta clássica, mas eficiente: jogo após jogo, passo a passo. E ao Tcheco, mais um recado: logo adiante, vai ser tua a tarefa de erguer este troféu. Afinal, sabes bem: a torcida do Grêmio nunca deixa de acreditar.

O campeonato está em aberto. Até mesmo o ranzinza e competente Muricy Ramalho faz esta constatação. Mais do que uma proximidade matemática e de probabilidades otimistas, sabemos que o Grêmio tem todo potencial para ultrapassar as gazelas são-paulinas. No domingo, o confronto será contra os amigos do Couto Pereira. Partida encardida, amigo. Vamos necessitar de muito futebol e imposição. E nas arquibancadas ? Precisa falar ? Lugar de gremista, lógico, será o Monumental. E tu vivente, que é do interior do Rio Grande ou de outros Estados, deve se agilizar desde agora. Entra em contato com o Consulado Gremista da tua cidade, organiza com os amigos a tua excursão. Venha cedo, tranqüilo na estrada e disposto a cantar o jogo inteiro. Vamos fazer o Olímpico trepidar com o nosso sentimento e a nossa crença que o Grêmio vai sair Campeão !

Perguntinha: esta tradicional amargura é também transmitida em sinal digital ? Pulando de canal em canal, estacionei alguns minutos no programa "Bate-Bola" da Tvcom. Numa roda de torcedores do co-irmão estavam Maurício Saraiva (excepcional comentarista de carnaval da RBS TV) e Adroaldo Guerra (freqüentador de cocheiras e editor de esportes do jornal mais "ético" na cobertura da dupla), entre outros. Confesso não recordar da presença do ex-jogador e, atualmente, comediante Batista. Enfim. Na análise do resultado gremista, o especialista em turfe Guerrinha decretou que "o São Paulo é o campeão" e que, portanto, estamos fora da disputa (lembramos que até mesmo o zangado Muricy pensa o contrário). Vejam bem: com dois pontos de diferença e doze a serem disputados. Visivelmente contrariado pelo desfecho da partida contra o Palmeiras (deve ter pensado: "amanhã não vamos poder zoar o Grêmio na capa do DG ... a derrota deles era certa"), praticamente propôs entregar a taça aos paulistas. E este mesmo cidadão gosta de proclamar que é "primeiro um jornalista", antes mesmo da sua escancarada condição de torcedor. Lá pelas tantas outra, muito divertida. O Sr. Saraiva proclama que a suspensão de Diego Souza (na nossa avaliação modestíssima) foi à prova cabal de que "não existe nenhum complô, nenhuma má vontade do STJD contra os times do Sul". Esqueceu de citar há quanto tempo foi aquela agressão contra o jogador do Cruzeiro, quantas partidas ele disputou desde então e quantos gols marcou neste período. A verdade é que demorou demais. E tal lentidão já feriu o equilíbrio que deveria haver nesta competição. Só não houve maior lerdeza pela forte exigência de providências oriundas dos clubes prejudicados e, principalmente, pela indignação dos seus respectivos torcedores (notadamente os gremistas).

Nada com uma boa conversa. Dura, mas franca. Os cerca de 20 torcedores e sócios do clube que foram ao treino manifestar sua inconformidade e exigir empenho falaram por outros milhares de gremistas. Expressaram o sentimento da massa torcedora e, importante, não deixaram de facultar apoio. O amigo tricolor que está lendo pode até não concordar com o ocorrido. A tua posição, mesmo discordando, vou respeitar. O que não é passível de consideração foi à tentativa de alarido e a condenação rasteira pelos amargos midiáticos de sempre. Antes mesmo de saberem os detalhes da manifestação, se apressaram (nos seus veículos) em bradar raivosamente. Só poderia ser coisa dos "vândalos", dos "marginais" da torcida do Grêmio. Ficaram ainda mais revoltados quando, graças ao bom senso de um Rodrigo Caetano e a postura democrática de um André Krieger, houve acesso aos jogadores. O que aconteceu ? Um diálogo foi estabelecido. E para desespero dos secadores de plantão, foi uma charla somente entre gremistas. Os setoristas ficaram de fora, de espectadores. Aí correram para um contrariado Roth que, se defendesse mesmo uma "hierarquia" nas relações internas, deveria ter (ao menos neste primeiro momento) se calado e acatado a posição do departamento de futebol. O fato é que mesmo após o pronunciamento do representante do clube considerando "normal e legítimo" o protesto, a isenta imprensa esportiva do RS seguiu destilando seu ódio. Sem surpresas. Até por que, parafraseando os nossos detratores, "são sempre os mesmos". "Torcedor tem que somente torcer", dizem eles. Isso. O trabalhador somente produzir, o consumidor somente consumir e o leitor, ouvinte e telespectador , somente aplaudir os meios de comunicação. A má fé tem na alienação uma parceria das mais poderosas. Alguém duvida ?

Jorge Bettiol
ducker.com.br

 

 

 

 

 

 

 

COBRANÇAS (03/11/08)

Continuamos vivos. Em que pese o resultado, a perda da liderança e a profunda tristeza (acompanhada de irritação) que assola aos gremistas. A expectativa era , seguindo a rotina doméstica impositiva, de conquistarmos os três pontos. Durante a semana, foram inúmeras as manifestações de solidariedade aos dirigentes, comissão técnica e plantel. A fé inabalável e a generosidade da Nação Gremista, após o desastre no Mineirão, levaram mais de 35.000 torcedores ao Monumental. Todos esperançosos na recuperação e numa afirmação do objetivo primordial de sermos campeões. Mesmo com todo ambiente favorável e a massa gremista jogando junto (na sua maioria), literalmente entrando em campo, a equipe de Celso Roth nos presenteou com um futebol pobre e um resultado comprometedor. O empate nos custou muito caro. O nervoso time catarinense veio disposto a não repetir o vexame de Floripa em terras gaúchas. Correram, marcaram, mas, convenhamos, não tem qualidade. Não por acaso estão atolados na zona do rebaixamento. Pois justo contra este degolado Figueirense o Grêmio teve um desempenho calamitoso. Sem capacidade de articular jogadas, gastou preciosa parte do tempo regulamentar correndo pelos flancos e alçando bolas na área do oponente. Tudo para consagrar os zagueiros de boa estatura do Figueira. Foram raras as jogadas individuais ou coletivas que, buscando furar o cerco catarina, chegaram a constituir algum arremate. E quando se construíram estas escassas oportunidades, os chutes foram fracos, ou tortos, sem direção. Aliás, um breve comentário sobre a bola parada. Mais especificamente sobre cobranças de falta. Quem é ou quem são os batedores "oficiais"? Qual é a intensidade com que se treinam os tiros livres? A julgar pelo aproveitamento ridículo de domingo à noite, desperdiçando ótimas oportunidades, deveriam praticar assiduamente, se dedicar para termos um rendimento que evitasse esta maioria de chutões pela linha de fundo. O Olímpico tem potentes refletores para, estendendo o expediente da ineficácia, iluminar o exercício de tal prática. O trabalho, além de dignificar o homem e muitas vezes enriquecer o patrão, também pode melhorar a pontaria.

Cobranças e cobranças. Chamou nossa atenção, especialmente na etapa complementar, a postura do Tcheco quando alguma falta era marcada próxima da área catarinense. Ao invés de pegar a bola e chamar para si a responsabilidade, se dirigia passivamente para um papel secundário na barreira adversária. Estamos falando do capitão da nossa equipe. Se o mesmo não apresenta uma vibração, uma determinação nestes momentos decisivos, o que esperar dos demais ? Por falar em assumir obrigações, não é plausível que nosso treinador resuma um desempenho minguado neste segundo turno com frases brilhantes, do tipo "poderia ser pior". Só pode ser pior do que a referida declaração a impressionante omissão do presidente do clube nestas últimas semanas. Já lembramos ao Sr. Odone que seu mandato não terminou e que deve o mesmo, a despeito de suas vaidades não correspondidas, assumir integralmente o comando da instituição. É inaceitável que, arremessados da condição de potencial favorito ao título a um indesejado terceiro lugar, se escute o político Odone afirmando que "a obrigação de vencer em SP é do Palmeiras". É ao mesmo tempo surrealista e revoltante. Talvez esta conduta despreocupada de quem deveria ser a figura condutora da reação gremista esteja contribuindo decisivamente para este marasmo de total ausência de atitude no grupo gremista. Parece que ninguém quer assumir nada. Ninguém ousa nada, ninguém pretende alcançar nada. Afinal, como diz o Deputado presidente, o compromisso de vitória, de obter três pontos, é dos adversários diretos ao título. Somos, nesta visão desmobilizante, meros coadjuvantes, espectadores privilegiados do esforço alheio. Se formos campeões melhor, se não formos está tudo bem. Libertadores ? Se conseguirmos, ótimo. Se a vaga não vier, azar. Até pelo fato de que os "favoritos" são os outros, não o Grêmio. E se sobrar somente o Gauchão para o início de 2009 ? A julgar pelas declarações do Sr. Odone também não devemos nos aborrecer, pois o nosso destino será fazer companhia aos vizinhos abastados que já afundaram na presente temporada. Quanto descaso, quanta acomodação ! Se a indignação pelo presente momento não se vislumbra nem no gabinete da presidência, o que aguardar do interior do nosso vestiário, dos jogadores ? Lembramos que no Parque Antarctica um clube Campeão do Mundo e Bi Campeão da América vai enfrentar um clube que possui uma Libertadores ganha, justamente, por um gremista. Esta é a relação e a dimensão que deve ser dada ao desafio Sr. presidente ! Não encolha o Grêmio ! O fato, amigo leitor, é que algo precisa ser feito, urgentemente ! Basta deste acovardamento, desta displicência, deste desrespeito com uma torcida que apóia em todas e acredita sempre ! São cinco rodadas para, além de recuperar a dianteira no certame, resgatar a dignidade do Grêmio. Quem representa o nosso clube e veste a nossa camisa tem obrigação de acreditar, obrigação de ganhar. É preciso ter alma e coração: dentro e fora de campo! Vamos cobrar

Um outro pedido. Desta feita dirigido à República do Amendoim. Façam um favor ao tricolor: não apareçam no estádio nas próximas duas partidas em Porto Alegre. Fiquem resmungando em casa. No lar doce lar podem apupar a vontade desde o anúncio da escalação, se quiserem. Não há dúvida que é preciso providências e que devem ocorrer cobranças. Mas, não é no campo o lugar apropriado. Portanto, não fique vaiando. Espera o jogo terminar, desliga o rádio, tira a bunda da almofadinha e vá para o pátio aguardar os representantes do clube e os jogadores. Pressione e busque toda satisfação. É também direito do torcedor exigir mudanças e atitude. Se não quiser ir para o corpo a corpo, tens a semana toda para pressionar da forma que achar mais conveniente. Só faça o favor de analisar qual é o melhor momento para tal manifestação. O Grêmio agradece.

Não entendo os gremistas que estão aborrecidos com o fiasco do rival. Alguém esperava algo distinto ? Só lamento não ter sido por cinco ou seis gols de diferença. É também desmobilizante este raciocínio que transfere para terceiros (imaginem no caso do co-irmão) as tarefas que devem ser desempenhadas pelo próprio Grêmio. Na disputa das duas milionárias folhas de pagamento do futebol brasileiro, deu a lógica. E, agora, delírio total na mídia paulista: os bambis estão na dianteira.

Jorge Bettiol
ducker.com.br

 

 

 

 

 

 

 

ATITUDE, URGENTE (30/10/08)

 

Certo. O gol da raposa foi muito cedo. Também é fato que a lesão muscular do Pereira obrigou a uma mudança de esquema. Na partida até tocamos mais a bola, tivemos posse, mesmo permanecendo uma confusão na meia-cancha. Marcamos errado. E, além de chegamos atrasados nas divididas, não entrávamos com energia. No comando de ataque as finalizações das oportunidades criadas foram deploráveis. Tristemente risíveis. Mas o pior, sem dúvida, foi à passividade da maior parte da equipe durante a disputa. Jogadores com as mãos na cintura e resignados com o domínio cruzeirense. Claro que houve exceções. Citaria, dos que começaram, especialmente o Mattioni que combateu de maneira incessante e criou boas jogadas. Dos que ingressaram: Paulo Sérgio e Makelele. É até redundante afirmar que disposição e vontade são essenciais. Nestas rodadas que faltam precisamos de atletas com personalidade ! Além da técnica e da tática, dar algo mais, colocar o coração na ponta das chuteiras. Não se admite outra postura. Quem veste a camisa do Grêmio ou assimila este "jogar a morrer", ou deve pedir dispensa da delegação para ficar em casa assistindo pela televisão (ao menos até a rescisão do contrato).

Ontem o Roth deu uma entrevista onde rigorosamente não respondeu a contento (minimamente que fosse) às razões para mais um insucesso longe de casa. Alegou ter sido "o gol muito cedo" e que tal episódio "quebrou a confiança" do grupo. Por favor ! São 90 minutos (sem contar os acréscimos) para se jogar futebol e reverter situações complicadas. A equipe tem que estar pensada, treinada e preparada para todas as circunstâncias possíveis. Benéficas ou não. A largada desfavorável não é desculpa plausível para impotência absoluta de um jogo inteiro. E se a "confiança" se desmancha assim, tão estrondosamente ao primeiro impacto negativo, que se busque solidificar a auto-estima deste grupo e que se cobre o dever do mesmo erguer a cabeça e ter combatividade. Somos o Grêmio, Tcheco. Não se fica fazendo matemática escolhendo com quais adversários vamos pontuar. Principalmente excluindo de antemão pontuação sobre Cruzeiro e Palmeiras. Queremos escutar do nosso capitão que temos obrigação de vencer todos os jogos, independente da cancha, e que o plantel vai lutar até às últimas conseqüências para tal objetivo. A começar pelo Figueirense, no domingo. Esqueçam o resultado de Floripa. Joguem como se fosse a última chance de obtermos o título. Honrem a nossa camisa e a nossa torcida. É o mínimo que esperamos e o que rigorosamente exigimos. Da nossa parte, estaremos no Monumental para darmos todo o apoio necessário. Façamos mais uma grande mobilização do povo tricolor. Seguimos acreditando.

 

A última piada de mau gosto deste campeonato esta sendo protagonizada, novamente, em terras cariocas. Sob o pretexto da impossibilidade da PM dar segurança aos torcedores no clássico previsto para o Engenhão (cujo mandante é o Botafogo), estão transferindo tal partida para o Maracanã. Fosse a disputa travada no interior do chamado Complexo do Alemão, até entenderíamos a alegada impotência policial. Na hipótese de ser respeitado o mando de campo, os rubro-negros terão 20% dos assentos. Já no Mário Filho, a divisão poderá ser bem mais generosa. Vantagem para o mais querido do apito, que, não faz muito, propagandeava estar com a festa do título pronta. Falaram tanto que o Galo os visitou e acabou por depenar o Urubu pedante. A verdade (e os fatos comprovam) é que nesta reta final todo tipo de manobra espúria pode surgir. Das mais veladas as mais escancaradas. E os protagonistas destas malandragens (não raro sujas) são sempre os mesmos segmentos e indivíduos. Embora vez por outra tenhamos novidades. Resumo: obter o título de campeão brasileiro, cada vez mais, se constitui em façanha para os clubes que não compõem o eixo político RJ-SP. Eis aí um bom parâmetro para mensurarmos a dimensão do desafio nestas seis definitivas rodadas. Igual, está conversa é para nós, torcedores, e para que os dirigentes gremistas permaneçam atentos. Aos jogadores e a comissão técnica, o foco único e exclusivo deve ser a tabela de jogos que ainda teremos. Os adversários que enfrentaremos. Nada mais. E atenção: só dependemos de nós ! Gravem e assimilem tal realidade (alô vestiário) ! Não precisamos do favor da vizinhança ou de quem seja. O Grêmio precisa, urgentemente, ajudar o próprio Grêmio. Ponto final.

Neste sábado a Geral do Grêmio estará comemorando sete anos de existência. A festa (com várias atrações) será em Cachoeirinha. Esta torcida é um patrimônio de toda Nação Gremista. Sua trajetória , como diz o material publicitário do evento, revolucionou o modo de torcer no país. Tanto é verídico que inspirou o surgimento de vários movimentos similares pelo Brasil afora. E, com toda sinceridade, não passam de constrangidas caricaturas. Ao contrário de suas deformadas tentativas de cópia, a Geral nasceu combatida pela imprensa, por setores do clube e, principalmente, pelos dirigentes da época. Rompendo na sua origem com a lógica das torcidas organizadas, teve que lutar tremendamente para conquistar o seu espaço. O tempo passou, a Geral se agigantou e, de incômoda, passou a ser objeto de cobiça para boa parte destes mesmos dirigentes que a combatiam. Abrindo um breve parêntese: na minha opinião e de longa data atitude, todo e qualquer torcedor (seja individualmente ou coletivamente) deve preservar a sua independência e ter compromisso somente com a instituição. Fechando o parêntese. Bueno, com o crescimento fantástico da torcida naturalmente surgiram problemas. Vieram às contradições, foram alardeadas imposturas. A tais constatações devem as lideranças e integrantes da Geral se debruçar e fazer o devido debate. Com toda honestidade. De preferência nos seus fóruns e não através de jornalistas desmoralizados e veículos esportivos que se regozijam ao constatar os gremistas se dividindo nas arquibancadas. Fazer o balanço destes anos todos e a devida correção de rumos no que for necessário será a garantia de uma torcida fortalecida e unida em favor do amado tricolor. Sucesso a Geral do Grêmio. Saudamos a sua história e às suas reconhecidas virtudes.

E viva o GRÊMIO !!!

Jorge Bettiol
ducker.com.br

 

 

 

 

 

 

O GOIANO E OS MINEIROS (26/10/08)

 

O leão pernambucano ficou no rugido e não mordeu. Igual, o tricolor teve que suar muito para conseguir o resultado. Transpiração e força são essenciais e compõem tradicionalmente a radiografia das equipes gremistas. Só que toda esta energia dispensada pelos poros pode ser melhor aproveitada e direcionada. Basta ter organização e aliar tal providência a vontade de lutar. O 4-4-2 de Roth foi uma tentativa frustrada de apresentarmos o time dentro das peças disponíveis e da idéia de uma inovação. Tal esquema desmanchou-se antes mesmo do final da partida contra o Sport. Por circunstâncias do embate e pela reconhecida inadequação original desta proposta (reconhecida posteriormente pelo nosso treinador em uma saudável autocrítica). Tchê, corremos demais. Porém, sem conseguir trabalhar a bola, ter a posse e pensar o jogo. Ligação direta ou chuveirada não resolverão todas nossas debilidades. Tcheco tem procurado fazer as armações totalmente isolado, em carreira solo. Acaba sobrecarregado na tarefa de criar. Verdade que na contenção e na defesa seguimos solidamente (mesmo com alguns abalos eventuais) e que lá na dianteira, Reinaldo parece estar com mais estrela. A grande charada, sem dúvida, é a composição do nosso meio-campo. Alguma observação sobre o Douglas Costa ? Lógico. O guri é show de bola, mas andou um pouco perdido na função delegada na última quinta-feira. Além disso, talvez pelo alarido da presença de um "representante" do Real Madrid no Olímpico, enfeitou alguns dribles. De qualquer forma, vai ter que permanecer no time. Tem sido muito importante e colaborado para nossos sucessos. Especula-se que Paulo Sérgio retornará aos titulares e que Souza deve também começar contra os mineiros. A certeza é que serão onze em campo representando os milhões que compõem a Grande Nação Tricolor. No desafio contra o plantel comandado pelo saudoso "Capitão América" não pode faltar indignação. É mais uma decisão e uma oportunidade ímpar de consolidarmos uma dianteira com mais lastro (em pontos, em segurança) em relação aos perseguidores. Os fracassos de Cruzeiro e Palmeiras no sábado devem incentivar tal meta. No Mineirão não podemos ficar acuados ou entrar simplesmente para empatar. Já será um derrotismo antecipado fomentar tal mentalidade. Temos condições e existe a necessidade de vencer, de pontuar. Portanto, que retornemos de Belo Horizonte com o triunfo. Nestas sete rodadas que restam, seguimos acreditando.

O cara só podia mesmo se emocionar. Já no aquecimento os 30.000 gremistas o saudaram efusivamente. Foram praticamente três anos envergando a gloriosa. Uma liderança dentro e fora do gramado. Sujeito com serviços prestados e um baita caráter. Não merecia a dispensa (de uma forma covarde) que recebeu dos dirigentes do clube. Na partida defendeu, como excelente profissional, as cores do oponente. Na saída, foi novamente aplaudido. Mas o momento mais comovente foi no intervalo, quando se dirigia ao vestiário dos visitantes (o qual sequer conhecia). A massa toda entoando a música que leva o seu nome. Começou lá na Geral com toda energia e esparramou-se pelo Monumental, atingindo em cheio o coração do Sandro Goiano. Atual Campeão da Copa do Brasil que não esconde torcer pelo Grêmio. Merece mesmo todo este carinho, toda esta consideração do torcedor gremista. Nos encontraremos na Libertadores. Com certeza.


Não vi a partida e a nós, sinceramente, não interessa. O fato é que virou uma espécie de torneio consolação para os rivais devido à impossibilidade de alcançarem o alardeado objetivo da temporada. O que chamou atenção, contudo, foi a hilariante euforia da amargura midiática (ao mesmo tempo que procuram abafar nosso bom momento) após a vitória do co-irmão sobre a creche xeneize no aterro. O Boca sequer trouxe torcida. Os poucos argentinos que estiveram no Menino Deus eram familiares deste time de suplentes. Pais ou responsáveis. Afinal, a delegação era composta na maioria por menores de idade que vieram a um país estrangeiro (seguindo o roteiro: tentar jogar futebol e depois passear pelos shoppings locais). O jornal Olé os chama de "Boca B", ou simplesmente "los pibes". A equipe principal está toda voltada para assegurar, através da disputa local, sua vaga na Libertadores de 2009. Desejamos toda sorte. Assim, teremos a nossa pretendida revanche. E será contra os titulares, evidente.

Jorge Bettiol
ducker.com.br

 

 

 

 

 

UMA VITÓRIA DEMOCRÁTICA (21/10/08)

 

Foi uma verdadeira bacalhoada. Desta feita, indigesta. Mais além do que receitas gastronômicas faltou ao Grêmio se apresentar no esburacado gramado do Canindé. O terreno da disputa, de antemão frisamos, não serve para desculpas. Até parece que não somos uma equipe acostumada a combater todos os anos naqueles campos enlameados que é o palco preferencial do valoroso campeonato gaúcho. No cimento do estádio paulista, os gremistas foram uma numérica e sonora maioria. Antes de o apito trilar, já sabíamos que Palmeiras e São Paulo haviam estacionado com um generoso empate. Só que para defender uma liderança, é preciso, antes de tudo, entrar no jogo e fazer o enfrentamento. A postura burocrática e comedida do tricolor na primeira etapa deu lugar há um segundo tempo medíocre. Sem chance de análise individual tamanha a fragilidade coletiva. Não conseguimos, sequer, justificar a presença do arqueiro luso-brasileiro na partida. Uma pobreza ofensiva + dois vacilos fatais = a uma ótima oportunidade de se firmar na dianteira ... desperdiçada. Perigosamente perdida para um adversário que pisou nos referidos buracos da grama exatamente com a metade dos pontos que possuímos. E estamos na reta final prezado leitor. Restam apenas oito jogos para liquidarmos a fatura. Não é possível tanta displicência, tanta lerdeza e falta de combatividade. Tivemos todo tempo para preparação, o clube oferece toda estrutura e tem bons profissionais a dar suporte à comissão técnica e ao plantel. Mordomias, salários graúdos (não tão elevados como os milionários monarcas da Padre Cacique, mas bastante substanciais), sustentação incondicional da fiel e fanática Nação Gremista. O que mais é necessário para que ingressem com vontade, jogando cada desafio de 90 minutos como se fosse à derradeira decisão? Será possível que necessitam de alguma motivação extra? Cadê o profissionalismo, cadê a entrega e o respeito com esta extraordinária torcida que apóia nos bons e maus momentos? Nosso treinador tem recebido, após um período de turbulência (embora a República do Amendoim esteja sempre de plantão para resmungar nos treinos e jogos) ampla consideração dos gremistas. Por este motivo, necessita ser mais auto-crítico e reconhecer seus erros e, notadamente, sua falta de ousadia. É a garantia de que podemos remediá-los logo adiante. Não se explica a derrota de domingo com afirmações do tipo: "A Portuguesa jogou a vida". E nós ? Será que nossos jogadores não entraram também com este espírito, com esta consciência ? É o mínimo que se exige de uma equipe com pretensão de título: dedicação, firmeza, raça ! Se organizar taticamente, partir pra cima e buscar os resultados ! A epiderme de cada um deve se confundir com o tecido da gloriosa camisa tricolor. Chega de hesitação, basta de oscilação ! Na quinta-feira, estaremos todos no Monumental para aquele alento único e empurrando o Grêmio para se manter a frente ! Que seja mais uma grande demonstração de confiança na mística deste clube, acostumado a dificuldades e que forja suas conquistas sempre com exemplar bravura. Que seja bem-vindo Sandro Goiano e que o Sport seja derrotado. Seguimos acreditando.

Foi uma celebração do avanço da democracia tricolor. Como havíamos manifestado neste espaço, o grande vitorioso seria a instituição Grêmio, seu quadro social, o conjunto da torcida. E assim ocorreu. O voto não era obrigatório, o tempo também não ajudou. O deslocamento de outras cidades por vezes é difícil. Mesmo assim as filas se formaram (quase 5.400 votantes), houve entusiasmo e expectativa. Duda Kroeff foi legitimado nas duas oportunidades: no interior do Conselho Deliberativo e por folgada margem no sufrágio do povo tricolor. Espera-se uma gestão competente em todas as esferas e que honre o crédito facultado pelos movimentos, anônimos (e bravos) torcedores que são a maioria nas arquibancadas e também figuras de expressão na história gremista. Até lá, é dever do Sr. Paulo Odone cessar com a choradeira e a atitude de vitimado e postar-se novamente como presidente do clube. Que os problemas de ego e ressentimentos fiquem longe dos gabinetes e, principalmente, do vestiário gremista. Tais repercussões são normais, evidente. Houve tensão, atrito. Contudo, tais circunstâncias devem cessar seus efeitos imediatamente. Afinal, o pleito está encerrado. Como político de larga experiência, deveria estar preparado para os eventuais dissabores do processo democrático. Mesmo com dois movimentos orgânicos e consulados, todo seu poderoso marketing pessoal (notadamente via site oficial do clube) e o apoio ostensivo de lideranças da Geral, não fez seu sucessor. Entretanto, não pode esquecer que seu mandato não encerrou e que o brasileirão só terminará em dezembro. E, se depender de todos os gremistas, com o Grêmio no pódio e na Libertadores de 2009.

A insurreição tricolor contra agressão propiciada pelo STJD surtiu efeito. Até mesmo no plenário da Câmara dos Deputados em Brasília houve pronunciamento (agradecemos ao parlamentar que enviou cópia a esta coluna da citada manifestação). A calhordice foi tão grandiosa que constrangeu inclusive a mídia do centro do país e os secadores mal-enrustidos da aldeia. O efeito suspensivo corrige momentaneamente a aberração. Todavia, necessitamos seguir vigilantes. Mais adiante, os atletas gremistas serão julgados e tudo pode acontecer. A incrível absolvição de Kleber do Palmeiras (que pela 5ª vez este ano visitou o referido Tribunal) e a morosidade com que tratam o caso Diego Souza estabelecem permanente sinal de alerta. Se baixarmos a guarda, com certeza tentarão nos prejudicar.

Olho neles e fé no Grêmio.

Jorge Bettiol
ducker.com.br

 

 

 

 

 

 

TRIBUNAL DO CHARCO (16/10/08)

A epopéia dos Farrapos teve como elemento decisivo para eclosão da revolta o tratamento discriminatório do parasitário Império brasileiro. Do chamado decênio histórico até os dias de hoje, este descaso com o Sul do país não mudou substancialmente. No que tange ao universo do futebol, a fronteira deste tratamento odioso e diferenciado é bem demarcada. No passado nos penalizavam com taxas pesadas sobre produtos rio-grandenses, visando ceifar nosso desenvolvimento econômico. O alvo era o charque, o couro, a graxa, o sebo e o crescimento da Província. No século 21, no campeonato que se apresenta hilariamente como "nacional", o ponto de mira é sobre o Grêmio . Que, aliás, é uma instituição gloriosa e multicampeã, "produto" direto da paixão de milhões de gaúchos. No presente, na disputa da bola, não bastasse esta imprensa venal, ainda nos punem com uma cartolagem omissa e/ou comprometida, árbitros condicionados e um tribunal corrompido e dito "desportivo". O cerco da época do charque deu lugar ao cerco moderno: o cerco do charco. E nossa entidade centenária e tricolor está sendo vitimada por uma canalhice vil, escancarada, completamente despudorada.

Os enquadramentos e respectivas punições aos atletas gremistas deliberados pelo STJD constituem ato deliberado de provocação e uma explícita interferência na competição. A ação inquisitorial dos auditores desta parcial e imoral instância é um ato de intervenção e compromete a credibilidade do certame. Vamos repetir: intervenção. Não há equilíbrio, não há decência neste injustoTribunal. É pública a discrepância e exemplar se compararmos a licenciosidade com que foi tratado Diego Souza (Palmeiras) e o rigor com o qual nos golpeiam neste momento. Os oito jogos impostos ao Chengue Morales são dignos de ensejar um protesto formal da própria Embaixada do Uruguay. É uma agressão nos moldes de um incidente diplomático. Vergonhosa a postura dos referidos auditores ! Um amontoado de covardes que, aproveitando-se da distância geográfica (praticamente não correm o risco de encontrar torcedores fora do eixo RJ-SP ao circularem pela rua), nos sacaneiam desta maneira podre. Além do jurídico tricolor, esperamos que a omissa Federação Gaúcha de Futebol (com seu presidente exímio vendedor de CD´s e de direitos televisivos) se manifeste com energia. Importante também um pronunciamento do Clube dos Treze. E se tu, assim como este colunista, está indignado, remete o teu protesto para o e-mail stjd@uol.com.br ou fale@justicadesportiva.com.br. Aproveite e mate a curiosidade. Indague a estes Srs. se às respectivas genitoras trabalham somente na Cinelândia ou atendem também a domicílio ! Importante: escreva em bom português, linguagem que graças ao povo do Rio Grande do Sul foi ensinada nos bancos escolares aos integrantes da injustiça desportiva, aos escrotos da Bandeirantes (Milton Neves, Paulo Morsa), aos hipócritas da Globo e vários outros inomináveis. Do contrário, toda esta corja mal-agradecida teria sido alfabetizada no idioma de Cervantes.

Sábado teremos eleições presidenciais no Grêmio. Mais uma vez com o voto direto do associado. Eis aí o grande vitorioso do pleito: o avanço democrático do nosso amado clube. Aos que se sentirem convencidos de comparecer as urnas toda tranqüilidade e reflexão antes de votar. Analise os candidatos prezado leitor, o que estão propondo, quem são os apoiadores. O que já foi feito pelos que demandam o teu respaldo, o que deixaram de fazer. Coloque tudo nesta balança de prós e contras e tome sua decisão. Escolha conscientemente a não admita qualquer forma de cabresto. Ninguém é dono do Grêmio ( nenhuma individualidade, personalidade, nenhum grupo) e muito menos proprietário deste sentimento que emana das arquibancadas. Portanto, valoriza e usufrui do teu livre arbítrio. O presente e o futuro do Grêmio dependem dele.

De volta ao gramado. Domingo, contra tudo e todos, estaremos defendendo a retomada da liderança. É decisivo para consolidarmos a nova dianteira um bom resultado. Vencer é a palavra de ordem. Derrotar a Portuguesa e todos os que, desde os bastidores, pretendem nos afastar deste título.

Vamos Grêmio, seguimos acreditando !

Jorge Bettiol
Ducker.com.br

 

 

 

 

CARNE BRANCA (11/10/08)

As bolsas despencaram. A crise no sistema financeiro em escala planetária arremessou ao solo o mercado acionário e abalou instituições. Desespero no G-7 da economia, afirmação no G-4 do futebol brasileiro. Na contramão da tendência generalizada de queda, o glorioso Grêmio subiu. Disparou novamente numa curva ascendente e retomou o topo da tabela. Este time do Celso Roth tem liquidez meu amigo ! Não somos uma empresa (ainda bem, pois se fossemos talvez não tivéssemos nos mantido com tanta pujança - mesmo após maus negócios, escândalos que envolveram ex-dirigentes e gestões desastradas no gramado, tudo isso em passado não tão distante), mas vale a analogia. Nosso principal ativo é o torcedor. Este que, das arquibancadas, é o grande avalista, o grande investidor desse Grêmio querido que segue firme e forte na busca de mais um título e na retomada do sonho da América em 2009. E se algo foi à bancarrota nesta última rodada, foi aquela amargura mal enrustida da mídia local (que se proclama "isenta" e nos faz gargalhar) e aquela outra (totalmente explícita) no centro do país. Com a combinação de peixe frito, assado, cru (ao gosto do freguês) e leitão a "la Scarpelli", muito secador acabou com dor de barriga e amanheceu com azia com a retomada da dianteira por parte do Mosqueteiro. Sal de fruta para todos eles e cerveja bem gelada para nosotros! Ah, e um brinde ao programa do Milton Neves e aquele outro escroto do Morsa e seu bigode de escovar penicos (ambos santistas) ! Afinal, além da derrota do fiasquento time deles nos trazer de volta a condição de líder isolado no certame, foram também premiados ! Trata-se de uma votação que escolhe os programas que tem mais "baixaria" na televisão brasileira ! Adivinhem quem ganhou ? Justamente o lixo denominado "terceiro tempo" da Bandeirantes (desculpa Mauro Beting, mas estás no lugar errado). Condecoração merecida ! Sinceramente, quem anuncia naquilo lá deve tomar cuidado. Corre o risco de associar o seu nome, a sua marca, a uma chinelagem televisiva. É, sem dúvida, um marketing negativo, um bom dinheiro posto fora. Pelo fato de começarmos a coluna desta semana abordando assuntos de finanças, fica o alerta desta "consultoria tricolor".

Sobre o jogo ? Lógico que faremos à devida consideração. A começar pela maravilhosa Nação Gremista que, enfrentando aquele horário de adicional noturno, longas distâncias (um abraço aos que viajaram desde o interior) e ingresso caro foi ao Monumental. Outros milhares ficaram impedidos de ir. Principalmente a massa da região metropolitana e que depende, muitas vezes, de duas conduções. O trem, aliás, deixa de circular antes da virada do novo dia. Igual, foi muita gente. E que festa ! Comovente a manifestação, do início ao fim ! Que apoio ! Quanto sentimento emana daquelas arquibancadas trepidantes e que misturam o azul, o branco e o preto ! Acreditamos sempre, é outra marca registrada dos gremistas. É por isso que entramos em campo em todas estas peleias ! Fomos nós que ajudamos a empurrar aquela primeira bola na rede. O gol, sem dúvida, foi do gigante uruguaio (eu e tu já sabíamos que aconteceria) ! Não bastasse ter nos enchido de satisfação, ainda por cima furou o olho gordo do rubro Wianey Carlet, ou, se preferirem, o olho rubro do gordo W.C. (iniciais apropriadas). Grande e aguerrido Chengue Morales ! Disputou lance a lance: marcou, correu e detonou a primeira avalanche da noite vitoriosa. Mas, sem falta modéstia, tivemos nossa participação. Igualmente forçamos o goleiro adversário a dar o rebote do segundo, derradeiro e consagrador gol. Soares, foste tu o autor. Porém, sabes bem que entramos naquela jogada, lado a lado contigo. E o que dizer daquela salvadora afastada do Thiego quase sobre a linha ? Victor batido, o oponente alvinegro com sete metros de goleira para escolher o local do crime. Alguém tem dúvida que os 33.000 gremistas presentes também se posicionaram junto ao gramado e, ao mesmo tempo, se esticaram para dar um safanão na pelota ? Claro que estávamos neste e noutros lances ! Só não participamos da expulsão do nervosinho Fabiano Eller. Distribuindo pontapés desde o começo da partida, o descontrolado zagueiro partiu para agressão nos minutos finais (só não visto no RS por um fã de Eller, o ex-jogador, atualmente exercendo a função de comediante nas transmissões da TVCOM, Batista – conforme constatado em um videotape). Desde sua chegada em POA, o obeso defensor santista se preocupou em afirmar que nunca havia perdido um Grenada. Deveria se preocupar com o presente. Azar o dele, sorte nossa. Restou ao Santos, junto ao futebol insuficiente, uma constrangedora choradeira. O time da Vila Belmiro não ganhou de ninguém fora de casa. A exceção foi o nosso co-irmão que conseguiu a proeza de perder para este time do Milton Neves no aterro da Padre Cacique. Tá certo, vamos corrigir: efetivamente os santistas não ganharam de ninguém longe dos seus domínios. Pra encerrar. Aprendam paulistas: não somos o "Urbano Caldeira", somos o caldeirão urbano, o caldeirão da Azenha, o Monumental. Peixe ensopado (repito: ao gosto do freguês) e, logo adiante, bacalhau. Contra a lusa teremos o desafio de manter a dieta e continuar nos alimentando de carne branca. Outro desafio para jogar a vida. O Canindé é o próximo obstáculo a ser superado, quem sabe com desconcertantes dribles do Douglas Costa e com o retorno de outros tantos imprescindíveis. A certeza, independente da escalação, é de que com trabalho e muita bravura seguiremos vencendo, seguiremos pontuando. Coparemos ! Vamos Grêmio !!!

Jorge Bettiol
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NOVA ARRANCADA (07/10/08)

 

Nada como uma semana após a outra, ou melhor, nada como uma boa virada de mês. Arrancamos com três pontos nesta largada de outubro e, finalmente, rompemos a barreira dos 50 pontos. Além da vitória tivemos bom futebol. Mais raça do que técnica o que, aliás, é o estilo do Grêmio. Nada contra acrescentar qualidade, diga-se de passagem. Mas o imprescindível é mesmo ter atitude. E foi na pegada que viramos o jogo contra os cariocas. Nos primeiros minutos tivemos dificuldade de fazer a pelota acomodar-se no gramado e rolar de chuteira em chuteira em direção ao campo do oponente. Faz falta um armador, lógico. Um articulador de jogadas como o Tcheco. Só que no sábado, quem entrou, compensou às várias ausências com valentia e dedicação. E quem melhor resume este espírito de foco e superação foi Douglas Costa com sua entrega. O garoto é mais do uma promessa. Na primeira oportunidade, literalmente se apresentou para o jogo e não frustrou a expectativa dos torcedores. Combateu de forma incessante, se apresentou nas bolas paradas e ainda fez um belo gol. Na frente, tivemos Morales com contribuições decisivas para o triunfo. Participou direta e indiretamente dos dois tentos e está desculpado pela oportunidade perdida (talvez a mais escancarada da partida e desperdiçada pela ansiedade e pelo balão), pois sua contribuição coletiva foi fundamental. Não vai demorar, contudo, para "El Chengue" correr para avalanche. E, com o certificado de autoria. A síntese é que foi merecido o resultado (e não deixemos de anotar mais uma penalidade que nos foi sonegada). E mais: definitivamente, o bom time do Botafogo não é superior a esta equipe gremista. Talvez o Sr. Nei Franco, agora, esteja convencido desta realidade e passe a falar menos e trabalhar mais. Na quarta-feira (naquele horário determinado pelas redes de TV) novo compromisso e mais uma batalha neste passo a passo rumo ao título. O adversário será o sempre festejado Santos. Clube preferido de nulidades como Milton Neves e do ridículo Paulo Morsa (expoentes da campanha de condicionamento das arbitragens que nos assolou). Figuras desprezíveis que passaram boa parte das 13 rodadas atacando e desmerecendo nossa liderança na competição. Bueno, vencer e vencer, não existe outra opção, não há outro sentimento. Vamos Grêmio! A luta continua!

Seja no primeiro ou no segundo turno, a torcida gremista é vanguarda. Liderança absoluta em vibração e fidelidade. Na eleição de quem joga junto, se sobressai com larga vantagem sobre qualquer adversário. Não precisa provar mais nada, mas que seja feito o registro de nova confirmação do seu amor incondicional ao tricolor. Neste sábado que passou, vínhamos de uma derrota sentida e que nos cobrou a dianteira. Além disso, muita gente saiu da capital para votar na sua cidade de origem, no interior gaúcho. O céu cinzento, a chuva que despencou impiedosa. Mesmo assim, 38.000 leais mosqueteiros foram ao Monumental. Ninguém fala, mas constatem: foi o maior público da rodada. E naturalmente, sem precisar de nenhum apelo de dirigentes ou algo do gênero. E, como sempre, entramos em campo. Fizemos a diferença e empurramos os comandados de Celso Roth a buscar o placar adverso contra a estrela solitária. Que torcida, meu amigo, que torcida.

O cara é praticamente uma unanimidade junto a massa torcedora gremista. Suas atuações brilhantes estão entre as mais celebradas. Um nome rotineiramente entoado com entusiasmo pelos tricolores, pois sabemos da sua enorme capacidade de nos propiciar alegrias. Portanto, não podemos concordar com esta campanha de execração que ameaça, inclusive, sua merecida titularidade. Que fique devidamente firmada nossa irrestrita solidariedade ao Clemer. De nossa parte, seu inegável e veterano talento não sofre e não sofrerá nenhuma objeção. Obrigado por nos fazer rir.

Jorge Bettiol
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CAÓTICO (30/09/08)

 

Só o dia seguinte a uma derrota em clássico é pior que o infortúnio da véspera. No domingo, o Grêmio foi caótico e pareceu distante da partida. O primeiro gol dos adversários foi muito cedo e numa falta que não ocorreu. Na resposta, quase igualamos com uma incrível chance desperdiçada por Léo. Não demorou para Tcheco, com categoria, estufar a rede do agora 8° colocado do Brasileirão. Um petardo. Só que aí veio mais uma falta (uma aparada de peito que virou toque na visão obtusa de um árbitro medíocre) inexistente e a malandragem portenha aceita passivamente pelo apitador e por nossa desatenta zaga. Deste momento em diante, a equipe se desarrumou de vez e na bola parada acabou condenada a um placar arrasador na primeira etapa. A saída prematura de Pereira nos interroga por que diabos foi liberado para começar a partida e não houve prudência por tratar-se de uma lesão muscular. Com apenas 10 minutos de jogo queimamos a primeira substituição. A expulsão de Tcheco nos sentenciou, principalmente, a uma pobreza de articulação de jogadas para segunda parte do embate. E foi nos derradeiros 45 minutos que o tricolor foi completamente inoperante para apresentar alguma perspectiva de reação. Jogou (já com o peso de um enorme prejuízo), de maneira óbvia, sem criatividade, sem imposição. Aos erros de posicionamento e marcação de nosso treinador (nítidos nos primeiros minutos desta jornada medonha) somou-se a falta de atitude do conjunto dos nossos jogadores. Afinal, não foi qualquer derrota. Os rivais, em quase 40 anos de aterro da Padre Cacique, nunca haviam nos superado por mais de três gols (o recorde ainda é nosso: 4x0 na estréia de um fardamento totalmente moranguinho no saudoso e distante ano de 1977). Nem o mais otimista dos oponentes e o mais pessimista dos gremistas imaginaria tamanha elasticidade para os locais. Pelo contrário, todos imaginavam uma disputa encardida e equilibrada. Portanto, mais além do que às merecidas críticas ao Sr. Evandro Roman (que também nos sonegou uma penalidade no sonolento Marcel – e ninguém nesta mídia "imparcial" fez referência à infração e as outras irregularidades – exceção feita ao cronista/torcedor Sant`Ana nos seus espaços jornalísticos), precisamos reconhecer que faltou futebol. E pra quem pretende ser campeão é obrigatório superar todo e qualquer obstáculo. Não existe desculpa (embora sirva para se fazer um diagnóstico pormenorizado do desastre) para esta goleada sofrida no Grenada. Temos uma semana inteira para devida cobrança (sobre a comissão técnica e plantel) e a recuperação diante do Botafogo, no sábado, no Monumental. Mais do que cumprimentar e "parabenizar" os dirigentes dos oponentes, o presidente Odone e sua diretoria necessitam apresentar indignação com a situação presente e exigir a mesma postura neste grupo do Grêmio. É hora de uma voz forte se fazer escutar, tendo ressonância no interior do vestiário. De agora em diante, como torcedores que não sonegam em nenhum momento seu apoio (e que permanecerá firme), não admitiremos mais omissões e falta de entrega. Quem veste a camisa gloriosa do Grêmio tem o dever de honrá-la, de respeitá-la, com uma doação sem limites. Vergonha na cara e bom futebol nos levarão ao título. Seguimos acreditando. Afinal, a Nação Gremista sempre faz a sua parte. Que os profissionais do clube façam a sua nos gramados. Com, determinação, garra, e sem vacilos.


Citamos o povo gremista, pois é a ele que esta equipe e o corpo dirigente devem prestar contas. No sábado pela manhã, desde cedo, gremistas chegavam ao Olímpico para manifestar seu apoio ao plantel. Em mais uma mobilização que partiu das arquibancadas, cerca de 5.000 tricolores foram ao treino e o transformaram em jogo. Os "alentaços", junto com a avalanche e a vibração inigualável, são marcas registradas da Geral e da torcida do Grêmio. Ninguém, no Brasil, faz o que esta massa propicia. E isto deve ser assimilado e correspondido por quem veste o azul, o preto e o branco dentro do campo. Na quinta-feira, abertura das bilheterias para o clássico, em apenas três horas foram consumidas as míseras 2.800 entradas a nós destinadas. Centenas ficaram empenhados. No dia da partida, antes da saída da torcida para mais uma visita aos vizinhos, dezenas procuravam desesperadamente um ingresso para levar o seu apoio ao tricolor. Tanta devoção, tanto sentimento deve ser reverenciado com atuações no estilo jogar a morrer. Cada partida uma decisão e cada decisão um triunfo. Nada mais, nada menos.

Não podemos deixar de comentar a fantástica e burocrática operação da Brigada Militar (com utilização de um helicóptero) no deslocamento dos gremistas até o Menino Deus. Realizaram inacreditáveis três (afuniladas) revistas com solicitação da devida apresentação dos ingressos. Em todas houve princípio de tumulto, além da eficácia questionável. Na chegada ao aterrão, o tradicional corredor de tapumes e mais confusão neste acesso pela intervenção dos brigadianos e seguranças dos rivais. Pergunta: quando é uma situação inversa existe tanta dificuldade em acessar nosso estádio ? Há tanto rigor e preocupação por parte das autoridades ?

A torcida do Grêmio não para de cantar e o apoio é incessante. Mas, ontem, na localidade do pardieiro que nos ofereceram (e a tal de FIFA cogita em aquilo lá sediar uma Copa), teve um momento de exceção. O jogo estava empatado (a massa empurrando o time, como sempre) quando, de repente, uma grande confusão iniciou-se entre componentes de torcidas organizadas do tricolor. Os mesmos que, antes da partida iniciar, trocavam socos e pontapés na minúscula copa destinada à torcida gremista. Como quase três mil pessoas se comprimiam num brete indigno não houve espaço para que os mais próximos do atrito se afastassem. O resultado é que toda arquibancada ficou comprometida com a movimentação e teve gente no chão. Graças a esta atitude irresponsável, os "organizados" atraíram os despreparados do policiamento para "apartar" o confronto. O resultado foi mais enfrentamento. Por longos minutos, até se retomar o foco da partida. Durante o intervalo, devido à boa acolhida dos dirigentes rubros (que não se constrangeram de colocar torcedores locais sobre a torcida visitante), inúmeros objetos foram arremessados na localidade tricolor. Inclusive pedras que, naturalmente, foram arremessadas de volta. Na segunda etapa, quando se cantava apesar do escore amplamente desfavorável, novo distúrbio iniciado do lado gremista. Mesmo assim, a valorosa torcida que vai a campo com o único intuito de incentivar o clube mais Copeiro do Sul do Brasil, conseguiu retomar seus cânticos e com bravura não esmoreceu. Apoiamos e, do fundo do coração (mesmo golpeados pela adversidade em campo), ainda entoamos a clássica "co-irmão cagão" e o refrão de que, apesar de todo o revés "O Grêmio Vai Sair Campeão".

Bueno, que deixemos o setembro árido em vitórias para trás e que neste próximo final de semana retomemos nossa caminhada, passo a passo, rumo ao título. No sábado, lugar de gremista é no Monumental. Vamos Grêmio !!!

Jorge Bettiol
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PATÉTICO (23/09/08)

O destaque da partida foi um gremista. Só que não vestia nossas cores. Galatto, o "ice man", foi criado no Olímpico e para sempre estará na história do Grêmio. Foi um dos principais protagonistas daquela inesquecível batalha que consagrou para o mundo o significado da Imortalidade Tricolor. Na Baixada, neste 2008, salvou os desesperados opositores (juntamente com o árbitro) de uma derrota que viria sem questionamentos. Afinal, o tricolor mandou no jogo. Teve completa imposição (citamos Orteman e Rafael carioca como exemplos) e uma combatividade que andava tímida em alguns dos nossos expoentes. Agora, sem querer desmerecer a excepcional atuação do ex-goleiro tricolor, penso que faltou um pouco mais de força e precisão nos arremates. Precisamos urgentemente qualificar nossas finalizações com o intuito de não perdermos tantas oportunidades ! É uma reta final e a bola, mais do que nunca, deve ter como destino as redes adversárias. Outra imposição é treinarmos a exaustão a bola parada, aproveitando a boa estatura de nossos zagueiros e atacantes (especialmente com a chegada do Chengue Morales). Escanteios, cobranças de falta, tudo deve ser exercitado com a obstinada intenção de reencontrarmos o caminho das vitórias. Nesta semana, não devemos poupar esforços para que esta equipe, que permanece ponteira na competição, chegue o mais preparada possível para o Grenada. E que não falte aguerrimento e doação neste clássico ! O Grêmio tem tradição em superação e, justamente, nos momentos de maior dificuldade. Esta queda temporária de rendimento tem data, horário e local para terminar e será contra o tradicional rival (que anda assanhado e celebrando efusivamente, na 11ª posição e com seu treinador gremista, nossos tropeços recentes). O discursinho oportunista do Sr. Fernando Balance Carvalho (deveria perguntar aos baianos do Vitória, há pouco garfeados, o que pensam dos seus comentários) deve servir como mais um elemento de motivação. Seguimos confiantes na conquista deste campeonato, contra tudo e contra todos e, no domingo, estaremos com o Grêmio no aterro da Padre Cacique. Vamos Grêmio, por mais três pontos e rumo a glória. O povo tricolor te pede e merece esta alegria.

Estava faltando mesmo um pronunciamento dos nossos dirigentes. E tem que ser em caráter oficial, mesmo ! A safadeza dos condicionamentos de arbitragem está explicitada e, além de causar preocupação, traz a todos nós profunda revolta. A penalidade não marcada na meia-arena atleticana refletiu vergonhosamente a pressão política orquestrada por alguns, nas penumbras desta competição. Outros são assumidamente porta-vozes destes interesses escusos, como o lacaio chamado Milton Neves (Bandeirantes) e parte de sua equipe. O cerco à campanha gremista está também em reportagens nitidamente tendenciosas no estilo "equipe mais faltosa" (novamente usada pela Globo.com para destacar o espaço do Grêmio no seu site e na véspera do embate contra o Goiás), ou mesmo neste momento onde ironizam nossa preocupação com o apito. Esta sacanagem toda, bom frisar, não se restringe à mídia do sudeste. Por aqui, temos o boicote (no que é positivo) e a provocação aberta (no que é negativo) do jornaleco Diário Gaúcho (desculpa Cacalo, mas, definitivamente, concluímos que tal veículo não é digno da tua ilustre presença). O escárnio esteve estampado nesta segunda-feira. Mostra o Perea, de costas, mãos a cabeça e letras garrafais celebrando que falta "só um pontinho" para perdermos o topo da tabela (clique AQUI para ver). Em contrapartida, nenhum destes momentos de liderança , e já se passaram 13 rodadas, mereceu tal espaço, com tal dimensão, na capa deste tablóide cretino. E vejam que durante cinco destas mesmas rodadas, estivemos cinco pontos à frente do segundo colocado. Entretanto, em nenhum instante o DG comemorou tal feito com manchetes do tipo "Cinco pontos e consolidada a liderança", "Segundo colocado a cinco pontos e o Grêmio segue líder", ou algo do gênero. Nada disso, pois a amargura no que tange ao Grêmio e a falta de imparcialidade e profissionalismo são flagrantes e de longa data. É demais. E os caras não se constrangem. Seria importante que o clube também manifesta-se contrariedade por este tipo de procedimento discriminatório, corriqueiro e que flagra completa desproporção na cobertura da dupla. Certo, eu e você podemos não ser propriamente leitores desta publicação criticada, mas tantos outros (principalmente gremistas) o são e merecem que o nosso clube seja tratado de forma respeitosa. Até cansa registrar, pois é repugnante. Um dia, isto vai ter que mudar. Será ?

Recordo da final da Libertadores de 2005. O Atlético Paranaense sacaneado pelo São Paulo (e pela mídia paulista) e impedido de jogar no seu estádio. Vieram ao RS e fizeram um forte apelo para receber o apoio sulista naquela ocasião. Dada a circunstância, foram bem recebidos. Até com simpatia, por parte dos torcedores gaúchos. Neste ano, no primeiro turno (bom recordar), vieram a Porto Alegre. Seu solitário grupo de torcedores (que não chegou a 50 pessoas) teve toda segurança para assistir (amontoados e agarradinhos numa faixa) a mais uma derrota para o Grêmio. Mas, o fato é que, de uns tempos para cá, sempre comandados pelo Sr. Metralha (uma espécie de cover engravatado do Sr. Eurico Miranda) nos bastidores, tem agido de forma canalha em seus domínios. Neste último confronto, começaram a chinelagem nos surrupiando 800 ingressos. Logo em Curitiba, onde a presença gremista é muito significativa (só no aeroporto, na chegada da delegação, mais de 300 tricolores fizeram a festa) e a galera sempre comparece. Na seqüência, espremeram (os 1.500 que conseguiram ingressar) a maior e melhor torcida do Sul próximo aquele canteiro de obras. Antes da partida, de forma covarde, torcidas organizadas pateticanas atacaram torcedores gremistas que almoçavam com suas famílias (mulheres, crianças) ou buscavam ingressos nas cercanias do campo. Ao tentarem depredar um ônibus gremista que vinha de Florianópolis, foram surpreendidos com a resposta: receberam vários rojões em agradecimento a recepção a base de pedradas. Acabaram correndo com os estouros. Por sorte, no interior deste veículo onde gremistas ficaram entrincheirados, ninguém ficou ferido gravemente. Há também relatos de tentativas de intimidação a outros torcedores do interior de SC que, de forma pacata (também muitas famílias), faziam suas refeições pela cidade. Um festival de covardia. Talvez esteja aí a única vantagem dos atleticanos, caso despenquem para segundona. Não necessitarão vir ao Olímpico na próxima temporada, o que vai poupar os vadios envolvidos no tumulto de uma viagem tremendamente arriscada. O que se planta, se colhe. Não é assim o ditado?

Por falar em coisas patéticas, o tal "comentarista de arbitragem" da Rádio Gaúcha (confesso que não sei o nome) na transmissão do jogo em Curitiba teve a capacidade (após ver a repetição do lance na cabine, que nas imagens tem uma clareza perceptível a um deficiente visual) de dizer que "não houve a penalidade". Tão absurda e constrangedora foi sua manifestação que o próprio comentarista do jogo tratou de desmenti-lo no ar. Tal disparate foi uma voz isolada neste episódio do flagrante prejuízo gremista, mas cumpre indagar como um sujeito destes continua empregado na referida condição de crítico de arbitragem. Que piada.

Se alguém souber o motivo da demora do vaidoso procurador do STJD em oferecer denúncia contra o mercenário Diego Souza, favor informar a esta coluna. Devido a tal morosidade, o mesmo permanece impune (após a agressão praticada), jogando, e participando ativamente das partidas. Diz à mídia que haverá manifestação nesta semana. Enquanto isso, presenteado pela generosa lentidão do Sr. Paulo Schmitt, o palmeirense segue faceiro podendo distribuir novas bordoadas e fazendo gols. Imaginemos que o Souza (o nosso), ao invés de tomar aquela cotovelada que resultou no segundo gol do Goiás (e que não vai dar em nada), a tivesse protagonizado. Alguém tem dúvida que já estaria devidamente denunciado, além de encaminhada sua suspensão ?

Jorge Bettiol
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MARTELADAS (17/09/08)

O resultado foi ruim. Não chegou a ser péssimo, pois, apesar do percalço, mantemos a liderança. Aquela expectativa de, aproveitando a partida em casa, nos distanciarmos dos perseguidores foi frustrada. O Goiás foi voluntarioso, demonstrou organização e muita velocidade. Seu goleiro foi um dos destaques do confronto, junto com a desastrada arbitragem. Mas, que não fique no apito qualquer justificativa. Poucas equipes tiveram tanto pulmão nos embates contra o tricolor, como a equipe do serrado. De nossa parte, certa displicência e a impressão de que faltou mais entrega em alguns jogadores. E, nessa altura da competição e dada a acirrada disputa, o mínimo que se exige é que (mesmo no limite da superação) se jogue a morrer ! Pelo caneco e em respeito a esta massa torcedora que não cansa de apoiar e dá, rodada após rodada, verdadeiro show nas arquibancadas. Mesmo com a derrota, o anoitecer de sábado foi embalado pelo cântico da confiança que, entoado pela Geral, afirmou novamente: "O Grêmio vai sair campeão". E que para o nosso desejo se confirme, é preciso uma rápida e briosa reação nos próximos dois compromissos. No domingo teremos os atleticanos em Curitiba e, com certeza, o povo gremista vai comparecer em peso na Baixada. Nada menos do que retornar com três pontos é o que exigimos neste desafio ! E se é fato que não devemos ficar ansiosos, se coloca como imperativo ter a iniciativa da partida e uma pegada extraordinária a fim de calarmos os descrentes e os secadores de plantão. O Grêmio precisa se impor e jogar efetivamente como um campeão ! Na seqüência, teremos os vizinhos nas bandas do aterro. Mas, isto já é conversa para próxima semana. Portanto, celebremos a data Farroupilha com um triunfo na capital paranaense. Vamos Grêmio, eternamente forte,aguerrido e bravo ! Seguimos acreditando !

Já havíamos abordado a secação generalizada com que a amargura regional e nacional acompanha o ponteiro desta competição. Com o nosso insucesso recente, se regozijaram, explodindo em êxtase. O fato de uma equipe paulista (e dirigida pelo Luxemburgo) estar próxima, no encalço, os deixou mais alucinados ! A propósito, sem querer fazer alaridos paranóicos (mas baseado na história e nos fatos que são incontestes) é preciso ficar atento a esta escala de arbitragem daqui pra frente. Óbvio que, na bola, teremos que superar a tudo e a todos ! E, podemos ! Afinal, somos o Grêmio ! Mas, vale o registro: já que o juiz fingiu não ver aquela agressão patrocinada pelo Diego Souza contra um cruzeirense no Mineirão (e estava 0x0) ... o que fará o STJD e seu narcisista procurador que adora vasculhar imagens que partam do Sul ? Vai vergonhosamente meter o rabo entre as pernas e se omitir no episódio citado ? E por falar no papudo jogador palmeirense, quem ele pensa que é para criticar o clube que lhe deu oportunidade e nova projeção ? Disse ele, provocativo, "não sei se o Grêmio suportará a pressão", em alusão ao calendário dos 13 jogos restantes. Recordar é viver: Diego Souza foi mais um escorraçado e desacreditado que foi ressuscitado pela imortal camisa tricolor. Foi em Porto Alegre, no RS e com o apoio da imensa Nação Tricolor que voltou a render nos gramados. Foi embora na condição de ingrato e mercenário. E, suas declarações, neste momento, apenas atestam a sua falta de caráter. Que vá se danar e fique feliz se chegar a uma vaga na Libertadores !

Está na pauta do dia o processo eleitoral que definirá o futuro presidente do Grêmio. Nos bastidores, reuniões e também escancarados conchavos definirão as candidaturas (ou mesmo um único candidato). Fala-se em consenso sob o pretexto de não termos sobressaltos no clube. Lógico que nosso foco e concentração deve estar neste campeonato brasileiro ! Porém, tenho as minhas dúvidas quanto às intenções que motivam algumas decisões. Seria um entendimento comum, programático, sobre o futuro, o bem-estar do Grêmio? Ou seria um acordo simplesmente para contemplar as diferentes facções gremistas? Seria para lotear o comando dentro da instituição ou para fazê-la, efetivamente, prosperar dentro e fora de campo? Desde que não seja algo artificial e oportunisticamente forçado, tal entendimento pode (eventualmente) ter a sua relevância e acerto. Entretanto, é bom não esquecer que o último grande "consenso" (dentro das salas diretivas do Olímpico, bom frisar) das lideranças gremistas, nos brindou com o retorno ao suplício da segunda divisão. O certo é que, no andamento e desfecho deste processo, nosso vestiário precisa ser guarnecido ! "Blindagem" é a palavra da moda e tem, por certo, minha adesão. O departamento de futebol, a comissão técnica e o plantel necessitam de toda tranqüilidade, todo suporte para trabalhar. Que se faça o debate, que se trave a polêmica e que o poder de decidir chegue ao associado (apesar desta guilhotina dos 30%, eufemisticamente chamada "cláusula de barreira"). É democrático, é salutar este momento de escolha e ninguém pode, sob o pretexto de "preservar a estabilidade no clube", cercear o direito de voz e de voto dos sócios tricolores.

Perguntinha: O inquérito (conduzido corretamente pela PF) que apura "evasão de divisas" e crimes tributários tem cerca de 400 a 500 pessoas envolvidas. Inclusive, alguns renomados dos meios de comunicação e outras "celebridades". Por qual razão nossa atenta imprensa esportiva do RS não divulga quem são e qual sua atividade profissional ? O nome do Celso Roth, propagado maciçamente nesta cobertura, estaria representando as quatro ou cinco centenas restantes ? Conta, quem leu a Bíblia (não é o caso do autor desta coluna), que Jesus foi crucificado tendo de cada lado um ladrão. O Roth não é o Cristo, mas nesta estória, até prova em contrário, está solitário a receber as marteladas e o pregos.

Jorge Bettiol
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RODA DA HISTÓRIA (08/09/08)

A verdade é que não jogamos bem. Esperamos demais o combalido Fluminense. Foi um jogo até morno, na maioria dos seus arrastados minutos. A postura mais defensiva chamou o adversário para o nosso campo quase toda partida. A displicência da nossa zaga, somada a incompetência dos avantes das Laranjeiras, mais a eficiência extraordinária de nosso goleiro quando exigido, consagraram o precioso ponto que nos coloca seis à frente dos perseguidores. E por jogarmos no caldeirão da Azenha na próxima rodada e Cruzeiro e Palmeiras se enfrentarem, temos uma excepcional possibilidade de dispararmos na liderança. No centro do país continuam azedamente comentando nosso desempenho. Relutam em reconhecer qualquer mérito em nossa equipe. Este desprezo generalizado (notadamente no sudeste), que tem pouquíssimas exceções, é uma carga extra de combustível para incendiarmos de vez esta competição. Uma explosiva arrancada, definitiva, consolidadora, pode e deve se dar nas próximas rodadas. O departamento de futebol, Roth e o plantel, contudo, sabem que não devemos ficar ansiosos. A busca deste consagrador caneco deve (e assim está sendo) ser feita passo a passo. Cada jogo uma decisão e cada decisão um progresso em direção ao título de campeão. Nosso treinador sabe, na sua analogia com a escalada da montanha, que o caminho a percorrer ainda é considerável. Mas, não faltará disposição e muito menos oxigênio. A plenos pulmões este time encaixado e pragmático, que tanto irrita os amantes do futebol bailarino, segue na sua meta de fazer história. É por isso que os secadores estão em pânico. Percebem que nada vai nos deter. E tchê, nunca tantos, ao mesmo tempo, secaram o Grêmio como agora ! Além dos desarticulados vizinhos (imersos em insatisfação e vaias), as demais torcidas (estas nas primeiras posições) e a imensa mídia amarga fazem figa e promessas para que o tricolor gaúcho tropece nesta sua impressionante jornada. Tentativas de condicionamento de arbitragem foram escancaradas há poucas semanas em programas esportivos nacionais onde o comportamento venal de seus integrantes é público e vergonhoso. Que desespero alucinante assola os nossos incontáveis oponentes faltando 14 jogos para encerrar o certame. Este Grêmio que segue firme e forte, organizado e determinado no seu objetivo, propiciando tanta alegria para a maior e melhor torcida do Sul do Brasil, ainda os deixará mais ensandecidos, mais perturbados. Quem viver, verá.

Falando em torcida: Maracanã copado pela Nação Gremista. A galera ocupou todo o seu espaço e cantou com empolgação. No final da jornada, ouvia-se o tradicional "o Grêmio vai sair campeão", enquanto os locais amargavam o retorno à zona de rebaixamento. No sábado, final de tarde, receberemos o sempre complicado Goiás no Monumental. É confronto para mais de 50.000 presentes. Portanto, te agiliza imortal torcedor gremista ! Compra teu ingresso, aliás, preferencialmente te associa. Quem se deslocará do interior e de outros Estados também não pode perder tempo ! Vamos, com a nossa vibração, com a nossa força, dar mais um espetáculo inigualável e empurrar o Grêmio para novo triunfo ! Devoção comovente e que tem sido fundamental para mantermos esta liderança alcançada. Então amigo, no 13/09 não cogita outro compromisso que não seja o de comparecer no Olímpico. Ao lado dos teus amigos e familiares, seja na Geral ou em outro setor do estádio. O importante é estar junto ao nosso querido Grêmio, aniversariante de 105 (bem vividos) anos e repleto de feitos e glórias memoráveis. Para o que der e vier, nos veremos lá !

O projeto ARENA está seguindo para o Conselho, após a saída da questionada empresa portuguesa que, além das suspeitas de malandragens, sequer apresentou as devidas garantias bancárias. Agora, fala-se no lastro de conhecido banco espanhol e no suporte que o mesmo dará a construtora tupiniquim que permaneceu. Também foi alardeado que a capacidade do novo estádio não chegará a 53.000 torcedores. A meu juízo, pouco para a imensa torcida gremista e também para o seu próprio quadro social. Juraram, nestes recentes anúncios via imprensa, que os custos para as entradas não sofrerão alteração significativa em relação ao que hoje é cobrado (será ?). E sobre acomodar a Geral, garantiram um espaço que numericamente assemelha-se ao público total da última partida do co-irmão em Porto Alegre. É modesta a oferta, embora tenha avançado razoavelmente desde uma primeira projeção e seja uma vitória que comemorações como a avalanche possam prosseguir também nas bandas da zona norte. Também considero pouco pelo fato deste espaço ser numericamente equivalente ao que será destinado aos camarotes e cadeiras "vips". O fato objetivo é que a torcida gremista, além de ser a maior fora do eixo RJ-SP, não para de crescer. E esta multidão, especialmente a galera mais nova, gosta e faz questão de ir a cancha. Temo que no futuro este moderno empreendimento deixe de fora um grande contingente de fiéis e valorosos torcedores. Se hoje, por razões econômicas, o público de futebol já é cerceado pelo país afora (e o Grêmio não foge a regra, tem uma enorme demanda reprimida por falta de grana) numa crescente e preocupante elitização dos acessos, o que acontecerá efetivamente com a propagação destes conceitos de Arena ? O Grêmio, prezado leitor, tornou-se um clube de massas e com uma torcida que é referência dentro e fora do Brasil. Portanto, não podemos retroceder. E que nenhum dirigente ou grupo de dirigentes invente de dar marcha à ré na roda da história.

 

Jorge Bettiol
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DOR DE BARRIGA (02/09/08)


Vamos começar pelo começo. Redundância necessária para saudar o combativo desempenho dos jogadores gremistas que participaram do Grenada. Uma equipe recheada de suplentes, mas repleta de muita valentia. A evidência disso é que, em nenhum momento, foi dominada pelo esbranquiçado e milionário plantel do rival. Pelo contrário, mesmo com a natural falta de entrosamento e algumas limitações técnicas, soubemos nos impor e dar combate do início ao fim do clássico. Na primeira etapa, fomos pra cima e disputamos cada naco do gramado criando oportunidades. Do outro lado, uma saída veloz e também a construção de chances. William Magrão anulou o resmungão DÀlessandro que nada apresentou, fora seu topete e arrogância. Enfim, no somatório dos desperdícios, deu a lógica de um placar zerado. Na largada da segunda etapa sofremos um gol cedo, o que não tirou o ânimo dos nossos jogadores. Sobrou bravura. Que o digam o comandante Souza (que passou a noite entortando a coluna dos adversários) e o xerife Orteman com sua efetiva presença. Na seqüência, a infelicidade do obeso cruzamento e da quase desengonçada cabeçada que, não fosse o Grêmio do outro lado, sacramentaria o resultado. Modesta alegria que duraria pouco para os do Padre Cacique. Com as providências que Roth havia tomado e o apoio incessante da galera gremista que não se calou um minuto nas arquibancadas, crescemos mais ainda na adversidade. O que, diga-se de passagem, é marca registrada deste clube e desta extraordinária torcida. Esta crença de que sempre vamos reverter os dissabores está impregnada na história e no coração dos gremistas. É por isso que os cânticos (que em nenhum momento cessaram) foram ressoando com mais força por todo o Monumental, fazendo-o trepidar. Perdíamos por 2x0, mas, como sempre, ganhávamos de goleada nas arquibancadas ! Mais um espetáculo comovente. O ponto culminante desta transmissão de energia em azul, preto e branco foi quando o bom e velho Clemer, algo próximo dos 32 minutos derradeiros, ensaiou um momento de histeria na sua área. Irritação injustificada. Afinal, neste Grenada, ninguém o aplaudiu mais do que a Nação Gremista ! Antes, durante e, especialmente, ao término do confronto. Mas, voltando aos fatos. Foi imediatamente colocado no seu devido lugar pelos determinados atletas gremistas (com o charrua uruguaio à frente) e pela multidão de tricolores que entoou, a plenos pulmões, o hit "co-irmão cagão". E foi assim que, poucos minutos depois (com esta mesma emblemática canção animando a disputa), se cagaram de vez ! Preliminarmente com Perea (num corte que fez o Índio visitar as placas de publicidade) e, na rabeira do relógio, com um petardo de Soares que lembrou os motivos da derrota brasileira em Pequim para os americanos no vôlei masculino. Bucha. E, lógico, uma avalanche de contentamento da maior e melhor torcida do Sul do Brasil. Do outro lado decepção e total desespero ! Os visitantes, atônitos, começaram a clamar pelo final do clássico. Das testemunhas nas arquibancadas passando pelo treinador gremista e seus comandados rubros na casamata, todos, sem exceção, imploravam pelo término da implacável pressão do tricolor ! A reação que concretizamos num espaço de cinco ou seis minutos e na saideira, incêndiou de vez o caldeirão do Monumental ! Que festa extraordinária do povo gremista e que cena patética, ao término, a tentativa de celebração do apavorado co-irmão. Saíram desengonçados, atordoados e, claro, calados. No vestiário, Fernando Balancê Carvalho estava furioso e inconformado: "mas nem dos reservas deles nós ganhamos, tinhamos que ter goleado"! É Sr. (ex) presidente, a verdade é que seu time se borrou todo neste Grenada ! Fato comprovado pela chegada no Recife, onde novo fiasco foi protagonizado diante do Sport. Antes desta nova derrota, contudo, foi constatado que a exaurida delegação dos vermelhos, na sua totalidade, desembarcou na capital pernambucana com fortes dores de barriga e diarréia. Na aeronave, antes do pouso, acabaram com todo o estoque de papel higiênico. Impressionante como repercutiu esta pressão do Grêmio e da sua apaixonada torcida sobre os queridos vizinhos do Menino Deus. Na condição de gremista fervoroso, chego até a me sentir culpado. Isso não se faz, pois chega a ter requintes de perversidade. E tu vivente, que leu até aqui ... tá rindo do quê ???

O Vasco marcou muito e deu trabalho. Foi disposto e tentou segurar a todo custo o líder do campeonato. Antes da bola rolar, Tita (eu disse Tita) foi efusivamente aplaudido. Afinal, aquela história bonita de 25 anos que celebramos neste 2008 começou a ser sacramentada, gloriosamente, com aquele gol no Centenário lotado na sempre aprazível Montevideo. Bueno, voltando ao final de um agosto sem desgosto para os gremistas: os cariocas vieram a fim de dificultar nossa vida ! Foi uma partida truncada, com poucas chances efetivas de gol. Mas, aí, na dificuldade, é que surgem os predestinados: Marcel e Soares, ou Soares e Marcel, se preferirem. Na gentileza de um e de outro fizemos dois tentos e mais três pontos. Claro, uma referência a eficiência de Tcheco precisa ser feita e Souza, bem, aí não tem nem o que dizer. Quem sabe, sabe, e faz ao vivo diz o surrado bordão. No final de semana teremos o desafio do primeiro e necessário triunfo no Rio de Janeiro nesta temporada, e o adversário será o Fluminense. Então, hora de ganhar no Maracanã ... vamos GRÊMIO !


Num domingão com 38.000 empurrando o tricolor contra o time do honesto Roberto Dinamite (que também jogava muito), na tribuna de honra do Monumental um gigante assistiu a tudo atento e admirado. Richard Morales, dos amigos do Nacional, espantou-se com a força da torcida gremista. Ficou maravilhado com o alento que, sem cessar, nos levou a manter a liderança da competição com relativa folga em relação ao segundo colocado. O uruguaio que se encantou com a Geral e a casa dos gremistas em breve estará na cancha e defendendo as nossas cores. Tem tudo para corresponder as expectativas. Bem-vindo "El Chengue Morales" !


Perguntinha: Cadê a eufórica imprensa amarga que, depois do Grenada, alardeava que o co-irmão havia dado "um banho de bola" nos rivais aqui. Onde estão ("ninguém os vê ?") os que destacavam (como o inominável Diário Gaúcho) que "a gangorra havia se invertido" ? Ah, estão nesta mesma mídia. Só que com outro discurso ... menos de quatro dias depois e, agora, 18 pontos atrás do líder. Quanto oportunismo. Adroaldo Guerra (Editor de Esportes do jornal que não gosta de manchetear os feitos gremistas da mesma forma ufanista com que contempla o outro lado) , por exemplo, após fazer uma apologia delirante no pós-clássico, passou as últimas horas choramingando que seu time "está muito mal", "que nada dá certo há muito tempo", "o time parece um bando de malucos", "falta futebol" e assim por diante. Afinal, aquela conversinha depois do Grenada foi só para iludir os próprios torcedores rubros ? Ou estes caras não tem sequer convicção sobre o que dizem ? Até quando vamos ter esta política de dois pesos e duas medidas na cobertura esportiva do RS ?

 

Jorge Bettiol
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RESERVAS EM TREINO DE LUXO (29/08/08)

Seja no Olímpico, no Beira-Rio ou no pátio de uma escola, entre os gremistas e os colorados da 5ª série C, GRE-nal tem situações que só ele pode proporcionar. Um visitante desavisado que desembarcar em Porto Alegre nesta sexta-feira, ficará sabendo que houve um GRE-nal decisivo, mas o clima vai deixá-lo confuso quanto a quem venceu. Por que a torcida classificada está com este sorriso amarelo? Que motivos tem os eliminados para esse ar de “a gente ganha pouco mas se diverte”? Por essas que somos vistos como um povo excêntrico.

Para o Grêmio, apenas mais um dia de trabalho visando o jogo contra o Vasco. A diferença é que os titulares treinaram pela manhã e os reservas treinaram à noite e ganharam mais visibilidade por se tratar de um jogo-treino contra um adversário cujo salário do atacante sozinho já pagava os vencimentos de todos eles. Diferente também por ter público, mas nem tanto, já que a torcida do Grêmio está acostumada a copar treinos em vésperas de jogos importantes.

Alguém que poderia reclamar do valor do ingresso para um treino ser o mesmo de um jogo desistiu na saída. Quem queria fazer festa, fez. Quem queria fazer cara de conteúdo observando as opções do Roth, também não teve do que reclamar. Souza teve participação importante e suficiente para carimbar sua entrada no time titular. Desagradou apenas naquele momento pedalada, mas tudo bem, em treino pode. O foco mesmo estava em Orteman, que nos seus primeiros toques na bola mostrou que tem coisa boa para nos oferecer com mais ritmo de jogo. Makelele como ala foi a invenção pardalística do Roth que mais surpreendeu positivamente.

Faltando 15 minutos e perdendo por dois gols, Roth chamou Perea e sua única instrução deve ter sido “Agora vai lá e dá uma palhinha de como seria com os titulares”. Na primeira bola que teve, deixou o Índio no chão e cumpriu sua missão. Aí o cacoete copeiro falou mais alto e o empate veio no instinto. Bom para Soares, que contou com a sempre bem-vinda ajuda de Clemer para um gol que tanto precisava. Nem fez questão de buscar a bola na rede para adiantar o reinício, aliás ninguém se lembrou disso.

No final, todos foram embora tranqüilos, com seus objetivos alcançados. O Inter com o regulamento embaixo do braço conforme afirmou seu presidente, segue nesta espécie de Copa Emídio Perondi das Américas. Os gremistas saem satisfeitos com a confirmação de que dinheiro pode fazer time, mas só trabalho e planejamento fazem o mais importante: Grupo. Além disto ganha foco total para o que interessa: Libertadores 2009, essa sim, à nossa altura. De lambuja, está mantido o emprego de um gremista.

Cristian Bonatto

 

 

 

 

DEVER DE CASA (25/08/08)

Não se deve dar sorte ao azar. Nos seis pontos disputados fora de casa, somamos apenas um. Foram jogos distintos, é verdade. No Maracanã, o Grêmio não se encontrou, foi dispersivo, sem imposição. Ou seja: nada haver com arbitragem. Bem ao contrário do jogo no primeiro turno em Porto Alegre, quando no embate contra o "mais querido dos apitos no Brasil" tivemos dois pênaltis escandalosos sonegados. Mas, voltemos ao Mário Filho,aquele que um dia foi o "maior do mundo". Passamos quase que toda partida correndo atrás da equipe rubro-negra (especialmente pelos flancos onde abrimos duas avenidas, a mais larga delas com Anderson Pico) e de forma desordenada. Nossa longa invencibilidade se desmanchou quase sem resistência. Achamos aquele gol de bola parada (finalmente um batedor), mas não tivemos a competência de segurar o adversário. O castigo da caótica apresentação não poderia ser outro que não a derrota. Já no confronto contra o Náutico (disputa que será eternizada pelo imponderável) tivemos melhoras,disposição mas, mesmo assim, faltou futebol. Foi partida corrida, onde novamente tivemos dificuldades de garantir a posse e o toque de bola. O gramado mais parece um canteiro de obras, só que não dá pra esquecer que é para ambos os lados que crateras ameaçadoras surgem em busca das travas das chuteiras. Souza entrou melhor do que na atuação no Rio de Janeiro e é sempre um acréscimo de qualidade. Victor provou, mais uma vez, que seu processo de beatificação merece ser peticionado na Santa Sé. Igual, mesmo Santo, em vida e no arco tem suas limitações terrestres. Não pode ser goleiro e defensor ao mesmo tempo. Saímos atrás no escore e tudo se encaminhava para um novo dissabor num intervalo de poucos dias. A traumatizada torcida do Timbú, iludida, já ensaiava seus animados passos de frevo e comemorava sua modesta desforra represada há quase três anos. Tempo regulamentar estourado, acréscimos se esgotando e, nos últimos segundos, bola na área. Bate (Pereirão), rebate e pimba na gorduchinha (Réver). Os zagueiros artilheiros do Grêmio, bons no cabeceio e nos arremates trataram de estufar as redes pernambucanas. Gol. Novo drama toma conta das arquibancadas dos Aflitos por culpa do carrasco Grêmio. A incredulidade generalizada contrasta com o setor visitante que, naturalmente, explode de contentamento. Que sina esta do Náutico Capibaribe e do seu estádio quando enfrentam o glorioso e imortal tricolor ! São roteiros que, de fato, beiram o sobrenatural. Na seqüência teremos o Vasco da Gama no Monumental. Equipe que cumpriu com o honroso dever de segurar a ascendente estrela Botafoguense. Vai ser mais uma partida para uma multidão de gremistas comparecer e apoiar incansavelmente. Se nas últimas duas rodadas os astros e a ruindade alheia conspiraram para que os rivais pela liderança também tropeçassem, não podemos esquecer que dependemos somente de nós mesmos para chegarmos ao título. Portanto, fazer o dever de casa é obrigatório e vencer e vencer é a palavra de ordem no vestiário com a qual todos devem estar solidariamente comprometidos. Da nossa parte seguimos, como é tradicional, acreditando. Força Grêmio!

Repercutiu. A indignação da maior e melhor torcida do Sul do Brasil abarrotou de mensagens o site do marqueteiro Milton Neves. Na abertura de seu combalido programa (que tem, cada vez mais, raquítica assistência em termos nacionais), procurando ser irônico, agradeceu a Nação Gremista pela fantástica "audiência" propiciada. Segundo ele, cerca de "4.000 emails com xingamentos de toda espécie foram recebidos durante a semana". Na seqüência ficou pateticamente tentando se explicar (entre uma nova provocação e outra), reclamando que seu espaço de mídia não é regionalista/bairrista. Pediu ainda, indignado, que os gremistas cobrassem as razões da presidência do clube não ter ido ao "terceiro tempo" neste último domingo (após confirmar convite). Além disso, choramingou que não foi completado o link em que o goleiro Victor entraria ao vivo nesta mesma transmissão. Não sei os motivos para ausência do presidente nesta tribuna de achaques da imprensa paulista. Agora, se foi boicote, tem o nosso apoio. Fazer o quê num ambiente sórdido que tenta desqualificar e deslegitimar, sistematicamente, uma liderança (com todas estatísticas a favor) conquistada soberanamente no gramado? Não merecem, por certo, que nenhum representante ou profissional do Grêmio (até o final deste campeonato e mesmo depois) prestigie tal disparate. O outro comunicador (?) desta bancada amarga não tem adjetivação possível. Nenhum vocábulo é suficiente para expressar o quanto é rastejante o animal repulsivo que responde pela alcunha de Paulo Morsa. Sujeito mau caráter, covarde, e que tem expressado permanente e incontrolável ranço com os gaúchos. Protestamos e demonstramos, maciçamente, espontaneamente, o poder da nossa torcida. Dentro e fora de campo. De agora em diante, entretanto, devemos deixá-los no ostracismo, acompanhados do nosso mais solene desprezo. Até porque, um dia, mais cedo ou mais tarde, terão que desembarcar nestes pagos (isso se a vigilância sanitária do RS permitir, lógico) e receberão, com certeza, todo carinho que merecem. Fica, porém, a expectativa da diretoria do clube formalmente se manifestar contra estes ataques sofridos pelo Grêmio.

Pois é, tricolores. Mais um Grenada e na nossa casa. Vai ser naquele horário para dificultar o deslocamento de quem trabalha e gosta de ir ao jogos. Igual, lugar de gremista, na quinta-feira, é no Olímpico ! Show nas arquibancadas e todo incondicional apoio ao time que for escalado (penso que deveríamos reforçar os que vão pro jogo, mas, tudo bem), pelo técnico da equipe líder do brasileirão, é algo confirmado de antemão. As circunstâncias deste novo confronto não se modificaram substancialmente desde aquele embate lá no aterro. Os rivais jogam praticamente o semestre e o seu treinador gremista, por que não, também o emprego. Do nosso lado, não se pode esperar outra coisa que não seja muita pegada e todo empenho para vitória, além da motivação extra das declarações feitas recentemente na Serra pelo ex-presidente Fernando Carvalho (que anda se esquecendo da sua condição de dirigente) menosprezando a campanha tricolor na temporada e o conjunto do seu plantel.

 

TODOS AO MONUMENTAL!

Jorge Bettiol
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OS CRETINOS (19/08)


Até mesmo o ranzinza Muricy Ramalho não ousou questionar a superioridade do Grêmio nesta competição. Disse ele, após a derrota, que o Grêmio estava com jeito de campeão. E foi assim que jogamos contra o burocrático e pouco inspirado São Paulo no domingo: soberanos e determinados a obter mais três pontos. Se é verdade que o bandeira errou no lance da conclusão do Perea, é inegável que ao término dos 90 minutos somente o tricolor gaúcho poderia ter a pretensão de chegar a novo triunfo. Caso não saísse este gol na largada, alguém duvida que não estufaríamos as redes adversárias mais cedo ou mais tarde ? Temos um time encaixado, bem postado taticamente, firme na marcação e que sempre avança com perigo. Está ficando difícil destacar algum dos nossos jogadores individualmente, afinal, todos estão merecendo reconhecimento. E aí, fiel leitor, a grande virtude: o espírito coletivo deste plantel, seu comprometimento solidário jogo a jogo. Um grupo que, mesmo com todo este momento positivo, não se deixa contagiar por alguma euforia displicente. E o Roth tem sido fundamental ao alertar sobre a exigência de se evitar uma auto-suficiência e a necessidade de trabalharmos cada vez com mais determinação. Ganhamos outra e a seqüência favorável nos traz as melhores perspectivas. Quanto ao alegre Richarlyson (ídolo da turma do Morumbi com suas chuteiras de saltinho) e toda sua descontraída turma, convenhamos, não poderiam aspirar melhor sorte nesta última rodada. Resta o choro e a garantia de assistir a Libertadores de 2009, confortavelmente, pela televisão.


Outro espetáculo. Realmente empolgante, destes que acelera o coração. Debaixo de mais um daqueles dilúvios bíblicos que tem desabado sobre Porto Alegre, a onda de entusiasmo gremista enfrentou a intempérie e fez balançar o Monumental. O cimento estremeceu com a trepidante torcida que é referência em todo Brasil e faz escola (embora notória a incompetência dos seus alunos espalhados pelo território nacional) por onde passa. Os mais de 40.000 enfrentaram a enxurrada com muita cantoria, punhos cerrados e devoção. Não pararam um minuto sequer e via-se toda circunferência do estádio (para desespero de comedores de amendoins entrincheirados nas cadeiras e nas sociais) acompanhando o ritmo que era ditado desde a Geral e que se espraiava instantaneamente, explosivamente. A exceção era o diminuto espaço destinado a uma modesta representação de bambis que escondiam-se sob a marquise dos visitantes, atrás de duas faixas, testemunhando o show dos locais. Que festa, que ciumeira que causa esta nossa inigualável massa torcedora! Não só nos pagos da Província, mas também pelos rincões mais distantes deste país no qual, desculpem a franqueza, temos muita dificuldade de nos reconhecer.


Certo. Temos que falar no Grenada. Estavam me incomodando aquelas declarações que, na véspera do clássico e partindo do nosso lado, desdenhavam da competição sul-americana. Sobre esta Copa, não entraremos no mérito, até pelo fato de termos abordado o tema na coluna anterior. O importante é que os que foram ao aterro para jogar com a nossa gloriosa camiseta a honraram. Não houve descomprometimento por parte dos atletas gremistas. A gurizada e alguns veteranos deram conta do recado e frustraram a milionária equipe da Padre Cacique e seus pouco mais de 25.000 assistentes. Numa noite de pompa do lado rubro (com estréias de refinados galácticos, uns mais obesos, outros mais arrogantes), a festa foi tricolor. Normal. Com direito a avalanche e clássicas músicas que celebram toda alegria de ser gremista e o desprezo pelos respeitáveis oponentes. Aliás, a imposição da nossa torcida foi total. Na saída das equipes, os proprietários do campo pifa tiveram sua recepção amplificada por alto-falantes (ver foto neste site). Mesmo assim, no meio da nossa destemida torcida (que ocupou todo seu "generoso" espaço), não se escutava a assistência local. E, bola rolando, bom, aí foi o de praxe: descontrole tricolor, alento incessante e as nossas vozes ecoando pelas arquibancadas dos caras. O Grêmio e a sua galera de fé mandam. Sem surpresas.
O que precisa ficar mais uma vez registrado é o indigno tratamento que a direção do co-irmão dispensou a maior e melhor torcida do Sul. Cada vez diminuem mais os espaços, procurando prensar os copeiros visitantes naquele cimento apodrecido e que parece prestes a esfarelar. Nos cercam de grades e, agora, criaram um corredor de tapumes de vários metros no acesso ao barral por medo de "vandalismo" em sua pantanosa área patrimonial. No chamado "portão 3", deixaram um gradil trancado, abriram somente um ao lado e colocaram três modernas catracas de acesso (para dificultar a entrada e amontoar nossa torcida) provavelmente utilizadas desde a época do desmoronado Eucaliptos. E o que foi o deslocamento da nossa torcida ? Tchê, a BM inventou um "tour" pelo Marinha do Brasil que beirou o surrealismo absoluto. Tudo, claro, visando evitar confrontos e depredações na "fabulosa" estrutura que submerge a cada temporal na Padre Cacique. E, por sorte, não choveu ! Do contrário, amigo gremista, dependeríamos dos Bombeiros (com os quais temos boas relações – cansam de emprestar caminhões para exibirmos troféus pela cidade afora) e a Defesa Civil do município para superarmos o alagamento constante daquela área e irmos apoiar o Grêmio. De qualquer modo, como sempre, valeu ! Enfrentamos ingresso caro, horário absurdo, equipe de suplentes e todas estas outras cretinices e lambanças citadas. E não nos arrependemos. Estamos em todas, nas boas e nas ingratas. Nos momentos de comemoração e nas dificuldades. Somos a torcida do Grêmio, a que tem brios, orgulho e um sentimento que transpõem todo e qualquer obstáculo.


Não conheço a mãe do Milton Neves. Nem sei se a velha é viva. Não deve ser (ou ter sido) má pessoa. Tem até a minha consideração. Pensa bem tricolor: foram nove meses de gestação para parir um cretino desses e uma vida inteira tentando educa-lo e corrigí-lo. O tal de Paulo Morsa, por certo, não tem genitora. Sua empresa (Band) faria melhor se o cedesse novamente aos bispos da Rede Record para trabalhar como coadjuvante nos desenhos do Pica Pau, ou, quem sabe, cede-lo a algum zôológico (o que causaria certa revolta nos outros animais). Dizer o quê destes porta-vozes do rico futebol paulista (e tmb. do querido Flamengo) ? No último programa dominical, um feroz ataque ao Grêmio foi desferido e com a nítida intenção de condicionar as arbitragens das próximas rodadas. Sob o pretexto de que estamos sendo "beneficiados" procuram ofuscar toda brilhante campanha gremista e a dianteira inconteste e merecida. Os campeões do "apito amigo" propondo a execração de um clube que sempre foi prejudicado Logo quem criticando ! Que moral possuem ? A mediocridade dos árbitros brasileiros é notória e os prejuízos tem sido generalizados neste campeonato. O próprio Grêmio sofreu vários e , diga-se de passagem, sem a repercussão e o alarido propiciados pela mídia do sudeste. Aqui mesmo o mal intencionado Diário Gaúcho estampou uma capa em que colocava a liderança e destacava (coisa que não fizeram com os gols de Nilmar em impedimento, por exemplo) o "gol irregular" do tricolor. Mas, voltando ao Milton Neves e cia., não podem ser levados a sério. Vide que os próprios colegas de emissora sequer os consideram jornalistas e pessoas idôneas. Acesse aqui http://www.youtube.com/watch?v=Why2zlcRDk0 e veja o recente desabafo de Luciano do Valle acerca dos seus companheiros de bancada (incluindo Godoi e Neto) nas transmissões. Precisa falar mais alguma coisa ? Por fim, não sejamos injustos. Toda mãe tem o seu limite.

 

Jorge Bettiol
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PASSO A PASSO (11/08)

No meio da semana foi em ritmo de treino. Claro que o torcedor que foi ao Monumental queria mais: de preferência uma chapoletada contra o destemido Ipatinga. Aquele gol do Perea, quando boa parte dos gremistas ainda chegava ao estádio, indicava uma sonora goleada. Na avalanche, ou nas filas que ainda estavam formadas nos portões de acesso, todos acreditavam num placar "a la Floripa" para aumentarmos consideravelmente nosso saldo de gols. Não foi o que rolou e a sonolência do time quase custou muito caro para quem almeja tanto. Jogamos para o gasto. Nossa regularidade impressionante deixou a equipe à vontade, arriscando até uma certa displicência. De qualquer maneira, no final, todos os méritos para o vencedor, mesmo com aquela vacilada do arbitro, impedindo os mineiros de baterem uma falta no finalzinho (que, aliás, poderia resultar rigorosamente em nada). Festa nas arquibancadas, senhoras e senhores, e mais de 30.000 gremistas, mais uma vez, voltando exultantes para suas casas. E no sábado ? Bom, foi parada duríssima até o apito inicial. Afinal, o Atlético Mineiro tem sua tradição e merece respeito. Bola rolando, contudo, só deu Grêmio. Verdade que São Victor operou mais alguns milagres destes que até mesmo o mais fervoroso comedor de hóstias ficaria cético ao escutar o relato. Só que o volume de jogo, a iniciativa, a imposição foi toda tricolor. Não por acaso, pois temos no momento um time muito superior física e taticamente à maioria esmagadora dos adversários. E agregue-se a isso a qualidade de alguns jogadores, a coesão do grupo e o trabalho incessante dentro do vestiário. Foi 4x0, mas poderia ter sido mais dilatado o escore. Até parece que pretendiam descontar no Galo o que não foi feito contra o Ipatinga ! A torcida mineira, além de vaiar muito seus próprios jogadores, ainda nos agraciou com um retumbante "olé" enquanto tocávamos soberanamente a pelota no Mineirão. Foi um passeio. Jogadores como Tcheco, W. Magrão e Rafael carioca tem sobrado. Marcel e Perea estão sempre ali para conferir e Reinaldo e Souza estão pedindo passagem. Na zaga, Pereira é o xerifão. Ganhamos o turno com toda justiça e, agora, passo a passo, vamos em busca do caneco. Cada disputa será decisiva e teremos que nos empenhar sobremaneira para celebrarmos, em dezembro, esta desejada conquista. O primeiro confronto será contra a descontraída equipe do São Paulo. Aquela treinada pelo carrancudo Muricy Ramalho que, em 2007, empenhou-se ao máximo para que não obtivéssemos a vaga para Libertadores deste ano. Chegou o momento de retribuirmos tanta preocupação com o Grêmio e deixarmos os paulistas o mais distante possível do chamado "G4". Casa cheia. Vai faltar espaço para multidão gremista no próximo domingo.

O presidente Odone, recentemente, desdenhou da Copa Sul-Americana num programa de televisão. Alegou que a mesma "paga pouco" e "não tem o prestígio e a importância de uma Libertadores". Todos nós sabemos dos privilégios aos argentinos (Boca e Ríver) e até concordo em parte com estes argumentos citados pela presidência. Porém, não aceito a conclusão e a atitude de menosprezar o certame. Ora, é inegável que tal torneio algo acrescenta para seus participantes. Não só em visibilidade, mas também economicamente. Se fosse tão ruim assim, se desse prejuízo, melhor seria nem aceitar a vaga garantida no último Brasileirão e abrir espaço para outro clube ! A questão é saber conciliar esta boa e afirmativa fase na competição nacional com o calendário apertado que agora advém. Evidente que planejamento e prioridade é fundamental para quem pretende chegar a vitórias e títulos. Ocorre que temos um vasto plantel e com boas referências técnicas, inclusive. E, não fosse por esta razão, o que nos aguarda é um clássico. Mais um Grenada que todo torcedor gremista quer vencer e nenhum dirigente, plantel, comissão técnica pode se desobrigar de tentar ganhar ! A imprensa amarga e sórdida, na sua maioria, escancara que gostaria de ver o Grêmio com uma "equipe mista, ou reserva". No seu íntimo, o desejo de tripudiar com nossa camisa em caso de algum insucesso. Por outro lado, sabemos que alguns gremistas, via meios de comunicação, tem uma tese honesta de "poupar" alguns atletas e focar somente no Brasileirão. Particularmente, entendo que deveríamos colocar em campo o que temos de melhor e disponível para esta quarta-feira. Penso que o merecido bom momento é mais um motivo para dispensarmos, nesta largada da Sul-Americana, todo empenho na disputa. O que ocorrerá mais adiante com as competições afunilando ? Bom, aí teremos que analisar. O fato é que seria não só desrespeitoso com a Nação Tricolor, mas também inadmissível não ambicionarmos, que fosse, a eliminação dos vizinhos nos dois confrontos. Discursos melosos e descompromissados são comuns de ambos os lados e sempre com o intuito de dispersar o oponente. Mas, sinceramente, não colam e, muito menos (quando se trata de Grêmio) podem se confirmar na prática. Se até a véspera da partida continuarem as especulações sobre escalação, a certeza de sempre, ao menos, estará garantida: independente de quem vestir a gloriosa "jaqueta" tricolor, terá todo apoio da apaixonada torcida gremista. Com o Grêmio, onde ele estiver (inclusive no aterro) e demonstrando o seu extraordinário apoio e o seu inigualável sentimento.

Jorge Bettiol
ducker.com.br

 

 

 

 

ORGULHOSA TORCIDA (04/08)

Antes da partida em Curitiba, comentava-se nas bandas paranaenses que "líder é para ser derrubado". Normal e compreensível o adversário pensar assim. Só que, na prática, bola rolando, aconteceu justamente a afirmação desta liderança que merecidamente ostentamos. Por uma destas ironias do futebol, os destaques da partida foram dois ex-jogadores do Coxa: Tcheco e Marcel. O primeiro, além de capitão, tem sido o novo maestro do time: desarma, articula, orienta os companheiros e se apresenta em quase todos os espaços do gramado. Já o nosso cabeceador nato (para desespero dos zagueiros oponentes) tem sido eficiente no jogo aéreo. Um triunfo justo e valorizado pela boa equipe do Coritiba que, apesar do esforço, não conseguiu superar nosso bem montado esquema defensivo e pouco agrediu nossa meta. Já no Monumental tivemos outro enfrentamento de "seis pontos" e contra um adversário que faz por merecer a posição que ocupa na tabela. O Vitória do competente Mancini nos deu trabalho especialmente na primeira etapa. Apesar da nossa vantagem inicial, não se intimidaram e foram em busca do resultado. Verdade que o Grêmio não deixou por menos e também soube se impor. Após o intervalo, contudo, a supremacia foi totalmente gremista. E, sinceramente, poderíamos ter outro placar. Com certeza mais elástico ! De qualquer maneira, o fundamental foi à vitória sobre os baianos do Vitória e o entusiasmado carnaval gaúcho em pleno inverno. Dizer quem se sobressaiu ? Todos foram muito bem ! Em homenagem ao grupo citaria a entrega de Perea que tem se dedicado de maneira exemplar em todas as peleias. E se for pra demarcar especificamente o que rolou neste domingo, dois momentos protagonizados por Victor e Reinaldo. Mais uma defesa cinematográfica (praticamente impossível, mas feita) e um petardo no segundo gol que, após lesionar as mãos do goleiro rubro-negro e esparramar acarajés e vatapás, deu impressão que romperia as redes (e aqui um elogio ao fabricante pela qualidade do resistente material). Seguimos na dianteira, prezados leitores. E, nesta quarta-feira, tarefa dupla: além do dever de manter o posto, precisamos vingar o ferido orgulho rio-grandense contra o traiçoeiro Ipatinga. Depois, é visitar o Galo no Mineirão na derradeira batalha deste primeiro turno. Chegaremos lá. Nós acreditamos.

A torcida gremista é um modelo, uma referência nacional e que chama atenção inclusive no exterior. O embate no Monumental tem sempre as arquibancadas repletas e uma vibração inigualável, absolutamente distinta. Esta vanguarda representada pela Geral e pelo conjunto da Nação Gremista é oriunda de um sentimento único: em azul, preto e branco. É o que nos move, não sendo possível, portanto, ser reproduzido por outras torcidas. Mas, reconhecemos que este espetáculo de apoio incessante também está ocorrendo fora do Olímpico. Basta ter como personagem a própria torcida do Grêmio, no caso, como visitante. Semanas atrás foi em Recife, na Ilha do Retiro. Recentemente em Floripa (com mais de 4.000 tricolores presentes e uma recepção fantástica) e igualmente em Curitiba (todos os 3.400 lugares ofertados ocupados pela nossa galera e centenas de outros gremistas sem acesso por não haver mais entradas) ! Soberania absoluta da nossa parte e, do outro lado, não raro, silêncio e admiração. E não confundam este orgulho que possuímos com arrogância, por favor. Exaltamos nossa presença, pois temos copado tudo. Antes mesmo da liderança, já éramos ponteiros nos quesitos de público e renda neste campeonato. Os primeiros em vibração, os primeiros nas bilheterias. Além disso, somos a maior torcida fora do eixo RJ-SP e a sexta colocada em todos os rankings nacionais, das pesquisas de institutos especializados ao Timemania. Será que não devemos elevar tais feitos ? Claro que sim ! Porra, então não se aborreçam pelo Brasil afora conosco ! Simplesmente aprendam (por que fazer igual, desculpem a franqueza, não conseguirão) a respeitar a orgulhosa torcida do Grêmio !

Dia destes recebi um extrato (remetido por um gremista) de uma hilariante coluna daquele rapaz engomadinho do jornal Zero Hora. Ficcionalmente, o citado fazia a defesa do "motivo" pelo qual o Grêmio era menos mancheteado do que o rival. Seria pelas "contratações" recentes. Ora, até parece que sempre antes ou depois dos nossos jogos (nesta fase de sucessos) desembarca algum reforço na Padre Cacique. Aliás, tal "justificativa" é tão pífia quanto a campanha do milionário co-irmão. E, diga-se de passagem, nenhum problema em dar espaço ao outro lado. O que pedimos é eqüidade, equilíbrio na cobertura esportiva. Nenhum privilégio para o Grêmio, mas sim proporcionalidade. Isso deveria constar na capa dos jornais da RBS, por exemplo. Não é o que ocorre. No domingo, a referida Zero Hora simplesmente resolveu ignorar qualquer chamada para a partida do tricolor em Porto Alegre. Antes disso, o tablóide Diário Gaúcho (campeão regional em surrupiar os fatos positivos do Grêmio nas suas manchetes), após a vitória no Paraná, escondia o feito (reafirmação da liderança) com uma manchete mórbida e policialesca. Fora da aldeia, é comum que nos discriminem (afinal, já apanharam muito do querido tricolor). Não esperamos reconhecimento, com raras e honrosas exceções, dos veículos e colunistas do Sudeste. Para estes que são majoritários, qualquer alusão aos clubes do Sul é comumente repleta de ranços, ou é econômica, distorcida. Vejam o caso cretino de algumas matérias da Globo.com alertando sobre o "excesso de faltas do Grêmio" na atual disputa nacional. Ou, quem sabe, tentem assistir programas do tipo "Globo Esporte" para contar alguns segundos que façam menção ao líder do brasileirão. Mas, voltando a Província, qual será afinal o conceito de "fato jornalístico" no caso esportivo para o besuntado consumidor de gel David Coimbra e seus pares ? Uma época esta turma não tinha dúvidas: fato jornalístico, com os devidos destaques, era a "violência da torcida do Grêmio". Bem que a RBS poderia aproveitar a remessa de parte da amargura (esqueceram vários outros por aqui) ao Oriente e abrir uma sucursal em Pequim. Poderiam, quem sabe, ficar por lá ! Residindo, enrolando os chineses e remetendo colunas sobre gastronomia exótica, amenidades e torneios de ping-pong.

 

Jorge Bettiol
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AMÉRICA TRICOLOR (29/07)

Sete pontos nos últimos nove disputados. Uma liderança inconteste e que tem tudo para se consolidar. Claro que poderíamos e deveríamos ter ganhado a partida contra o Palmeiras. Jogamos melhor (metemos duas bolas na trave), mas não foi o suficiente para derrotarmos o gramado encharcado e os paulistas que vieram a Porto Alegre para catimbar e fazer o tempo passar rapidamente. De qualquer maneira, os mais de 36.000 gremistas (que enfrentaram um verdadeiro dilúvio) reconheceram o esforço dos seus jogadores e saudaram, especialmente, a gurizada da base (entre eles Anderson Pico) que teve excelente desempenho. Antes disso, numa atuação exuberante do combativo Paulo Sérgio, havíamos matado a raposa e, no meio da semana, massacrado o sempre difícil Figueirense. No histórico jogo de Floripa, aquela preocupante escassez de gols do nosso ataque foi quitada com juros e correção. Se o árbitro tivesse propiciado algum acréscimo, com certeza o placar teria sido mais dilatado. Uma extraordinária atuação. Todos devem ser saudados. Contudo, o maior destaque em todos estes embates, torçam o nariz os corneteiros de plantão, tem sido Celso Roth. Demonstrando equilíbrio e maturidade, não se deslumbrou com o bom momento que tem justificadamente empolgado a torcida. Gostei das suas últimas manifestações e até compreendi outras, com as quais não tenho total acordo. O fundamental é que nosso treinador é ciente dos débitos (subjetivos e objetivos) que possui. E o fato é que está buscando na prática, com muito trabalho, a superação de insucessos passados. Tal atitude, somada a postura do grupo, nos garante um ambiente profissional e traz boas perspectivas para seqüência deste longo campeonato. Podemos chegar. Nós, como bons gremistas, acreditamos sempre. O próximo desafio (onde precisamos recuperar os pontos não somados na última rodada) é a boa equipe do Coritiba, disputa encardida em terras paranaenses. Já no final de semana, receberemos os baianos no Monumental. Outro jogo para casa cheia e que promete novo espetáculo da inigualável torcida gremista.

Amargura que não tem fim. Falar nas capas do Diário Gaúcho e na sua notória desproporcionalidade na cobertura da dupla está até cansando. Semana passada, outra safadeza: comparem o destaque dado à goleada do líder Grêmio em SC com a manchete destinada ao co-irmão após o jogo contra os bambis. Sem explicação. Já nesta segunda foram obrigados a nos dar certa promoção nos espaços, até para esconder o fiasco da vizinhança frente ao Ipatinga. Mas à Zero Hora dominical também se superou. Na capa, ao invés de uma chamada do tipo "Grêmio defende sua liderança", repercutindo o que seria o principal jogo daquele dia no país, preferiu chamar uma matéria sobre a "baixa" folha salarial do tricolor e como, mesmo assim, chegamos à primeira posição na tabela. Querem, mais ? Programa do Milton Neves na Band. O Godoy, que só como arbitro talvez tenha sido pior do que na função de comentarista, dizendo que "o Grêmio foi beneficiado pela arbitragem contra o Palmeiras". Para "comprovar" sua bombástica denúncia, apresentou dois impedimentos marcados (que, aliás, caso seguissem os lances em nada resultariam) e teve a proeza de considerar o gol gremista como ilegítimo. Alegou, irresponsavelmente, o que não conseguia ver nem mesmo pela câmera da sua emissora. Sugerimos que busque se informar com a concorrência e procure o teipe com a imagem dos registros feitos atrás da goleira. Por esta privilegiada lente, comprovará que nada houve de irregular. E, convenhamos, só o Flamengo (com seus gols de mão e tudo mais) é mais querido que os clubes paulistas nos afagos das arbitragens. Não é uma opinião, é a própria história das competições nacionais que assim atesta.

 

A lembrança é das melhores. Começou na fantástica mobilização para primeira partida. A caravana de ônibus que partiu do Olímpico rumo ao Centenário somou-se aos milhares de tricolores que foram com outras excursões, seus carros ou via aérea, de todo RS e de outras localidades. No total, cerca de seis mil gremistas foram ao Uruguay defender as nossas cores. Tive o privilégio, com outras parcerias de fé, de me somar aquela aguerrida representação. A batalha da partida final, em Porto Alegre, foi o segundo momento da guerra que travamos no país vizinho. Peleja dentro e fora da cancha. Nada jamais igualará La Plata ´83, mas a bronca foi grande, amigo leitor. A hinchada carbonera nos recebeu "muy bien". Confusão antes, durante e depois da partida. O policiamento local teve dificuldades para conter os ânimos e evitar o confronto. Gente ferida, veículos depredados, mas aquela disposição de enfrentar o que fosse na busca do sonho de sermos os donos do continente. O empate em Montevideo nos encheu de confiança e deu esperança a grande Nação Gremista. No retorno, nossa casa recebeu quase 74.000 torcedores (num tempo em que se tinham mais arquibancadas e menos cadeiras) que acreditaram ser possível aquele feito inédito. Vencemos com aquele gol fantástico do Cezar, depois da jogada surpreendente do Renato Portaluppi. Que comemoração ! E ainda tivemos tempo, ao final da partida, para retribuirmos aos torcedores uruguaios visitantes toda "atenção" recebida na partida de ida. O jogo ? Bueno, foi à expressão fiel do que um dia foi esta competição: o bicho pegando a todo instante. Muita provocação, cusparadas, socos, pontapés, carrinhos. Porrada direto. Não estamos aqui fazendo apologia do vale-tudo, mas apenas o relato de como se jogava a Libertadores. Na minha modesta avaliação, de uma forma mais autêntica, quem sabe mais próxima dos primórdios do glorioso esporte bretão. Tudo bem, igual respeito (apesar de achar um exagero e até uma frescura) os que dizem que esta disputa sul-americana foi "civilizada" e que saímos da barbárie. Talvez esta nova etapa, mais suave e polida, tenha colaborado decisivamente para surpresas do tipo Once Caldas, vizinhos e LDU. Mas, sem querer ferir suscetibilidades, reafirmo: era muito mais complicado e, por isso, muito mais emocionante ser Campeão da América nesse período . Uma época em que os capitães das equipes não usavam tiaras, produtos importados nas melenas (e muito menos cremes faciais) e não chovia papel laminado ao se erguer um troféu. Uma época de chuteiras embarradas, pressão absurda, em que o sangue escorria pelo rosto e, por isso mesmo, regozijava os vencedores. E que ninguém distorça: não estamos abdicando de lutar por um tricampeonato desta competição, apenas contextualizando, historicamente, o que vivemos. Portanto, na passagem destes 25 anos (28/07/83), nossa eterna gratidão aos que , nos gramados, na comissão técnica e no corpo dirigente, foram expoentes nesta conquista !

Parabéns ao Grêmio e a todos nós !

Jorge Bettiol
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RODA DA VIDA (17/07)

 

O fado é aquele ritmo popular português que traduz certa melancolia. E o Grêmio, no recente enfrentamento com os lusos, teve um início de partida preocupante. Com dificuldades de ter a posse de bola foi amplamente dominado por um esforçado adversário. Victor, como é tradicional, fez defesas extraordinárias. Os jogadores tricolores pareciam perdidos e, como resposta, se resumiam a alçar a pelota de qualquer maneira em direção ao gol dos visitantes. A displicência da equipe ficou bem ilustrada no passe involuntário que Léo ofertou e resultou no gol da Portuguesa. Nada que justificasse as vaias dos comedores de amendoim (concentrados especialmente nas cadeiras e sociais) que, bom frisar, tem por hábito justamente resmungar contra a equipe que dizem torcer. Estes tipos intratáveis, brigados com a vida e o mundo, deslocam seu aborrecimento também para o campo de futebol. Ao menos poderiam direcionar seu ranço, produtivamente, contra a outra equipe, o trio de arbitragem quem sabe ? Até mesmo, por que não, contra o próprio vendedor de amendoins ! Reclamem do preço, da embalagem, do produto, do raio que o parta. Mas, não. O êxtase destes indivíduos é cornetear, durante a partida, os que nos representam, os que vestem a nossa camisa. Menos mal que as arquibancadas, na sua esmagadora maioria, têm conseguido abafar tais manifestações. E por este incentivo, um Tcheco que reestreava bateu um escanteio que encontrou Marcel , centroavante que estava em débito com o torcedor gremista. Gol. Desafogo e arrancada para um segundo tempo que fez os portugas levarem o "vira", de novo com Marcel. Uma bucha que nos trouxe a vitória e levou quase 25.000 gremistas a uma grande e justa comemoração. Mesmo com a necessidade de ajustes e melhoras (e os reforços estão chegando, como Orteman e Souza e fala-se em mais um avante) o resumo é que cumprimos o dever de casa.

Já o frevo, quando se trata de Grêmio, é música praticamente gauchesca. Não nos causa aflição e sabemos todos os passos. Verdade que, neste último embate contra o Sport, ficou certo aborrecimento. Afinal, poderíamos ter saído de "la bombonilha" (eu, particularmente, chamaria de la comédilha o estádio dos rubro-negros pernambucanos), tranqüilamente, com 24 pontos na tabela. O time não se intimidou, não jogou acuado, com excesso de preocupação defensiva. Procurou o resultado. Apresentamos volume de jogo, velocidade e dividimos quase todos os lances no melhor estilo Sandro Goiano. Só não fomos competentes em administrar as duas vantagens e as bolas paradas do adversário. O que nos custou um empate e certa frustração. Marcel, mais uma vez, esteve presente quitando seus débitos. Se não estufou diretamente as redes, colaborou nos gols de William Magrão e Rodrigo Mendes. No sábado, teremos a caça a raposa no Monumental. Jogo de fundamental importância. Daqueles emblemáticos, afinal vale seis pontos e pode nos levar a encostar na liderança. Depois, é Floripa. Terra de uma multidão de gremistas e contra o Figueira. E a gurizada de lá, Lorenzo e outros borrachos de fé, tão organizando o chamado "bobinaço catarina". Uma recepção digna de um Campeão do Mundo, de um Bi-Campeão da América. Vai ser bonito.


Ronaldinho Gaúcho vai para Itália. Para delírio e alívio dos torcedores da Catalunha já fez as malas e desembarcou no Milan de Berlusconi. Apresentando um porte físico que lhe trará dificuldades para correr em novos comerciais de desodorante, se diz pronto a recomeçar sua cambaleante carreira. Em baixa nas últimas temporadas e mais vistoso nas baladas que nos gramados, procura resgatar sua arranhada imagem com bem boladas estratégias de marketing. ''Humilde'', se coloca a disposição do selecionado Olímpico em busca da vitrine de Pequim. Recentemente, tendo com trilha sonora músicas melosas, posou ao lado de familiares numa série de reportagens do "Esporte Espetacular" da Rede Globo. Entre lágrimas e abraços, os Moreira elogiaram a simplicidade e a honestidade do caçula milionário. Seu irmão Assis, expoente e empresário do clã, aproveitou os programas para falar em "ética" e nos bons valores praticados no ambiente doméstico. Comovente. Contudo, o fato é que Ronaldinho Gaúcho é um renegado (e nem mesmo a vexatória direção da época, hoje nos Tribunais, o absolve). E esta mácula vai carregar pelo resto da vida. Deve tudo que tem aquela acolhida que o Grêmio lhe propiciou desde tenra idade. Seu inegável talento foi aperfeiçoado durante 14 anos nos campos tricolores de Porto Alegre. Seu irmão mais velho, conhecido pela ganância, é outro mal-agradecido histórico e deve sua carreira ao nosso glorioso clube. Ronaldinho, ao sair pela porta dos fundos e rejeitar sua própria origem no Estádio Olímpico (chamado por ele em tempos remotos de "minha segunda casa") deixou como legado o desprezo eterno da grande Nação Gremista. Desde que assim procedeu (e passaram-se sete anos), por ocasião da cláusula FIFA que destina 5% para o clube que forma e desenvolve os jogadores, o Grêmio correu atrás (a cada transferência) para receber um montante que beira os dezenove milhões de reais. Uma ninharia se comparado aos valores de negócios desse porte e que correm pelo mundo. Até mesmo o maior talento (gremista de nascimento, aliás) desenvolvido pelos vizinhos, em negociação direta, rendeu o dobro desta quantia. Noticia-se que para desembarque em terras italianas, os Moreira abriram mão dos 15% a que teriam direito e transformaram a "bagatela" dos três milhões e seiscentos mil euros numa variável por desempenho. Quanta generosidade. A história, já nos foi ensinado, só pode se repetir como farsa. Não vai demorar para que Ronaldinho seja novamente idolatrado, saudado com entusiasmo pelas ruas de Milão. Mas, ironicamente, tal celebração partirá dos rivais da Internazionale. Alguém aposta o contrário ?


No último final de semana, no Monumental, talvez muitos torcedores não tenham visto a cena. Alguns enxergaram apenas o segundo momento, quando pai, mãe , as irmãs e o menino saíram juntos, de mãos dadas, pela pista atlética e acenaram para os torcedores. Um pouco antes, o Felipe Meereis, portador de leucemia, tinha convertido e batizado sua mãe (ex-apoiadora do co-irmão) formalmente e oficialmente. Dirigentes do clube ofertaram uma camisa tricolor e ali mesmo se fez um rápido e singelo ritual perante alguns outros milhares de gremistas. Ao vestir azul, preto e branco, abraçou o filho e os demais familiares. Num caso raro, descobriu-se que a medula da mãe é compatível com a do filho. E o Felipe, amigo leitor, só aceitava receber um transplante gremista. Exigência inarredável. Aquela cena de todos os Meereis abraçados, lembrou a corrente que os jogadores fazem antes de uma partida decisiva, antes daquelas penalidades que podem nos levar a uma classificação, a um campeonato. E quantas vezes os jogadores gremistas, em comunhão com arquibancadas repletas, buscaram uma energia extra, uma benção coletiva a todo um esforço. Pois agora, mais do que nunca, estamos todos concentrados e desejando ardentemente todo sucesso na cirurgia do jovem imortal marcada para agosto. O Felipe sabe. Para nós, gremistas, nada é fácil. Toda conquista é resultado de muita luta, de muita superação. Estamos convictos que ele vai vencer esta batalha e prosseguir conosco e com o Grêmio. Abraçamos a ti, Felipe, nesta roda pela vida. Mas também abraçamos a todas as crianças que, independente das cores clubísticas, são pequenos e corajosos guerreiros nos setores de oncologia dos hospitais gaúchos e brasileiros. A todas elas a nossa força, a nossa solidariedade, o nosso sentimento. Neste caso, estamos todos do mesmo lado, estamos todos na mesma torcida e rumo à vitória.

Jorge Bettiol
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LENCINHO (10/07)

Contra a apagada estrela solitária no RJ fizemos, talvez, nossa pior apresentação na temporada. O adversário não vencia há três rodadas; técnico com a cabeça a prêmio, funcionários e jogadores com salários atrasados. E, mesmo assim, o Grêmio não entrou em campo. Aceitou passivamente o controle de jogo da medíocre equipe carioca. Uma derrota inevitável pela submissão e absolutamente constrangedora. É verdade que estávamos com alguns titulares ausentes, mas nada justifica o fiasco do Engenhão, onde nosso treinador conseguiu a façanha de colocar em campo três esquemas táticos diferenciados e todos ineficazes. Saiu jogando com o "ousado" 3-6-1 (esquema fadado, até pelo elenco que possuímos, a colocar os adversários na nossa faixa do gramado), tentou ajeitar um 3-5-2 e terminou, finalmente derrotado, com um 4-4-2. Além das lambanças organizativas, não se viu energia nos que vestiram nossa camisa. E se, eventualmente, possa faltar estruturação e também qualidade, não se admite falta de empenho e vergonha na cara. Verdade que contra o moribundo Santos, na silenciosa Vila Belmiro, tivemos um rompante de imposição. Marcamos mais, tivemos velocidade e saímos (apesar de todas as dificuldades) para buscar o resultado. O empate refletiu a plenitude de nossas limitações e também a covardia de um arbitro inominável que nos sonegou duas penalidades explícitas. O fato preocupante é que, do Grenada pra cá, percebe-se um decréscimo no rendimento da equipe. O que tem, logicamente, comprometido nossas virtudes que surgiram nesta temporada. Além da obviedade de nos custar pontos preciosos. Não por acaso, Victor (e olha que falhou no segundo gol botafoguense ... e tem muito crédito para isso) foi o destaque positivo nas jornadas carioca e paulista e fez defesas incríveis nos dois jogos. A última delas, com as chuteiras e contra o time do Cuca, foi digna de passar em tela de cinema. Já o destaque negativo foi à consagração da escassez de gols dos nossos atacantes de ofício. Nesta última quarta-feira, um dos bisonhos chutes de Marcel a meta oponente me deu aquela sensação de que, fosse numa firma qualquer, seria motivo de justa causa, demissão sumária. Nosso treinador alegou que Marcel dá sua contribuição. Ok. Só que a indispensável contribuição do avante, sabemos bem, é empurrar a bola para as redes. Bueno, logo adiante, teremos os portugas desembarcando no Monumental e a obrigação de afundarmos a nau lusitana em nossos domínios. E, como sempre, apoiaremos incessantemente Roth, Marcel, Perea e todos que, na cancha, estarão representando o nosso amado Grêmio.

Nada impede que a Deborah Secco continue nos visitando. O Roger foi além das expectativas. Todos, quase sem exceção, tínhamos nossa desconfiança quando de sua inesperada chegada. Fato que, desde seu desembarque, não faltou incentivo dos torcedores. E o clube não se furtou de empenhar a ele todos os esforços para sua recuperação e propiciar o retorno à boa forma e a boa fase dos tempos das Laranjeiras. Houve, portanto, dedicação de todos os lados envolvidos nesta relação que acabou durando poucos meses. O cara jogou bola, e justiça seja feita, foi um grande organizador desta nossa (ainda sofrível) equipe. O sujeito cerebral, do toque refinado e que trajado de azul, preto e branco não se furtou de dar carrinhos, peitar adversários e, muito importante, reconhecer o carinho do torcedor gremista. Era a bola na rede e a disparada em direção a Geral para celebrar com quem não cansa de apoiar. Tudo bem, talvez ele devesse esperar mais algumas rodadas. Quem sabe negociar com os árabes um momento mais adiante e tal. E despedida, é olho no olho, nada de bilhetes. O presidente Odone não gostou, nós também não gostamos. Só que não reprovaremos exclusivamente o jogador por esta saída (salvo divulgação de algum outro detalhe que não chegou ao grande público, a nossa torcida). O que nos indigna é a incompetência dos que firmam os contratos em nome do Grêmio e não são capazes de fixar um valor razoável no caso de rompimento unilateral (e que seja compromisso de ambas as partes). O valor de R$ 150.000,00 é irrisório até mesmo em comparação aos salários que Corinthians e Grêmio pagavam ao jogador. Para os milionários do oriente médio, então, é verdadeira gorjeta. Resguardar os investimentos (se nos mobilizamos para colocá-lo a jogar novamente, deveríamos imaginar o retorno deste esforço e a compensação futura em caso de eventual proposta) e os interesses do clube no papel é o mínimo que esperamos do presidente e de sua assessoria, especialmente a jurídica. Não faz muito tempo, outro contrato destes nos custou mais de um milhão de reais na rescisão de Wagner Mancini. O que levou o Sr. Odone as lágrimas e o alegado apertado orçamento do primeiro semestre a encolher ainda mais. Trouxemos novamente o Tcheco. Tudo bem. Mas, vejam que o mesmo está ganhando salários e comendo as custas do Grêmio há mais de mês e só entrará em campo (se não houver ao menos um pedido liminar do sindicato dos atletas – que outros clubes já encaminharam em casos semelhantes faz horas) em agosto ! Portanto, antes de resmungar e lacrimejar presidente (quem sabe a espera de um lencinho), é preciso que sua equipe diretiva tenha atitude e capacidade efetiva de proteger nossas finanças e fazer bons negócios para o Grêmio.

É um tablóide apelativo, sabemos. Deixa a desejar em quesitos básicos. O próprio conceito de jornalismo é capaz de passar a margem, sem dúvida. Mas, no que tange ao futebol o Diário Gaúcho/RBS, de longa data, é caso de má fé escancarada. Chega a ser nojento. A canalhice é consagrada nas suas capas diárias. Naquelas chamadas e fotos que fazem referência e ilustram os fatos que envolvem a dupla Grenada. O Grêmio, desde que iniciou o Brasileirão (apesar dos percalços), teve bons momentos. Goleou, teve destaques como Roger e foi merecedor de espaços consideráveis até fora da Província. Apesar disso, o "destaque" de capa sempre foi modesto, constrangido. Uma foto quase escondida e referências singelas. Pois o mais generoso espaço concedido ao tricolor foi no sábado passado, quando estamparam uma foto do referido Roger e letras garrafais dizendo: "Roger dá uma paradinha no Grêmio". Provocação, lógico. Fiquei imaginando quanto ressentimento acumulado existe nos cretinos que elaboraram e aprovaram aquilo. Evidentemente que agora, quando os vizinhos começam a se recuperar, a proporção se inverte. Observem as capas de segunda (especialmente) e quarta-feira (CLIQUE AQUI PARA VER). Não há equilíbrio, não há eqüidade, mas garanto: tem sobrado safadeza, tem sobrado amargura. Ainda bem que vivemos num Estado onde a imprensa esportiva é isenta. Imagine, amigo leitor, se não fosse ...

Jorge Bettiol
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CARTÃO VIRTUAL (02/07)

Tiveram uma grande oportunidade. E, felicidade da Nação Gremista, não souberam aproveitar. Azar dos vizinhos, ou azar do goleiro, se preferirem. Chato dizer, mas é a real: especialmente na primeira etapa, a equipe tricolor não se apresentou. Os rubros, depois da óbvia dissimulação durante a semana, saíram em busca do resultado. Sob a orientação de um gremista, entraram compactos, tiveram organização e velocidade. Talvez Roth não esperasse tamanha ousadia dos que ainda beiram a zona de rebaixamento e, conforme conferido por milhares de gremistas, custou a entender o jogo. Foi necessário o intervalo, a conversa e uma mudança de postura para colocarmos a bola no chão e no campo do rival. E, quase na metade da segunda etapa, duas substituições amenizaram mais ainda o desequilíbrio da primeira parte da partida. Rafael Carioca e Rodrigo Mendes, respectivamente, povoaram a meia cancha e colocaram a pelota em evidência na dianteira. Roger, sempre eficiente e decisivo, ficou menos sobrecarregado e encontrou parceria. Tudo isso e uma tentativa de exercitar golpes de vale-tudo do goleiro Renan nos levaram ao gol de empate. Cobrança com classe, resoluta categoria. Pior para o Clemer: quase teve uma distensão para buscar a esférica na rede depois da paradinha. Pra encerrar este primeiro tópico: ficou uma sensação que o time poderia ter se doado mais na disputa. E disposição, pegada, isso não pode faltar. Quem joga no Grêmio, se não aprendeu ainda, deve prestar atenção: é impositivo ir ao limite das próprias forças, se superar. Sempre em busca do triunfo, do Mundial e de propiciar alegria a mais vibrante torcida do país.

Grenada é uma partida que começou há 99 anos e ainda não terminou. Estes 370 clássicos são, na verdade, o tempo extra, a prorrogação da prorrogação, a revanche eterna daquele "match" em que os jovens paulistas (com seus trajes inspirados na terra natal e homenageando aquele fruto da família das rosáceas) barrados em nosso "club" levaram 10x0 no Fortim da Baixada. Conta à história oficial que, mesmo goleados, foram felizes para outro baile oferecido gentilmente pelos nossos fundadores. Mesmo com toda fidalguia da época, duvido que estivessem satisfeitos. Aposto com o leitor que foi justamente neste momento que surgiu toda esta mágoa, todo esse rancor que já dura quase um século. Jamais nos perdoaram pela sova, pelo fiasco inaugural. Tudo bem. Nas décadas seguintes nos aprontaram e tal. Mas sem nenhum espírito esportivo, sempre foram movidos por esta baixeza do ressentimento. Por esta inveja mal disfarçada. E, o pior, constantemente se fazendo de vítimas. Será que não curaram o trauma oriundo daquele castigo que foi o primeiro clássico ? Senão vejamos: hoje, seguem reclamando da arbitragem. Tchê ... Mas fizeram o seu gol em flagrante impedimento ! Sendo que o gol anulado do tricolor é, no mínimo, questionável. E o lance da penalidade ? Este é consenso até entre deficientes visuais. A única estranheza que seria concebível suscitar é: por qual razão o goleiro quindim não saiu algemado numa viatura ? Deveria ter ido direto para um distrito policial, ou, quem sabe, o badalado JECRIM no Monumental ! "Não tive intenção", disse ele. Ah, bom. Fica então desculpado pela avalanche de contentamento propiciada aos gremistas.

A imprensa amarga não perde a ocasião de nos fazer rir. Além de sonegar explicitamente o show inigualável propiciado pela torcida gremista no estádio, foi além. No lance da referida penalidade - para descrever a atitude do guarda-metas adversário - usaram expressões como "erro técnico" (Nando Gross, comédia de plantão que se diz torcedor do Flamengo, além de outros deste naipe); "excesso de energia"; e uma pérola como esta: "... na queda da sua impulsão ele estendeu muito a perna direita ..." (até tu Professor ?) ! Um festival de sofismas para não usar a palavra correta: agressão. Aproveito para citar um comentário do gremista Sérgio Franceschini: " e se fosse o Danrlei ... o que não estariam dizendo" ? Tem toda razão, Sérgio. Imagina a execração que ele estaria sofrendo. Estariam (o amargos de sempre) , até agora, reivindicando coroa de espinhos, madeira e pregos.

E nas arquibancadas, héin ? Que espetáculo inesquecível na recepção a equipe ! Cada vez mais, soberania absoluta no RS e no Brasil. E, como tem sido de praxe, fazendo escola. As imagens disponíveis neste site comprovam esta breve, mas orgulhosa citação. E, durante a disputa, o alento esteve presente. Como é tradicional, o povo gremista compareceu. Foram mais de 40.000 que enfrentaram o clima, o horário, os preços exorbitantes, os cambistas e toda uma gama de dificuldades para ver o seu, o nosso, amado Grêmio. Bom frisar que este apoio sem paralelos começou no sábado. No chamado "alentaço" que mobilizou cerca de 6.000 gremistas e que repercutiu bastante fora da Província. Por aqui, sabemos, incomoda muita gente dos meios de comunicação tal evidência: de um lado uma torcida afirmada, referência nacional e que faz a diferença especialmente nos momentos de provação. Do outro, um arremedo deprimente, dilacerado pela brutal contradição entre a devoção e o ódio aos gremistas. Não tem comparação, chega a ser covardia. Como estabelecer um nivelamento entre a melhor torcida do Brasil e sua pior e mais medíocre imitação ? Impossível. O último Grenada foi mais um episódio de constatação desta enorme disparidade: o descontrole em azul, preto e branco (que não para de apoiar) em oposição a um cartão postal virtual que sacudia meia-dúzia de bandeirinhas. E se na forma sequer se aproximam, jamais chegarão na essência, no conteúdo. O sentimento que nos move é distinto e tem relação direta com toda extraordinária história do Grêmio, seus percalços, suas glórias. E isso, nossos prezados oponentes na aldeia deveriam assimilar, não se forja.

Jorge Bettiol
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Foto: Henrique Azambuja

 

 

O DEVER DE TRIUNFAR (24/06)

Não aconteceu nenhum furacão. O que se viu e sentiu, no máximo, foi aquele vento com ares de minuano que costuma soprar no rigoroso inverno gaúcho. E o Grêmio, sabemos, mesmo considerando duas goleadas consecutivas, não é nenhum ciclone extratropical, apesar de seguir derrubando adversários. Mas, deixemos de lado analogias climáticas e sigamos para o gramado. No embate contra a desleal e destemperada equipe paranaense, fomos superiores toda partida. As três penalidades corretamente marcadas pelo arbitro (que merece menção honrosa) foram conseqüência de nossa constante presença na área oponente. Amassamos os visitantes e, não fosse a excepcional atuação do saudoso Galatto (o "ice man" segundo seus admiradores), o placar seria tranqüilamente mais elástico. O alerta é que necessitamos aprimorar as finalizações. Se nossa defesa permanece sólida e o meio campo atua soberano, é no comando de ataque que o aproveitamento pode e deve melhorar. Roger dispensa comentários. Suas atuações de profunda eficiência falam mais alto do que qualquer texto que tenha a pretensão de ressaltar seus méritos. E, como toda boa equipe começa com um grande goleiro, Victor tem sido uma muralha. Quando exigido, brilha. Roth, até o momento, conseguiu estabelecer um certo padrão de jogo que traz segurança e confiança aos torcedores. Na próxima semana, contudo, teremos o grande teste com mais um clássico. É nossa obrigação mantermos a boa campanha e o mínimo que exigimos é a vitória.

Sei. Grenada é Grenada. Nunca se tem um favorito. Não existe possibilidade de prever o que vai acontecer e a história dos confrontos comprova a afirmativa. Via de regra, é justamente o que na "balança local" está menos cotado que tende a buscar maior superação no enfrentamento. Nosso momento é positivo e os números o comprovam categoricamente. Estamos contentes, mas não se tem nenhum deslumbramento ou euforia. E, vontade por vontade, ninguém tem ou deve ter mais do que os que vestem a gloriosa camisa gremista. Do outro lado, entretanto, percebe-se uma falsa humildade colaborada por todo um esquema de mídia. Procuram se eximir publicamente da responsabilidade de buscar algo mais em nossos domínios. Aquela velha e surrada fórmula de aliviar a pressão interna e desmobilizar o lado oposto. Os atuais donos do caneco da província e ainda a segunda folha salarial do país (só perdem para o São Paulo), em que pese à modéstia repentina, pisarão no gramado do Olímpico com seus trajes monárquicos e aquela conhecida soberba pífia. É por essas e outras que não nos escusaremos da responsabilidade de triunfar sobre o tradicional rival. Queremos vencer. Assumimos explicitamente esta opção e não aceitamos outra alternativa. Este deve ser o sentimento dos nossos jogadores. E, se mesmo assim, houver alguma dúvida sobre a tarefa que deva ser cumprida (o que não posso crer) ao entrar em campo, devem mirar a Geral e o conjunto da torcida gremista. Mas, importante: devem olhar e escutar com o coração. Com todo aquele alento, com toda aquela inigualável vibração, não faltará energia para se alcançar o objetivo. Vamos Grêmio !!!

Um último recado: vamos chegar cedo. Além do povo da capital, tem várias caravanas do interior e de outros Estados a caminho. O Monumental vai ser todo, com exceção de um diminuto espaço destinado a testemunhas do derby (e também fãs do modo de torcer gremista), azul, preto e branco. Quem não tem ingresso, precisa se agilizar. E atenção: a máfia de cambistas, como sempre, já vai estar agindo assim que as bilheterias forem abertas. Aliás, uma sugestão a BM e um pedido à direção tricolor. Esqueçam, quem sabe por uns instantes, os "torcedores violentos" e tratem de reprimir os meliantes que se organizam para extorquir os que gostam de futebol. No Olímpico temos até um Juizado Especial Criminal que bem poderia se ocupar de elaborar transações penais a estes malandros e tirá-los de circulação. Outra questão que o pessoal deve se ligar é referente ao procedimento (a ser adotado pelas digníssimas autoridades) de barrar pessoas que apresentem "sinais de embriagues". Se tenho idéia de como vai funcionar ? Não. Realmente não tenho a mínima noção de como vai ser o procedimento. Especialmente se pairar alguma dúvida se o sujeito está ou não borracho. Bafômetros ? Caminhar numa linha reta, "fazer o número quatro" junto às catracas automáticas, soletrar o hino do clube sem salivar ? O fato é que é ainda desconhecido o método científico a ser praticado. Fica a expectativa que seja adotado também nos camarotes e naqueles acessos onde costumam circular as personalidades do clube. Portanto, amigos da imensa plebe tricolor, tomem a sua cervejinha. Mas não esqueçam de comprar aquela balinha milagrosa que alivia o saudável hálito da cevada. E se não funcionar ? Bom, aí é melhor, desde já, reivindicar um telão nas cercanias do estádio.

Domingo, lugar de gremista é no Monumental !

 

Jorge Bettiol
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TABU DESTROÇADO (18/06)

Parecia inatingível. O desafio estava posto e a expectativa era enorme. Afinal, foram 12 longos anos sem derrotar os goianos no Serra Dourada. Pois foi nesse, até o último sábado, inexpugnável território que conseguimos a vitória e a dianteira na competição. A palavra tabu (segundo consta, originária de línguas da Polinésia) foi destroçada por uma sonora goleada aplicada pelo tricolor gaúcho. Com uma atuação digna do mais agradecido destaque, Victor foi à verdadeira barreira da tarde/noite no serrado. Foi nosso goleiro quem primeiro decretou a proibição de repetir-se uma estatística não favorável aos visitantes. Foi perfeito (aliás, sempre que exigido aparece bem). Especialmente ao prolongar por mais alguns dias o choro lamuriante do estreante Iarlei. Fez outras defesas fundamentais quando nossa desatenta zaga facilitava os ataques do desesperado adversário. Demoramos a nos acertar em campo. Mesmo assim, saímos na frente. O nosso Cabanãs da Azenha ! O grande e estufado Marcel ! Que inspiração ! Um gol em cada etapa, sendo ambos bem característicos do estilo "centroavante matador". Aquele sujeito com faro suficiente para estar no lugar certo, na hora certa. O atacante oportunista. Aquele que tem por hábito e prazer freqüentar as redes dos oponentes. E o que dizer do terceiro e derradeiro gol de Thiego ? Que bucha ! E de-lhe avalanche ! Pra calar de vez a torcida local, os secadores midiáticos e os que insistem em vaiar o nosso treinador. Sei, são aquela minoria de sonoros corneteiros que, entre um e outro pacote de amendoim, se põem a resmungar com as cascas entre os dentes. Aprendam a vaiar os que não usam as nossas cores (já que não querem cantar) e deixem o Celso Roth, inspirado pelo novo guru Tiger Woods, ao menos tentar acertar ! Vamos garantir (enquanto ele estiver à frente do nosso vestiário, na comissão técnica) o direito do sujeito trabalhar ! E Oxalá tenha competência para nos levar adiante nos futuros embates do Brasileirão e na Sul-Americana que se aproxima. E por falar nisso, receberemos o Atlético Paranaense na próxima rodada. É jogo para nos isolarmos na liderança. Casa cheia, com certeza. Mais de 40.000 no Monumental !

Ainda repercute aquela discussão sobre ídolos. Quem parece incomodado com o sucesso do Renato Portaluppi é o Sr. Paulo Roberto Falcão. Num recente registro numa de suas colunas ditadas (que não são escritas pelo próprio, e sim pelo jornalista Nilson Souza) fez menção que o treinador das Laranjeiras estaria fazendo "média" com a torcida do Grêmio ao nos dedicar a recente vitória sobre o Boca. É interessante o ranço e demonstra a distância abismal entre os dois ex-jogadores. Claro que o catarinense conhecia bem a esférica. Só que o Falcão foi parte do festivo elenco dos vizinhos que nos anos setenta e início dos oitenta, apesar da badalação, não conseguiu romper as fronteiras tupiniquins. Além disso, fracassou numa Copa do Mundo. Mais tarde, consagrado "Rei de Roma", esqueceu (talvez pelo êxtase do bom momento) de dedicar suas vitórias em terras italianas a vizinhança que o projetou. Como treinador de clubes foi medíocre e sua passagem pela seleção brasileira, nesta condição, sequer merece considerações. Comentarista burocrático e parcial , tem seus melhores momentos quando simplesmente nada diz e acompanha (com ternos sempre alinhados) as enfadonhas narrações do Sr. Galvão Bueno. Renato ganhou tudo e mais um pouco. Ganhou uma Libertadores e um Mundial. Foi cortado do selecionado por um Telê Santana que não aceitava insubordinações. Foi o "Rei" de Tramandaí e, entre uma balada e outra (não raro marcada por confusões), deixava tontos os adversários nos gramados. No presente, na sua nova categoria de comandante de vestiário, já possui um título nacional. Condição que lhe deu o passaporte para esta final de competição sul-americana inédita e surpreendente aos olhos de muitos (e se vai ganhar ou não, é outro papo). Falcão foi o moço comportado. O "bom exemplo" que até hoje se ajusta pelo nó das gravatas. Renato foi o rebelde, o maldito que jamais poderia ter dado certo. Verdade que o tempo o deixou mais comedido, mas não menos marrento, não menos irônico. Renato não faz "média" (e até teria moral para isso) com a torcida gremista, simplesmente por ser um dos seus mais ilustres integrantes. Um assumido e orgulhoso torcedor do Grêmio. Uma lenda. Destas que as futuras gerações sempre ouvirão falar. Trajetória e história construídas com inconformidade, um par de chuteiras e, especialmente, reconhecimento.

Os escândalos políticos que assolam o Rio Grande do Sul tem revelado o lamaçal que envolve figuras públicas proeminentes. Gravações realizadas e divulgadas com autorização judicial demonstram a sordidez e o descaramento de verdadeiros larápios do dinheiro público. Gente (?) com livre trânsito no meio social, com poder de tomar e influenciar decisões. Alguns destes elementos que, agora, foram denunciados por formação de quadrilha e outros ilícitos até bem pouco tempo atrás estavam nos gabinetes diretivos do Grêmio. Óbvio que não podemos colocar a totalidade da direção atual (ou o que sobrou, por diversas razões, dela), a princípio, no mesmo rol. Seria leviano. E, sim, sabemos que no clássico da sujeira tem gente do outro lado também envolvida. Mas, falemos do que diz respeito a nossa casa. Como puderam, com tal índole, permanecer tanto tempo em cargos de hierarquia no clube ? Que composição criteriosa é esta que agregou tantos vigaristas ? De onde eles saíram ? Dos esgotos ? Será que foi só ao redor do DETRAN que tiveram este ímpeto de se locupletar ? Uma gangue que consegue desviar 44 milhões dos cofres públicos é um risco permanente em qualquer lugar que movimente bom volume de recursos. O projeto ARENA, que se aproxima, seria por certo objeto de cobiça (se é que já não estava nos objetivos de enriquecimento fraudulento destes aproveitadores). Alguém tem dúvida disso ? Portanto, cadeia para todos eles é o mínimo que exigimos e esperamos. Respiremos aliviados, por enquanto, os contribuintes do RS. Especialmente a Nação Gremista.

Jorge Bettiol
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ÍDOLOS (11/06)

A chuva foi intermitente. Castigou a cidade antes e após o jogo. Não durante. Mal a bola começou a rolar no Monumental, percebeu-se um tímido raiar de sol que se espraiou e sumiu no cimento das arquibancadas. À tarde cinzenta iluminou-se por um instante para o Grêmio e sua fiel torcida. Foi o prenúncio de outra boa atuação e que culminou em novo triunfo. O adversário, o badalado Fluminense. Talvez o clube brasileiro mais aristocrático e, disparado, o campeão nacional no ranking dos canetaços. Pois este time que tem ilustres torcedores como João Havelânge, Ricardo Teixeira e Roberta Close (entre outros) e, com justiça, é finalista da Libertadores, sucumbiu diante do tricolor dos pampas. Uma vitória inquestionável. Um Grêmio sólido, equilibrado e, fundamental: decidido. Tivemos a iniciativa desde o começo da disputa. Soubemos defender, atacar e, não menos importante, tocar a bola exercendo nossa soberania na partida. Roger como é tradicional, foi o grande Maestro. A mesma facilidade que tem para conquistar mulheres famosas demonstra no trato refinado da pelota. Passes curtos ou longos, tanto faz. São sempre precisos e preciosos para o resultado. Perea não decepcionou e deixou registrados mais dois tentos. Agora, seguimos para Goiânia (com no mínimo quatro desfalques – dois deles pela tarjeta amarela do cretino que apitou no domingo) em busca de uma seqüência positiva e com o desafio de superar uma estatística não favorável no Serra Dourada.

Foi mais um dia de aula, gratidão e celebração nas bandas da Azenha. A torcida gremista sabe reconhecer suas legendas e homenagear seus ídolos. Renato Portaluppi foi ovacionado e, lógico, sensibilizou-se com toda extraordinária recepção. Enquanto o time das Laranjeiras sofreu com poderosas vaias, da entrada em campo até a saída do seu último jogador, o treinador da equipe carioca, juntamente com Roger (o outro, vocês sabem: Bi da América com o glorioso Felipão), foi saudado efusivamente pelo povo tricolor do Sul. Regência que partia da Geral, mas que também vinha de todos os cantos do Olímpico. Jardel, agora um guerreiro fora de campo para poder derrotar as drogas e retornar aos gramados, também foi carinhosamente recebido. Curiosamente, todas estas cenas de gratidão ocorreram poucos dias depois dos vizinhos dispensarem seus mais valiosos protagonistas naquele rocambolesco engano que ocorreu no Japão. Aquele episódio onde, finalmente, conseguiram justificar o nome de batismo (embora não tenham, ainda, acordo sobre a origem) que adotaram há quase um século. O principal deles é o que responde, na linguagem tupi, pela alcunha de "rato". Pois assim foi tratado: como um mamífero roedor indesejado ! Emprestaram para outros clubes (de preferência o mais longe possível do estuário do Guaíba) e, como nenhum negócio fluía, chegaram a ofertar um emprego administrativo. Dizem, mas não posso acreditar, que de terno e gravata seria porteiro do agora justificado Memorial do clube. Antes, conclui-se, não tinham nada de interessante para expor e a vaga não existia. O outro (só para não deixar sem registro), o cidadão aquele do passe, foi informado que não teria contrato renovado e que secasse as lágrimas para fazer às malas. Eu sei. É até compreensível. O Portaluppi começou sovando pães e logo percebeu que podia ganhar muito mais sovando rubros, uruguaios e alemães. Trabalhou muito e conseguiu: virou jogador de futebol. E do tipo boleiro, caro leitor. O nosso Renato, da América e do Mundial, é um cara com história no clube, um assumido e orgulhoso torcedor do Grêmio. Tem raiz, tem vínculos eternos com a nossa gloriosa instituição. Um sujeito que foi craque, que decidiu vários jogos. Um predestinado. É isso: um cara com toda uma trajetória de vencedor. Não tem nada de imprevisto. Não é obra de uma casualidade debochada e que constrange a si mesma. Não estava de passagem e foi sorteado acidentalmente lá do outro lado do mundo. O futebol é ingrato. Mas, às vezes, a surpresa pode ser redentora. Quem sabe a torcida do Goiás, qualquer hora, não desfaz todo esse mal-entendido e cria uma música em homenagem ao Gabiru ?

Este site também se dispõem a ser uma ferramenta de todos os gremistas. Um canal para expressarmos nossas opiniões, idéias e propostas. O Martin Anderson, de Santa Maria, anda preocupado: "Tenho o privilégio de viajar bastante pelo nosso estado, por morar no interior e ir bastante pra capital. Notei já há 3 anos, pelo menos, a mobilização da torcida tricolor no começo de cada campeonato. Seja em excursão de outras cidades ou no apoio (total, em todos os jogos) dos torcedores de Porto Alegre. Mas, por incrível que pareça vários desses torcedores não estão em nossos jogos decisivos de vários campeonatos. A razão é simples: por não serem sócios do Grêmio. Muitos "torcedores de ocasião", como prefiro chamar, ao invés de "turistas", deixam pra ir no Monumental, mas nos jogos decisivos. Como tem preferência na compra de ingresso é normal ver por todo interior e também na capital torcedores que contribuem para as vitórias do Imortal ficarem de fora desses jogos. Erro em não se associarem ? Ou crédito para os que são sócios, independente de irem ou não a todos os jogos no Olimpíco ?" Tchê, te digo a obviedade: que a associação ao Grêmio é sempre o melhor caminho ! Agora, na medida que cresce nosso quadro social e por conseqüência a demanda pelas partidas, é necessário ter uma atenção especial com o conjunto da torcida. Especialmente para os que não residem na capital. Mais empenho e organização da direção do clube, maior cobrança e fiscalização dos consulados. E, lógico, cargas maiores de entradas para podermos contemplar esta crescente massa gremista que não abre mão de alentar na nossa cancha.

Aliás, por falar na massa gremista, quero aproveitar para destacar duas comunidades que espontaneamente surgiram em função do trabalho que é desenvolvido por este site e que tem nas fotos e vídeos o seu ponto forte. Tais fóruns, evidente, honram a todos os colaboradores do Ducker.com.br .Trata-se justamente de uma galera de Santa Maria (Bugil) e outra aqui de Porto Alegre (Leon). Taí uma boa pedida pra quem gosta e freqüenta o Orkut e navega no universo on-line. Abaixo os endereços:

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=49182646
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=8432031

São cinco anos de ausência. Era um irmão. Foi um tricolor dos mais fervorosos. Quando se foi, com seus quase dois metros de gremismo, o Zezão levou junto à bandeira que com orgulho ostentava no Monumental. Participamos daquelas primeiras avalanches que, em 2001 e na goleira da Carlos Barbosa, não juntavam mais do que quinze pessoas a descer de forma abalroada os degraus das arquibancadas do nosso querido estádio. O mano de coração se foi naquele já tumultuado ano do Centenário, onde apoiamos incessantemente a equipe e também cobramos com veemência os dirigentes. Ainda teve a alegria de assistir um último jogo contra o Flamengo. Onde vencemos por 2x0. Nossa vontade de ver um Grêmio que seja cada vez mais democrático, cada vez mais a cara da sua enorme e inigualável torcida, seguimos, por aqui, tentando construir. O céu ficou mais azul e digno com esta figuraça e grande batalhador que foi o José Ricardo. Mas, registro público, sentimos a tua falta amigo. E saiba que permaneces vivo na nossa memória e no nosso sentimento. A música que entoa o refrão "tu não os vê, tu não os toca, mas estão presentes" também te rende tributo, assim como a todos que nesta existência viveram esta emoção contagiante que é ser gremista.

 

Jorge Bettiol
ducker.com.br

 

 

O HOMEM GOL (03/06)

Vai fazer falta. Era jogo para ganhar e ponto final. O combalido Vasco parecia desinteressado e se arrastava pelo gramado. Após a eliminação para o time do Sandro Goiano e o anúncio do desejo de aposentadoria do Edmundo, nem o espalhafatoso Eurico Miranda se apresentou. E o Grêmio, pelo menos na primeira etapa, até ensaiou uma vitória com tranqüilidade. Só que na parte final, parece que o desleixo mudou de lado. Não conseguimos reagir à mudança de ritmo dos vascaínos e aceitamos uma virada com direito a perdermos um gol feito (Jonas) ali na entrada dos acréscimos. Roger foi mais uma vez substituído e a equipe (que adquiriu uma organização e um certo padrão de jogo, mesmo com as conhecidas limitações) sentiu a ausência do seu principal jogador. Agora é se remobilizar para receber o Fluminense e resgatar os pontos perdidos (também deixados em casa contra o Flamengo). E, sabemos, vai faltar espaço nas arquibancadas. Além do respaldo tradicional dos gremistas a sua equipe, vai estar mais uma vez no Monumental o grande ídolo Renato Portaluppi. O "homem gol" da canção que é um hit de longa data nas bandas da Azenha (copiada e adaptada, aliás, pelos torcedores do Vasco). O grande protagonista da conquista do nosso título Mundial que, neste 2008, completa seus 25 anos de brilho e significado. Mais um reencontro, mais uma recepção emocionante. Destas que só os gremistas conseguem propiciar as suas legendas, aos que constroem a nossa história de glórias.

Gosto não se discute. Certo ? Errado. Ao menos quando se trata da gloriosa camisa gremista. Aviso de antemão: não é uma questão estética e fechada em si mesma, mas sim uma questão de identidade. Falo da titular, a tricolor. Não é de hoje que se inventam arranjos, dos mais variados, para se diferenciar a apresentação de uma temporada para outra. O problema, na minha avaliação, são os devaneios, os exageros que acabam até descaracterizando algo que é muito mais que um produto de prateleira. Nosso fardamento principal carrega e traduz toda uma história, toda uma tradição. Portanto, deve-se manter um determinado padrão com absoluta fidelidade. Por exemplo: uma mesma tonalidade no azul celeste, listras verticais proporcionais neste mesmo azul e no preto, destaque para o distintivo e assim por diante. Fora isso, bom, que se mexa em detalhes menores e que não comprometam o conjunto. Ou seja: a essência da "jaqueta" precisa ser mantida ! Confesso que não entendi o que fizeram em 2007 e, agora, em 2008, me parece que ficou ainda mais distorcido. O azul já não é o mesmo. O tecido tem "furos" (que deve ajudar na transpiração de quem joga e tal) na dianteira e é "liso" no verso: sendo metade tricolor, metade celeste. Incompreensível. A numeração também deixou a desejar. O resumo é que resultou num material, no mínimo, polêmico. Evidente que vai vender bastante, como tudo que envolve o nome Grêmio. Contudo, está na hora de rever e RESPEITAR PADRÕES nesta confecção do nosso primeiro fardamento. Sei que não chegaremos a ponto de praticamente renegarmos a camiseta principal (processo em franco andamento na vizinhança - do morango batom ao merengue fashion), mas, neste caso, convenhamos, é preciso estar alerta. E, ouso dizer, ser conservador.

Ainda sobre os uniformes. Gostei da camisa branca e também da totalmente celeste. Nos dois casos, utilizaram somente às três cores do clube e penso que agradaram a maioria dos torcedores. Poderiam até confeccionar um quarto ou quinto fardamento e, aí sim, flexibilizar ainda mais alguns padrões e colocar na vitrine para aquisição da legião de gremistas e dos admiradores do nosso Grêmio espalhados pelo mundo. Tem a "shadow", não esqueçamos, mega sucesso de vendas e que foi idéia de um anônimo gremista. Aliás, teve toda uma campanha para que fosse confeccionada. E, incrível, por causa de uma idiotice (proposta por algum idiota, óbvio) estatutária não vai a campo. A cancha, sem dúvida, seria a grande promotora do material. E, mesmo assim, já vendeu de montão. Imaginem com o marketing dos jogos !!! Bateria todos os recordes.

Dói no bolso. Depois desta conversa toda sobre camisas, não dá pra esquecer dos preços (em torno de R$ 160,00). Infelizmente continuam altíssimos e inacessíveis para grande massa. E não vai ser com valores abusivos que se combatera a famigerada pirataria (pelo contrário, é o que estimula). E, via de regra, os produtos do tricolor são muito caros (outro mistério é por qual motivo a loja GrêmioMania cobra mais caro do que muitas lojas do comércio) ! E não falo só das camisas. Será que não é possível cobrar menos ? E por qual razão não lançam (o atual fornecedor de material esportivo) uma linha chamada "similar", mas com qualidade e também oficial ? Certo, quem deveria exigir isso é o pessoal do próprio clube ... ou será que não conhecem a realidade econômica do nosso (e de todos os demais deste país) torcedor ?

Jorge Bettiol
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